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É difícil definir exatamente onde reside o charme ou o encanto principal de Amsterdam. Talvez ele esteja em seus canais, ou em seus prédios de fachadas coloridas, construídos durante o século 17. Ou talvez em suas pequenas embarcações que servem de moradia a tanta gente ou ainda na liberalidade cultural e sexual que há décadas deixou de ser novidade por aqui. Ou quem sabe na sua gente, com um aspecto tão bonito e saudável que nem parecem reais. Ou quem sabe a razão principal é o fato desta ser uma cidade construída abaixo do nível do mar, onde as pessoas tem o hábito de usar sapatos de madeira, produzir queijos divinos e trabalhar em moinhos de vento. Mas pensando bem estas coisas também existem em outros lugares do mundo! Talvez o encanto de Amsterdam esteja simplesmente porque aqui pode-se encontrar todas estas coisas, ao mesmo tempo e no mesmo lugar.

   

Muita gente deseja visitar Amsterdam, e por razões bem variadas. Seja a trabalho, romantismo, turismo ou até por razões, hum... menos familiares. Nós estivemos lá três vezes, sempre como turistas, e a cada visita descobrimos algo mais, algum novo aspecto. A primeira conclusão foi que para conhecer a cidade o ideal é ter um confortável par de sapatos, porque tudo deve ser feito a pé. O centro de Amsterdam tem como coração a estação de trens, e a cidade vista de cima assemelha-se a um polígono regular, onde ruas e canais alternam-se com equilíbrio perfeito.

 

Graças à profusão de canais Amsterdam ganhou o apelido de Veneza do Norte. Por aqui tudo está perto e é fácil chegar a qualquer lugar, mesmo porque o terreno é absolutamente plano, tornando as caminhadas ainda mais agradáveis. Tal é a harmonia entre prédios, canais e barcos que às vezes tínhamos a impressão de estar passeando numa cidade de brinquedo. Entre os moradores a bicicleta é o meio de transporte preferencial, e faixas destinadas às bicicletas, demarcadas em todas as ruas, devem ser levadas a sério para evitar acidentes. Para distâncias um pouco maiores os bondes são a melhor opção. E para turistas um passeio pelos canais é um programa imperdível, pois permite percorrer praticamente todo coração da cidade e apreciá-la a partir de um ângulo privilegiado.

 

Uma caminhada pelo centro da cidade certamente vai fazer você percorrer a avenida Damrak, onde batemos a foto ao lado. Ao fundo, pode-se ver a estação central de trens (Centraal Station). Por aqui estão muitos restaurantes, hotéis, lojas e se encontra de tudo, o que é muito conveniente para turistas, mas como este é praticamente o corredor de entrada principal da cidade é ao mesmo tempo muito movimentado e sem o ar bucólico de outros bairros. 

Foi nesta avenida que à noite, quando procurávamos um lugar para jantar, fomos abordados por uma estranha figura saída de um beco, nos oferecendo um produto que não foi nem preciso perguntar para descobrir o que era. Sim, em Amsterdam se encontra de tudo, e infelizmente nem tudo são queijos ou flores.

Além da avenida Damrak, as outras principais áreas comerciais da cidade estão situadas ao longo das ruas Nieuwendijk, Kalverstraat, Leidse Straat e a praça Leidseplein. Torres como a Montelbaanstoren, na imagem ao lado, são pontos tradicionais da cidade, e antigamente serviam como referência para os navios, na época das grandes navegações. O período de ouro da Holanda foi no século 17, quando chegou a ser a dona dos mares, e Amsterdam uma cidade riquíssima, como um dos maiores centros comerciais da Europa. Se o mar trouxe riqueza para a Holanda, é ao mesmo tempo motivo de permanente atenção. Como grande parte do território holandês fica abaixo do nível do mar, a preocupação com a manutenção das barreiras e diques é constante. Só para dar um exemplo, nosso hotel, próximo ao aeroporto, estava situado 3 metros abaixo do nível do mar.

 

Os tamancos de madeira Holandeses (klompen) são mais do que uma tradição. Ainda hoje são usados por muita gente no dia a dia, seja por hábito, ou por fazer bem à coluna e à postura, como gostam de dizer os Holandeses. Um programa interessante é visitar uma das fábricas de tamancos que existem em volta de Amsterdam, experimentar andar com um deles, e quem sabe, trazer um para usar em casa. Nestas fábricas o processo de criação de um tamanco é realizado na frente dos turistas, que podem ver como um simples toco de madeira é escavado e moldado, dando forma a tamancos de diversos tamanhos e cores.

A foto ao lado foi feita frente ao Ratterman, um dos mais tradicionais "tamanqueiros" locais. Fica no sul da cidade, o endereço é Noorddammerlaan 22, Bovenkerk / 1185 ZA Amstelveen-Zuid. Mesmo que você não se anime a comprar um para uso pessoal, poderá escolher entre uma enorme variedade de outros artigos típicos Holandeses, e ainda fazer uma foto nestes tamanquinhos existentes na entrada.... 

Vídeo: Fabricação de tamancos holandeses

 

Um dos prédios mais importantes de Amsterdam é o Rijksmuseum, na imagem ao lado. Com mais de 260 salas ele tem uma coleção fantástica de obras primas, entre as quais diversas obras do famoso pintor Holandês Rembrandt. Se você gosta de pintura vai ficar emocionado quando ver aqui a Ronda Noturna, um dos quadros mais famosos e valiosos do mundo, sempre rodeado de turistas e amantes da arte. A coleção de obras de arte do Rijksmuseum é riquíssima e há também obras de Vermeer, Frans Haals e Jan Steen. Depois visite o Museu de Van Gogh, que não fica muito longe daqui, e o Stedelijk Museum com obras de Monet e Cèzanne. Visite também o Museu de História de Amsterdam onde se pode conhecer a interessante história desta cidade.

 

Outra tradição Holandesa são estes realejos gigantes, quase sempre montados em reboques, e que são encontrados em vários pontos da cidade. Com bonequinhos vestindo roupas típicas, sempre coloridos e tocando uma musiquinha alegre, se você vir um deles em algum lugar não esqueça de dar algumas moedinhas para o artesão, para demonstrar que gostou da sua obra de arte, e ele vai ficar todo orgulhoso.

Outra característica da cidade é sua fama de Capital dos Diamantes, pois é em Amsterdam que estão as principais empresas de lapidação do planeta. Diversas estão abertas à visitação e nunca em nossas vidas tínhamos vistos tantos diamantes juntos ao mesmo tempo, seja na forma de solitários, pulseiras, braceletes, em diversos tamanhos e formas. Mas, como bons turistas, olhamos olhamos e ficou só nisso mesmo. De qualquer forma, fica aqui a sugestão: Se você por acaso estiver interessado em comprar um anel de diamantes para presentear sua cara metade... este é o lugar certo.

 

Os moinhos são uma vista comum em toda a Holanda e tem sido usados desde o século 14 para bombear água das terras abaixo do nível do mar, conquistar mais terreno mar adentro, permitindo aumentar o território da Holanda com a construção de novos diques, mas também para moer trigo, cacau, no preparo da cerâmica e em muitas outras atividades do dia a dia. Já existiram centenas em todo o país, mas infelizmente hoje o seu número é muito menor.

 

Mas não são apenas os tamancos nem os moinhos que fazem a fama da Holanda. O queijo holandês, como o Gouda e o Edam, é um dos melhores do mundo e quem visitar um supermercado com certeza ficará tentado pela enorme variedade de opções. Quase todo o dia levávamos um queijo diferente para lanchar no hotel. Se estiver passeando pelo centro sugerimos o ótimo supermercado situado local atrás da praça Leidseplein, que tem um imenso setor de queijos

 

Outra marca registrada da Holanda são as tulipas. O país é responsável por mais da metade da produção mundial de flores e como não poderia deixar de ser, em Amsterdam elas estão em todas as partes da cidade, principalmente nos mercados de rua, como o existente perto da torre Muntoren. Lá você vai encontrar tulipas de todas as cores, e até em saquinhos de sementes, se quiser levar para plantar em casa. Se tiver tempo, melhor ainda é visitar um dos campos de flores, que ficam por perto, ver onde elas são plantadas e comprar lá mesmo, pois o lugar é muito bonito. Um dos mais belos campos de tulipas do país é o existente na região de Leiden, ao sul de Amsterdam.

 

Você conhece a história de Anne Frank? Ela tinha 13 anos e durante a segunda guerra mundial viveu escondida por mais de dois anos num compartimento secreto localizado nos fundos deste prédio, com sua família, sem nunca poder sair para brincar, fazer qualquer barulho, nem ser vista por ninguém. Caso contrário seriam todos enviados para um campo de concentração. Com a cidade tomada pelos nazistas, a única alternativa para os judeus que quisessem ficar vivos era se esconder.

O relato deste período está no diário que esta menina escreveu, chamado O Diário de Anne Frank, sem saber que um dia aquelas linhas escritas no silêncio de seu quarto se transformariam num livro que iria correr o mundo, traduzido em todas as línguas, e considerado como uma exaltação da tolerância e paz entre povos. O esconderijo da família foi descoberto pelos nazistas apenas um mês antes da libertação da cidade pelas tropas aliadas. Hoje o lugar onde ela passou aqueles anos escondida foi transformado num museu, e esta é uma das visitas mais emocionantes de Amsterdam.

 

Sugestão para que está de carro e quer dar um passeio pelas redondezas: Volendam, meia hora ao norte de Amsterdam. Esta é uma pequena e graciosa cidade à beira mar, e aqui se pode sentir o que é a estranha sensação de viver abaixo do nível do mar. Conta uma história muito conhecida por aqui que certa vez, Hansje Brinker, um menino holandês, ao voltar da escola viu que um dos principais diques da cidade estava vazando e que se nada fosse feito toda região seria inundada em pouco tempo. Como não havia ninguém por perto a quem pudesse pedir ajuda ele tapou o buraco do dique com seu dedo e ali permaneceu até o dia seguinte, quando finalmente alguém apareceu para ajudar. 

O gesto heróico do pequeno Hansje é até hoje lembrado com uma estátua e nos inspirou a procurar os famosos diques holandeses, construídos em nossa imaginação como imensas muralhas de concreto, onde a água estaria sempre na iminência de transbordar sobre casas e ruas. Entre surpresos e algo decepcionados descobrimos que os diques de hoje assemelham-se mais à grandes morros cobertos de vegetação, que embora menos pitorescos, representam na verdade uma proteção muito mais eficiente que muralhas de concreto.

 

Ao lado, imagem feita no alto de um típico dique holandês. À medida que caminhávamos na direção do mar íamos subindo e subindo, e quando chegamos lá em cima estávamos no mesmo nível do mar. Ao mesmo tempo, as casas e ruas, lá atrás, estavam vários metros abaixo do nível onde estávamos, fornecendo uma visão inédita e ao mesmo tempo uma sensação muito estranha.

 

Complementando o passeio pelos arredores de Amsterdam não pode faltar uma visita à Zaanse Schans. Este local, pode-se dizer, é uma mistura de fazenda com parque temático e é uma ótima pedida para se passar uma tarde. Fica na direção de Purmerend, norte de Amsterdam. Lá você vai encontrar várias coisas típicas da Holanda, muitos moinhos para visitar, lojinhas vendendo todo tipo de produtos típicos e restaurantes servindo comida tradicional. Garantimos que você vai gostar!
Detalhes no site Zaanse Schans.

Vídeo feito em Zaanse Shans: Moinhos

Ainda hoje, quando pensamos em nossas visitas à capital da Holanda, continuamos sem conseguir dizer onde reside exatamente o charme ou o encanto principal de Amsterdam, uma cidade que parece ter de tudo um pouco. Mas podemos dizer com certeza que aqui tivemos um dos momentos mais memoráveis de nossas viagens, quando percorremos os canais da cidade, numa embarcação com teto de vidro, à luz de velas, degustando queijos e vinhos. No final das contas talvez momentos como esse definam melhor o que é o encanto principal de cada lugar. É a capacidade de criar estados de espírito positivos, momentos inesquecíveis e a vontade de voltar. E nesse particular Amsterdam sabe, como poucas cidades, criar estados de espírito que acompanham a gente para sempre.