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Na costa oeste do Canadá, entre montanhas e lagos, há uma pérola de cidade que dificilmente deixa de agradar ao mais exigente turista. Maior cidade deste lado do país, ela parece ser aquele lugar em que todos gostaríamos de viver: Limpa, calma, segura, agradável e bonita: Vancouver, a principal cidade da da provîncia de British Columbia.

   

Bem, é preciso ressaltar que a temperatura média anual de Vancouver não é muito animadora para quem vem de um país tropical, mas afinal, esperar que a cidade tivesse temperaturas agradáveis durante todo o ano seria esperar demais de um lugar que tem tantas coisas boas. Percebemos isso logo que cruzamos a fronteira entre Estados Unidos e Canadá, na estrada 99. O tempo que já estava frio, tornou-se gelado, e o vento, já forte, começou a insistir em nos levar para onde não queríamos. E a moça do posto de gasolina onde paramos para comprar um mapa, com um sorriso no rosto ao saber que éramos brasileiros, ainda dizia que aquilo não era nada comparado ao inverno que se aproximava. A avenida mostrada na imagem ao lado é uma das principais vias que conduzem ao coração da cidade, por onde passávamos quase todos os dias.

 

Optamos por nos hospedar mais afastados do centro porque encontramos um Days Inn, novinho, com ótimas instalações e preço promocional, num subúrbio ao sul da cidade. Todo dia pegávamos nosso carro, atravessávamos o belo subúrbio de Oakridge  e percorríamos uns vinte minutos de ruas e avenidas até chegar à região central, onde deixávamos o carro estacionado e saímos a caminhar. Ao contrário de representar incômodo, ficar hospedado fora do centrão nos permite conhecer os arredores e subúrbios da cidade, e sentir melhor como ela é na verdade.

E que nos desculpem os vizinhos americanos, mas mesmo estando pouca coisa ao norte da fronteira com os Estados Unidos a diferença entre os dois lados da fronteira é muito grande, e favorável aos canadenses. Por aqui se vê gente caminhando pelas calçadas, ruas decoradas com flores e um ritmo diferente em todos, que nos faz perceber que esta é uma cidade construída não para automóveis, mas sim para pessoas.

 

Além de conhecer o centro e principais atrações, temos por habito percorrer também as regiões fora dos roteiros turísticos, porque geralmente nelas é onde está a verdadeira essência de cada lugar. A foto ao lado é de uma área residencial situada no subúrbio de Oakridge, situada ao sul do centro. Nada mau para casas populares não? A região de residências nobres fica a oeste do centro, nos bairros de Point Gray e adjacências. Em nenhum momento vimos, em lugar algum da cidade, mendigos, crianças abandonadas, ou imagens de violência ou insegurança de qualquer tipo. A sensação de tranqüilidade e paz parece estar presente em todos os lugares da cidade.

 

O coração de Vancouver está situado num tipo de península, entre as águas do False Creek e Burrard Inlet, sendo que as avenidas principais Seymour St e Howe St correm de um extremo ao outro, repletas de lojas, restaurantes, estacionamentos, bares, cinemas e muita gente pelas calçadas. Quem estiver interessado numa visão geral da cidade antes de passear por conta própria pode embarcar num destes simpáticos ônibus de dois andares. Por uma taxa fixa você pode descer em qualquer uma da paradas, visitar o local que quiser, e depois embarcar no próximo da linha e seguir seu roteiro. O ponto de partida fica junto ao Canada Place, bem em frente ao terminal marítimo.

 

Ao lado, imagem clicada no trecho da cidade conhecido como Canada Place. Esta área concentra diversas atrações, como um cinema IMAX com tela de cinco andares, hotéis, restaurantes, centro de informações turísticas e hotel (caro, não recomendamos). A pouca distância está situada Gastown - considerada o local de nascimento de Vancouver - um local muito agradável, onde predominam prédios de arquitetura antiga, mas muito bem conservada, pequenos bares e lojinhas simpáticas. O tipo do lugar gostoso para uma caminhada sem destino certo. Seguindo depois o passeio em direção leste, chega-se a Chinatown, onde o destaque é o jardim chinês Sun Yat-Sen. Embora jardins chineses estejam presentes em diversas cidades da costa - haja vista a maciça imigração oriental em toda costa leste do Canadá e Estados Unidos - o de Vancouver é especialmente bonito e merece ser visitado.

 

Esta bela vista da ponte Lions Gate foi feita de um mirante de Stanley Park. Para nossa surpresa, todos os estacionamentos deste espaçoso parque são pagos, coisa que até os turistas americanos estranhavam. O Stanley Park é a principal área verde da cidade, e tem diversos recantos belíssimos, áreas de lazer, aquário, jardins floridos, marinas e totens indígenas, entre outras atrações. É o lugar certo para uma caminhada relaxante ou um piquenique num dia de verão. No dia seguinte atravessamos esse parque e seguimos em frente, pegando a ponte para conhecer North Vancouver, onde estão algumas atrações imperdíveis, como Grouse Mountain. Clique sobre a foto ao lado para vê-la em alta definição.

 

Ainda em North Vancouver, outro ponto que não pode ser esquecido é Capilano Suspension Bridge. Este parque tem muitas coisas interessantes para serem vistas, como por exemplo, o parque de totens (ao lado). A tradição da confecção de totens esculpidos em madeira surgiu entre as antigas civilizações que habitavam a costa oeste do Canadá. Os antigos artesãos esculpiam figuras representando peixes, aves, criaturas sobrenaturais, sempre colocando uma sobre a outra. Os totens tinham como função homenagear pessoas, relembrar eventos, comemorar datas importantes, demarcar sepulcros ou simplesmente exercer funções decorativas. Até hoje estes Totens Poles podem ser encontrados em centenas de localidades do Canadá e permanecem um atrativo irresistível para fotos com turistas.

Situada a apenas 20 minutos de carro, Grouse Mountain é um lugar super concorrido durante o inverno, graças à sua pista de esqui e a toda infra-estrutura para esportes de neve. Mas mesmo sem neve é um lugar muito bonito, situado entre as montanhas, onde se pode sentir a natureza de perto, percorrer suas trilhas, e ver de perto animais selvagens característicos desta região. Uma das coisas mais emocionantes na visita a Grouse Mountain é justamente o acesso ao topo da montanha, a bordo de um teleférico que parece ir raspando o topo das escarpas.

Mas a principal atração de Capilano Suspension Bridge é, evidentemente, a Ponte Suspensa Capilano (ao lado). Construída em 1889 ela já teve diversas versões, sendo que a de hoje em dia é a quarta versão. A ponte Capilano atravessa o espaço a 75 metros de altura (equivalente a um prédio de 25 andares) e tem 150 metros de extensão, o que lhe confere o título de mais longa ponte suspensa do mundo para pedestres. A ponte divide o parque ao meio, e enquanto do lado de cá estão situadas a entrada, restaurante, parque dos totens e loja, do lado de lá estão lagos, recantos naturais e um interessante passeio em passarelas suspensas, apoiadas no tronco das árvores.

Este trecho, batizado de Living Forest, permite aos visitantes interagir com o natureza sem comprometer as seculares árvores. Entre estas se destaca Big Doug, com 350 anos de idade e 60 metros de altura. De acordo com as informações dadas pelos guias locais, estima-se que Big Doug continuará crescendo até o século 27!

 

De volta a Vancouver não esqueça de visitar Cathedral Square, um agradável parque situado no centro da cidade, e também a Cathedral of Our Lady of the Holy Rosary, igreja em estilo gótico famosa pelos vitrais e pelos gigantescos sinos. Visite também Robson Street, o badalado corredor comercial da cidade, onde estão situadas as grandes lojas de departamento. Por outro lado, se preferir barganhas vá até o trecho norte da Howe Street, onde encontram-se algumas lojinhas tipo tudo por um dólar. No deixe de visitar o centro comercial Granville Mall, situado entre as ruas Howe e Seymour. Lá estão lojas de departamento, pequenas butiques, fast food etc.  Ao lado, painel de propaganda de emissora local de TV em ponto de ônibus do centro de Vancouver.

 

Uma caminhada pelo centro de Vancouver revela uma eclética mistura de prédios clássicos e modernos. Entre os clássicos destaca-se o Hotel Europe, praticamente um dos símbolos da cidade. Construído em 1908, ele foi durante décadas considerado o melhor hotel de Vancouver. Atualmente tem a burocrática função de abrigar escritórios governamentais, mas ainda conserva a elegância do estilo italiano. Outro prédio que merece uma foto é o imponente Fairmont Hotel Vancouver, que mais lembra um chateau medieval. Depois caminhe até o Public Market, o mercado público de Vancouver, onde estão produtos diversos desta região, frutas, peixes e conservas, onde é inevitável sentir aquela vontade de provar um pouquinho de cada coisa. E não esqueça de conhecer também Granville Island, considerada o coração cultural da cidade, onde estão teatros, galerias, artistas e bares.

Em alguns bairros de Vancouver, tivemos a impressão de estar passeando em alguma típica cidade oriental. Lojas, mercados, placas, cartazes, tudo estava escrito naqueles típicos caracteres orientais e só víamos pessoas com olhos amendoados pelas ruas. A avenida 3rd, próxima ao aeroporto, é um destes lugares, e serve como exemplo da forte presença oriental nesta parte do Canadá. 

 

Quem aprecia atrações cientificas vai adorar também o Pacific Space Centre. Este moderno complexo dispõe de planetário, observatório astronômico, e exibições interativas simulando um passeio pelo espaço. Especialmente interessante para quem está acompanhado de crianças. Como está situada junto ao Oceano Pacífico, Vancouver tem muitas histórias ligadas ao mar, por isso seu Maritime Museum é igualmente um prato cheio sobre o assunto. E ainda falando de museus, vale citar também o Vancouver Museum, que enfoca principalmente a história da cidade e sua cultura. Ao lado, passagem aérea de ligação entre duas quadras, muito freqüentes na cidade, e especialmente úteis durante os meses de inverno, quando pouca gente anda pelas calçadas.

 

Não tínhamos dólares canadenses ao chegar no Canadá, mas acabou nem sendo preciso. Durante nossa visita bastou o cartão de crédito, até mesmo nas máquinas dos estacionamentos. Em alguns lugares você tem ainda a opção de pagar com dólares americanos, aceitos em diversos locais de Vancouver. 

E se você estiver procurando por um hiper-mercado, o lugar certo na cidade é o Superstore, maior rede do gênero no Canadá. Esta rede tem vários endereços, tanto em Vancouver, como em todo Canadá. Era lá que fazíamos nossas compras, e além de ter de tudo, os preços são muito bons.

 

O disco voador que aparece no alto desta foto, por trás de outro prédio, é a parte superior da Harbour Centre Tower Lookout. O nome pomposo designa a principal plataforma de observação da cidade. Foi inaugurado em 1977 pelo astronauta Neil Armstrong - primeiro homem a pisar na lua - e desde então permanece como o prédio mais alto de Vancouver, com 170 metros de altura. Seus elevadores levam os turistas até a plataforma superior em poucos segundos, de onde se tem uma vista privilegiada desta bela e agradável cidade.

Se sua visita a Vancouver acontecer durante o inverno e você quiser praticar de esportes de neve, terá ainda outra boa alternativa, a Cypress Mountain, que dispõe de pistas de esqui, snowboarding e todas as coisas do gênero. Não vimos neve durante nossa visita, mas fica aqui a sugestão.

Para finalizar, o que podemos dizer sobre este lugar é que os Canadenses, em particular os da região de British Columbia estão de parabéns, pois construíram uma cidade desenvolvida, mas que permanece humana; grande mas segura, e ainda com uma qualidade de vida invejável. Uma cidade que, com certeza, poderia servir de exemplo para muitas outras.

 

 


Bandeira de Vancouver