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A terceira maior cidade americana, no extremo norte dos Estados Unidos e às margens do lago Michigan tem um clima severo, mas nem por isso deixa de ser um dos lugares mais dinâmicos do país. Devido ao clima e à localização muito ao norte, não costuma ser um destino turístico dos mais requisitados, sendo mais procurada para a realização de convenções e eventos profissionais. Mesmo assim, o turista que decidir passar por aqui não vai ter motivos para reclamar. Chicago impressiona pelo tamanho, tem uma vida cultural intensa e um destacado pólo econômico e comercial. Em nossa visita, encontramos na "Windy City" muitas alternativas de lazer, e logo vimos que os cinco dias que tínhamos pela frente não iam dar, nem de longe, para ver tudo que queríamos. |
Chicago foi nossa última parada no roteiro daquele ano pelos Estados Unidos, pois deixamos o melhor para o final. Em nossa viagem tínhamos atravessado diversos estados, começando na California e indo até o Texas. Depois voamos até a Lousiana e fomos subindo pelas estradas do país até o estado de Illinois, para finalmente chegar em Chicago.
Era outubro e os ventos frios vindos do lago Michigan nos obrigavam a andar quase todo o tempo com grossos casacos. Mesmo assim, a moça da portaria do hotel se divertia com a gente, dizendo que aquilo não era nada, comparado aos invernos rigorosos da cidade. Foi aqui também que vimos neve pela primeira vez naquele ano, à noite.
Depois de muito andar para lá e para cá conseguimos achar nosso hotel - não estávamos com um gps - situado nas proximidades do aeroporto O'Hare. Escolhemos ficar ali por uma questão de conveniência, já que isto iria nos facilitar a devolução do carro e ao mesmo tempo o transporte para o aeroporto quando fossemos embora. Mesmo assim, a região próxima à O'Hare não nos agradou muito, e se tivessemos que escolher de novo provavalmente iríamos preferir nos hospedar em outra região da cidade.
A foto ao lado foi feita no primeiro dia em Chicago, na base do
John Hancock Center, o segundo prédio mais alto da cidade, situado bem no centro. |
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Vídeo: Percorrendo a MIchigan Avenue
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Ao contrário da maioria da cidades americanas, Chicago é uma cidade que tem movimento no centro, onde se vê gente caminhando pelas calçadas, ou seja, mas ou menos o que estamos acostumados a considerar uma “cidade normal”.
O John Hancock Center tem 94 andares de altura, ele é o segundo maior prédio da cidade e um dos maiores do país. O observatório existente na cobertura é o ponto recomendado para quem quer ver a cidade de cima. Seus elevadores são os mais rápidos do mundo e em 39 segundo você chega lá em cima, de onde se pode ver quatro estados: Illinois, Indiana, Michigan e Wisconsin. O prédio também oferece diversas atrações interessantes, como fazer um tour virtual pela cidade, e participar de experiências interativas para conhecer os principais pontos de Chicago. |
O antigo Municipal Pier é o parque de diversões da cidade. Construído entre 1914 e 1916, este pier desde então atravessou momentos de glória e declínio. Foi usado como instalação militar durante a primeira guerra mundial, abandonado logo após, renomeado Navy Pier em memória aos heróis da guerra, desempenhou funções estratégicas durante a segunda guerra, serviu à universidade de Chicago até 1965 e foi novamente abandonado. Somente a partir d 1976 tiveram inícios os trabalhos de restauração do que viria a ser, a partir do ano seguinte, um dos principais marcos e atrativos turísticos da cidade. Atualmente ninguém pode visitar Chicago sem passar ao menos umas duas horas aqui, se divertindo nas diversas atrações que fazem parte do complexo, como o Beer Garden, Headhouse & Auditorium, Headhouse, museus, atrações infantis, restaurantes e sua famosa Roda Gigante de onde se tem uma inesquecível vista do centro de Chicago. |
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Foto clicada numa das cabines da roda gigante do Navy Pier, com os prédios centrais de Chicago ao fundo. É algo especial girar nesta roda frente à cidade ouvindo o clássico Chicago my kind of Town, na voz de Frank Sinatra e a vista daqui é até mais bonita que a que se tem das plataformas de observação situadas no alto dos prédios da cidade.
Se você gosta de frutos do mar, depois de descer vá até o ótimo
Bubba Gump Shrimp & Market com decoração inspirada no filme Forest Gump. No Jazz Emporium há diariamente shows de jazz, mas fique longe de seu churrasco, que é servido com aquele horrível molho adocicado americano. E para um jantar mais chique tendo como pano de fundo os arranha-céus da cidade, o
Riva Restaurant é uma boa opção. Mas atenção com os preços, pois Chicago é uma cidade cara. |
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A parte mais central da cidade fica em torno do que é conhecido como The Loop, onde estão as melhores atrações turísticas. Sua principal rua é a Michigan Avenue, onde está o melhor do comércio e as grande lojas de departamento. Se quiser passear pelos subúrbios e ver os arredores, aconselhamos que vá para o lado norte, mais bonito e melhor freqüentado. Nesta direção, a Gold Coast e a região próxima ao Lincoln Park são partes da cidade que valem uma visita.
A região, mais chique do centro de Chicago é conhecida como “Magnificent Mile” ou seja, a “Magnífica Milha”. Situada na parte norte da Michigan Avenue, entre o rio Chigago e as pistas da Lake Shore Drive, esta região é dominada por uma larga avenida, repleta de lojas exclusivas, bons restaurantes, museus e alguns dos melhores hotéis da cidade. Alguns dos marcos da Magnificent Mile são os prédios John Hancock Center, a Tribune Tower e também a ponte móvel da Michigan Avenue. Aproveite para visitar Visite as elegantes galerias Escada e Water Tower Place, onde estão algumas das melhores lojas do país. |
Nosso primeiro contato com a Michigan Avenue Bridge foi por acaso, estávamos caminhando à toa e ouvimos uma sirene ao longe, ao mesmo tempo que o trânsito todo parava. Intrigados, imaginamos que tinha acontecido algum acidente mais à frente e ficamos até preocupados. Quando chegamos mais perto, porém, é que percebemos que as sirenes era da própria ponte e soam cada vez que sua plataforma vai levantar para permitir a passagem de uma embarcação. A visão da estrutura metálica elevada no ar é realmente impressionante, e só não curtimos mais porque estávamos – como quase todo mundo em volta – quase congelando devido ao vento gélido, e precisamos ficar esperando uns dez minutos até a ponte baixar e o transito de pedestres e veículos ser novamente liberado na avenida Michigan. |
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Vídeo: Ponte da Avenida Michigan
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Outro ponto que se destaca na região central é a Old Water Tower,
mostrado na foto ao lado, construção de 1869, que lembra um castelo. Sua função hoje em dia é principalmente histórica, representando a resistência da cidade sobre os elementos, já que a torre foi uma das poucas construções que conseguiu escapar do grande incêndio. Para quem não sabe, o incêndio teve início em 8 de outubro de 1871, durou três dias, atingiu uma área de nove quilômetros quadrados e causou a morte de centenas de pessoas. Foi o mais trágico evento americano do século 19, mas em compensação a reconstrução da cidade permitiu sua renovação completa, e fez com que Chicago viesse a se tornar uma das maiores metrópoles americanas. Talvez por esta razão, um das estrelas da bandeira de Chicago representa o incêndio.
Vídeo: Visitando a Willis Tower |
Mais um ponto daqueles imperdíveis para um turista é Willis Tower (antes conhecida como Sears Tower), situada na esquina das ruas Franklin e Adams (foto 1) que possui 110 andares de altura. Em dias de vento forte dá até mesmo para sentir o topo do prédio balançar de um lado para o outro. As filas dos elevadores lembram um pouco as existentes nos parques Disney, mas a espera passa rápido, porque no caminho vamos aprendendo muitas coisas interessantes sobre a história da torre.
Ao lado, um dos onibus-bondes turísticos, que fazem roteiros pela principais atrações da cidade. |
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Entre outros passeios bons para fazer em Chicago, vale a pena visitar a Marina City, o ótimo
Shedd Aquarium, a
Union Station, antiga estação de trem, e o
Grant Park, a
maior área verde da cidade, bem em frente ao lago. Chicago é uma cidade fascinante, e lá você poderá passar vários dias sem correr o risco de ficar sem ter o que fazer. Um
típico problema de Chicago é que ela é grande, na verdade muito grande. Como
preferimos nos hospedar perto do aeroporto estávamos muito longo do centro e
das principais atrações da cidade. Por isto todo dia pegávamos nosso carro e
levávamos quase uma hora para chegar no Loop, a região central. No final do
dia, quando voltávamos para o hotel e pegávamos a hora do rush era a mesma
coisa, mas em sentido contrário. Se voltarmos à cidade com certeza vamos
ficar em outro lugar. Entre as regiões mais agradáveis da cidade estão o
Loop (centro, indicada especialmente para turistas), Forest Glenn, Sauganash,
Beverly, Hyde Park, Bucktown e Uptown.
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Veja um desenho com as regiões da cidade
em
Explore Chicago. Acima uma composição do metrô em linha suspensa, muito comuns na região central da cidade.
O metrô de Chicago cobre grande parte da área urbana e adjacências, e pode ser
uma boa alternativa para quem quer gastar o mínimo possível. Informações sobre
rotas e bilhetes podem ser obtidas no site
Chicago Transit
Authority. Mas para turistas, o metrô pode ser um pouco confuso e pouco
recomendável em termos de segurança, em certos horários. Por isso preferimos
andar sempre de carro.
Junto ao lago Michigan há muitas embarcações oferecendo passeios turísticos de duração variada. Alguns oferecem jantar a bordo e são um ótimo programa para casais românticos. Outros acompanham parte do rio Chicago, cruzando o coração da cidade, e mostrando alguns dos pontos mais famosos da região. De preferência devem ser feitos no verão, quando as temperaturas na cidade são mais agradáveis. Durante o inverno, quando a cidade fica coberta de neve, funciona aqui o principal rinque de patinação público de Chicago. E no Natal também é aqui que acontece a chegada de Papai Noel, logicamente a bordo de um barco. |
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Pode até passar despercebido no meio de tantos prédios, mas Chicago tem um rio. Com mais de 250 km de extensão, o rio Chicago representou uma importante via comercial para esta região, desde a época em que era habitada somente por indígenas das etnias Illini e Miami. À medida que a cidade cresceu no seu entorno, 45 pontes precisaram ser construídas em diferentes trechos, sendo que muitas permanecem até hoje e se transformaram em atrativos turísticos da cidade, como a existente na Michigan Avenue, inaugurada em 1920. Ao passear pelo Riverwalk, como esta região é conhecida, não deixe de apreciar a Centennial Fountain, uma fonte ornamentada, construída em 1989, localizada na Plaza Esplanade, em comemoração à alteração do curso do rio Chicago. Sim, o curso do rio foi alterado, de forma a proporcionar águas mais limpas para o reservatório que abastece a cidade. |
Hoje em dia a função do rio Chicago é mais turística que comercial e em dias bonitos um bom programa é embarcar num dos River Cruises, sendo que a maioria zarpa dos arredores da Michigan Bridge e do Navy Pier. Mesmo quem não fizer um deste roteiros fluviais ão deve deixar de dar uma passeio ao longo de suas margens, onde foram construías vias pavimentadas, ocupadas por diversos bares e restaurantes.
Outro ponto sempre lembrado nos roteiros turísticos da cidade é seu famoso
Chicago Theatre. Construído em 1921, época em que a cidade era famosa principalmente devido a seus gangsters, vida noturna, espetáculos e entretenimento, ele ganhou o apelido de “The Wonder Theatre of the World”, ou seja, O Teatro mais maravilhoso do Mundo. Certamente um pouco de exagero, mesmo assim ainda hoje ele impressiona pelos detalhes construtivos, tanto interna quanto externamente. Seu imenso lobby, por exemplo, teve como inspiração a capela do Palácio de Versalhes, enquanto sua escadaria interna baseou-se no projeto do prédio da Opera de Paris.
O teatro tem cinco andares, 3600 assentos, e sua marca principal é mesmo o letreiro vertical da fachada, com quase 18 metros de altura, e que se tornou um dos ícones da própria cidade. Como tantas outras salas de espetáculo mundo afora, também o Chicago Theatre sucumbiu aos novos tempos, e acabou fechando as portas em 1985. Mas felizmente sua história teve um final feliz, e embora estivesse condenado à demolição, a cidade se uniu em torno desta causa, se mobilizou, conseguiu fundos, e o imóvel foi comprado por um grupo comprometido com sua restauração e preservação. Em menos de um ano o imóvel foi reformado, voltou a apresentar a aparência de seus anos de ouro e hoje em dia continua apresentando espetáculos de música e dança. Felizmente para a arte e para a cidade de Chicago. |
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Sempre associada ao vento e ao frio, Chicago não costuma ser lembrada por suas praias e muita gente, nem sequer sabe que elas existem. Na verdade a cidade tem mais de vinte praias, e durante os dias de verão elas são o refúgio dos encalorados habitantes da cidade. A mais famosa delas é provavelmente Oak Street Beach, praia artificial, construída em 1890 junto às águas do Lago Michigan, integrando o projeto do parque Lincoln. Nos contaram que no verão é até difícil encontrar um local na areia para armar seu guarda sol ou barraca, mas este não foi um problema para nós, porque com temperaturas oscilando entre 5 e 10 graus, com exceção de alguns turistas curiosos não havia quase ninguém lá, e muito menos, vontade nossa de cair na água. |
Lincoln Park, na imagem ao lado, é somente um dos diversos parques da cidade, mas deve ser o mais famoso, e talvez o mais bonito de todos. Nomeado em homenagem ao ilustre presidente americano, ele é muito frequentado principalmente no verão, graças às praias. Também na parte interna existem diversas opções de lazer, jardins e lagos, aluguel de bicicletas, trilhas e até um zoológico. Também aqui está situado o Chicago History Museum, situado ao sul do parque. Em destaque no museu existe uma recriação do grande incêndio que quase destruiu a cidade, em 1871. |
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Ao visitar Chicago deixamos o
carro na garagem no centro e fizemos quase tudo a pé, ou usando o transporte
local. Chicago é uma das poucas cidades americanas onde vale a pena
percorrer o centro a pé. Taxis não são caros. Quem procura shoppings para
boas comprar vai encontrar dezenas de opções na região de Chicago. Nesta
imensa relação destacam-se o
Oak Brook Center,
YorktownCenter,
Harlem
Irving
Plaza,
Woodfield Mall e
o imenso Gurnee
Mall, sendo que para ir neste último recomenda-se passar todo o dia lá,
porque há mesmo muito para ver.
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Se você quer aproveitar sua ida a Chicago para fazer algumas comprinhas, mas não quer gastar muito, não pode deixar de ir a um dos melhores Outlet Malls dos Estados Unidos, o
Gurnee Mills Mall. Ele fica junto à auto-estrada I-94, no município de Gurnee. Lá a gente pode ficar o dian inteiro sem cansar, e encontra algumas das principais lojas do país, geralmente com boas ofertas de sobras de estoque a preços muito bons. São mais de 200 lojas, como a JCPenney, Saks Fifth Avenue, Lord & Taylor, Bass Pro Shops Outdoor World, e também bares e animados restaurantes temáticos como o Planet Hollywood e Rainforest Cafe. Depois de passear pela cidade tiramos uma tarde para ir até lá, e era tanta coisa a preços tão bons, que não deu para ver nem metade da metade.
Ao lado, uma imagem dos prédios situados ao lado do Chicago River, ao anoitecer. |
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Ao lado, uma vista noturna da cidade feita a partir do lago Michigan. Em termos culturais Chicago não chega a ser uma New York, mas não fica muito atrás. Não tem tantas highways como Los Angeles, mas também não fica muito a dever. Não tem um clima tão temperado como Seattle, pois tem verões muito quentes e invernos congelantes. Mas quem vive aqui diz que não troca esta cidade por lugar algum do mundo, como já dizia a canção de Frank Sinatra. O que nós achamos? Chicago é sim um lugar impressionante e com bairros muito bonitos, mas para quem vem de um país tropical talvez seja difícil morar aqui. Já para quem quer fazer turismo, a Windy City tem tudo do bom e do melhor. |
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