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A história conhecida de Prazský Hrad, o Castelo de Praga, data do ano 850. Nesta colina às margens do rio Moldava foi construída uma residência e fortificação para abrigar os membros da família Premyslid. De início constituída apenas por uma tosca construção erigida com barro e pedras, foi aos poucos aumentando, assim como o numero de pessoas à sua volta. A história dos Premyslid está intimamente ligada a do castelo. Foi esta família que fundou a dinastia real que durante séculos iria estar à frente dos eventos relacionados à história do castelo e da própria cidade de Praga.

   

Durante os anos 900 uma cidade já havia se formado na base da colina onde estava o castelo de Praga, como já era conhecido, e havia se tornado um centro político. O castelo da influente família Premyslid era o núcleo da região. Como governantes e religiosos andavam sempre juntos, o bispado de Praga também estava localizado junto aos terrenos do castelo, assim como o primeiro convento da Boemia - nome do território onde, à época, estava situada a Republica Tcheca.

Um dos nomes mais importantes na história do castelo é o do príncipe Boleslav II. Ao subir ao trono em 932 ele herdou um império poderoso da Europa central, que incluía a Boemia, Moravia, Silésia, Polônia, e Eslováquia. Estes mesmos territórios, logicamente, continuam existindo, mas diversos tiveram seus nomes mudados ao longo dos séculos, devido às inúmeras guerras e tratados políticos. Com o casamento da princesa da Boemia Doubravka Boleslav e o príncipe polaco Mesek I, a dinastia Premyslid ficou ainda mais forte, o que levou seu domínio a ter grande poderio, e transformou Praga numa das cidades mais influentes da Europa. Nesta época, o castelo já cobria uma área de seis hectares, totalmente cercada por muralhas e guarnecida por torres em intervalos regulares. Uma das partes mais importantes do castelo, construída no século 11, foi Basílica de São Vitus, cuja pedra fundamental foi assentada em 1344, pelo rei Carlos IV.

O filho de Carlos IV, Wenceslau IV, deu continuidade à obra do pai, e aumentou e fortificou ainda mais o castelo. Nesta época o castelo já podia ser considerado quase como uma cidade dentro de Praga, composta pelos setores dos aposentos reais, áreas religiosas e conjuntos militares. Além disso, dentro de suas muralhas trabalhavam diversos artesãos e comerciantes. 

Durante a dinastia dos Jagellons, a partir de 1483, outras obras são feitas, como a construção das famosas Torre de Pólvora, Torre Branca e Torre Daliborka. Mesmo assim, elas não evitam a chegada de anos negros. A segunda metade do século 15 vê a chegada das chamadas Guerras Hussitas, que trazem desgraças e destruição. O castelo sofre diversos danos durante os combates. Como conseqüência, permanece desocupado durante décadas, e grande parte de suas edificações e muralhas são destruídas.

Apenas com o reinado de Vladislav Jagellonský, o castelo de Praga volta a conhecer dias melhores. O soberano promove grandes reformas e acréscimos à construção original. É deste período a construção do famoso Salão Vladislav, aposento medindo 62 por 16 metros, e que passa a ser a peça mais importante do castelo. Também é construída, sob o comando do arquiteto Benedikt Ried, uma magnífica cúpula sob o salão, que viria a ser a primeira do território da Boemia dotada de elementos arquitetônicos renascentistas. No castelo de Praga eram coroados todos os reis do país, sendo que a cerimônia ocorria na catedral de São Vito. De acordo com uma publicação de 1723, para a coroação de Carlos VI foi preparado um banquete com 564 faisões, 708 perdizes, 800 frangos, 560 pombos, 46 carneiros, 40 ovelhas, 50 gansos, 120 perus, 130 patos, 70 galinhas e 108 lebres.

Anos mais tarde, já sob o domínio dos Habsburg da Áustria, o castelo entra em novo período. A imperatriz Maria Theresa contrata o arquiteto Vienense Niccolo Pacassi, para, a partir de 1753, reconstruir tudo. É adotado um estilo renascentista, seguindo a nova moda de Viena.

Em compensação, como Praga agora está dominada pelo império austríaco dos Habsburg, o castelo é esvaziado de seus tesouros e obras de arte que são enviados para Viena. Apenas em 1918, com o fim do império dos Habsburg e fundação da nação Tcheco Eslovaca, o castelo de Praga volta a sediar a sede do governo. São reiniciadas as obras de restauração, com especial atenção à Catedral de São Vito, o prédio mais importante de todo o conjunto.

Hoje em dia, a visão do castelo de Praga é um pouco diferente do aspecto que tradicionalmente encontramos em outros castelos. Todo o conjunto é dominado pelas imensas torres da Catedral de São Vito, cujos fundos estão na imagem ao lado. Estas torres elevam-se também sobre todos outros prédios da cidade.

O castelo de Praga, na verdade uma pequena cidade, tem vários pontos abertos à visitação. O núcleo inicial do castelo é uma visita muito interessante, pois na verdade é formado por três castelos independentes, sobrepostos. Cada camada foi construída numa época diferente. Infelizmente não resta muito das camadas mais antigas, mas ainda assim, o que pode ser visto ilustra bem a história e o estilo de sua época.

A Catedral de São Vito e Venceslau é o ponto dominante do conjunto, e consiste na própria representação do estado Tcheco. Sua construção levou quase 600 anos. Nela, até 1836, eram coroados os reis do país. Também na catedral, reis, príncipes, imperadores e (futuros) santos eram cremados. Seus restos mortais até hoje estão aqui. Também na catedral estão guardadas as jóias da coroa. Veja também, o impressionante sepulcro que guarda os restos mortais de São Venceslau, padroeiro do país. Visite ainda sua capela, que tem as paredes cobertas por mil e trezentas pedras preciosas.

Saindo da catedral e caminhando na direção oposta ao portão de entrada, chega-se a Zlata Ulicka, outro ponto do castelo que merece ser visitado. Nesta rua estavam localizadas as casas dos artesãos e militares que guardavam o castelo. Foi construída no século XVI, e até hoje sua aparência é exatamente a mesma daquela época. No conjunto de prédios que formam o castelo está situado também o gabinete do presidente da república Tcheca, em local não aberto à visitação pública. Outros pontos interessantes do castelo são a Basílica de São Jorge, o monastério de São Jorge, Galeria do castelo, Torre Daliborka, Torre de Pólvora, Palácio Lobkovic e os jardins do palácio. 

A melhor forma de chegar ao castelo é pegando um dos bondes que ligam o centro até os bairros do subúrbio, e passam no sopé da montanha onde está situado o castelo. A partir deste ponto, uma curta e íngreme caminhada leva os turistas até o portão de entrada.

Site oficial: Prazsky Hrad