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Podem até não ser tão famosas ou conhecidas como outras cavernas, mas estas são as maiores de todas. Atendendo pelo nome de Mammoth Cave (Cavernas do Mamute), elas são formadas por mais de seiscentos quilômetros (600 km: bem mais que a distância entre Rio e São Paulo) de túneis e cavernas subterrâneos, interligados, formando um emaranhado de passagens, caminhos, trilhas, salões, câmaras e labirintos em diversos nívens e direções, tudo nas entranhas da terra. Sabe aquele filme "Viagem ao Centro da Terra"?  Pois é, este lugar poderia muito bem servir de locação para a história.

   

Decidimos visitar estas cavernas ainda no Brasil, quando estávamos montando um roteiro pelo meio sul dos Estados Unidos. O Mammoth Cave National Park situa-se no estado de Kentucky, pouco ao norte da localidade de Bowling Green. Como a visita ao local é muito procurada, compramos os bilhetes para o tour de duas horas com bastante antecedência, ainda no Brasil, e no dia mercado, chegamos à entrada do parque com mais de um hora de antecedência. Era setembro, e o dia frio e ventoso nos obrigava a usar agasalhos. Estacionamos o carro, passamos na recepção, comemos um sanduíche, e fomos até o Meeting Point, o local demarcado pela administração para o grupo reunir-se antes da caminhada.

Exatamente à hora marcada, o Ranger (como são conhecidos os  guias de parques nacionais americanos) chegou, se apresentou, e fez uma rápida preleção sobre a caverna, sua história, quando foram descobertas, abertas à visitação pública e deu algumas instruções de segurança, enfatizando que nunca deveríamos sair do caminho demarcado, nos afastar do grupo e de forma alguma deixar qualquer lixo ou resíduo em seu interior ou remover ou levar com a gente qualquer coisa do interior das cavernas.

 

Ao contrário da região onde estão outras cavernas que já visitamos, esta não demonstra nada de especial. Visitantes ao passar por aqui vão ver uma estrada comum, cortando uma área verde comum, uma placa indicando o nome do parque e sua entrada conduzem ao estacionamento e ao centro de recepção de turistas, onde se compram  bilhetes para os tours subterrâneos. Em épocas de alta temporada é aconselhável comprar as entradas online, com antecedência, para evitar a decepção de ao chegar lá descobrir que não há mais ingressos disponíveis para aquele dia.

 

O roteiro básico leva cerca de duas horas de duração e requer uma certa disposição física, para enfrentar as muitas subidas e descidas pelo caminho. Ao longo da caminhada de duas horas e dependendo do roteiro escolhido, pode-se descer a um profundidade de noventa metros, e se não fosse pela iluminação artificial existente na caverna, o lugar seria de um escuro absoluto, sendo que em alguns trechos a luz nunca chegou.

É aconselhável levar um casaco para o passeio, pois a temperatura no interior das cavernas é baixa, cerca de quinze graus durante todo o ano. Sapatos anti derrapantes também são aconselháveis, para evitar escorregar em rochas muito lisas ou inclinadas.

 

Do início ao fim, incluindo a parte externa, nosso tour durou cerca de três horas, e no interior das cavernas passamos por uma infinidade de câmaras, salões, formações rochosas estranhíssimas e corredores deslumbrantes. Em alguns momentos da caminhada o guia faz uma parada para dar informações específicas sobre trechos importantes do labirinto, mostrando onde foram feitas as primeiras expedições, inscrições antigas no teto e paredes, ou outras curiosidades. Mas o mais fantástico de tudo é mesmo deixar nossa imaginação viajar neste lugar. Ao olhar as formas tão incomuns que surgem ao nosso redor durante a caminhada é impossível as vezes não ter a impressão que estamos em outro planeta ou outra dimensão. Tudo é absolutamente diferente, deslumbrante, fora do comum, tanto nas formas quanto nas cores.

 

Há uma grande diversidade de roteiros pela caverna,mas claro que nenhum deles percorre os mais de 600 quilômetros. Visitantes podem escolher roteiros mais longos, íngremes, básicos ou completos, de acordo com o tempo disponível de cada um, bem como sua disposição física.  Estas cavernas tem sido freqüentadas há muito tempo. Estima-se que há seis mil anos elas já eram visitadas por nativos da região. Durante os séculos 19 e 20 foram descobertos restos humanos por aqui, indicando que as cavernas teriam sido utilizadas no passado como cemitério.

Conta-se que o nome - Caverna do Mamute - foi dado em referência às montanhas sob a qual a caverna foi descoberta, mas há quem diga que o nome refere-se mesmo às dimensões, pois de tão imensas, foram nomeadas também com o nome de um animal gigantesco. A foto ao lado foi feita quando chegamos no parque, um pouco antes de começar nossa excursão subterrânea.

 

Durante algum tempo, antes da real extensão das caverna e túneis ser conhecida, algumas pessoas chegavam a afirmar que estas cavernas não tinham fim, que se prolongavam indefinidamente, indo além do território americano. Contribuía para isto o fato de também existirem rios subterrâneos correndo nas cavernas, com destino desconhecido. Foi somente após sistemáticas expedições exploratórias, durante os séculos 18 e 19, que as cavernas foram mapeadas e conseguiu-se determinar que sua extensão total é de aproximadamente 630 km, situadas principalmente sob o estado de Kentucky, região sul dos Estados Unidos.

 

A administração das cavernas é feita pelo National Park Service, que também é responsável pelos roteiros subterrâneos. As principais formações rochosas, estalactites e estalagmites recebem nomes característicos, como Grand Avenue, Frozen Niagara e Fat Man's Misery, onde os guias costumam fazer pausas para fotografias. Turistas com mais disposição podem optar pelos roteiros selvagens (wild tours), que percorrem as rotas fora das trilhas cimentadas, através de túneis estreitos, ou áreas enlameadas. Não espere sair de um Wild Tour limpinho, mas com certeza você vai conhecer a caverna bem a fundo....

 

Um dos roteiros mais procurados até meados dos anos 90 era conhecido como Echo River Tour, onde os turistas embarcavam num bote para navegar ao longo de um trecho do rio subterrâneo. Mas o sucesso desta atração foi tão grande que acabou trazendo problemas logísticos e ambientais para a administração do parque, que decidiu acabar com o passeio fluvial.

Para quem pretende fazer algumas fotos aqui, lembre que é bobagem usar flash. Boas imagens nestas condições devem ser feitas, preferencialmente, com tripés, ou câmeras apoiadas em superfícies estáveis. 

 

Se você está em dúvida sobre qual roteiro escolher e com pouco tempo, sugerimos os básicos, conhecidos como 'Historic Tour' e 'Frozen Niagara Tour'. Quem prefere seguir em seu próprio ritmo e tem mais tempo disponível pode optar pelo 'Self Guide Tour' (roteiro por conta própria), oferecido somente durante as temporadas turísticas.

Reserve parte de suas energias para o final do passeio. Ao contrário de outras cavernas, como Carlsbad (estado de New Mexico), ao final do roteiro a volta à superfície é feita a pé, através de uma escada que parece não ter mais fim, mostrada na imagem ao lado. A escadaria metálica tem altura equivalente a um prédio de 30 andares.

A caverna tem iluminação artificial, não há necessidade de levar lanternas. A maior parte dos roteiros é feita ao longo de trilhas com piso cimentado, portanto ninguém também vai precisar levar equipamentos especiais. Em nenhum momento sente-se dificuldade para respirar, mesmo assim, claro, este não é um programa recomendado para quem sofre de claustrofobia, ou para quem tem dificuldades de locomoção ou necessidades especiais.

 

Fizemos esta última foto ao lado dos dois Rangers que nos guiaram ao longo do trajeto pela caverna, ainda tentando normalizar a respiração após subir a escada de saída. Foi um passeio incrível, uma jornada diferente de tudo que já tínhamos visto, e recomendamos esta visita ao Mammoth Cave National Park a todos que estiverem passeando pelo sul do estado de Kentucky. 

Vídeo: Visitando Mammonth Cave