Entrada do Petrified Forest Natl Park |
Há
alguns milhões de anos existia uma floresta neste lugar. Estudiosos
afirmam que seus rios, matas e árvores faziam desta área uma
exuberância total. Hoje, no entanto, tudo mudou. O que se vê ao chegar
é uma desolação total, somente desertos, somente aridez. Mas, por um
capricho da natureza, nem todas as árvores sumiram. Como a fornecer um
testemunho do passado, muitas delas ainda estão lá, quase
irreconhecíveis, é verdade, agora transformadas em fósseis,
petrificadas. Um processo natural e raro, mas que deixa uma
mensagem bem clara que matas e rios não são eternos,
e que devem ser cuidadas com atenção. Visando preservar estes
fósseis para as futuras gerações, o local foi transformado num parque
estadual, o Petrified Forest National Park, na entrada de onde fizemos
a foto ao lado. |
O
Petrified Forest National Park é um trecho do Painted Desert, região
desértica conhecida como Painted Desert (deserto pintado), que ganhou
este nome graças à coloração de suas rochas e
montanhas. O Painted Desert tem área de 19.000 Km2, está situado próximo à
região de Four Corners (divisa comum entre os estados de Arizona, New
Mexico, Utah e Colorado), sendo sua maior parte ocupada por reservas
indígenas Najavo, Hopi, Apache e outras. O trecho ocupado pelo
Petrified Forest National Park, tem administração federal, e ocupa área
de 380 km2, onde está situa-se maior parte dos fósseis. |
Painted Desert |
Painted Desert |
A
primeira pergunta que os Rangers (guardas) do Petrified Forest National
Park nos fizeram, ainda no portão de entrada, era se estávamos
carregando alguma pedra no carro. Não, respondemos, intrigados com a
pergunta, enquanto imaginávamos porque alguém iria viajar com
pedras na bagagem. A simpática Ranger deu então um sorriso, como se já
estivesse acostumada com a cara de espanto dos turistas ao ouvir sua
pergunta, deu um caloroso 'Welcome' e abriu o portão que controlava a
entrada ao parque. Somente mais tarde fomos entender a razão de sua
pergunta, quando ficamos sabendo que é expressamente proibido carregar
do parque, como lembrança, qualquer pedrinha, e quem por acaso
chega carregando alguma, tem que declará-la, como fazem os viajantes ao
passar pela alfândega. |
Após
entrarmos no parque pelo acesso principal, na auto-estrada I-40,
chegamos ao Visitors Center, onde são oferecidos mapas, informações,
livros e lembranças diversas. Daí em diante a estrada segue rumo norte
passando por diversos mirantes do Painted Desert. Quem quiser pode
estacionar o carro e explorar o lugar a pé. Diversos fósseis de
dinossauros também foram encontrados nesta região, além de evidências a
respeito da ocupação por humanos, há cerca de dez mil anos. Foi
somente a partir dos anos 1800 que o exército americano começou a
investigar e mapear este lugar. Em 1906 a parte mais importante do
parque, onde havia uma grande profusão de árvores petrificadas, foi
escolhida para formar uma área preservada, e ganhou o status de
Monumento Nacional. |
Painted Desert |
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Antes
da criação do Parque Nacional, era comum pessoas pegarem pedras à
vontade, para comercializá-las, e naquele ritmo, dizia-se, em algum tempo o
parque iria desaparecer. Então o governo decidiu agir: Em 1962
assumiu o controlo da reserva onde era proibida a remoção de pedras, e criou
neste lugar um Parque Nacional. |
Alguns
dos recantos mais bonitos do Painted Desert são os trechos conhecidos
como Pintado Point, Kachina Point, Newspaper Rock, Tepees Rock, Jasper
Forest e Crystal Forest. São todas regiões extremamente áridas e nem
todas tem acesso fácil. Estradas simples, mas bem pavimentadas,
circulam por áreas pré-determinadas no parque, e são as melhores opções
para quem deseja conhecer o melhor do Painted Desert. Já quem prefere passar mais dias neste região e ver tudo com calma deve se
preparar bem e contratar o serviço de guias especializados,
quase todos moradores destas reservas indígenas, os quais conhecem bem as trilhas alternativas e locais de
difícil acesso. De qualquer forma o melhor ponto de partida para
turistas é sempre o Visitor's Center, onde se pode pegar mapas e
conseguir informações diversas. |
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Árvores fossilizadas |
Ao lado, imagem de algumas toras de árvores petrificadas. Nossa visita
a esta região foi feita em somente um dia, e percorremos as trilhas
básicas, que podem ser seguidas por conta própria e não oferecem
perigo. Dentro do parque existem diversas trilhas boas para serem
percorridas a pé. A Tawa Point e a Rim Trail tem menos de dois quilômetros de
extensão, e são boas para quem quer ver as coisas de perto sem se
cansar demais. A trilha Crystal tem somente um quilômetro de extensão, é fácil de ser
percorrida e permite apreciar de perto muitas formações
petrificadas.
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Durante
a maior parte do ano, o que está presente nesta área é um sol forte e
uma umidade baixíssima, portanto não esqueça de levar bastante água para
sua caminhada. E quem quiser acampar nesta região necessita de uma
prévia autorização da administração. Neste caso é bom levar roupas
quentes, porque durante a noite, como em quase todas as regiões
desérticas, a temperatura cai bastante.
O
terreno deste lugar foi formado graças aos movimentos sísmicos da
terra. Ao longo de milhões de anos, o terreno afundou, foi coberto de
água, depois elevado acima do nível do mar e coberto por cinzas de
vulcões. Foi toda esta movimentação que causou a fossilização das
árvores gigantes, transformando-as, com o passar dos século, em
rochas. Não existe nada verde nesta região, somente uma infinidade
de tons quentes, com predominância do vermelho e do laranja. Todo o
lugar é de uma aridez impressionante e é justamente isto que faz sua
beleza. Em diversos locais, placas lembram aos visitantes que é
proibido remover, levar ou pegar do parque qualquer pedaço de madeira
petrificada ou pedra, e quem tentar e for pego estará sujeito à
pesadas multas ou até mesmo à prisão. |
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Rochas Teppes, trecho do Painted Desert |
Ao
lado, foto das Tepees, um dos trechos mais bonitos de Painted Desert. A
estranha coloração é causada pela presença de ferro e manganês, entre
outros minerais. Apesar de ser deserto, a altitude deste lugar é de
quase dois mil metros, portanto faz frio. Alguns cuidados dever ser
tomados ao caminhar sozinho por aqui, inclusive com animais típicos do
deserto, como cobras e escorpiões. É bom saber também que o vento aqui
costuma ser muito forte, e que durante o verão chuvas podem vir de
repente, descer das montanhas e inundar grandes áreas em poucos
minutos. Sabe aquele filme '127 Horas'? Foi rodado próximo daqui.
Lembre disso e lembre que todo cuidado é pouco ao explorar esta região. |
Site oficial do Petrified Forest National Park
Ao
fim de nossa visita, um pouco antes de deixarmos o Arizona para trás,
demos uma parada em Yellow Horse, pequena localidade situada à beira da
estrada. Entre tótens, cocares e vestimentas Navajos e Apaches,
havia também todo tipo de lembranças à venda, até mesmo alguns pedaços de madeira fossilizada (não descobrimos se eram legítimos...). Os acessos ao Painted Desert e
Petrified Forest National Park situam-se no estado do Arizona, onde na
verdade, a aridez da natureza é quase total. O acesso ao parque é feito
através da saída 311 da auto-estrada I-40, a pouca distância da divisa
com o estado do New Mexico. Para quem estiver percorrendo esta região
dos Estados Unidos, a visita ao Painted Desert e à Petrified Forest
National Park será algo marcante, mais ou menos como (foi assim que este lugar nos pareceu), a superfície de algum outro planeta. |
Yellow Horse, na estrada I-40 |
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