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O castelo de Norwich, situado no alto de um morro bem no centro da cidade, dá a impressão de ter sido projetado por alguém com pouca imaginação. Construído em forma de cubo, com paredes retas e sem as tradicionais torres ou elementos arquitetônicos tão característicos desse tipo de obra, ele é praticamente único em seu estilo.
Na verdade estas características eram propositais, e davam à sua torre central, a única parte do castelo que sobreviveu relativamente intacta, a condição de ser praticamente inexpugnável aos ataques, não importando de que lado eles viessem. SO encarregado de sua construção foi William FitzOsbern, um dos homens de confiança de William, o Conquistador. |
As obras foram iniciadas em 1067, ano seguinte da invasão da Inglaterra pelos Normandos. Para sua execução foram trazidas várias pedras da Normandia, França. Não que as pedras inglesas não fossem apropriadas para esta finalidade, mas principalmente pelo significado desse gesto, que representava a ocupação física e moral do território Saxão pelas tribos Normandas
A torre central, com 21 metros de altura, era originalmente cercada por um fosso seco, e como era usual, era também cercada por uma paliçada. Após sua conclusão, coube a Ralph, que tinha o título de Earl of East Anglia, a sua administração. No entanto, em 1075, Ralph cometeu a bobagem de unir-se a dois outros Condes para tentar depor o rei. O plano foi descoberto pelo monarca e Ralph teve que fugir às pressas para a França tentando salvar sua vida e deixando sua mulher Emma para tomar conta de Norwich. O fato é que Emma, mesmo tendo recebido inesperadamente uma tarefa difícil, saiu-se bem melhor que seu marido, e conseguiu resistir com bravura a um cerco que durou três meses, após os quais não teve alternativa a não ser a rendição. Mesmo assim, impressionado com a bravura daquela mulher, o rei poupou sua vida, e lhe deu permissão para embarcar para a França ao encontro de seu marido.
Em 1200 foi incorporado ao castelo um portão fortificado, na extremidade da ponte que cruzava o fosso. Infelizmente, nenhum destes elementos construtivos sobreviveu ao tempo. Com o correr dos séculos o castelo de Norwich foi atacado inúmeras vezes, e todas estas ocasiões trouxeram danos à estrutura original. Até mesmo os Franceses contribuíram para isto, quando organizaram uma aliança com nobres ingleses que queriam destronar Henry III e invadiram o sul da Inglaterra, tomando diversos pontos estratégicos, inclusive Norwich. Apenas muito depois o soberano Francês aceitou abandonar suas posições na Inglaterra em troca de uma vultosa quantia em dinheiro. |
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Em 1345 o castelo já não desempenhava uma função estratégica importante, assim o rei decidiu economizar algum dinheiro e livrar-se de parte daquela propriedade. Permaneceu sob controle real apenas a torre central, transformada em prisão, e com esta mesma função ela continuou pelos quatro séculos seguintes. No início do século 18 os registros relatam que a torre de Norwich estava decadente, quase em ruínas, seu teto havia desabado e estava imprópria até mesmo para servir como prisão. Foi construída então uma nova prisão em seu interior, que foi utilizada até 1887, quando uma associação denominada Norwich Corporation comprou a propriedade e deu início a um extenso programa de reformas.
Naquele mesmo ano todo seu revestimento externo foi removido e substituído por pedras trazidas de Bath, ao sudoeste da Inglaterra. São estas pedras, as mesmas que permanecem em sua fachada até hoje, que camuflam seus quase mil anos de idade, e que agora, apesar do estilo arquitetônico, lhe dão o aspecto de uma construção nova, típica de algum castelo de parque temático.
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Ao final das obras Norwich estava transformado num museu e galeria de arte, inaugurados em outubro de 1894 pelo Duque e Duquesa de York (que mais tarde subiriam ao trono com os nomes de Rei George V e Queen Mary, a Rainha Mãe). Nos anos seguintes, diversas outras reformas ainda iriam ser executadas, fazendo com que o museu incorporasse novos trechos e abrindo espaço para outras exposições permanentes.
Para um visitante procurando um ambiente típico de castelo medieval, a visita ao interior de Norwich pode ser um pouco decepcionante, já que foi quase inteiramente reformado. Apesar da disposição dos ambientes ter sido mantida, a aparência é inconfundivelmente nova e desprovida daqueles tradicionais aspectos medievais, com salões escuros, paredes de pedras geladas e coisas do gênero. |
Mesmo assim, em termos culturais é uma visita interessante para quem estiver de passagem pela cidade de Norwich. Lá estão instalados um museu de história natural, arte e arqueologia, além de uma interessante exposição, Prisioners' Tunnel, representando aspectos da vida de um típico soldado, desde 1685 até nossos dias. Também merecem destaque a imensa lareira existente no Great Hall, os quartos em estilo normando, a capela e o profundo poço, onde já virou costume atirar uma moedinha e contar os segundos para ela chegar ao fundo. Há também tours pelas masmorras, um dos trechos mais impressionantes de Norwich, bem como pela parte superior do castelo, de onde se tem uma excelente vista de toda cidade abaixo.
Site oficial: Norwich Castle |
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