Inicio
Amsterdam
Assis
Atenas
Barcelona
Bath
Belfast
Berlin
Biarritz
Blackpool
Bordeaux
Bratislava
Brighton
Brugge
Bruxelas
Budapeste
Cambridge
Cardiff
Chamonix
Chester
Copenhagen
Dijon
Dublin
Dusseldorf
Edinburgh
Estocolmo
Firenze
Frankfurt
Genebra
Glasgow
Grenoble
Heildelberg
Helsinque
Innsbruck
Inverness
Istambul
Koln
Liechtenstein
Lisboa
Liverpool
Londres
Luxemburgo
Madri
Manchester
Milano
Monaco
Moscou
Munique
Nice
Oslo
Oxford
Paris
Portsmouth
Praga
Reims
Roma
Rouen
Salzburgh
San Malo
Sao Petersburgo
Talin
Toulouse
Varsovia
Veneza
Viena
Winchester
York
Zurich

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

Milano, norte da Itália. Capital da Lombardia, da cultura, das artes, música e ópera. Destacado destino turístico europeu, consagrado centro de design, uma das capitais mundiais da moda e pólo lançador de estilos e tendências. Acrescente a isso largas avenidas, harmonia arquitetônica, belas áreas verdes e transportes eficientes. Algumas pessoas dizem, brincando, que esta é a cidade italiana que as vezes não parece Itália ou que parece o que toda Itália gostaria de ser: Elegante, culta e bonita. Outras vezes já tínhamos visitado a Itália, mas sem passar por Milão. Desta vez, no entanto, não foi mais possível adiar. Milano seria um dos pontos altos daquele nosso roteiro pelo sul da Europa. À medida que nos aproximávamos da cidade pela auto estrada A7 e tornava-se possível distinguir, à distância, as construções mais elevadas da região central, a ansiedade e excitação em chegar aumentavam cada vez mais.

Vale lembrar que para quem não está chegado de carro e pretende usar o transporte aéreo, Milão tem dois aeroportos, o grande e movimentado Malpensa Airport (48 km a noroeste da cidade, atende vôos internacionais de longa distância, conectado ao centro da cidade pelo Malpensa Express, trem que segue até à estação Cadorna, próxima ao centro histórico) e o menor e mais próximo aeroporto de Linate (4 km a leste da cidade, atende vôos locais e para outras cidades européias, ligado ao centro por ônibus e táxis).

Já quem chega de trem provavelmente vai desembarcar na estação Milano Centrale (situada na Piazza Duca d' Aosta, conectando Milão às maiores cidades italianas e européias).    

Milão tem um sistema de transporte coletivo eficiente. A cidade conta com boas redes de bondes, metrô e ônibus cobrindo todas suas regiões e bilhetes podem ser comprados em vários pontos da cidade, assim como em diversos hotéis. Confira os tipos de bilhetes e tarifas em ATM (Azienda Trasporti Milanesi). Depois de deixar suas coisas no hotel nossa sugestão é que você vá direto ao Centro Histórico, área não muito extensa, situada principalmente entre o Duomo e o Castelo (leia mais sobre estes lugares abaixo). A primeira impressão que Milano causa é quase sempre agradável, graças aos prédios elegantes, avenidas arborizadas, monumentos históricos, praças, jardins, trânsito relativamente educado e uma gente simpática e alegre, acostumada a receber turistas e a tratá-los com boa vontade.

Curiosidade: O nome Milano tem origem na palavra latina 'Mediolanum', que designava a antiga cidade existente neste mesmo lugar, fundada e administrada pelos Celtas, até a mesma ser invadida pelos romanos, no século 2 AC.

A principal atração turística da cidade é a Catedral de Milão, mais conhecida como 'Duomo', mostrada na imagem ao lado. Majestosa, impressionante, imponente, são alguns adjetivos usualmente empregados para descrevê-la, e sinceramente, todos são merecidos. A construção da maior catedral da Itália e quarta maior do mundo teve início em 1386 e consumiu seis séculos. Mesmo que alguém dedicasse um dia inteiro à sua visitação, seria impossível conhecê-la por inteiro, tantos são os tesouros, obras de arte, informações históricas, detalhes arquitetônicos e curiosidades lá existentes.

Atente, por exemplo, para a magnífica fachada, construída inteiramente com mármore de Candoglia. Ao entrar dirija-se ao 'Candelabro de Trivulzio', peça do século 16, cuja base foi forjada representando conjuntos de animais, figuras humanas e religiosas e símbolos diversos. Veja a pequena luz vermelha junto ao púlpito, demarcando a câmara que, conta-se, guarda um dos 'Pregos da Cruz de Cristo'. Não esqueça o Órgão de 225 tubos, maior da Itália. Repare nas 3200 estatuas existentes na catedral. E isto é somente o básico. Reserve ao menos duas horas para ter uma noção mínima dos tesouros desta catedral, e veja mais detalhes no site oficial Duomo.

Depois de circular pelo interior da catedral saia novamente, compre bilhetes (no prédio ao lado) para o elevador externo e suba até a cobertura. Lá os visitantes tem a oportunidade de percorrer o estreito caminho que faz o contorno do teto da catedral um circuito belíssimo e diferente, que nos faz pensar na aparente infinita criatividade dos arquitetos e artistas que ao longo dos séculos contribuíram para criar esta obra de arte. Torres, corredores, esculturas, detalhes, relevos, estátuas, se sucedem ao longo da caminhada, nos deixando até meio tontos com tanta coisa para apreciar.

Além disso o passeio também oferece a chance de ver Milano do alto, um visual incrível. A certa altura, uma escadinha adicional conduz, quem ainda tiver disposição, à cobertura da nave da catedral, algo equivalente, em termos de Duomo, ao pico do monte Everest. Muita gente, ao chegar lá, simplesmente senta no chão e fica olhando em volta, com jeito deslumbrado, como quem não tem coragem de deixar aquele momento para trás nem de ir embora. 

 

Uma maneira barata e divertida de conhecer a cidade é passear de bonde. Eles são modernos e espaçosos e seus trajetos cobrem praticamente todos os bairros da cidade. Um dia saímos de nosso hotel para ir ao centro, e o passeio era tão agradável e nos permitia ver tanta coisa, tantas pessoas, avenidas, comércio, monumentos, que decidimos seguir em frente sem destino certo e fomos até o fim da linha. Passamos pela agradável Corzo 22 Marzo, depois cruzamos a movimentada Corso di Porta Vittoria, demos a volta no centro histórico, vendo as torres do Duomo sobressaírem sobre os prédios residenciais, chegamos à elegante Via Vincenso Monti (imagem ao lado), e prosseguimos finalmente até a Piazza 6 Febraio.

Quando todos os passageiros desceram e ficamos só nós dois para a viagem de volta, o motorista, provavelmente percebendo que éramos turistas, deu uma risada e deixou a gente permanecer a bordo. Mesmo assim, continuamos somente até o ponto seguinte, onde descemos e decidimos continuar a pé na direção do Castello Sforzesco. Nota-se claramente que a região cortada pela Via Vincenso Monti atravessa uma área nobre, pois vê-se diversos prédios elegantes, comércio exclusivo e bons restaurantes.

É incrível como, quando estamos em outras cidades, tudo parece ser novidade, até mesmo as coisas com as quais estamos acostumados no dia a dia. As motos são criativas, as lojas tem um algo mais, as frutas tem uma cor incomum, as roupas tem um estilo diferente, as bancas de revista tem publicações que nunca vimos, os cartazes colados nas ruas anunciam shows de artistas que não fazemos a menor idéia quem sejam... Bem, é claro que a forma de ver alguma coisa está sempre ligada ao estado de espírito de cada um, e o que se vê em alguma coisa ou em alguém depende sempre do que se quer ver, não é mesmo? Mas viajar é acima de tudo querer ver coisas novas, certo? Falando nisso, as docerias de Milano tem doces e tortas que nunca tínhamos visto iguais (e experimentado), capazes de derrotar a mais férrea determinação de emagrecer :-).

E continuando a falar nisso, quem estiver com vontade de fazer uma boa e barata refeição ao passar pela Via Vincenso Monti pode ir sem susto no simpático Farinella Ristoranti (Lg. Cairoli 71). Fomos atendidos por um garçom brasileiro, que nos contou ter trabalhado muito tempo na Inglaterra, estava na Itália há pouco menos de um ano e já estava pensando em mudar novamente de lugar. Disse que a crise financeira da Europa tem feito estragos por aqui e que seus rendimentos e gorjetas diminuíram muito nos últimos meses. Naquele dia o restaurante Farinella estava promovendo um evento para um destacado político da cidade, e enquanto nós almoçávamos, ele e sua comitiva chegaram, foram saudados por muita gente, deram entrevistas, foram fotografados e pelo jeito fizeram muitas promessas. Foi divertido assistir tudo aquilo, assim como inevitável lembrar como brasileiros e italianos são parecidos, inclusive seus políticos... 

Ao lado uma imagem da Piazza del Duomo, vista do alto da Catedral. Esta praça, pode-se dizer, é o centro do centro de Milano. Ela é o núcleo geográfico, social e comercial da cidade. Com dezessete mil metros quadrados distribuídos numa área retangular, a praça dá acesso a alguns dos prédios mais famosos da cidade, como o próprio Duomo, a Galeria Vitorio Emanuelle e o Palazzo Carminati, bem como à badalada Via Mercanti, mais movimentada rua comercial de pedestres da cidade. Muitas manifestações, eventos e comemorações importantes acontecem na Piazza del Duomo e no dia que chegamos aqui a praça estava tomada por manifestantes políticos e suas bandeiras. A imagem ao lado foi feita no final da tarde, quando os manifestantes já tinham partido e a Piazza tinha voltado ao movimento normal.

 

Esqueça aquela galeria que você sempre achou tão bonita e elegante. Ela de repente virou um inexpressivo beco. Impossível pensar de outra forma depois de conhecer a Galleria Vittorio Emanuele. Para falar a verdade, o próprio nome 'Galeria' é inadequado para descrever esta magnífica obra. A galeria Vittorio Emanuele é formada por duas arcadas perpendiculares, ladeadas por prédios de fachada em estilo clássico e altura correspondente a um prédio de quatro andares. Suas cúpulas de vidro cobrem toda galeria abaixo, e são adornadas com figuras representando Ásia, África, Europa e América, enquanto o piso é formado por mosaicos coloridos com desenhos diversos, onde destaca-se o brasão da família de Vittorio Emanuelle. Conhecida como 'Il salotto di Milano' (sala de estar de Milão), ela abriga prestigiadas lojas de grife, restaurantes, cafés, um hotel de luxo, uma loja do Mcdonalds e principalmente gente, muita gente, caminhando, conversando, passando, fotografando, almoçando, comprando etc etc.

Não perca a oportunidade de fazer uma refeição em alguns dos restaurantes desta galeria. É claro que sempre existe o Mcdonalds, mas para quem quer algo melhor vale lembrar que alguns restaurantes não são tão caros como o ambiente pode sugerir. Nossa sugestão é o Il Salotto que serviu duas refeições saborosas, acompanhadas por um taça de vinho tinto irrepreensível e uma conta aceitável. Depois da sobremesa desça até o subsolo da galeria, onde encontra-se a La Feltrinelli, uma das melhores lojas da cidade para encontrar bons livros, CDs, DVDs. Pode ser útil saber que no subsolo, junto à entrada desta loja, situam-se os banheiros públicos da galeria. 

O autor do projeto da Galleria Vittorio Emanuele foi Giuseppe Mengoni, que deu inicio às obras em 1865, sendo que o nome da galeria foi escolhido como forma de homenagem a 'Vittorio Emanuele Maria Alberto Eugenio Ferdinando Tommaso di Savoia', último rei da Sardenha e primeiro rei da Itália unida.

Vídeo: Galleria Vittorio Emanuele

Bares e restaurantes com mesas nas calçadas cobertos por toalhas coloridas estão em todo lugar por aqui. Italianos, como todo mundo sabe, adoram um bom papo, assim como uma boa refeição. Tudo sempre com alegria e prazer. Entre as mais famosas especialidades gastronômicas de Milão (e de toda região da Lombardia) estão o queijo, leite e manteiga, ingredientes amplamente utilizados no preparo da maior parte de pratos típicos locais.

Algumas sugestões para seu cardápio: Ossobuco (vitela à moda), Buseca (tripas à moda), Picatta Milanese (frango à moda), Orecchiette alla Milanese (cogumelos, pão e queijo parmigiano, Rissoto alla Milanese (arroz à moda), Cotoletta alla Milanese (cervo à moda), Tortelli di Zucca (ravioli recheado), Pinzoccheri (macarrão com batatas e queijo), e as sempre tradicionais sopas 'Minestrone alla Milanese' e 'Zuppa Pavese'.

Entre as sobremesas típicas destaca-se nosso conhecido Panetone e também a 'Barbaiada' (preparado com creme, chocolate quente, leite e café). Também doces, tortas e bolos são encontrados em profusão por aqui, mas o destaque gastronômico, em nossa opinião, ficou com os pães. Nunca em nossas vidas, tínhamos experimentado pães tão deliciosos quanto os que encontramos nesta região da Itália.

Outra daquelas visitas imperdíveis é ao Castello Sforzesco (imagem ao lado), cujas primeiras fundações datam de 1450. Mais que um castelo, o local é na verdade uma cidadela murada, com pátios, torres e ambientes diversos. Durante muitos séculos serviu como sede do Ducado de Milano, criado em 1395 por Gian Galeazzo Visconti. Durante o reinado dos Visconti e mais tarde dos Sforza, o ducado precisou defender o território de Milano dos ataques lançados por alguns vizinhos, como franceses, suíços e venezianos, o que tornava muralhas altas e resistentes uma necessidade essencial. Mesmo assim a cidadela foi tomada pelos franceses (1515) e pelos espanhóis (séculos 15 e 16), que acabaram contribuindo para fortalecer ainda mais as muralhas e defesas do castelo.

Vídeo: Passeio de Bonde até o Centro

Somente após a unificação da Itália (movimento político e social que agrupou todos os estados autônomos da península italiana - Sardenha, Toscana, Parma, Sicilia, Venetia, Lombardia e outros - ocorrido entre 1815 e 1870), o castelo deixou de desempenhar funções militares e teve sua administração transferida para a cidade de Milão, fazendo com tivessem início os trabalhos de restauração. Atualmente o castelo abriga diversos museus e exposições temporárias. O acesso aos museus é pago, mas o pátio interno, algumas galerias e os belíssimos pátios 'Cortila delle Roccheta' (imagem ao lado) e 'Corte Ducale' tem acesso livre. infelizmente o que vemos atualmente do Castello Sforzesco é apenas uma pequena parte da construção original, que em seu esplendor chegou a ocupar área de 26 hectares.

Vídeo: Castelo Sforzesco

Site oficial Castelo Sforzesco.

Até 1999 Milano era dividida em vinte zonas administrativas. Atualmente são apenas nove, sendo que o centro histórico, com formato oval, corresponde à Zona 1, abrangendo a área que situava-se dentro das muralhas construídas durante o período de dominação espanhola (séculos 15 e 16). Milano teve, ao longo dos séculos, três linhas de muralhas defensivas, sendo a primeira construída pelos romanos (século 2 e 3 ), a segunda na idade média (século 12) e a terceira durante a ocupação espanhola (século 16).

Praticamente nada restou de todas estas muralhas, mas seu traçado ainda pode ser identificado, pois correspondem, aproximadamente, ao layout urbanístico da cidade, nitidamente em forma de círculos concêntricos. Os principais círculos viários da cidade, conhecidos como 'Cerchia dei Navigli' e 'Cerchia dei Bastioni', correspondem respectivamente às muralhas construídas durante o período medieval e o período espanhol.

Ao lado uma imagem de prédios pelos quais passávamos todo dia ao sair do hotel. Foi por acaso que descobrimos pouco adiante, num domingo às 3 horas da tarde, um restaurante familiar caído do céu: Metropolis Snc di Vocale Giovanna (via Gaetano Donizetti 3). É verdade que o garçom não ficou lá muito feliz em nos ver chegar aquela hora, quando a cozinha já estava quase fechando, e vinha na mesa de minuto em minuto para ver se já tínhamos decidido o que pedir. Contribuiu para nossa dificuldade em escolher o detalhe do garçom (e sua família inteira, que também trabalhava no restaurante, como depois descobrimos) ser oriental e não falar italiano (ao menos um italiano que a gente compreendesse).

Apesar disso, foi neste Metropolis Snc que comemos a melhor macarronada em muitos anos. No final, conseguimos fazer a família toda compreender que éramos brasileiros, sorriram muito para a gente, fomos abraçados, fizemos fotos juntos e fomos embora certos de ter deixado bons amigos orientais em Milano. Mesmo sem um compreender uma palavra que o outro falava...

Quem estiver procurando um lugar para comprar alguma coisa para levar para o hotel e fazer, quem sabe, um lanchinho mais tarde, com vinhos, queijos, salames, pães etc, sugerimos passar no Esselunga (uma das principais redes de supermercado da Itália, com diversas lojas na cidade e boa seleção de vinhos). Outra rede com vários pontos de venda na cidade é o Simply Market (o simples no nome deve ser pura modéstia, porque lá eles também tem de tudo). Experimente o queijo mais famosa da região, o Gorgonzola e não esqueça de provar outra marca registrada da cidade, o Salame Milano, de sabor intenso e característico. 

 

O teatro Scala (alla Scala, em italiano) é uma das mais importantes salas de ópera do mundo. Inaugurado em 1778, ele conseguiu através dos séculos permanecer como referência entre os grandes, e praticamente todos ícones da música lírica italiana e do mundo já se apresentaram em seu palco em algum momento. Sua fachada principal pouco grandiosa pode até passar despercebida de algum turista desavisado, mas com certeza o mesmo não acontecerá com seu interior, belíssimo. Turistas podem - além de assistir um espetáculo - visitar o Museu do Teatro, que contém um acervo extraordinário, acumulado ao longo de dois séculos, e que inclui vestimentas, estátuas e pinturas, entre outros itens. No alla Scala, eram frequentes apresentações de Bellini, Donizetti, Rossini e Verdi.
Mais informações no site oficial alla Scala.

 

Visite também o Pallazo Reale, sede administrativa da cidade durante o século 11. Em 1598 o imóvel abrigou o primeiro teatro permanente da cidade, e Mozart, quando criança, se apresentou nele. Comprado pela prefeitura em 1965 o Pallazo Reale atualmente abriga escritórios e o Civico Museo d'Arte Contemporanea. Falando de música talvez você se interesse em visitar também o Conservatorio di Musica Giuseppe Verdi, fundado em 1808. Aqui estudaram diversos músicos e compositores, embora ironicamente o gênio Giuseppe Verdi, quando jovem, tenha tido sua admissão recusada. Visitantes encontrarão no belo prédio que abriga o conservatório uma enorme coleção de instrumentos musicais e uma biblioteca com trinta mil volumes. Ao lado, uma imagem da Piazza Castelo e seu chafariz, e ao fundo a Torre del Filarete, onde situa-se o portão de acesso principal do Castello Sforzesco.

Curiosidade sobre nomes milaneses: Visconti é um nome sempre associado à cidade de Milão. Foi esta dinastia que, durante a idade média, governou a cidade. O primeiro governante desta linhagem foi Ottone Visconti (arcebispo de Milão entre 1277 e 1294) e o último foi Bianca Maria Visconti. Um dos mais conhecidos pratos típicos de Milão na época de natal e ano novo é o Panetone, tradição que acabou sendo incorporada também às festas brasileiras. Não por acaso, uma dos mais conhecido fabricantes deste típico bolo de natal milanês é o Panetone Visconti.

Ao lado, fachada da Santa Maria delle Grazie, uma bela igreja. Mas porquê vir aqui? Bem, que tal ver com seus próprios olhos uma das mais belas e importantes obras de todos os tempos, a tela 'A Última Ceia' de Leonardo da Vinci? Sim, a famosa pintura de Cristo ladeado por seus doze apóstolos, pintada no século 15, medindo 4,50 × 8,70 metros está aqui, cobrindo a parede dos fundos do salão de refeições da Santa Maria delle Grazie, e sua visão costuma emocionar muitos visitantes, sendo que alguns chegam até a chorar. Da Vinci começou a trabalhar nesta tela em 1495 e estima-se que somente a tenha concluído três anos depois.

Infelizmente seu trabalho foi muito danificado pela ação do tempo, por desastradas tentativas de restauração ocorridas ao longo dos séculos, pela sujeira e poluição. Somente em 1978 a famosa obra foi submetida a um rigoroso e extenso trabalho de recuperação, onde procurou-se, com ajuda de sofisticados instrumentos científicos, determinar e restaurar suas cores, formas, elementos e demais características originais. Os trabalhos duraram 21 anos, e somente foram concluídos em 1999. Ainda assim, alguns trechos da pintura estavam irremediavelmente danificados e não puderam ser recuperados.

A visita à igreja Santa Maria delle Grazie deve ser agendada com bastante antecedência, no próprio local ou online, porque as entradas esgotam-se rapidamente, principalmente em épocas de temporada turística, mesmo com a visita à tela limitada a 15 minutos de duração por pessoa. Endereço: Piazza Santa Maria delle Grazie 2. Transporte até o local: Bonde 18 (parada Corso Magenta) ou 24 (parada Santa Maria delle Grazie). Metrô MM1 (estação Conciliazione ou Cadorna) e metrô MM2 (estação Cadorna).

Mas não é só por esta famosa tela que Leonardo da Vinci é lembrado em Milão. Sua genialidade também pode ser rememorada no Museo Nazionale della Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci. Instalado num antigo monastério do século 16, lá os turistas podem conhecer uma grande coleção de máquinas e se divertir com a evolução da tecnologia desde a época de Leonardo.

 

Milão é famosa como centro da moda, artes e design, o que geralmente vem associado a preços elevados, pouco atraentes para turistas. Mesmo assim, quem souber escolher o lugar certo, vai descobrir coisas boas a preços aceitáveis. Tradicionais lojas de departamento com boas promoções podem ser encontradas ao longo da Corso Buenos Aires e Via Dante, sendo que muitas abrem também aos domingos. A mais famosa loja de departamentos da cidade, com oito andares onde se encontra praticamente tudo, é La Rinascente.

Outros lojas tradicionais são a Coin (Piazza Cinque Giorante), Upim (Piazza San Babila) e Centro Bonola. Demais áreas de compras, com preços em média mais elevados, estão localizadas ao longo da Corso Vittorio Emanuele, Via Monte Napoleone, Via Dante e Via Monte Napoleone. E se seu caso é mesmo moda exclusive vá direto à Via della Spiga, Via Montenapoleone, Via Andrea, Via Gesù, Via Borgospesso, e Corso Venezia, que formam o chamado Quadrilatero d'Oro do comércio. Ao lado, uma vista da Piazza Duomo, feita a partir da cobertura do Duomo.

Milano está passando por um processo de reestruturação urbanística, sendo que muitos destes projetos visam preparar a cidade para a grande exposição mundial, a Milano 2015 Expo.

 

O bairro de Navigli (metrô Porta Genova) costuma fascinar turistas que apreciam coisas típicas. Surgiu no século 12, graças aos canais artificiais criados para servir como via de transporte e comércio. Embora os cinco canais (Navigli Grande, Pavese, Martezana, di Bareguardo e di Paderno) tenham deixado de ser navegáveis há alguns anos, o conjunto de construções residenciais e comerciais, intercaladas com restaurantes, cafés e pequenos hotéis forma um visual que destaca-se do estilo predominante na cidade, de tendência fashion. Aqui é exatamente o contrário, e talvez esta simplicidade seja a razão de bons comentários sobre Navigli serem quase unanimidade entre turistas. Nos últimos domingos de cada mês acontece uma feira de antiguidades e curiosidades, ao longo do canal Naviglio Grande, próximo à Porta Genova. Mais detalhes em Navigli.

 

Já ouvimos gente dizer que Milão é uma cidade normal, e dois dias são suficientes para conhecê-la bem. Mas as pessoas são diferentes, a cada uma tem critérios próprios. Para quem, como nós, chega a uma nova cidade sempre com alma curiosa, olhos ansiosos, querendo mergulhar de cabeça e descobrir tudo que ela tem a oferecer, Milano foi marcante, pura alegria e revelação. Ficamos cinco dias aqui e não deu tempo de ver nem metade do que pretendíamos. Mas dizem que é assim que tem que ser. Deve-se partir de um lugar sempre pensando no que não deu tempo de ver, no que não foi possível conhecer, pois isto será sempre um incentivo para voltar. Quando, após decolar, vemos a cidade pela janelinha do avião cada vez menor e mais distante e sentimos uma certa tristeza é sinal que ela nos conquistou. Assim foi com Milano, ela não nos deixou esquecê-la. Continua, até hoje, nos fazendo sentir uma gostosa saudade.

 

Veja fotos em alta resolução de MIlano


Brasão de Milano