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Antigamente, ao pensar naqueles três minúsculos países do nordeste da Europa encostadinhos um no outro, ficávamos sempre em dúvida qual era a Estônia, a Letônia e a Lituânia. Mas depois de visitar a Estônia e conhecer sua capital Talin tornou-se impossível continuar a confundir este lugar com qualquer outro. Talin é absolutamente diferente de tudo e completamente especial. É uma cidade pequena, mas marcante. Em linguagem figurada pode-se até dizer que ela é a cereja do bolo. 

Talin ou Tallinn, é uma cidade que rapidamente moderniza-se com a construção de grandes prédios comerciais. Já de longe, ao se aproximar, podem ser vistos guindastes erguendo material para altos prédios. No entanto, ninguém vai até lá por causa desta cidade moderna e seus arranha céus. O principal motivo que leva dezenas de milhares de turistas até esta cidade é sua parte histórica, a Cidade Medieval. 

Viemos para Talin de ferry, partindo de Helsinque e a viagem a bordo do moderno e confortável Seacat durou somente 90 minutos. Quando partimos estava um dia nublado e cinza, mas à medida que a rápida embarcação atravessava o golfo da Finlândia, o dia começou a clarear, e quando chegamos ao porto de Talin o céu já estava de um azul radiante. O centro histórico de Talin está muito próximo ao terminal marítimo, assim, após desembarcar e nos desembaraçarmos das rápidas formalidades alfandegárias, uma caminhada de meia hora nos levou aos portões da cidade medieval. 

 

Muito antes de chegarmos aqui, no entanto, ainda a bordo do Seacat, já era possível vislumbrar as principais torres da cidade medieval. Uma das mais conhecidas é a da Igreja de Santo Olavo, na foto ao lado. Sua construção data de 1267, e ao que consta, ela recebeu este nome graças ao rei norueguês Olav II Haraldsson, que foi canonizado como Santo Olavo, tido como protetor dos navegantes.

Sua torre tem 159 metros de altura, no século 16 era a construção mais alta da cidade, o que lhe conferia status não somente religioso, mas também de importante marco de orientação para as embarcações que se aproximavam do porto de Talin. Ao mesmo tempo, sua altura também representava um risco, pois foi atingida por raios oito vezes e pegou foto outras três vezes, sendo que, no maior dos incêndios, conta-se que as chamas podiam ser vistas do outro lado do golfo, onde fica Helsinque.

 

A cidade medieval é pequena, ocupando uma área aproximada de quatro quilômetros quadrados, e não é difícil se orientar por suas ruelas. É um lugar para ser percorrido a pé, com calma, e ir descobrindo aos poucos cada detalhe. Por entre estas ruazinhas sinuosas estão dezenas de lojinhas, igrejas, museus e residências. A população total da cidade é de 400 mil habitantes, mas somente uma pequena parte mora ou trabalha na cidade medieval. Por ter ficado durante tantas décadas sob o domínio soviético, até hoje a influência russa é forte na cidade.

Um censo recente revelou que a população local é composta por 53% de Estonianos e 36% de Russos, sendo o restante formado por outras etnias, vindas principalmente de países da antiga União Soviética. Devido ao grande movimento turístico, o inglês é compreendido por uma boa parcela da população. Uma vendedora bem humorada nos disse que devido à tumultuada história do país e ao recente incremento do turismo, muita gente em Talin é poliglota, falando estoniano, russo, finlandês, alemão e inglês.

 

Todas as ruas da cidade medieval conduzem à Praça da Prefeitura, dominada por este belo prédio, considerado um tesouro nacional. Construído entre 1402 e 1404, a torre da prefeitura é o principal marco da cidade, além de ser considerada como o mais bem preservado prédio medieval da Europa setentrional. Destruído e reconstruído muitas vezes, ainda hoje ele guarda a mesma aparência externa que ostentava durante o século 15. 

Parte do prédio está aberto à visitação pública, com destaque para o segundo andar, onde situam-se o Salão Principal, a Sala do Conselho Municipal, uma pequena cozinha e Chancelaria, local destinado às recepções importantes, ainda hoje como na idade média. Mas a praça da prefeitura não é importante somente devido a este prédio. Todo o conjunto da praça, na verdade um largo pavimentado, é cercado de prédios históricos muito bem preservados que representam o coração histórico e turístico de Talin.

 

Ao lado, imagem de restaurante com mesas na rua, situado na praça da prefeitura. Nesta área predominam os restaurantes e pequenas lojinhas vendendo souvenirs. Chama atenção o cuidado que é dispensado à preservação destes prédios históricos, fazendo com que, mesmo sendo centenários, tenham aparência de novos.

A moeda local é a Coroa Estoniana, abreviada como EKK, e na ocasião de nossa visita a cotação estava em quinze Coroas Estonianas para um Euro. Na verdade nem foi preciso fazer câmbio, já que quase todos estabelecimentos aceitam cartões de crédito, e muitos outros aceitam Euros.

 

A cidade medieval divide-se em Cidade Alta e Cidade Baixa, e um dos prazeres de caminhar por aqui é descobrir aos poucos pequenas passagens medievais, aparentemente esquecidas pelo tempo. Um lugar que descobrimos por acaso, e que mais tarde fomos descobrir que é um dos principais atrativos da Talin medieval é justamente o trecho conhecido como Passagem de Santa Catarina, na foto ao lado. Situada entre as ruas Vene e Müürivahe, a menos de 500 metros da praça da prefeitura, esta passagem é um dos pontos mais fotografados da cidade, graças à atmosfera medieval que parece guardar ainda hoje. Junto à mesma ainda é possível ver o que restou da antiga Igreja de Santa Catarina. Por aqui estão também algumas lojinhas de doces e salgados simplesmente deliciosos.

 

Entre as igrejas medievais que não podem ser esquecidas em Talin estão a própria Igreja de São Olavo (foto 3), a Igreja de São Nicolau, construção do século 13 que abriga em seu interior algumas das obras de arte mais valiosas do país, e a Igreja do Espírito Santo, consagrada no século 14. A religião predominante na Estônia é a Luterana, praticada por um terço da população, seguida de perto pela religião russa ortodoxa. Somente 3% da população é católica. Ao lado, uma rua residencial próxima ao portão de entrada sul. 

 

 

Esta rua medieval com aspecto de fortaleza abriga, em cada um dos arcos da muralha, pequenas lojinhas enfeitadas com toldos vermelhos. Em cada uma delas simpáticas e geralmente rechonchudas Estonianas oferecem casacos, cobertores, luvas e toucas de lã tricotadas à mão, sempre coloridíssimos e com desenhos elaborados. Este tipo de trabalho artesanal é uma das especialidades locais, e foi impossível deixar de levar alguns para presentear amigos e parentes.

Vendo tanta lã dá logo para perceber que o inverno por aqui deve trazer temperaturas muito baixas. Mas isto não se repete no temperamento das pessoas, pois de uma forma geral, o povo Estoniano é receptivo com visitantes, e mesmo quando a gente não consegue um língua em comum para dialogar, a comunicação é sempre entremeada de sorrisos.

 

No trecho conhecido com Cidade Alta, uma fortificação murada intercalada por diversas torres faz o contorno da Talin medieval. Algumas destas torres se tornaram praticamente símbolos da cidade, e por isso são considerados verdadeiros ícones turísticos, embora nem todas estejam abertas à visitação. Uma das torres mais conhecidas é a Torre do Canhão, na foto ao lado, construção do século 16 com diâmetro na base de 17 metros.

A pouca distância estão também as torres Nunna, Sauna, Kuldjala e Neitsitorn, sendo que esta última é conhecida especialmente por ter servido, durante a idade média, para aprisionar mulheres acusadas de prostituição. Como as torres são construções de épocas diferentes, cada uma tem um estilo arquitetônico próprio, dando ao conjunto um aspecto magnífico. Um dos passeios preferidos dos turistas é justamente percorrer a muralha que une estas torres, de onde se tem uma vista ótima da cidade baixa.

 

Ao lado, uma estreita viela da cidade baixa, com a muralha e uma de suas torres ao fundo. Ao que consta, o nome oficial do país - Eesti – é derivado do vocábulo Aestii, antiga palavra de origem germânica usada para designar os povos habitantes da região situada a nordeste do rio Vistula. Em português, o vocábulo Eesti acabou sendo traduzido como Estônia.

Nossa visita à capital estoniana foi rápida, e depois de passar um dia inteiro percorrendo ruelas medievais, torres e catedrais de uma coisa temos certeza: De agora em diante, ao pensar na Estônia, Letônia e Lituânia, nunca mais vamos mais fazer confusão sobre qual é a Estônia. Este país e sua capital Talin estarão sempre bem nítidos em nossa memória, pois mesmo tendo sido uma visita rápida, foi inesquecível.

 


Brasão da Estonia