Chateau Frontenac e prédios de Basse Ville |
Existe
uma arte para se preparar bolos, e um dos itens essenciais para
determinar se ele será um sucesso ou fracasso é saber o momento exato
de tirá-lo do forno. Se sair antes da hora ele fica cru e todo o
trabalho estará perdido. Se sair depois, vai queimar e não será
possível voltar atrás. Mas porque falar de culinária? Bem, porque esta
é a melhor imagem que nos ocorreu para descrever uma cidade que parece
ter sido retirada do forno exatamente na hora certa. Tudo em Quebec dá
a impressão de ser bem feito, e transmite a sensação que seria
impossível ser melhor do que é. Na verdade existe uma frase muito usada
por aqui, para definir o que é esta cidade: "Quebec, une histoire
d'amour" e talvez esta seja mesmo a melhor forma de definir a cidade.
Em Quebec tudo parece ser construído como numa elaborada história de amor. |
Vídeo: Ruas Centrais
A
cidade de Québec é capital da província de Quebec, que por sua vez é
uma das províncias do leste canadense. Foi fundada em 1608 e o berço da América francesa, quando os planos dos reis de
França previam o estabelecimento do que era então conhecido como
Nouvelle-France, a Nova França, do outro lado do oceano. Jacques
Cartier foi o primeiro francês a percorrer esta região, a partir de
1535, estabelecendo contato com os nativos e ordenou a
construção de um forte, junto à margem do rio Saint Laurent. No
entanto, confrontos com indígenas, doenças e mortes marcariam as
décadas seguintes, quando Cartier lutava para estabelecer uma presença
francesa sólida na região. Foi somente após a chegada de Samuel de Champlain, em 1608, que o domínio francês em Quebec iria tornar-se efetivo e bem sucedido. |
Fortificações de Vieux Québec |
Por duas vezes
estivemos em Quebec, com uma diferença de mais de dez anos entre as
duas visitas, por isso, quando voltamos depois de tanto tempo, a
curiosidade sobre o que iríamos encontrar era tanta que nos sentíamos
quase como se fosse a primeira vez. E a primeira diferença que sentimos, logo ao chegar,
foi com o trânsito. Chegamos pela Autoroute 73N, vindos dos Estados
Unidos, e logo depois de atravessarmos a ponte sobre o Fleuve Saint
Laurent, tudo estava parado. Autoestradas, trevos e carros para todo o
lado, nos obrigado a seguir com paciência e resignação até a Rue de
Bouvier 1600, endereço do Quebec Quality Suites
que escolhemos para nos hospedar. Mas tudo bem, era final de tarde,
hora do rush, e nosso hotel, se tinha a vantagem de oferecer
acomodações super confortáveis a um bom preço, tinha a desvantagem de
esta situado próximo a uma movimentada via de acesso à cidade, onde
o transito intenso era inevitável.
Vista da cidade a partir do parque Plains of Abraham |
Quebec
situa-se às margens do rio Saint Laurent, onde foi fundada e a partir
de onde se expandiu. Este núcleo central, conhecido como Vieux Quebec,
ocupa uma área pequena, com menos de um km2. Fora deste trecho
histórico, a cidade tem características semelhantes a tantas outras
canadenses de mesmo porte. As principais avenidas que conduzem ao
centro são o Boulevard René-Lévesque, Grande Allée e Chemin Sainte Foy
(todas paralelas ao rio, conduzindo ao sul de Quebec) enquanto a Rue du
Pont conduz aos bairros da região norte. Diversas vias de alta
velocidade fazem o contorno da cidade e levam às auto-estradas 40 e 73,
que integram o eficiente sistema rodoviário local. |
Escolher onde
se hospedar, como sempre, depende de diversos fatores. Quem curte um
hotelzinho bem no miolo da cidade histórica recomenda-se optar por
hospedagem em Vieux Quebec,
onde as principais atrações da cidade estarão ao alcance de suas
próprias pernas. Quem prefere acomodações mais amplas, com mais
conveniências e que disponha de garagem, vai encontrar vai encontrar melhores opções
fora da área histórica.
Nossa
escolha de hospedagem foi por um hotel da rede Quality Suites, situado
na rue de Bouvier, a dez minutos de carro do centro (não indicado para quem está a pé). No dia seguinte à
chegada, deixamos o transito da hora do rush matinal passar, e
começamos nosso reencontro com Quebec. Llogo ao chegar ao centro vimos que quase nada
tinha mudado. Felizmente. Prédios históricos bem conservados, pintados
e ocupados. Comércio diversificados, restaurantes à vontade,
curiosidades, muitos turistas, charretes à cavalo,
bicicletas, motoristas educados e um centro de informações turísticas
impecável, fornecendo grátis dicas, mapas, folhetos e sugestões de
passeios pela cidade e arredores. |
Terrace Dufferin em dia nublado |
Existe uma
consenso que qualquer passeio turístico por Quebec deve
obrigatoriamente começar pela região conhecida como Vieux Québec, a Quebec
histórica. Para chegar lá tome como referência o prédio do Chateau Frontenac (mostrado na primeira foto, conta-se que ele é o hotel mais fotografado do mundo), percorra o Terrace Dufferin,
imenso varandão, que pode ser considerado como a mais bela passarela da
cidade, e de onde se tem uma vista magnífica da Cidade Baixa (Basse
Ville), seguindo depois, após passar em frente ao Chateau de Frontenac
e à estátua de Samuel de Champlain (fundador da cidade) até o Centre
Infotouristique (onde se pode obter informações turísticas diversas),
prosseguindo depois pela Rue du Fort e dobrando à esquerda logo após na
Côte de la Fabrique, em direção à principal área comercial da cidade.
Fortificações de Quebec e Porte Saint Jean
|
Ao
lado, uma imagem junto aos portões das antigas fortificações de
Vieux Quebec, feita da primeira vez que visitamos a cidade. Como dá para
imaginar pelas roupas, estava frio, muito frio. Era novembro e a
temperatura já chegava a cinco graus abaixo de zero, às 4 horas da
tarde. A época ideal para visitar esta região é entre fins de abril e
meados de setembro, quando as temperaturas são amenas e todas atrações
turísticas estão abertas. As muralhas mostradas na foto são trechos
remanescentes da Citadelle de Quebec, mais importante fortificação construída em Quebec durante o período de domínio inglês |
A elevação das muralhas
externas teve início em 1820 e levou trinta anos para ser concluída.
Ainda
hoje La Citadelle continua a desempenhar funções militares e pertence
ao exército canadense, o que faz com que a visita ao local seja
organizada somente em grupos, em horários pré-determinados.
Durante o tour, narrado em inglês ou francês, o guia
dá diversas informações sobre a importância da fortaleza,
principalmente durante os combates ocorridos entre Estados Unidos e
Canadá, a partir de 1812.
Como se sabe, os Estados Unidos
declararam guerra à Inglaterra naquele ano devido a diversos
desentendimentos e conflitos que permaneciam sem solução entre os dois
países, após a declaração de independência americana. A guerra acabou
envolvendo as colônias britânicas, entre as quais o Canadá. Se, nos
Estados Unidos, a guerra contra os ingleses foi considerada quase como
uma segunda guerra de independência, no Canada os ataques americanos,
seguidos de invasão, foram vistos com muita preocupação, como tentativa
de incorporar o Canadá ao território americano. Na época, a Inglaterra
estava envolvida também em conflitos mais sérios na Europa, durante as
Guerras Napoleônicas, mesmo assim a guerra entre Estados Unidos e
Canada terminou somente em janeiro de 1815, com a derrota dos ingleses.
Desde então Estados Unidos e Canadá permanecem bons vizinhos.
Quebec
é uma daquelas cidades que devem ser conhecidas a pé. Uma
sugestão de roteiro é tomar como ponto de partida a avenida Grande
Allée, junto ao parque Plains of Abraham
e seguir em direção a Vieux Quebec. À sua esquerda estará o imponente
Prédio do Parlamento, que merece uma visita, e tavlez até mesmo
fazer o tour de 30 minutos por seu interior. Seguindo em frente
passamos depois por baixo da Porte Saint Louis, um portal de pedra, integrante
das muralhas da Citadelle. Quebec é a última cidade
fortificada remanescente na América do Norte, e suas muralhas ainda
cobrem quase cinco quilômetros no entorno da cidade antiga. |
Rue Saint Jean, área comercial de Vieux Quebec |
Interessados
em conhecer mais sobre estas fortificações também podem se inscrever
nos passeios guiados de noventa minutos de duração, com saídas do
Terrace Dufferin. Depois continue pela Rue Saint Louis,
graciosa via que até lembra um presépio, com seus restaurantes e lojinhas de fachadas coloridas,
repletas de curiosidades e
artigos típicos.
Depois de percorrer uns 500
metros por esta rua você chegará junto ao princiapl símbolo de Quebec,
o
Château Frontenac. (o mais famoso hotel da cidade, mas nem por isso o
mais confortável. O
estacionamento é caro, os corredores internos tem muitas escadas,
tornando difícil o deslocamento de pessoas idosas ou com volumes
pesados). Mesmo quem não está hospedado nele pode conhecer o interior e
até mesmo tomar um chá ou café quente na delicatessen do térreo. O
andar térreo do hotel tem diversas lojas oferecendo roupas e
acessórios, todos cos preços estão à altura da fama do hotel.
Place d'Youville vista da Porte Saint Jean |
Continuando
a caminhada e logo após o hotel chega-se à principal praça de Quebec, a
Place d’Armes, em cujo centro há um monumento em memória à Samuel de
Champlain, fundador da cidade. Após a praça você poderá escolher o
caminho a tomar, se dobrar á direita estará no calçadão do Terrace
Dufferin. Nesta praça fica também a estação de partida do Funiculaire que transporta os visitantes à cidade baixa. Ou então, aproveite para passar, à sua esquerda, no Centro de Informações Turísticas de Quebec ir ao banheiro, pegar uns mapas e se informar sobre roteiros turísticos
nas proximidades. As atendentes são gentis e prestam informações
com muito boa vontade. |
Pouco adiante, não deixe de conhecer a Basílica e Catedral Notre Dame de Québec,
construída no início do século 17. O que se vê atualmente não é a
construção original, já que infelizmente, devido aos diversos combates
que a cidade enfrentou, a catedral foi destruída, e precisou ser
reconstruída duas vezes. Ao contrário de outros templos religiosos no
Canadá, o acesso a esta basílica é grátis, e quem quiser saber mais sobre sua
história pode se inscrever numa das visitas guiadas.
Vídeo: Sinos da Notre Dame de
Quebec
Não
esqueça de tirar alguns momentos para apreciar a beleza da natureza em
volta, e uma das melhores áreas para isto é o parque Plains of Abraham.
Situado na beiradinha de uma falésia, acima do rio, ele tem um calçadão de madeira
que pede para ser percorrido. Daqui é possível ver uma
grande extensão do rio Saint Laurent, a cidade de Lévis, na outra
margem, e as embarcações que ficam o tempo todo para lá e para cá. No
local há também um quiosque onde acontecem em certos dias sã organizadas
apresentações artísticas. E logo atrás uma lojinha vende lembranças,
ursinhos com farda da polícia montada canadense e diversas outras
coisinhas impossíveis de resistir. Junto à loja existe também há um
banheiro. |
Parque Plains of Abraham |
Basse Ville, rue de Petit Champlain |
Depois
de curtir a natureza vamos voltar para Vieux Quebec e
visitar a Cidade Baixa (Basse Ville). Esta é uma região relativamente
pequena,
e que pode ser explorada em poucas horas. Partindo do Terrace Dufferin,
chega-se lá seguindo pela rua Cote de la Montagne ou tomando o plano
inclinado Funiculaire de Vieux Quebec (o que é bem mais divertido).
Comece o passeio pela Basse Ville percorrendo a simpática rue de
Petit Champlain, repleta de pequenos restaurantes, bistrôs, lojinhas de
fachadas coloridas, e diversas escadarias. Tudo por aqui dá a impressão
de ser gracioso, limpo e de ter sido feito com extremo cuidado e esmero. |
Siga
depois, a partir da Escalier Casse Cou (escadaria do quebra pescoço),
até Place Royale, local onde Samuel Champlain fundou a primeira colônia
francesa nas Américas. No entorno da praça há muito que ver, com
destaque para a igreja Notre Dame des Victoires. Este é também um bom
local para sentar no terraço de um restaurante qualquer e beber alguma
coisa ou fazer uma refeição, apreciando, lá em cima na cidade alta, o
perfil imponente do Chateau Frontenac. Como os meses de verão são
rápidos por aqui, em lugares deste tipo percebe-se que todo mundo quer
aproveitar o calor ao máximo, e praticamente todos preferem mesas ao ar
livre, sob o sol. |
Terraço de restaurante e Chateau Frontenac |
Restaurantes de Basse Ville
|
Continue
depois em direção às margens do rio e chegará ao ponto de partida das
embarcações que ligam Quebec à Levis, na outra margem do Saint Laurent. Seguindo então pela rua Saint-Pierre chega-se
ao Musée de la Civilization, um dos mais visitados da cidade. E pouco à
frente, sugerimos percorrer a rue Saint Paul, aproveitando para passar
no Marché du Vieux Port, repleto de produtos típicos e delícias
diversas. Ruas estreitas e sinuosas, casas residenciais,
pequenos estabelecimentos comerciais, acolhedores restaurantes,
pequenas patisseries, lojas de artesanato, e muita gente circulando
pelas ruas, são marcas registradas de Vieux Quebec. |
Dá para passar
toda uma tarde circulando pelas ruas de Vieux Quebec sem cansar, e
descobrindo algo novo a cada esquina. Num domingo às três da tarde, com
muitos restaurantes já fechados, perguntamos a uma simpática lojista
onde poderíamos almoçar, e ela nos deu uma dica preciosa:
Restaurant Bistro Saint James, logo na entrada da Vieux Québec. Além de
não ser caro os pratos são ótimos. Servem Dinde, Rôti de
Porc, Saumon Fumé, Salade de Thon, Crevettes, e uma grande variedade de
saladas e queijos. Aos domingos, a partir de 5 da tarde é servido um
bufê de saladas e pratos quentes muito apetitosos. Recomendamos a
deliciosa Soupe d´Oignon, ideal para aquecer a gente e dar energias
para continuar a caminhada sob o vento frio.
A imagem ao lado foi feita num dia incrivelmente frio e ventoso, da
primeira vez que visitamos a cidade. Na ocasião, caminhando pelas proximidades do
Chateau Frontenac encontramos um escocês que morava em Quebec há trinta
anos, já havia se acostumado com o frio e achou divertido quando
dissemos que éramos do Brasil e nos viu tiritando de frio. Para os
moradores locais os cerca de
zero graus que faziam durante o dia na época de nossa visita não eram nada, já que
durante os meses rigorosos de inverno os termômetros podem chegar a
marcar até vinte graus negativos.
Vídeo: Quebec em
Novembro |
Avenida Grande Allée em novembro |
Boas compras em Quebec: Les Galeries de la Capitale
(boulevard des Galeries 5401, shopping com mais de 250 lojas, diversos
cinemas e restaurantes). Melhor rede de supermercados da cidade: IGA. Outro ótimo shopping, mais próximo do centro: Fleur de Lys Shopping (boulevard Wilfrid Hamel 550. Outra boa rede de supermercados: Maxi
Parque Plains of Abraham |
A escadaria ao lado tem início no parque Plains of Abraham,
e conduz até um calçadão de madeira, que segue acompanhando as margens
do Saint Laurent. Nossa segunda visita à cidade foi durante o
mês de maio, e pegamos dias de sol e céu azul, mas também outros com
muito vento e temperaturas na faixa dos dez graus durante a tarde.
Como
em outras cidades frias, os moradores de Quebec procuram também
aproveitar ao máximo os poucos meses relativamente quentes que a cidade
tem. Para ter um idéia, no pique do verão, em meados de julho, as
temperatura máximas ficam em torno dos vinte graus. Por esta razão, em
dias como o da foto ao lado, é comum ver-se pessoas deitadas em
gramado, tomando sol, andando de bicicleta, caminhando, ou fazendo
qualquer outra coisa que lhes permita curtir ao máximo o que eles
consideram como dias quentes.
Curiosidade: O nome Quebec
tem origem num vocábulo do idioma indígena Alconquin, e significa
"Lugar onde o rio estreita", pois era desta forma que os nativos se
referiam à região onde foi fundada a cidade. Neste local acontece
realmente um estreitamento do rio Saint Laurent. |
Quem procura
uma rua animada, com restaurantes, bares, mesas nas calçadas e gente
bonita circulando pode ir direto na Grande Allée, trecho entre Rue
d'Artignyace e Avenue Taché. Este trecho costuma ficar super animado,
principalmente no cair da tarde, à noite, e mais ainda aos sábados. É
um dos points mais animados de Quebec. E se quiser apreciar algumas
belas mansões residenciais, as melhores da cidade, construídas com
pedras, basta seguir pela mesma Grande Allée, em sentido contrário ao
centro, onde fizemos a foto ao lado. |
Mansões da Avenue Grande Allée |
Outras regiões da cidade que
valem a pena ser conhecidas são: Montcalm e Saint Sacrement
(basicamente residências de classe média, com belas construções, muitas
árvores e muita calma. Boa opção para quem não está de carro, deseja se
hospedar hum hotel próximo ao centro e de suas atrações, mas privilegia
um bairro tranqüilo); Saint Jean Baptiste (bairro de gente mais ligada,
eclética, artistas. Concentra alguns bares e restaurantes alternativos)
e Saint Roch (originalmente residências das classes menos favorecidas
socialmente, mesmo assim não apresenta qualquer indício de pobreza.
Muitos prédios de tijolinhos, simples, com ruas estreitas, que nos
últimos vem se transformando e passou a abrigar lojinhas e bares.
Ferry entre Quebec e Lévis |
Tire uma hora para fazer a travessia de ferry
entre Quebec e Lévis, situada na margem oposta do rio. A grande
vantagem deste passeio nem é tanto conhecer Levis, mas sim curtir a
melhor vista de Quebec, que é obtida justamente do rio. A travessia
pode ser feita de carro, bicicleta ou a pé, dura somente dez minutos e
é baratinha. As embarcações zarpam de Vieux Quebec, a poucos minutos de
caminhada da rue Petit Champlain e da Place Royale. Compre bilhetes de
ida e volta, e se preferir nem precisa desembarcar ao chegar em Lévis.
É permitido permanecer a bordo durante os poucos minutos que a
embarcação fica em Lévis antes de voltar a Quebec. Garantimos que suas
fotos do Château Frontenac feitas a partir do rio vão ficar
fantásticas. Na foto ao lado, o momento em que dois ferries se cruzam, no centro do rio. |
Vídeo:
Ferry Quebec-Lévis
Outras sugestões de passeios pelos arredores: Parc de la Chute Montmorency
(parque situado poucos quilômetros ao norte da cidade, onde além
do verde e da bela vista do rio se pode curtir a famosa cascata com 83
metros de altura) e Île d'Orléans
(grande ilha fluvial, situada praticamente em frente à cidade. Conserva
ainda hoje suas características campestres, com fazendas, igrejinhas,
casas de campo, muitas delas vendendo produtos naturais, queijos
e doces. Como a ilha é relativamente grande e as atrações
espalhadas, é recomendável fazer esta visita de carro). |
Escadaria que conduz à Basse Ville |
Um pouquinho de história: A Rebelião dos Patriotas (La Rébellion des Patriotes ou
Rébellion du Bas-Canada) foi marcante na história de Quebec. Neste movimento, ocorrido em 1837-38, junto
com um movimento semelhante ocorrido ao norte do Canada (conhecido como
Rébellion du Haut-Canada), ocorreu o levante da população civil,
majoritariamente de origem francesa, contra os ingleses, os quais
ocupavam militarmente a Província de Quebec. Em Quebec os
conflitos foram muito mais violentos que ao norte do Canada, obrigando
a administração britânica a enviar reforços para combater os rebeldes.
Ao final dos combates, os patriotas de Quebec seriam vencidos pelos
ingleses, os quais sufocaram o movimento de independência e
aprisionaram centenas de revoltosos ou os deportaram para a Austrália.
Até hoje Quebec celebra, no 25
de maio de cada ano, "La Journée Nationale des Patriotes", feriado no
qual são homenageados os ideais daqueles revolucionários, que
lutaram, em suas palavras, pela "reconnaissance de leur nation, pour sa
liberté politique et pour l'établissement d'un gouvernement
démocratique".
Avenida Grande Allée Est
|
Na foto, trecho da avenida Grande Allée Est, mostrando de cada lado, dois
ícones arquitetônicos da cidade. À direita, no formado de disco voador,
o restaurante rotativo L’Astral,
que integra o hotel Concorde. Além de culinária refinada, ele oferece
uma bela vista da cidade mas é pouco aconselhável ao turista que
controla suas despesas. À esquerda, a torre em estilo bizantino da
Église Saint Coeur de Marie, construída entre 1919 e 1922 e
infelizmente fechada em 1997, após a transferência da sede da paróquia. |
Desde que a
Église Saint Coeur de Marie foi vendida ainda
não foi decido seu destino, e enquanto alguns argumentam que ela
deveria ser demolida, outros não se conformam em ver um dos principais
símbolos
religiosos e históricos da cidade desaparecer. Por trás de tudo, os
altos custos orçados para recuperar o imóvel. Quase todos dias
passávamos em frente à ela e sua magnífica arquitetura sempre nos
chamava atenção, por isso ficamos aqui na torcida para que seja
decidida sua reforma e que ela permaneça embelezando uma das principais
vias de Quebec.
Se
você ficou tentado em ver Quebec de cima, mas não concorda em pagar uma
fortuna para jantar no restaurante giratório do Hotel Concorde, seus
problemas estão resolvidos. Poucos metros adiante situa-se o Édifice
Marie-Guyart, que tem no último andar, a 221 metros de altitude, um
mirante ainda melhor. E com acesso muito mais barato. Conhecido como l’Observatoire de la Capitale
de lá pode-se apreciar toda cidade, em todas direções. O local ainda
tem painéis ilustrativos e exposições em 3D fornecendo diversas
informações sobre a cidade e sua história. Num dia claro pode-se ver
até mesmo muito além de Quebec, o rio e a cidade de Lévis. A foto ao
lado, mostrando o Chateau Frontenac e parte de Vieux Quebec, foi feita
deste mirante. |
Vieux Quebec vista do l’Observatoire de la Capitale
|
Informações gerais: Quebec é a
mais antiga cidade do Canadá, e está situada a 175 m de altitude.
Foi a primeira cidade fundada pelos franceses na América. População: Pouco mais de 500 mil habitantes, sendo que 95% tem francês
como idioma principal. Tensão elétrica: 110 volts com tomadas
semelhantes às americanas, com dois pinos paralelos. Moeda: Dólar
Canadense. Temperatura média em dez: -8 graus. Em julho: 25 graus.
Duração aproximada do dia em junho: 15:40 hs. Em dezembro: 8:40 hs.
Média anual de queda de neve: 3,30 metros. Esporte preferido: Hockey no
gelo. Horário de almoço: 11 às 14 hs. Horário de jantar: 17 às 22 hs.
Refeições baratas: Procure por restaurantes oferecendo serviço tipo
“Table d'Hotel”, o que significa uma refeição com preço fixo composta
por 3 ou 4 pratos.
Vieux Quebec e Chateau Frontenac ao anoitecer
|
Quanto
tempo ficar em Quebec? O máximo que você puder. Qual a melhor época do
ano? Entre maio e setembro, pois fora disso a cidade é indicada somente
para quem curte frio e neve. Nas duas vezes que estivemos lá curtimos
demais a cidade e constatamos que o apelido que ela ganhou (Quebec,
une histoire d'amour), é merecido. Na verdade vimos que Quebec não é somente uma
História de Amor, mas também uma história de amizade e simpatia.
Quebec é um daqueles poucos lugares que quando a gente pega a estrada
para ir embora e vê uma plaquinha na saída da cidade se despedindo da
gente e dizendo "Au Revoir" não dá para deixar de sentir uma pontinha
de saudade antecipada. |
Diversas fotos em alta resolução de
Quebec.
Bandeira de Quebec
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