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O palácio de Wilanów, situado nos subúrbios ao sul da cidade de Varsóvia, geralmente é lembrado como a versão polonesa de Versalhes. Wilanów significa Cidade Nova, e sua origem remonta a 1683. Naquela ocasião, o rei polonês Jan Sobieski (1674-1696), um dos mais renomados monarcas do país, famoso por ter liberado Viena do domínio turco, decidiu construir algo arquitetonicamente diferente de tudo já visto em Varsóvia, para celebrar os prósperos novos tempos que se aproximavam.

   

O responsável pela obra foi o arquiteto italiano Agostino Lotti, que conseguiu criar uma obra de extremo bom gosto, harmonizando com perfeição construções, jardins, alamedas, exteriores e interiores. Em seus mais de trezentos anos de vida, Wilanów passou por diversas reformas, reconstruções e adaptações que serviram para torná-lo ainda maior e mais belo. A maior parte destas modificações foi executada pelos próprios donos, já que, até 1944, esta era uma propriedade privada, tendo passado pelas mãos das mais influentes e abastadas famílias polonesas. Milagrosamente, durante a segunda guerra, o palácio escapou da enlouquecida sanha de destruição imposta pelos nazistas à Varsóvia.

Atualmente a propriedade é administrada pelo governo, e é uma das principais atrações turísticas de Varsóvia. Ao adentrar no palácio os visitantes serão conduzidos através de um verdadeiro labirinto de salas, salões e corredores, profusamente adornados com milhares de peças artísticas. Também os jardins de Wilanów são um requinte de bom gosto, lembrando em muito aos de Versalhes.

Conta-se que a semelhança entre Versalhes e Wilanów deve-se em grande parte aos monarcas de França e Polônia, na época. Tanto Luiz XIV quanto Jan Sobieski eram católicos – na época a Europa estava conturbada por disputas entre católicos e protestantes – subiram ao trono na mesma época e admiravam os mesmo estilos arquitetônicos. A própria situação dos palácios, próximos das capitais, mas ao mesmo tempo convenientemente afastados, era semelhante.

A grande diferença entre Luiz XIV e Jan Sobieski, no entanto, estava em seus estilos de exercer o poder. Enquanto o monarca francês era absolutista e seu palácio foi construído como um império dentro do império, com a finalidade de representar a própria divindade do Rei Sol, o monarca polonês ocupava o trono graças ao resultado de uma eleição, e mandou construir Wilanów mais como residência para sua família do que como demonstração de poder. 

Algumas das mais influentes famílias proprietárias de Wilanów foram as Sieniawski, Czartoryski, Lubomirski e Potocki, nomes pouco comuns em países de língua portuguesa, embora muito lembrados na Polônia. Depois de ser transferido para a administração publica, a maior parte de Wilanów abrigou um setor do Museu Nacional de Varsóvia, e, a partir de 1995, um museu independente. Entre os setores mais renomados do museu destaca-se o dedicado aos mestres da pintura polonesa e européia dos séculos XVII a XIX. Lá podem ser apreciadas telas representando o monarca Jan Sobieski, sua família e várias gerações posteriores. Outros setores expõem cerâmica e esculturas Etruscas, porcelanas de Limoges, trabalhos em prata e ouro de várias localidades européias, mobílias antigas, objetos militares, e uma primorosa exibição de ornamentos chineses e de outros países asiáticos.

 

Entre as várias linhas de ônibus que ligam o centro de Varsóvia até o palácio, estão as de número 116, 117, 130, 139, 164, 180, 519, 522, 700, 710, 724, 725 e E-2. A linha certa depende do ponto exato da cidade de onde você pretende embarcar. No dia em que fomos lá, esperamos no ponto por um ônibus 116 somente para descobrir, quase meia hora depois, que ele não passava naquele ponto. Assim é aconselhável antes se informar na portaria de seu hotel qual dessas linhas é a melhor para seu caso. O trajeto do centro da cidade até o palácio leva em média vinte minutos. 

Site oficial: Wilanow Palac