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Em 1864, com a morte do imperador da Baviera Maximilian II, o palácio de Hohenschwangau tornou-se a residência favorita de Ludwig, o jovem novo rei da Baviera. Ele amava aquele lugar, e costumava dizer que era o paraíso na terra, local onde podia perseguir seus ideais e encontrar felicidade. Mas seu espírito era inquieto, e numa de suas viagens conheceu o castelo de Warburg. O efeito em seu espírito foi fulminante, e de repente Hohenschwangau (link na lista à esquerda) não era mais suficiente.

Ludwig começou a sentir necessidade de ter uma obra própria, uma realização apenas sua. Seus sonhos clamavam por algo romântico, grandioso, diferente de todos outros castelos já feitos. Sua inspiração vinha em grande parte do famoso compositor Wagner, por quem Ludwig tinha grande afeição e por cuja obra era apaixonado.

   Site Oficial: Neuschwanstein

O local escolhido para a construção não ficava longe, apenas a poucas centenas de metros de Hohenschwangau. Pode-se compreender a escolha do lugar. Além de ser um trecho privilegiado pela natureza, rodeado pelas montanhas, pinheiros e próximo ao lago de Alpsee, o local era tradicionalmente um centro de poder, tinha status real, além de já ter abrigado quatro outros castelos na época medieval.

Apesar de belíssimo, Neuschwanstein tem uma característica que costuma frustrar muitos turistas: É extremamente difícil obter um bom ângulo para fotografar todo o castelo. Com certeza Ludwig não estava preocupado com os turistas do futuro e seus selfies. A imagem ao lado foi feita da rampa que conduz à entrada principal, e como se pode ver, somente a parte superior das torres pode ser vista. Quem quiser fazer uma foto completa deve prosseguir a longa caminhada montanha acima até uma pequena ponte de madeira, de onde é possível, aí sim, obter uma vista completa e obter imagens fantásticas de Neuschwanstein (foto abaixo).

Diversos projetos e esboços foram apresentados ao rei, que os estudava cuidadosamente. Finalmente apareceu um que lhe agradou, da autoria do arquiteto Christian Jank. Determinado a realizar algo sem igual, Ludwig designou que Riedel, um de seus mais próximos assessores, acompanhasse a obra de perto, e que não faltassem recursos para sua execução. Foram então demolidas as ruínas dos antigos castelos sobre as quais Neuschwanstein seria construído.

No dia 5 de setembro de 1869 foi finalmente colocada a pedra fundamental do novo castelo e dado início à construção. Do castelo vizinho de Hohenschwangau, Ludwig assistia o progresso da obra, com a ajuda de uma luneta, mas isso ainda não era suficiente e ele queria estar mais perto da obra de seus sonhos. Determinou então que fossem construídos aposentos para ele na própria obra, antes mesmo de sua conclusão. O local escolhido foi a torre de entrada de Neuschwanstein, sobre a qual foram então concentrados os serviços. Apenas em 1873, após a conclusão dos apartamentos reais sobre a torre de entrada, e a mudança do rei para o local, a obra pode prosseguir no restante do castelo.

Obcecado, Ludwig passava os dias observando fixamente o lento crescimento do castelo, mas a construção de Neuschwanstein demandava muitos recursos. Em 1872 apenas, foram utilizadas 450 toneladas de cimento. Em 1879 os registros oficiais relatam o seguinte consumo de material: 465 toneladas de mármore de Salzburgh, 4.550 toneladas de pedras para revestimentos de paredes, 400 mil tijolos, 3.600 metros cúbicos de areia, 600 toneladas de cimento, 50 toneladas de carvão e 2.050 metros cúbicos de madeira. Para o transporte do material era utilizada uma estrada especialmente construída com esta finalidade.

 

Em 1881 a obra já estava no quinto andar do castelo, e sua silhueta tomava forma. Mas a esta altura o custo da construção de Neuschwanstein era astronômico. Apenas nos últimos três anos do reinado de Ludwig, o total destinado à construção havia chegado a 3,7 milhões de marcos, uma quantia seis vezes superior ao inicialmente estimado. Ao lado, a sala do trono de Ludwig, o principal aposento de Neuschwanstein.

As críticas à obra, que não eram raras, começaram a se tornar freqüentes e cada vez mais agressivas. Diziam que era um absurdo gastar tamanha fortuna na construção de um castelo apenas para atender aos caprichos do rei, e que a Baviera iria em pouco tempo à falência se algo não fosse feito. A personalidade de Ludwig, por sua vez, também não ajudava a apaziguar os ânimos. O rei tinha hábitos estranhos, vivia recluso, e até suas refeições tinham que ser entregues sem que ninguém pudesse ver seu rosto.

O resultado não poderia ser diferente. No dia 13 de junho de 1886 o corpo de Ludwig foi encontrado sem vida no lago próximo ao castelo. Supõe-se que ele tenha sido assassinado, mas a verdade nunca chegou a ser esclarecida. Neuschwanstein ainda não estava concluído, e os projetos originais de Ludwig foram abandonados, o que impediu que o terceiro andar fosse executado como o rei pretendia. Ainda assim, para não deixar a obra incompleta, os serviços foram em frente, agora dirigidos pelo engenheiro Julius Hofmann, e com custos financiados pela visitação pública.

 

Hoje em dia, para quem se aproxima do local, a primeira visão de Neuschwanstein é impressionante. Sua torre principal eleva-se a 90 metros de altura. Também seu interior é dotado de características incomuns para a época, como água corrente em todos os aposentos, central de calefação interna e aparelhos telefônicos em diversos aposentos. Embora o projeto original nunca tenha sido completado, ainda assim os visitantes do século 21 encontram em Neuschwanstein não apenas um castelo maravilhoso, mas também um poema em forma arquitetônica. Um monumento à perseverança e uma declaração de amor com destinatário incerto. A obra derradeira de Ludwig, o atormentado Rei Louco da Baviera.

 

 

Ludwig II da Baviera