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Se você tem aquele fascínio pelo tilintar e pelas luzes coloridas dos caça-níqueis, se gosta de cidades à beira mar, se gostaria, mas não tem tempo de ir a Las Vegas ou se está passando por New York e quer aproveitar o fim de semana para um passeio diferente, Atlantic City é a solução! Esta cidade, até há trinta anos somente mais uma minúscula e tediosa cidadezinha construída à beira-mar, tem conseguido, graças à investimentos maciços do setor hoteleiro e da indústria do entretenimento, atrair cada vez mais turistas. Como estava em nosso caminho decidimos passar dois dias lá, para conhecê-la melhor, e o que encontramos foram duas cidades morando juntas: Uma com o glamour e as luzes néon de Las Vegas, e a outra com a mentalidade e os inconfundíveis hábitos de uma pequena localidade praiana.

   

Com manhãs de muita neblina e vento frio, onde a praia era algo impensável, e tardes de sol ameno e céu azul, onde uma caminhada à beira-mar era irresistível, o tempo em Atlantic City parecia repetir as duas faces distintas da cidade. De um lado os imensos cassinos e hotéis, com limusines na porta e turistas conversando em várias línguas e poucas quadras adiante, residências humildes, casas de madeira, e pessoas simples com jeito de nunca ter entrado num destes enormes hotéis, e que seguem suas vidas indiferentes ao brilho dos cassinos. E a emoldurar estas metades, a passarela Boardwalk, como é conhecido o calçadão que corre frente ao mar, e onde situam-se dezenas de lojinhas, restaurantes, hotéis e cassinos.

Vídeo: Gaivotas no Calçadão

Turistas em Atlantic City podem esperar encontrar, nesta ordem, Cassinos e resorts incríveis, praias agradáveis mas que não chegam aos pés das brasileiras, e um comércio bastante variado, onde se destaca o outlet shopping situado bem no centro. Mesmo quem não vem para cá pensando em jogar, com certeza vai encontrar boas ofertas em roupas, calçados e eletrônicos. Atlantic City é um lugar muito procurado por moradores de Philadelphia e New York City, que durante os meses quentes, vem passar férias ou fins de semana à beira mar. Ao lado, uma imagem feita no famoso Boardwalk, numa manhã pouco convidativa ao banho de mar. Os prédios coloridos, de arquitetura tipicamente européia, são bonitinhos, mas na verdade é tudo artificial, como se fosse um cenário de Hollywood. Na verdade são apenas fachadas decorativas dos grandes cassinos.

 

A passarela que liga o calçadão à areia, em certos trechos, parece ainda não ter entrado no clima néon da nova Atlantic City, e às vezes dá a impressão de ser uma das lembranças remanescentes de uma pequena e bucólica Atlantic City à beira mar. São daquela época os famosos Piers da cidade, como o histórico Ocean Pier, construído em 1882, e o Steel Pier, de 1892. Lembranças de um tempo em que parques de diversões construídos sobre piers eram moda e atraiam multidões. O Steel Pier foi incorporado ao cassino Taj Mahal, de propriedade do bilionário Donald Trump, o qual já anunciou que em seu lugar vai erguer um novo empreendimento imobiliário. Os demais piers da cidade infelizmente já foram fechados, porque, apesar do charme, não eram rentáveis o suficiente.

Vídeo: Boardwalk

O período de ouro de Atlantic City ocorreu no início do século 20. A cidade era freqüentada pela nata de artistas, políticos e artistas da época. Luxuosos hotéis, como o Haddon Hall, Traymore e o Shelburne atraiam celebridades de Estados Unidos e Europa. Piers de diversão organizavam eventos diversos, como maratonas de dança e concursos de beleza. Passar uma temporada em Atlantic City era sinônimo de alto poder aquisitivo e gosto refinado. O grande problema de Atlantic City é que as temporadas duravam somente os meses quentes. Por estar situada no nordeste americano, os meses de inverno são sempre frios e ventosos, e não há cidade à beira mar que consiga, nestas condições, fazer sucesso o ano inteiro. Após a segunda grande guerra o charme de Atlantic City desapareceu quase que por completo. O conjunto de mudanças ocorridas no mundo e no país, somadas à expansão e facilidade do transporte aéreo, pareciam convidar as celebridades a conhecerem outros lugares, e Atlantic City voltou a ser apenas mais uma cidade pacata à beira mar, como tantas outras desta região.

Foi somente a partir de 1976, quando Atlantic City realizou um referendo popular permitindo o jogo, que começaram a surgir os super resorts à beira mar, fazendo com que a cidade praticamente ressurgisse das cinzas e voltasse a entrar num período de prosperidade e grande movimentação turística. Ao lado, o histórico farol Abercom Lighthouse.

 

Ao lado uma imagem do Outlet Mall de Atlantic City. Apesar do nome, não se trata de um outlet ao estilo tradicional daqueles de beira de estrada, onde produtos são comprados com preços bem mais baixos e com isenção de impostos. O Atlantic City Outlet é formado por dezenas de lojas de rua, de roupas e calçados, mas os preços são igualmente convidativos. Reebok, Nike, Gap, Tommy Hilfiger e dezenas de outras marcas famosas costumam ter boas ofertas para turistas. Já quem prefere shoppings tradicionais podem ir direto ao Hamilton Mall, (4403 Black Horse Pike, May Landings) que tem de tudo. Quase ao seu lado, encontra-se um ótimo pólo comercial, com lojas da Target, Kohl's e outras.

 

Ao lado vista interna de um dos ambientes do cassino Caesar's, um dos mais famosos de Atlantic City. Mesmo quem não gosta de jogos ou não sabe jogar não pode deixar de conhecer estes locais. Vá até o salão principal, onde estão as centenas de caça-níqueis (as conhecidas slot machines), escolha aquela bem baratinha (existem algumas onde você pode apostar somente um centavo) e divirta-se durante muito tempo. Em nossa última tentativa nós apostamos 5 dólares, tentamos a sorte em várias máquinas (todas de um centavo, claro), curtimos o ambiente durante mais de uma hora e ainda saímos com um lucro de 2 dólares! Aproveite para almoçar ou jantar nos cassinos. Quase todos tem restaurantes oferecendo bufês por preço fixo. O bufê do Trump Plaza é ótimo e o do Harrah's é inacreditável.

Vídeo: Boardwalk

Quem não quer gastar muito e prefere restaurantes mais acessíveis ou quer escolher algumas lembranças para amigos e parentes estará bem servido no Boardwalk, o calçadão de Atlantic City. Ao longo de seus quatro quilômetros estão diversas lojinhas vendendo topo tipo de souvernirs, além das massas do Sbarro, as rosquinhas do Dunkin Donuts e os sanduíches do Burger King, além de restaurantes de Seafood e Fried Chicken. E experimente o meio de transporte turístico oficial do calçadão, as famosas "wicker rolling chairs" um tipo de riquixá à moda local. Ao lado, uma das pizzarias do boardwalk, de frente para o mar.

O Boardwalk de Atlantic City atualmente tem vinte metros de largura e cerca de quatro quilômetros de comprimento. É constituído por uma estrutura metálica sobre a areia, revestida com placas de madeira. Diversas versões deste boardwalk foram construídas e substituídas ao longo dos anos, sendo que uma delas foi completamente destruída em 1889, quando a cidade foi atingida por um furacão e inundada pelas águas do Atlântico. Leis locais estabelecem que construções somente podem ser erguidas no lado do calçadão oposto ao mar, sendo que do outro lado, somente piers podem ser erguidos.

É claro que em Atlantic City também tem Mc Donald's, com a diferença que o daqui foi construído no formato de um gigantesco saco de batatas fritas. Depois do lanche, se você estiver interessado em conhecer um pouco mais sobre a história da cidade, visite o Atlantic City Historical Museum, situado na Garden Pier. O museu tem em seu acervo uma grande coleção de curiosidades, fotos antigas, itens de época e itens relacionadas ao passado da cidade. Prefere ver um show brega-chique ao estilo Las Vegas? Então vá ao Casino Showboat, que apresenta diariamente um desfile de fantasias, artistas e acrobatas ao som de música inspirada nos ritmos de New Orleans e - segundo eles mesmo dizem - no carnaval carioca! Os desfiles acontecem duas vezes por dia, duram 40 minutos e são grátis.

 

Ao lado uma imagem da Pacific Avenue, feita a partir da passarela do Cassino Harrah's. Mas Atlantic City não é somente jogo, e quem procurar coisas diferentes com certeza não vai se decepcionar. Conheça, por exemplo, uma daquelas deliciosas esquisitices americanas visitando Lucy, the Elephant. Esta gigantesca estátua de uma elefanta, com 20 metros de altura foi construída em 1881, e tornou-se um símbolo da pequena Margate, a pouca distância daqui. O local já funcionou como residência e restaurante, mas atualmente é uma curiosa atração turística, onde os visitantes podem subir pelo interior da elefanta até o topo, através de uma escada em espiral, de onde se tem uma bela visão do mar.

Ou se preferir visite Historic Cold Spring Village, situada em Cape May. Visitantes encontram, entre restaurados prédios históricos e parques bem tratados, uma comunidade dedicada ao resgate dos mesmos valores de seus antepassados, com oficina de artesanato ao estilo dos séculos 18 e 19, pratos típicos e eventos diversos, conforme a época do ano.

Tudo bem, você não quer saber de elefantas gigantes nem de vilas do século 18, e seu negócio é mesmo se divertir nos cassinos de Atlantic City. Bem, você não está sozinho, pois este é objetivo principal da maioria dos turistas que vem para cá. Entre os melhores cassinos da cidade estão o Trump Taj Mahal (de propriedade do bilionário Donald Trump), o Ceasar Atlantic, Tropicana e o Bally's, todos de frente para o mar. Um pouco mais afastados, numa parte nova da cidade situam-se os luxuosíssimos Trump Marina e Harrah's. Mesmo que você não se hospede em algum deles (nós preferimos ficar num Days Inn, com diárias bem mais amigáveis) não deixe de percorrê-los com calma e conhecer suas atrações. Todos tem arquiteturas ousadas, decorações nababescas, muitas luzes, shows ótimos, bufês memoráveis, eventos diversos, salões de jogos imensos, e uma inconfundível mistura de diversão e breguice combinadas, bem ao conhecido estilo americano.

Vídeo: Salão de jogo do Bally's Casino.

Fazendo contraponto às luzes ofuscantes e ao luxo nababesco dos cassinos, encontramos ainda pela cidade diversas residências como a da foto ao lado, que parecem resistir bravamente à "lasvegaslização"de Atlantic City. Não chegamos a ver quem morava nesta casa, mas não ficaríamos nem um pouco surpresos se de sua porta tivesse saído uma velhinha de 95 anos e seus onze gatos.

Paralela à Boardwalk e à Pacific Avenue, onde situam-se os grandes cassinos, corre a Atlantic Avenue, a principal via da cidade. É interessante percorrer esta rua de um extremo a outro, e observar a diferença entre os prédios e estilos arquitetônicos da área central, onde estão os cassinos, e as áreas mais afastadas, que não tem nada de glamour. Quem quiser garimpar neste lado menos néon da cidade vai encontrar coisas muito interessantes, desde lojas de um dólar a restaurantes baratinhos freqüentados por antigos moradores da cidade a Liquors Stores (curiosamente, numa cidade onde jogo e outros prazeres são tão acessíveis, a venda de bebidas alcoólicas é rigidamente controlada e quem quiser uma cerveja ou vinho deve procurá-las numa Liquor Store, onde menores tem entrada controlada).

Apesar de ser um lugar ligado ao jogo, e conseqüentemente ao dinheiro, não sentimos qualquer problema de segurança em Atlantic City, pelo contrário. carros de polícia estão em toda parte, percorrendo as avenidas, ruas e até mesmo o calçadão de madeira. Mesmo nas áreas mais humildes da cidade caminhávamos tranquilos.

 

A melhor vista da cidade à noite, ideal para fotos incríveis, é a partir da Wellington Avenue, como descobrimos indo até o supermercado Pathmark, o maior da cidade. Ou então, se você quiser ficar por perto mesmo, ótimas fotos também podem ser feitas a partir de um de seus piers, onde se pode apreciar os grandes hotéis e cassinos alinhados frente ao mar. Aliás, a única coisa que não fizemos em Atlantic City foi cair na água, mas afinal, para quem vem do Brasil não é fácil se deixar empolgar por qualquer praia, não é mesmo? Fora isto, Atlantic City é um lugar interessante pelos contrastes que exibe, entre os Estados Unidos ricos e a parcela do país que vive à margem da opulência. Com certeza merece ser visitada, se você estiver passeando por este lado do país.