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Poucos nomes e locais estão tão intimamente ligados a história da França como Vincennes. Desde o início de sua construção, a partir do século XIV, até a execução das mais recentes acréscimos e modificações, ocorridos durante o século XIX, este tem sido um dos mais renomados endereços do país, talvez só perdendo em prestígio para Versalhes. 

Tudo começa durante o reinado de Philippe Auguste, ainda no século XII, que decide construir neste local dos arredores de Paris, junto ao bosque de Vincennes, um casarão que servisse de abrigo durante suas caçadas. O bosque de Vincennes, razão da escolha do local para a construção do castelo, havia sido transformado pela dinastia dos Capetinos, no início do século XI, de local público em área particular da família real.

Passa a ser considerado área nobre, e pouco a pouco aquele casarão destinado a abrigar os soberanos durante suas caçadas começa a assumir características de residência real, com a incorporação de novos elementos arquitetônicos, executados por determinação de cada um de seus moradores. Sob o reinado de Philippe Auguste o primeiro casarão é substituído por uma residência construída com pedras, maior e mais confortável. 

Mais tarde, Carlos V, preocupado com a vulnerabilidade da construção, decide-se pela construção de uma grande muralha cercando todo o conjunto, intercalada com nove torres de guarda. Mas isto ainda não é suficiente para garantir a segurança de seus moradores, e o rei decide construir também uma grande torre central, o Donjon. Com cinqüenta e quatro metros de altura, o equivalente a um prédio de dezoito andares, esta edificação faz da torre de Vincennes a mais alta fortificação medieval da Europa, e transforma o conjunto numa verdadeira fortaleza militar. A muralha que cerca o núcleo do castelo forma um retângulo com quatrocentos metros de comprimento por duzentos e trinta metros de largura. Suas nove torres têm quarenta metros de altura cada, e o fosso que cerca o castelo tem cerca de vinte e cinco metros de largura e quinze metros de profundidade.

Uma das justificativas para a obsessão dos reis da França com o fortalecimento do Château de Vincennes foi a Guerra dos Cem Anos, como ficou conhecido o longo conflito entre França e Inglaterra, e que à época já batia às portas de Paris. A posição do castelo, bem próximo à capital da França, mas ao mesmo tempo convenientemente fora do centro, o transformava numa posição estratégica ideal para defesa da região. Como se sabe, os Ingleses conseguiram infringir grandes derrotas ao exercito francês, suas tropas chegaram a avançar até o sul da França, e somente anos mais tarde, graças à Santa Guerreira Joana D’arc, eles seriam definitivamente derrotados e expulsos do país. 

Vincennes também é um nome muito ligado à história de São Luis, como ficou conhecido o rei Philippe Auguste. Foi deste castelo que ele partiu rumo à Terra Santa, para participar das Cruzadas de 1248 e 1269. Em reconhecimento por seu desempenho nestas batalhas defendendo a fé cristã, ele seria canonizado pela igreja, passando à história como São Luis.

Ao fim do reinado de Carlos V, é construída em frente à muralha, a Capela de Vincennes, dedicada à Santa Trindade, e que serviria de modelo e inspiração para a futura construção da Santa Capela existente no centro de Paris. A construção da Santa Capela de Vincennes leva 228 anos, sendo que apenas em 1552 ela é concluída, já sob o reinado de Henrique II. Ao final do século 18 Vincennes é enriquecido ainda mais.

Sob o comando do arquiteto Le Vau, Luis 14 decide construir os luxuosos aposentos que ficariam conhecidos como Pavillons du Roi e Pavillons de la Reine (pavilhões do rei e da rainha), e que passariam a servir como residência real até a transferência da corte para Versalhes. Entre 1270 e 1328 Vincennes foi o endereço mais importante da França. Seis reis tiveram neste castelo e palácio o seu centro de poder. Três deles aqui se casaram e dois aqui morreram.

Após a mudança da família real para Versalhes, em 1762, Vincennes assume um papel bem menos glamoroso, e passa a servir inclusive como prisão de estado.

Entre seus prisioneiros mais ilustres destaca-se o rei Carlos IX, que morreu entre as paredes de pedra da torre de Vincennes sofrendo de terríveis alucinações. Também passaram por aqui o Marques de Sade, Mirabeau e Diderot. Até hoje é possível ver gravadas nas paredes inscrições diversas de infelizes prisioneiros trancafiados nos minúsculos cubículos do Donjon. 

Site oficial: Château de Vincennes

Vincennes serviria ainda como arsenal do exército, escola militar e fábrica de porcelana. Estas sucessivas quedas de status trazem tristes conseqüências para o castelo. O dinheiro necessário para sua conservação torna-se escasso e faz com que ao longo do tempo sete das torres integrantes da muralha desabem. O ponto mais triste da longa história de Vincennes foi durante a segunda guerra mundial, quando o castelo chegou a ser utilizado como quartel para as tropas nazistas que ocuparam Paris.

Vincennes é um castelo em estado quase bruto, e ao contrário de outros, não tem salões internos ricamente adornados ou decorados, com belos móveis, pratarias e tesouros. É como uma jóia não lapidada, em estado bruto, e talvez esta seja uma de suas vantagens, a de poder ser apreciado hoje em dia ainda em estado natural, sem adornos supérfluos.

Em 1913 Vincennes recebeu o merecido reconhecimento histórico, e passa a ser considerado como Monumento Histórico Nacional. Para quem tiver uma manhã livre em Paris, este é um passeio super interessante: Histórico, bonito, agradável e perto, pois basta pegar a linha 1 do metrô e ir até o fim da linha. A estação Vincennes, no lado leste da cidade, fica a pouca distância de sua entrada,