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Muita gente que viaja entre Brasil e Argentina e olha pela janelinha do avião se pergunta, ao sobrevoar os verdes pampas uruguaios, se não teria valido a pena fazer uma escala lá embaixo e aproveitar a viagem para conhecer também nosso vizinho mais próximo. Diversas vezes nos encontramos nesta situação e nos fizemos a mesma pergunta, mas o avião, indiferente e veloz, seguia sempre em frente, rumo à outra margem do Rio da Prata. 

Um dia finalmente a curiosidade foi mais forte e concluímos que não seria possível apenas sobrevoarmos mais uma vez o Uruguai, não dava mais para adiar. Desta vez nós tínhamos que ir e permanecer por algum tempo lá, e o que constatamos foi o que praticamente todo mundo já sabia: O Uruguai, geograficamente espremido entre dois países gigantes, acabou meio que em segundo plano em termos turísticos, e nada poderia ser mais injusto.

Montevidéu em particular, talvez por ser menos procurada que seus vizinhos gigantes, ainda consegue evitar problemas comuns em cidades maiores e apresenta bons índices de segurança e padrão de vida, aliados a um trânsito civilizado e um povo educado, que além de tudo demonstra uma nítida simpatia pelos brasileiros.

   
Vídeo: Aterrissagem em Montevidéo

Montevidéu parece um mix no ponto certo de cidade pequena e todas suas coisas gostosas, com uma cidade grande e todas suas opções. Nem mais nem menos. Um pouquinho mais pra cá ou pra lá e já estragava a receita. São prédios de bela arquitetura, comércio onde se encontra de tudo (com impostos baixos e preços acessíveis), ótimos restaurantes, bares e cafés para se jogar conversa fora por horas, diversas atrações turísticas, arte, história, cultura, música, shoppings excelentes, praias bonitas e os melhores churrascos do planeta. Além do que tudo é perto e de fácil acesso. 

Na imagem acima vê-se o Palácio Salvo, prédio mais emblemático de Montevidéu, inaugurado em 1925 frente à Plaza Independencia, e ao lado construções do bairro histórico conhecido como Ciudad Vieja.

 

Se você olhar o mapa de Montevidéu vai ver que o centro da cidade situa-se numa ponta à esquerda do mapa. Esta é a região onde situa-se o centro histórico, a praça Independência (principal da cidade), o Mercado del Puerto, e a principais atrações culturais e artísticas. À leste do mapa situa-se a parte moderna, com os shoppings, prédios residenciais de linhas arrojadas e as belas praias, como a badalada Pocitos, que nos fez lembrar Copacabana ou Boa Viagem.

A decisão de qual parte da cidade escolher para se hospedar depende de suas preferências pessoais e do que pretende fazer. Nós preferimos nos hospedar próximo ao centro histórico, e ficamos muitos satisfeitos com o nosso hotel, um Hollyday Inn por fora necessitados de reformas, mas que por dentro oferecia conforto e diversas conveniências. E se você chegar de avião, saiba que ele fica a 18 km do centro (bem distante para os padrões locais), e é servido por ônibus, táxis normais (de cor amarela, cobram pela bandeirada) e remises (táxi especiais, com preço fixo). O trajeto até a cidade segue pelo litoral, e já serve como primeiro city tour.

 

Após deixarmos as coisas no hotel não perdemos tempo e fomos direto ao que é considerado como a Jóia da Coroa local: A Ciudad Vieja (imagem ao lado) ou cidade velha, o centro histórico de Montevidéu. Partindo da Plaza Independencia e seguindo sob os arcos do Puerta de La Ciudadela, chega-se a esta região, que ocupa uma área aproximada de um quilômetro quadrado e pode ser facilmente percorrida a pé. Siga pela rua Cerrito até seu fim, depois pegue uma das ruas perpendiculares, como a Solis ou a Colon, e depois volte pela 25 de Maio. Por aqui você vai encontrar lojinhas, padarias, bares, carnicerias, mercadinhos, residências etc, fornecendo um mosaico colorido e fascinante da cidade. Aos poucos a Ciudad Vieja está sendo restaurada, mas os trabalhos prosseguem em ritmo lento, e ao longo de uma caminhada de duas horas alternam-se prédios renascidos do passado com outros abandonados, esperando sua vez de voltarem à vida.

 

Ao chegar na hora do almoço um lugar em Montevidéu é unanimidade, o Mercado del Puerto. Situado junto à Ciudad Vieja e frente ao porto, este antigo mercado é uma festa para os olhos e sentidos. Lojas, curiosidade e especialmente muitos restaurantes, onde se pode optar por sentar no balcão ou em mesas. Quase sempre, turistas são recebidos com uma taça de Medio y Medio, mistura de vinho branco seco e espumante, produzido desde 1886 pela Casa Roldós, e muito famoso em todo Uruguai. Depois de alguns goles refrescantes, começa o papo gostoso com o garçom e quando nos damos conta já estamos à vontade, olhando o menu. E aqui é que entra a parte principal da história: Que nos desculpem os hermanos argentinos, mas a carne uruguaia é a melhor do mundo! E para quem aprecia um bom churrasco (ou seja, quase todo mundo) o Marcado del Puerto é o portal do paraíso. E nossa sugestão de restaurante no mercado é a Chacra del Puerto

Quer algumas sugestões de menu no Mercado del Puerto? Experimente o Bife de Chorizo (contrafilé, é de comer rezando, enquanto o suco da carne invade sua boca), Bife de Lomo (filé mignon, impecável), Asado de Tira, Vacío e por aí vai. Já a tradicional Parrijada é um prato para profissionais e esfomeados, pois inclui um mix de partes nobres e vísceras do boi, e é muito farto. Uma Parrijada para três pode alimentar com folga meia dúzia de pessoas.

Não deixe de pedir um bom vinho para acompanhar, pois o Uruguai produz vinhos excelentes. E de sobremesa, fuja um pouquinho do tradicional Dulce de Leche ou Alfajores (ótimos, é verdade, mas que podem ser encontrados com facilidade em toda parte) e peça um Almendrado com Chocolate Caliente.

O único problema da carne uruguaia é que ela deixa você mal acostumado. Depois de comer um churrasco por aqui, qualquer outro churrasco em qualquer outro lugar do mundo será sempre algo decepcionante. 

Vídeo: Mercado del Puerto

Não deixe de visitar os belos prédios da Biblioteca Nacional e da Universidad de la República. Praças também são muitas e se encontram diversas pela cidade. Caminhando pelas também se vêem inúmeros camelôs, vendendo desde as tradicionais quinquilharias chinesas até produtos locais e comidinhas típicas, como o Chivito (sanduíche de carne, queijo, presunto, tomate, alface, com algumas variações) e Garra Pinhada (amendoim torrado açucarado).

Mas a delícia local, unanimidade entre os locais e turistas, continua sendo o Alfajor (pequeno bolinho com grande diversidade de coberturas e recheios, sendo o mais comum o de doce de leite). Nosso preferido era o Alfajor Negro, com cobertura e recheio de chocolate. O melhor lugar para encontrá-los é no supermercado Tata, que tem diversas variedades a bons preços. 

Ao lado, imagem da Plaza Independencia na hora do almoço, quando os bancos de madeira e bases dos monumentos costumam estar ocupados por funcionários de empresas locais aproveitando o calor do sol (apesar do sol e céu azul, a temperatura média era de 14 graus nesta época), e também estudantes e desocupados.

O ponto mais elevado da cidade (132 metros) e de onde se tem uma bela vista da cidade é o Cerro de Montevideo, onde durante o período de colonização, foi erguida o Forte de San Miguel, destinado a proteger a entrada do Rio da Prata. Atualmente conhecido como Fortaleza General Artigas, o local abriga um museu. No alto do morro também há um farol. Do alto do Cerro destaca-se a bela vista da Rambla de Montevideo, como é conhecida a longa avenida que envolve a cidade, no trecho frente ao Rio da Prata.

Ao longo desta Rambla estão diversos prédios residenciais de luxo, hotéis e restaurantes. Um passeio de carro pela Rambla vai percorrer uma sucessão de praias, sendo as mais conhecidas Pocitos, Mergulho e Ramirez. Chegamos lá num domingo de sol com temperatura em torno de 33 graus e todas estavam lotadas.

Ao lado o chafariz situado no centro da Praça Matriz, no coração da cidade. Esta é uma área movimentada, situada em frente à Igreja Matriz (que não pode deixar de ser visitada), e mais além o calçadão da rua Sarandi, com seus cafés, Mc Donalds, vendedores de rua oferecendo peças de artesanato, sede de diversas empresas e prédios governamentais, formando uma área pulsante dinâmica e muito animada. Em frente a este chafariz encontramos um turista da Ucrânia, que pediu para fazermos uma foto dela.

Montevidéu é uma cidade segura e que transmite a sensação desta segurança. Tudo bem, não é o paraíso, mas neste aspecto ainda é muito melhor que tantas outras cidades conhecidas nossas. Graças a estas características e ao tamanho reduzido do país, algumas pessoas se referem ao Uruguai como a Suíça da America do Sul.

 

O meio da tarde é a hora certa para uma pausa na caminhada. Que tal então um Cortado com uma Media Luna ou quem sabe com um Alfajoz? Pequenos e agradáveis cafés como o da imagem ao lado (Cafe Central, situado na Av 18 de Julio), são o lugar ideal para uma bebida quente, um papo agradável sem pressa para desocupar a mesa. Depois, ao cair da noite, Montevidéu tem atrações e ritmos diversos, mas é impossível por aqui não lembrar do tango, afinal de contas o mais conhecido mundialmente - La Cumparcita - foi composto pelo uruguaio Matos Rodríguez. Merecidamente a casa onde ele morou é hoje um dos endereços mais lembrados para ouvir música, abrigando a tangueria Casa de Becho (New York 1415 esquina com Yaguarón). Muito popular também é o Bar Fun Fun (Ciudadela 1229).

Ainda sobre La Cumparcita, este tango é considerado um patrimônio cultural uruguaio, quase um segundo hino nacional. Foi composto por volta de 1915, quando Matos Rodriguez tinha 20 anos, dedicado a uma paixão de sua juventude. Inicialmente era apresentado somente na forma instrumental, sem letra, mas na época música instrumental não fazia muito sucesso e a música permaneceu ignorada.

No entanto a melodia era bonita e envolvente e diversos outros compositores decidiram compor letras para ela. Surgiram então várias versões e em algum tempo La Cumparcita já era bastante tocada, tornando-se cada vez mais conhecida.

Na Europa, Matos Rodriguez tomou conhecimento do sucesso da Cumparcita e tratou de acabar com a festa em cima de sua musica. Tomou providências legais para que a letra de sua autoria fosse a única oficialmente autorizada para apresentações e gravações, sendo que a primeira gravação com letra original foi feita por Roberto Diaz, em 1926.

Daí em diante, o sucesso foi absoluto e La Cumparcita ganhou o mundo, tornando-se o tango mais famoso e difundido de todos os tempos. Se a letra é trágica, a história da música também é, pois envolveria diversas partes em brigas judiciais em torno de direitos autorais, prejuízos e sofrimentos diversos, ou seja, um tango completo, de corpo e alma.

No fim desta página está transcrita a letra original de La Cumparcita, composta por Mato Rodriguez.

Ao lado imagem da Puerta de La Ciudadela, a única parte que restou da fortaleza que protegia Montevidéu. Desde o período colonial esta fortaleza permaneceu como a mais importante construção militar do país. Sua construção teve início em 1742 e durou mais de 40 anos até estar concluída. O conjunto era formado por grossas muralhas pontilhadas por quatro torres de seis metros de altura. Além das muralhas, um fosso com quinze metros de largura fazia o contorno da cidadela, tornando-a praticamente inexpugnável. Infelizmente este tesouro histórico foi quase totalmente demolido no século 19 para permitir a construção, no mesmo local, da Plaza de La Independencia e o Monumento a Artigas. A única parte que restou foi o arco de uma das antigas portas, reforçada por uma estrutura moderna, que acabou lhe descaracterizando bastante.

 

Ao lado, rua de pedestres da Ciudad Vieja, próximo à Puerta de la Ciudadela. Uma caminhada turística pelos endereços mais conhecidos da cidade deve incluir o prestigiado Museo Blanes, com obras Juan Blanes e diversos outros artistas uruguaios. Não perca o Museo Histórico Nacional, constituído por um conjunto de construções históricas, o Palacio Taranco, antiga residência do comerciante Ortiz de Tarranco, repleta de preciosidades e requintes arquitetônicos.

Também a Casa de Rivera é imperdível (pertenceu a Fructuoso Rivera, primeiro presidente do Uruguai), e traça um perfil de sua vida e história política. E se tiver um tempo extra, vá também até a Casa de Lavalleja (um dos responsáveis pela independência uruguaia), e que se tornaria um dos grandes heróis nacionais.

Pelo caminho, quando der fome aproveite para pedir um Chivito (sanduíche típico), ou quem sabe um Choripán (tipo de cachorro quente caprichado), ou ainda um Pancho (outro tipo de sanduíche). E não estranhe quando ver todo mundo passando pelas ruas com cuias de chimarrão e garrafas de água quente embaixo do braço. Não, você não está no Rio Grande do Sul. É que aqui o Mate ou Yerba Mate é uma bebida muito popular, consumida a toda hora em quase todos lugares.

Além do Punta Carretas, a cidade tem os bons Shopping Montevideo e Shopping Tres Cruces, este último funcionando também como terminal rodoviário.

O Monumento La Carreta, situado no parque Battle Y Ordoñes, homenageia os primeiros colonizadores destas terras, que em veículos como este desbravaram os pampas uruguaios. A obra de Jose Belloni, de tão realista e dramática, parece ter congelado no tempo uma verdadeira carroça, e tornou-se um dos mais conhecidos monumentos de Montevidéu. Este parque de 60 hectares é considerado o pulmão da cidade, e abriga também o famoso estádio de futebol Centenário. Depois de visitar o parque sugerimos pegar um táxi (são bem baratos por lá) e seguir toda vida pela av Gal. Artigas na direção da praia até o antigo presídio de Montevidéu, do qual restou somente uma muralha, e que agora abriga um dos melhores shoppings da cidade, o Punta Carretas. E ao final das comprinhas saia pela porta oposta à que entrou e estará de frente a uma agradável área verde (parque Punta Carretas) em frente ao local onde as águas do Rio de Prata encontram o Oceano.

Fotos em alta resolução de Montevidéu.

A Av. 18 de Julio é a principal artéria da cidade, correndo no sentido leste-oeste e ligando o centro, numa das extremidades até o obelisco que marca uma das entradas do parque Battle Y Ordoñes. Esta é uma rua que vale a pena ser percorrida a pé, de um extremo a outro. Nossa sugestão é começar a caminhada pelo lado de lá, a partir da rua, digamos, Joaquin Requena e ir descendo em direção ao centro. No início da caminhada você vai perceber que esta é uma região mais popular, com lojinhas pequenas e humildes, prédios antigos e mal conservados e comércio que de turístico não tem nada. Mas também é um retrato fiel da cidade, e quem quer conhecer um lugar a fundo não pode limitar-se somente ao que consta nos guias turísticos.

O que nos chamou primeiro a atenção foi a imensa quantidade de lojas de calçados, com uma variedade incrível. À medida que nos aproximamos do centro o comércio assume uma melhor aparência, aparecem as grandes lojas, cassinos (sim existem cassinos em Montevidéu, onde o jogo corre solto), supermercados (a rede Tata é ótima e tem de tudo), dezenas de bares informais e cafés simpáticos (uruguaios adoram se reunir em cafés para botar os assuntos em dia) e mais sapatarias. Encontramos também muitos produtos importados, cotados em dólar (a moeda é oficialmente aceita no país), com preços muito tentadores, o que pode ser explicado devido aos impostos baixos, se comparados aos praticados no Brasil. Uma loja oficial da Nikon, por exemplo, oferecia equipamentos diversos com custos a menos da metade dos encontrados no Brasil.

Vídeo: Avenida 18 de Julio

O Teatro Solis, ao lado, é o principal espaço cultural de Montevidéu. A idéia de construir-se um espaço teatral surgiu em 1840, tendo o projeto sido confiado ao arquiteto Carlos Zucchi. Dezesseis anos depois, no dia 25 de agosto, era inaugurado o teatro, com a apresentação da ópera Ernani, de Verdi. O interior do teatro está aberto à visitação pública em certos dias da semana até as 16 horas. Quanto estivemos lá não sabíamos disso, e chegamos após o horário de fechamento. A moça, num português perfeito, nos disse que poderíamos voltar no dia seguinte, mas infelizmente aquele era nosso último dia em Montevidéu. Bastante decepcionados, tanto nós quanto a recepcionista, limitamos nossa visita ao térreo e à exposição do subsolo, mas não tivemos acesso à platéia.

Já estávamos indo embora quando ela veio até nós e disse, baixinho, que se quiséssemos ela nos acompanharia numa visita rápida à platéia. É claro que aceitamos o convite na mesma hora, e por 15 minutos ela nos acompanhou nesta visita particular, permitindo que apreciássemos as belezas do teatro, o que teríamos perdido não fosse sua boa vontade. Entre outras coisas ela nos disse que falava bem português porque tinha nascido e morado muito tempo em Rivera, cidade gêmea de Livramento (R G Sul), onde a fronteira entre os dois países é uma rua do centro e todo mundo fala as duas línguas. Disse que adorava o Brasil, sentia saudades das novelas da Globo e que não podia deixar dois brasileiros irem embora sem conhecer seu teatro. Sinceramente, dá para não amar os uruguaios?

Vai chegar ou partir de avião? Veja o site do aeroporto Internacional de Montevideo: Aeropuerto de Carrasco

Província Cisplatina e Banda Oriental foram os nomes dados a esta região antes de ser conhecida como Uruguai. Devido à sua posição geográfica, junto à entrada do estuário do Rio da Prata, estas terras tiveram importância estratégica para Portugal e Espanha e mais tarde Brasil e Argentina. Ao longo dos anos foram invadidas pelos dois lados, o que acabou levando Brasil e Argentina a um conflito armado, em 1825.

Após dois anos difíceis, com tropas mal armadas e preparadas, escaramuças, tentativas de bloqueios navais, gastos elevados, impasses e dificuldades diversas, Brasil e Argentina viram que uma vitória estava cada vez mais distante e começaram a considerar a hipótese de uma partilha da Província Cisplatina. Neste cenário a figura do uruguaio Jose Artigas foi fundamental, organizando grupos que, agindo no sistema de guerrilhas, passaram a atacar as tropas das duas potências, ao mesmo tempo em que organizava pressões diplomáticas para evitar que suas terras fossem divididas e insuflava entre os seus o sentimento de independência.

Em 1828 Brasil e Argentina, pressionados por potências européias e consumidos por uma guerra sem fim, aceitaram assinar um acordo de paz e renunciar em definitivo às pretensões territoriais sobre a Província Cisplatina. Surgia então um novo país, sob o nome de República Oriental do Uruguai.

Ao imagem acima mostra, em frente ao Palácio Salvo, o monumento com a estátua eqüestre de Jose Artigas, político, militar e estadista, peça fundamental da independência uruguaia. Ao lado do monumento, rampas conduzem ao subsolo, onde são mantidos os restos mortais do maior herói nacional. Até hoje ele é lembrado como o Fundador da Nacionalidade Uruguaia.

Vídeo: Memorial de Artigas

Quem desejar sair do circuito central e conhecer a cidade mais a fundo sugerimos bairros de Carrasco (onde situa-se o aeroporto internacional, e que apesar do nome sombrio é um balneário muito light, com belíssimas residências, piscinas cinematográficas e praias de areias brancas, Malvín, uma região colorida e pitoresca, e também Palermo, onde Candombe e Llamadas são nomes muito lembrados, pois aqui se estabeleceram as antigas moradias dos imigrantes africanos.

Muita gente faz a ligação entre Montevidéu e Buenos Aires via fluvial pelo Buquebus. Esta empresa oferece ligação entre o Uruguai (cidades de Montevidéu e Colônia) e Buenos Aires. Pode-se ir de ônibus até Colonia e de lá pegar o barco até Buenos Aires, ou então atravessar direto entre as duas capitais. Fizemos este trajeto ao partir e recomendamos o serviço. As embarcações são modernas e confortáveis e dispõem de bar e duty free a bordo. Mas a bordo não são aceitos pesos uruguaios nem cartões de crédito. Somente pesos argentinos e dólares. Bilhetes podem ser comprados pelo site ou no próprio local de embarque, o terminal Buquebus, situado no porto, quase em frente ao Mercado del Puerto. Mais detalhes no site da empresa: Buquebus.

Veja um vídeo que gravamos no Buquebus, travessia para Buenos Aires

O bairro mais cênico de Montevidéu é sem dúvida Pocitos, e sua praia que tanto lembra Copacabana (na foto abaixo). Ao longo da Rambla de Pocitos - a avenida litorânea - encontram-se muitos restaurantes, pizzarias e bares, e este é um daqueles locais que merecem longas caminhadas ao nascer e ao por do sol, de preferência em boa companhia.

Ao terminarmos nossa visita ao Uruguai podemos dizer que agora, quando viajarmos de novo para o sul do continente, olharmos para baixo pela janelinha do avião e enxergarmos Montevidéu não vamos mais nos sentir culpados como antes, afinal de contas já conhecemos a cidade, suas atrações e sua gente tão simpática, certo?

Errado. A verdade é que não pretendemos nunca mais viajar para o sul do continente e ver Montevidéu somente pela janelinha do avião. Da próxima vez que formos visitar nossos hermanos do sul vamos começar a viagem por aqui mesmo. Uma vez foi pouco. Ainda ficou faltando conhecer muitas coisas deste país pequeno, mas tão especial.

 

A música desta página é La Cumparcita, de autoria do uruguaio Mattos Rodrigues. Para interromper sua execução clique em X (parar).

La Cumparsa
de miserias sin fin
desfila,
en torno de aquel ser
enfermo,
que pronto ha de morir
de pena.
Por eso es que en su lecho
solloza acongojado,
recordando el pasado
que lo hace padecer.

Abandonó a su viejita.
Que quedó desamparada.
Y loco de pasión,
ciego de amor,
corrió
tras de su amada,
que era linda, era hechicera,
de lujuria era una flor,
que burló su querer
hasta que se cansó
y por otro lo dejó.


Brasão do Uruguai