Arco sinalizando acesso do metrô |
Ah,
Paris! Chegar a esta cidade sem sentir uma forte emoção batendo no
peito é difícil. Poucos são os que conseguem permanecer indiferentes à
magia da Cidade Luz. Entre o aeroporto e o hotel mil coisas já excitam
nossa imaginação e nos dão ímpetos de saltar do táxi ali mesmo e já
sair pelas ruas, sem perder um só minuto. Tudo em Paris dá a impressão
de harmonia, arte, charme e cultura. Desde os charmosos boulevards aos
típicos prédios de seis ou sete andares, desde as colunas Morris até as
placas indicando as estações de metrô. E ainda os quiosques de
revistas, monumentos históricos, pequenos e convidativos
restaurantes, as irresistíveis patisseries, os grands magasins e -
sim - já dá para vê-la daqui: A Torre Eiffel! Tudo é festa neste
momento, e nem sequer o notório mau humor dos parisienses consegue
estragar a emoção da chegada. |
A forma mais prática para um turista se locomover em Paris é usando os cartões
Paris Visite.
Eles são comprados nas próprias estações do metrô, podem ser utilizados
no metrô, ônibus, RER (metrô especial que vai até os subúrbios) e até
mesmo no funicular de Montmartre. Os cartões tem validade de um a cinco
dias, e cobrem três ou cinco zonas da cidade, sendo que o de três zonas
engloba praticamente toda Paris central e o de cinco zonas inclui ainda
os subúrbios e as regiões onde situam-se o Palácio de Versalhes e
Disneyland. Veja informações detalhadas no site da empresa RAPT (Régie
Autonome des Transports Parisiens).
Chegando à Paris:
Aéroport Roissy-Charles de Gaulle,
situado 23 km ao norte de Paris. A maioria dos vôos de longa distância
opera neste aeroporto com três terminais: Aérogare 1, Aérogare 2 e
Aérogare T9. Supondo que você não tenha alguém lhe esperando, nem
queira pagar um táxi, suas opções para ir chegar ao hotel serão:
Roissybus: Linhas de ônibus expressos ligando os terminais até a Place
de l'Opera, no centro de Paris (arrondisement 9) ou então pegar o metrô
RER (a linha que atende ao aeroporto é a B3 e o embarque fica próximo
aos terminais do aeroporto). A principais estações de desembarque do
RER no centro de Paris são Gare du Nord, Chatelet-les-Halles e Saint
Michel e nelas você poderá fazer conexão com as linhas de metrô comum e
prosseguir até seu destino final.
Aéroport Orly.
É um aeroporto menor, 12 km ao sul de Paris, e nele opera a maior parte
dos vôos de curta distância. Seus terminais são Orly-Sud e Orly-Ouest.
Suas melhores opções para chegar ao centro serão os ônibus da Orlybus
(linhas expressas ligando os terminais até a Place Denfert-Rochereau,
no centro de Paris, arrondissement 14), ou então pegar o metrô RER (o
embarque é feito no próprio terminal e a linha prossegue até a estação
Antony, onde você deverá embarcar no RER, linha B4, com destino a
Paris. As principais estações de desembarque no centro de Paris são
Denfert-Rochereau, Saint Michel, Chatelet-les-Halles e Gare du
Nord. Nelas você poderá fazer conexão com as linhas de metrô comum e
prosseguir até seu destino final.
Depois
de acomodados no hotel, e ainda meio tontos de sono após a noite mal
dormida naqueles terríveis assentos de avião, a gente sempre se
pergunta: Por onde começar a visita a Paris? Quem está chegando pela
primeira vez e, quem sabe numa excursão, com certeza irá começar pelos
pontos turísticos tradicionais, como a Torre Eiffel, Arco do Triunfo,
Louvre e Catedral de Notre Dame. Mas nossa sugestão é que você não se
limite ao óbvio. Faça o possível para permanecer na cidade o mais tempo
possível, para conhecê-la melhor.
Compre no metrô um bilhete Paris Visite para cinco dias, arranje um
mapinha da cidade, outro do metrô e pronto, você está pronto para
iniciar a conquista da Cidade Luz. Vamos então começar pelo centro,
onde estão os Champs Elysées. Pegue o metrô (linha 1) e desça na
estação Charles de Gaulle Etoile. Ao subir as escadarias da estação
você vai logo encontrar o monumental Arco do Triunfo
(ao lado). Suba até seu topo para ver as avenidas principais de Paris
convergindo para a Place Charles de Gaulle. Uma delas é a Avenue Foch,
considerada o metro quadrado mais caro da cidade, onde os ricos e
famosos tem apartamentos.
Vídeo:
Arco do Triunfo
|
Arco do Triunfo |
Transporte
Ferroviário: Se você está chegando à Paris de outras localidades
européias e viajando de trem, provavelmente vai chegar por uma das seis
estações relacionadas abaixo. Cada uma delas atende a determinada parte
do país, ou diferentes regiões da Europa. Todas são bem localizadas e
com acesso direto às linhas de metrô da cidade. As principais Gares da
cidade são:
Gare d'Austerlitz: Situada frente à Place Valhubert, arrondissement 13, estação de metrô Gare d'Austerlitz,
Gare de L'Est: Situada na Rue 8 Mai 1945, arrondissement 10, estação de metrô Gare de L'Est,
gare de Lyon: Situada junto ao Boulevard Diderot, arrondissement 12, estação de metrô Gare de Lyon,
Gare Montparnasse: Situada na Avenue du Maine, arrondissement 15, estação de metrô Gare Montparnasse.
Gare du Nord: Situada na Rue de Dunkerque, arrondissement 10, estação de metrô Gare du Nord.
Gare Saint Lazare: Situada na Rue de Saint Lazare, arrondissement 9, estação de metrô Saint Lazare.
Mais informações sobre horários e trajetos
no site da SNTF (Société
Nationale des Transports Ferroviaires)
.
Mesas de restaurantes na calçada do Champs Elysées |
Continuando
a caminhada pela Avenue Champs Elysées, a principal da cidade você vai
perceber que ela estende-se por aproximadamente quatro quilômetros,
ligando, na extremidade a oeste, o Arco do Triunfo (situado na Place
Charles de Gaulle) até, na extremidade leste, o largo conhecido como
Place de la Concorde. Ao longo da avenida Champs Elysées estão dezenas
de lojas, restaurantes, galerias, lojinhas de fast food, a casa de
shows Lido, e principalmente, gente de todo tipo. Esta é a principal
passarela de Paris. Depois de atravessar o largo conhecido como Rond
Point a avenida passa a ser por um agradável jardim, com diversos
quiosques oferecendo água, sorvetes etc. E se quiser dar uma pausa na
caminhada, atravesse a rua quanto chegar à estação do metrô Champs
Elysées - Clemenceau e aproveite para visitar os belos prédios do Grand
Palais e Petit Palais, onde sempre acontecem ótimas exposições
artísticas. |
Um pouquinho de história:
Trezentos anos antes de Cristo toda esta região era habitada por tribos
Celtas chamadas 'Parisii'. Sua comunidade chamava-se Lutécia, nome de
origem pré-céltica que significa Pântano. Lutécia, situada às margens
do rio Sena, seria o embrião da cidade de Paris. Futuramente, o nome da
tribo serviria também para designar aquela localidade. No ano 58 antes
de Cristo o imperador romano César invade a Gália, conquista Lutécia e
a tribo dos Parisii. Surge então uma cidade Galo-Romana, com avenidas,
arenas, termas e teatros. Com o crescimento da cidade desaparecem os
últimos remanescentes da tribo Parisii, sendo que a partir do ano 360
somente seu nome iria permanecer.
Voltando
ao Champs Elysées e continuando a caminhada pelo jardim chega-se à
Place de La Concorde, outro dos pontos nobres de Paris. Durante a
revolução francesa aqui eram executados os condenados à guilhotina, e
por isso seu primeiro nome foi Place de la Revolution. Este é um ponto
nevrálgico da cidade, e está sempre cercado por um trânsito frenético e
dezenas de ônibus turísticos, despejando centenas de visitantes por
hora no coração da cidade. O ponto central da praça é Obelisco
Luxor, relíquia milenar trazida da antiga cidade Egípcia de mesmo nome,
e em frente ao mesmo, uma bela fonte ornamentada com esculturas pintada
em dourado e verde, mostrada na foto ao lado. Ao fundo vê-se alguns
prédios do governo francês. A pouca distância daqui fica também o
Palácio Presidencial Francês, conhecido como Palais de l’Elysée. |
Chafariz da Place Concorde |
Um pouquinho de história 2: A
partir do ano 400, após a queda do império romano, a igreja católica
herda as principais estruturas administrativas da cidade e constitui o
corpo principal contra as invasões bárbaras. Neste período, a
localidade então conhecida comoLutécia é atacada e disputada por
Francos, Vândalos, Visigodos e Hunos. No ano 476 os Francos invadem a
localidade de Lutécia. Eles são liderados por Clovis, rei da dinastia
Merovíngea. Após sua conquista Clovis decide mudar o nome da cidade e
Lutécia passa a chamar-se Paris. Ele a transforma na capital de seu
reino e para isso conta com o apoio da Igreja, que considerava o gaulês
Clovis preferível aos nórdicos Visigodos.
Arcadas da Rue de Rivoli, frente ao Louvre |
Depois
de atravessar a Place de la Concorde chega-se aos portões de entrada do
Jardin des Tuilleries. Aqui você tem duas alternativas, pode cruzar os
portões e seguir caminhando pelos belos jardins deste parque, ou então
seguir pela rua paralela, a movimentada Rue de Rivoli. Nestes
prédios de fachada uniforme e elegância sóbria estão diversos famosos
hotéis, restaurantes e galerias de arte, enquanto ocupando as lojinhas
do térreo situam-se as lojas turísticas. Quem está a procura de
lembranças, camisetas de Paris, chaveiros, imãs de geladeira, perfumes
por bom preço, pratinhos decorativos, louças, casacos, cachecóis,
miniaturas e todo tipo imaginável de lembranças da cidade, é preferível
seguir pela rua. Mas é aconselhável não comprar nada na primeira loja
que entrar, pois os preços variam bastante de uma para outra, assim
como o humor dos vendedores. |
Vídeo:
Metrô de Paris
A
certa altura da rue de Rivoli, no largo em frente ao Hotel Regina, você
encontrará a estátua eqüestre dourada de Joana d’Arc (foto ao lado),
santa protetora da França. Joana d’Arc nasceu em 1412, em Domremy,
filha de camponeses. Em 1425 estava em andamento a Guerra dos Cem Anos
entre França e Inglaterra, e os Ingleses haviam invadido grande parte
do território Francês, chegando até a Orleans. Foi quando a jovem
camponesa teve a primeira de uma série de visões de São Miguel, onde
ele aparecia trajando armadura e a cavalo. Nestas visões ela era
exortada a orar e preparar-se para uma difícil missão: Ela deveria
expulsar os ingleses de Orleans, libertar e unir a toda França, o que
só poderia ser conseguido quando o herdeiro Carlos VII fosse coroado
rei na Catedral de Reims.
Eram tarefas quase impossíveis, principalmente para uma jovem. Mas
em pouco tempo a menina já era conhecida como a Donzela de Orleans e as
histórias de suas visões corriam de boca em boca, não tardando a chegar
aos ouvidos do rei Charles II, o qual mandou chamá-la. Após a
audiência, o rei estava convencido da veracidade de suas palavras e de
sua fé e concedeu-lhe uma armadura, cavalo, a chefia sobre um grupo de
soldados, e a enviou a Orleans, com a missão de juntar-se ao exército e
combater os Ingleses. Como brasão, Joana adota para seu grupo de
guerreiros a imagem da Flor de Lis acompanhada das palavras Jesus e
Maria. |
Monumento à Joana D'Arc, Rue de Rivoli |
Em 8 de maio de 1429, tendo
Joana D’Arc à frente, os franceses conseguem uma grande vitória, e
aquela jovem passa a ser saudada como heroína. Daí em diante novas
vitórias acontecem, sempre sob o comando e orientação da Donzela de
Orleans. Em 18 de junho do mesmo ano os Ingleses sofrem nova derrota em
Patay, abrindo caminho para sua derrota definitiva. Finalmente, em 17
de julho de 1429, na Catedral de Reims, Carlos VII é coroado Rei da
França. Estava cumprida a missão de Joana.
Deste dia em diante, porém,
tudo começa a mudar. Em maio de 1430 Joana é aprisionada pelos
ingleses, em Compiègne. Em novembro de 1430 Joana é levada para a
cidade de Rouen, ainda controlada pelos invasores, e é iniciado contra
ela um processo. Suas visões e sua fé são questionadas, e ela é acusada
de bruxaria e heresia. Os ingleses querem um pretexto para vingar-se
daquela que era a razão principal de sua derrota. Ao mesmo tempo os
franceses não se movem para resgatá-la. Joana é considerada culpada, e
como era costume entre as condenadas por bruxaria, sua pena é a morte
pelo fogo. Em 30 de maio de 1431 ela é presa em uma estaca na praça
central de Rouen, e os soldados ingleses ateiam fogo à sua volta. Mesmo
prestes a morrer Joana recusa-se a renegar sua fé.
Neste dia Joana entrava para a
história como mito, inspiração e santa. A jovem camponesa de 20 anos
incompletos, tendo como arma principal sua fé, havia se tornado
respeitada e guiado o exército da França em sua luta pela liberdade.
Hoje, Joana D’Arc é considerada a maior heroína francesa e seu nome,
imagem e história estão presentes em todo o país. E hoje pode-se dizer
que, graças à Donzela de Orleans, surgiu a noção de França não apenas
como um território, mas sim como nação livre e independente.
Pirâmide de vidro do Louvre |
Se você atravessar a rua em frente à estátua chegará num dos mais famosos museus do mundo, o
Musée du Louvre.
Como é fácil imaginar, num museu deste tamanho seria impossível ver
todas obras em exibição em apenas uma visita. Conta-se que, quem
apreciasse cada obra durante somente um minuto precisaria de uma semana
para ver todo o acervo. Mesmo assim, não deixe de ver suas principais
obras, entre elas a pintura símbolo do museu, a Mona Lisa. Embora
a entrada da rua Rivoli seja mais prática, vale a pena dar a volta pelo
pátio interno do museu, onde se encontra seu acesso principal, através
da polêmica Pirâmide de Vidro. A construção da pirâmide do Louvre foi
parte de um audacioso projeto de revitalização, destinado a preparar o
Louvre para o terceiro milênio, e as obras duraram anos. Como parte dos
serviços, todo o subsolo do museu foi transformado num shopping, onde
pode-se comprar, entre outras coisas, livros, reproduções em diversos
tamanhos das principais obras expostas, e ainda fazer uma refeição no
Carrousel du Louvre, o setor de alimentação do museu. |
Um pouquinho de história 3: Em
511 Clovis morre e seu reino é partilhado entre seus quatro filhos.
Thierry I é feito rei de Metz; Clodimir torna-se rei de Orleans;
Clotaire I é rei de Soissons e Childebert I é o novo rei de Paris.
Unidos, estes territórios corresponderiam hoje à quase totalidade do
território Francês e parte da Bélgica. Após a dinastia Merovíngea surge
a dinastia Carolíngea. O nome é referência a Carlos Magno, rei dos
Francos e imperador do Ocidente, que governou entre os anos de 742 e
814. Carlos Magno nasceu na região que hoje corresponde à Alemanha, mas
Aix la Chapelle como capital de seu império, desprezando Paris. Neste
período a cidade já tinha população de vinte mil pessoas.
Bem,
se você percorreu todos os lugares sugeridos até aqui, com certeza o
dia já acabou, então vamos supor que hoje já é outro
dia. Sugerimos começar pela outra margem do rio Sena, visitando o Les Invalides
(estação Varenne, linha 13 do metrô). Este conjunto servia antigamente
como hospital e asilo de veteranos de guerra, o que originou o nome.
Hoje os diversos prédios abrigam também um dos melhores museus do mundo
dedicados às forças armadas. Lá estão desde equipamentos medievais até
os das guerras recentes, passando pelo período Napoleônico e as duas
grandes guerras mundiais. Para apreciar tudo seriam necessário dois ou
três dias.
Vídeo:
Metrô de Paris
|
Église des Invalides |
A Église des Invalides
tem cúpula de 196 metros, e abriga a sepultura de vultos famosos
da história francesa, com destaque para Napoleão Bonaparte, enterrado
num sarcófago constituído por sete tumbas, uma dentro da outra,
construídas com diferentes pedras nobres ou preciosas. Em volta do
sepulcro, sete esculturas de anjos, representando as vitórias em
combates, guardam o corpo do imperador francês. Les Invalides tem ainda
um bom restaurante e lojinhas de lembranças.
Mesas de restaurante, de manhã cedo. |
Depois da visita aos Invalides uma curta caminhada na direção da Rue de Varenne levará você ao
Musée Rodin,
dedicado ao grande escultor. Lá estão diversas de suas obras, além de
interessantes exposições ilustrando o trabalhoso processo empregado na
confecção de suas obras de arte. No jardim dos fundos há uma reprodução
em tamanho grande de uma de suas obras mais famosas, O
Pensador. Depois siga em frente pela mesma rua e dobre a direita
na Rue du Bac, para conhecer uma das grandes lojas de departamento da
cidade, o Bon Marché de Rive Gauche. Aproveite para fazer um lanche no simpático café situado no último andar.
Seguindo
a caminhada vá agora na direção da Rue du Cherche Midi, para conhecer a
mais famosa padaria - se é que ela pode ser chamada assim - de Paris, a
Poilane.
Pães de todos os formatos, biscoitinhos amanteigados e tortinhas de
maçãs ótimas. Mas não estranhe quando a atendente lhe entregar seu
pedido com as mãos, sem luvas nem plásticos. Assim são as coisas por
aqui. Depois dobre a direita na rue Vieux Colombier e visita a Igreja Saint Sulpice. Vídeo: De ônibus pelas ruas |
Agora pegue o metrô novamente e vá até a estação Solferino (linha 12), para conhecer o outro grande museu de Paris, o
Musée d'Orsay,
dedicado aos impressionistas. Situado em frente ao rio Sena, num prédio
que anteriormente abrigava uma das estações ferroviárias da cidade, a
Gare d'Orsay. Depois da visita siga na direção do Sena e volte
novamente para a Rive Droite, atravessando o rio pela ponte de
pedestres Solferino. Este é um local privilegiado para bater algumas
fotos da cidade ao cair da noite, enquadrando o rio e as embarcações
turísticas que a todo momento passam sob a ponte. Ao lado, uma imagem
do Quais Malacais, margem sul do Sena, tendo ao fundo a praça Vert
Gallant, na extremidade leste da Ile de la Cité. |
Quai Malacais, próximo à Gare d'Orsay |
Um pouquinho de história 4: Em
meados do século 9 o império de Carlos Magno já se dissolveu e Paris
passa a sofrer com novas invasões. Em novembro do ano 885 cerca de 30
mil Vikings e 700 embarcações sobem o Sena e atacam Paris. O sítio à
cidade dura um ano repleto de epidemias, fome e violentos combates.
Somente após o pagamento de um valioso tributo em ouro, os Vikings
concordam em abandonar Paris. A negociação com os Vikings e a
libertação de Paris transformam Eudes, o líder da resistência, em
herói. Em 888 ele é nomeado rei da França. Seu filho Hugues Capet, que
subiria ao trono em 987, seria o primeiro nome de uma conhecida
dinastia de soberanos, conhecidos como Capetinos.
Place de la Republique |
No
dia seguinte sugerimos começar a caminhada pela Place de la Republique.
(estação Republique, servida por diversas linhas do metrô). Esta não é
considerada uma região chique, mas é um dos pontos mais movimentados da
cidade, local freqüentemente escolhido para manifestações sociais,
estudantis etc. No centro da praça, destaca-se uma imensa estátua
feminina representando a figura da república (ao lado). Por aqui estão
alguns bons hotéis turísticos, diversas lojas de fast food, lojas de
departamento, e muitas lojas populares, oferecendo praticamente de tudo
a bons preços, como a Tati. |
Deixando
a Place de la Republique para trás, siga agora pela Rue du Temple, onde
estão diversas lojas oferecendo malas e artigos diversos em couro, e
mais adiante, lojinhas de bijuterias e joalherias. Este é um trecho da
cidade com ruas estreitas e antigas, pequenas e tradicionais lojas, e
quase sempre o trânsito por aqui está parado, com caminhões de entrega
descarregando e motoristas impacientes buzinando atrás. Mesmo assim é
um lugar pitoresco e vale a pena ser percorrido com calma, pois reserva
surpresas inusitadas em cada esquina. Depois dobre a esquerda na Rue
Rambuteau e siga em frente passando pela Rue de Francs Burgeois para
chegar ao Musée Carnavalet.
Situado num belo prédio quase escondido entre ruas estreitas, este
museu tem ótimas exposições relacionada principalmente à história de
Paris. A pouca distância situa-se também o Musée Picasso, que como o nome já informa, é dedicado à obra do
famoso pintor. |
Banca de frutas em Duroc |
Um pouquinho de história 5: Os
primeiros reis Capetinos, a partir do ano 1000, vivem em Senlis e
Noyon. Com o passar dos séculos, os monarcas iriam se aproximar mais de
Paris, primeiramente morando fora das muralhas da cidade, em
Fontainebleau e Vincennes. A partir de Carlos V as residências reais
foram transferidas para Paris, primeiramente no Hotel Saint Paul,
depois em Les Tournelles e mais tarde no Louvre. Entre 1337 a 1453
acontece a Guerra dos 100 Anos, entre França e Inglaterra. Durante a
guerra Paris é ocupada pelos ingleses, entre 1421 e 1436. Os
parisienses resistem à ocupação inglesa, mesmo assim, Henrique VI da
Inglaterra é coroado rei da França na catedral Notre Dame de Paris.
Arcadas da Place des Vosges |
Continuando
pela Rue de Francs Burgeois chegamos agora ao bairro Marais, um dos
mais charmosos da cidade. Seu coração é a Place des Vosges, considerada
como o quadrilátero mais belo de Paris. Em torno de seu jardim central
os prédios tem exatamente as mesmas características arquitetônicas e
todo conjunto irradia harmonia e leveza. Ao chegar aqui tire um
tempinho para sentar na praça e usufruir a vista. Sob os prédios,
uma elegante arcada (foto ao lado) faz o contorno da praça, e ao longo
desta estão lojinhas e pequenos restaurantes. Aqui morou Victor Hugo, e
sua antiga residência está aberta à visitação pública.
Depois
que percorrer a praça saia pelo lado oposto, através do belo portal que
conduz à Rue Saint Antoine. Dobre a esquerda nesta rua e em cinco
minutos você chegará na Place de la Bastille, local onde estava situada
a famosa prisão da Bastilha, demolida após a revolução de 1789. No
centro da praça hoje encontra-se uma coluna de ferro fundido, conhecida
como Colonne de Juillet.
Nunca é demais lembrar que quando encontramos a palavra Place não
significa que ali exista alguma área verde. Geralmente os locais
indicados como Place são somente largos, áreas pavimentadas, geralmente
com trânsito frenético em volta. Quem quiser encontrar áreas verdes
deve procurar pela palavra Jardins |
Vídeo: Paris de ônibus
Depois
de atravessar a Place de la Bastille siga pela Rue de Lyon, passando em
frente ao moderno prédio da Ópera Bastille até chegar a uma das
principais estações ferroviárias da cidade, a Gare de Lyon. Depois
atravesse novamente o Sena pela ponte Charles de Gaulle e você terá
duas opções pela frente: Indo para a esquerda visitar o imponente
prédio da Biblioteque National de France,
obra monumental de François Miterrand, e indo para a direita conhecer o
simpático parque conhecido como Jardins de Plantes e Legumes de Paris.
Depois pegue o metrô novamente e desça na estação Rambuteau (linha 11) para visitar o
Centre Pompidou,
também conhecido como Beaubourg, estranha estrutura metálica, parecendo
ter saído de algum filme de ficção científica (ao lado). Devido às
formas inovadoras, o projeto foi muito combatido de início, mas acabou
sendo aceito e se firmando como um dos principais pólos culturais de
Paris. Em volta estão diversas livrarias oferecendo de quase tudo a
preços inacreditavelmente baixos. Se você gosta de ler e entende
francês reserve algumas horas para percorrê-las, pois, com certeza, vai
encontrar preciosidades.
Depois siga pelas ruas de pedestres que circundam o Beaubourg até o centro comercial
Châtelet les Halles, que concentra algumas boas lojas, e logo depois visite a igreja de
Saint-Eustache,
segunda maior de Paris. Passe também no Palais Royal, somente 400
metros a frente, para tirar algumas fotos de suas intrigantes
esculturas pós-modernas. |
Centre Pompidou / Beaubourg |
Um pouquinho de história 6: Em
1643, a família real abandona o desconfortável Louvre para instalar-se
no vizinho Palais Royal. Em 1666 o rei Luis 14 ordena a construção de
um grande palácio, que iria ser conhecido como Versalhes. Com a
conclusão das obras, em 1682, toda corte de Luis 14 muda-se para
Versalhes, que passaria a ser o coração da França até o início da
revolução francesa. Entre maio de 1789 e outubro de 1792 Paris assiste
ao desenrolar da revolução francesa, um tumultuado período de mudanças
que instaurou a república e levou milhares à guilhotina. Um de seus
momentos mais simbólicos foi o 14 de julho de 1789, quando a prisão da
Bastilha foi tomada pelos revolucionários. A partir de 1880 este dia
passaria a ser comemorado como feriado nacional.
Pintor da Place du Tertre |
No
dia seguinte faça um roteiro clássico, visitando o bairro Montmartre
(estação Anvers, linha 2 do metrô). Após sair da estação suba pela
estreita e movimentada Rue de Steinkerque até o largo situado na base
da colina. Lá você encontrará um imenso carrousel, uma paixão nacional
francesa. Deste ponto em diante você pode optar em continuar a subida
pelas escadarias , ou pelo plano inclinado. As escadarias do bairro de
Montmartre nos conduzem à Paris dos cafés e pintores de rua,
concentrados na Place du Tertre e arredores. É aquela Paris charmosa,
que reside no inconsciente de todos nós. No local há um trenzinho
turístico, mas é mais agradável percorrer a região a pé, mesmo porque é
pequena, e suas estreitas vielas guardam curiosidades que merecem ser
vistas de perto. |
Comece a visita a Montmartre pela
Basilique du Sacre Coeur,
na foto ao lado. Do alto destas escadarias, em dias claros, tem-se uma
boa vista de Paris. Quem quiser ainda mais pode subir até o mirante da
igreja. Quando descer siga até a Place du Tertre, o coração de
Montmartre. Esta praça é ocupada pelas mesas dos restaurantes em volta
e por pintores, trabalhando em meio ao público. Também são freqüentes
artistas pintando retratos dos turistas, em óleo ou carvão. Ao redor da
Place Du Tertre há muitos restaurantes simpáticos acolhedores, e
este é um bom lugar para fazer uma refeição.
Recomendamos o simpático
La Mére Catherine,
que tem boas porções e preços aceitáveis. Não esqueça de pedir Pain e
Moutarde para acompanhar sua refeição, pois isto é uma tradição e
nenhum adicional será cobrado. Depois da visita a Montmartre desça
novamente até a estação de metrô Anvers, mas não pegue o metrô. Siga a
pé pelo Boulevard de Rochechouart e Boulevard de Clichy.
Depois do almoço pegue a linha 13 do metrô e vá
conhecer a Basilique Saint-Dennis, onde estão sepultados diversos reis e
rainhas francesas. Vídeo:
Basilique Saint-Dennis.
|
Église du Sacre Coeur
|
Um pouquinho de história 7:
Após a revolução francesa, o período de terror iria continuar, com a
execução dos próprios líderes responsáveis pela deposição da monarquia.
Ao longo das décadas seguintes a cidade passaria por um regime Consular
(1800), veria surgir o império de Napoleão Bonaparte (1804), teria um
breve período de restauração monárquica (1814), e voltaria à república
(1848). Entre 1852 e 1870, o Barão de Hausmann, prefeito de Paris, dá
início a um gigantesco trabalho de urbanização da cidade. Demole ruelas
e constrói avenidas. Acaba com esgotos a céu aberto e cria redes
sanitárias. Constrói grandes estações ferroviárias, generosas áreas
verdes e transforma Paris numa cidade pronta para o futuro.
Moulin Rouge
|
Não
estranhe a vizinhança ao longo do Boulevard de Rochechouart e Boulevard
de Clichy. Basta lembrar que Montmartre, desde os tempos de Toulouse
Lautrec, sempre foi o bairro dos boêmios, casas noturnas, artistas e
mulheres de vida nada fácil. Assim era e assim continua sendo. Ao longo
destas avenidas o que mais se encontra são sexshops e casas de shows
eróticos, começando pelas populares até a mais refinada de todas, o
Moulin Rouge. Todas as noites o Moulin Rouge
apresenta espetáculos com muita música, dança, coreografia e mulheres
lindíssimas com pouca roupa. Quem estiver interessado aconselha-se
a fazer reservas, pois a procura é grande
|
Seguindo
sempre em frente você chegará na Place Clichy, com seus cinemas de
fachadas luminosas e um trânsito sempre frenético. Dobre então a
esquerda e prossiga pela Rue d'Amsterdam, uma rua onde estão várias
lojas de tapeçaria e casas de finos queijos. Logo em frente estará uma
das principais estações ferroviárias da cidade, a Gare Saint Lazare,
que também vale uma visita. Prossiga então pela Rue du Havre e Rue
Tronchet e você chegará nos fundos da igreja Sainte Marie Madeleine, construída no formado de um templo grego. Aproveite para conhecê-la por dentro e descansar da caminhada.
Ah sim, antes de visitar a Madeleine passe no
Fauchon,
uma das mais tradicionais lojas de Paris, especializada em gostosuras
de todo tipo. Sim, os preços são altos, mesmo assim sempre dá para
comprar uma ou outra coisinha para levar para o hotel. Sugerimos o
delicioso Marron Glacê, uma das especialidade da casa, preparado com
castanhas selecionadas. |
Escadarias de Montmartre |
Um pouquinho de história 8: Em
1870, durante a guerra entre França e Prússia, Paris é sitiada e
bombardeada. A cidade conta com soldados mal treinados e não tem como
responder aos ataques alemães. O sítio dura 132 dias, ao fim dos quais
a cidade se rende. Diversos parisienses são contrários à rendição e
abandonam Paris para continuar combatendo os Prussianos. No rastro da
guerra contra a Prússia é proclamada a Commune de Paris, movimento de
esquerda que tentou impor um governo comunista. Entre 21 e 28 de maio
de 1871 simpatizantes comunistas vindos de Versalhes invadem Paris. Os
combates entre comunistas e republicanos danificam diversos monumentos
históricos de Paris, entre os quais partes do Louvre, Notre Dame,
Palácio de Luxembourg e Gare de Lyon.
Prédios do arrondissement 11
|
A
parte central de Paris é dividida em vinte Arrondissements, o que
corresponde não aos bairros, mas sim aos distritos administrativos da
cidade. O mais central é o Arrondissement 1, que corresponde à zona
mais nobre da cidade. Os arrondissements seguem em ordem, expandindo-se
na forma de uma espiral de dentro para forma até o arrondisseent 20,
situado a leste do centro. A parte externa aos Arrondissements, situada
além do anel rodoviário conhecido como Boulevard Periphérique,
corresponde às áreas conhecidas como Banlieues, ou seja, os subúrbios
de Paris. O ticket do metrô lhe dá direito a viajar por todas as 14
linhas, independente da zona da cidade, mas não dá direito a viajar no
RER. Para viajar no metrô RER é preciso comprar um bilhete especial, um
pouco mais caro. Há bilhetes conjugados para viajar tanto no metrô como
no RER, mais baratos que comprar os dois em separado. Guarde o seu
bilhete até sair, pois freqüentemente a polícia faz vistorias à procura
de quem tenta viajar no metrô sem ticket. Ou então pague um pouco mais
e compre o bilhete Paris Visite, como sugerimos antes. |
Deixe
a Madeleine pela elegante Rue Royale e você perceberá que está chegando
novamente numa das áreas mais nobres de Paris. Siga então pela Rue
Saint Honoré até a Place Vendôme. Esta praça é rodeada de prédios de
fachada uniforme, construídos durante o reinado de Luiz XIV, e o
conjunto é de uma elegância ímpar. A Place Vendôme foi construída em
1702, pelo arquiteto Jules Hardouin-Mansart, responsável também por
grande parte do projeto de Versalhes. De forma octogonal, nesta praça
situava-se o palácio do Duque de Vendôme, o que acabou por dar nome ao
local. No centro foi erguida, por determinação de Napoleão
Bonaparte, uma coluna metálica com 43 metros de altura, para celebrar
sua vitória na batalha de Auterlitz, em 1805. No alto do monumento, uma
estátua representa Napoleão segurando uma coroa de louros e no entorno
da coluna diversos baixo relevos retratam suas glórias militares. Para
construção da coluna foi utilizado o metal derretido dos mais de mil
canhões conquistados por Napoleão dos exércitos de Rússia e Áustria.
Muitos famosos já moraram em prédios desta praça, incluindo o
compositor polonês Frederic Chopin. Atualmente todos prédios são
ocupados por hotéis de luxo, joalherias e casas de alta costura. |
Place Vendôme |
Um pouquinho de história 9: Em
1886 o engenheiro Eiffel e o escultor Bartholdi constroem em Paris a
estátua de uma mulher com 46 metros de altura segurando uma tocha. A
estátua foi dada de presente aos americanos como comemoração pelo
centenário de sua independência. Transportada em pedaços e remontada em
Nova York, ela ganharia o nome de Estátua da Liberdade. Em 1900 é
inaugurada em Paris a primeira linha de metrô, ligando Porte Maillot a
Vincennes. Em 1906 Santos Dumont ganha o prêmio oferecido pelo
aeroclube de Paris, ao conseguir pela primeira vez fazer voar um
aparelho mais pesado que o ar. Seu avião, batizado de 14 Bis, entraria
para a história e Santos Dumont seria aclamado por toda Paris.
Fachada da Printemps
|
No
dia seguinte vamos continuar nosso roteiro pela Paris chique. U-lá-lá!
Começando pela Place de Palais Royal (estação Palais Royal - Musée du
Louvre, linha 1) suba a Avenue de l'Opera em direção à Opera. Toda
avenida é ladeada por elegantes prédios residenciais, lojas de grife e
renomados cafés e restaurantes. Dominando a avenida está a imponente
fachada do prédio da Opera de Paris.
Em determinados dias e horários, o salão está aberto para visitas.
Circundando o prédio chega-se à área conhecida como a dos Grands
Magazins, onde estão as lojas lançadoras de moda, situadas no Boulevard
Hausmann. Os grandes nomes são Printemps e
Galeries Lafayette,
e mesmo que você não pretenda fazer compras, não deixe de percorrer
suas lojas. Merecem destaque os setores de perfumaria de ambas,
situados nos pavimentos térreos. |
Depois
de conhecer a Printemps e a Galleries Lafayette siga na direção
leste pelo Boulevard Montmartre e visite a versão francesa do
museu de cera de Madame Tusseau, o Musée Grevin,
com interessantes exposições representando vultos e momentos
importantes da história francesa. Embora as figuras não sejam tão bem
feitas quanto as de Madame Tusseau, são interessantes e valem a visita.
Foi caminhando por aqui que encontramos uma pâtisserie oferecendo pães
em forma de bichinhos (veja no flickr, junto com muitas outras fotos em
alta resolução da cidade). Mas mesmo que seu lanche não tenha a forma
de bichinhos será quase impossível resistir à tentação das boulangeries
da cidade. Estes pequenos estabelecimentos oferecerem uma diversidade
incrível de doces, pães, biscoitinhos e tudo mais destinado a fazer a
gente esquecer toda e qualquer pretensão de perder peso. Um dos mais
populares e presentes em todo lugar é o Pain au Chocolat, folheados
recheados com chococolate. Outra coisa pitoresca em Paris é a
quantidade de pessoas que se vêem pela rua comendo sanduíches enormes
de pão francês. Quem está com pressa simplesmente compra um destes e
continua seu caminho. |
Vitrine de típica Patisserie e algumas delícias |
Um pouquinho de história 10: Em
1940 Paris é invadida por Hitler e vinte mil obras de arte são pilhadas
e enviadas para a Alemanha, emquanto diversas outras obras são
destruídas pelos nazistas. Em agosto de 1944, vendo que os aliados se
aproximavam, Hitler ordenou que Paris fosse totalmente incendiada. Mas
o general alemão responsável pela cidade, felizmente, recusou-se a
cumprir esta ordem. Em 18 de agosto de 1944, vendo que as tropas
aliadas se aproximavam, a resistência decide tomar a iniciativa e
enfrentar as tropas nazistas. Diversos combates de rua ocorrem e tres
dias após chegam à cidade os primeiros tanques aliados. Uma semana mais
tarde toda Paris comemora sua libertação e em 26 de agosto o general De
Gaulle faz um desfile histórico pelos Champs Elysées e assiste à missa
de graças na catedral Notre Dame.
La Défense / Grande Arche de La Défense
|
A
seguir vamos conhecer o bairro da Défense. Por aqui tudo é exatamente a
antítese da Paris clássica que nos acostumamos a ver em fotos e filmes.
A Défense é um conjunto de torres empresariais, largos espaços
públicos, áreas pavimentadas e ajardinadas, sem qualquer movimento de
veículos (o trânsito e estacionamentos são todos subterrâneos). A
Défense tem também muitos hotéis e o maior shopping da cidade, o Le
Quatre Temps. Em seu subsolo está ainda um excelente supermercado, o
Auchan Defense. O ponto central do bairro é La Grande Arche de La Défense,
imenso prédio em formato de cubo, com 37 andares de altura, de
concepção arquitetônica revolucionária, sendo que a haste vertical no
seu interior é um conjunto de elevadores panorâmicos que levam os
visitantes até a cobertura, onde sempre há exposições, além de uma das
melhores vistas de Paris. |
Graças aos grandes espaços ao
ar livre, a Esplanade de la Défense é utilizada regularmente como
espaço de shows e eventos. Entre outras atrações, a Defense conta ainda
com um cinema IMAX no formato de uma gigantesca esfera, e uma
FNAC, onde se encontra praticamente tudo. Para chegar lá pegue a linha
1 do metrô, estações Esplanade de La Defense ou Grande Arche. Vídeo: La Defense
O que dizer de
Notre Dame de Paris?
A história da cidade e sua catedral são inseparáveis. Embora a
construção desta catedral tenha sido iniciada apenas no século XII,
este monumento incorporou-se de tal forma a Paris que parece sempre ter
estado ali. Desde a ocupação romana, já havia um templo dedicado a
Júpiter neste mesmo local. Alguns séculos mais tarde, com o surgimento
do Cristianismo, foi erguida no mesmo endereço uma basílica em estilo
romanesco. Apenas em 1163 é iniciada a efetiva construção desta
catedral.
Na época, Luis VII era o imperador da França,
e tinha como objetivo construir uma catedral a altura da importância da
França e de sua capital. Para tanto fez questão de convidar o Papa
Alexandre III para colocar a pedra inaugural da obra. Em 1182, o coro
da catedral já estava pronto e outros elementos arquitetônicos seriam
executados com o passar das décadas e séculos seguintes. A Nave da
Catedral Notre Dame foi finalizada em 1208, a fachada oeste em 1225, a
torre oeste em 1250. As capelas laterais foram sendo incorporadas
sucessivamente entre 1235 e 1250, o domo entre 1296 e 1330, e o
transepto entre 1250 e 1267. |
Notre Dame de Paris
|
Quase duzentos anos seriam
necessários para que todos os elementos estivessem concluídos e que
pudesse chegar-se à complementação da obra, o que só iria ocorrer em
1345. Mas a Catedral atravessou muitos tempos difíceis, assim como
guerras. Durante as Cruzadas, era na Notre Dame que os cavaleiros
medievais oravam antes de partir rumo ao Oriente. Notre Dame também
viveu tempos de dominação estrangeira, e durante a Guerra dos Cem Anos,
quando a Inglaterra invadiu grande parte da França, Notre Dame foi o
local escolhidos pelos ingleses para a coração de Henry VIII, em 1430.
Durante a revolução francesa,
diversos tesouros da Catedral são pilhados ou mesmo destruídos e até os
sinos da catedral são objeto da revolta popular, tendo escapado por
pouco de serem e fundidos pelos revolucionários. Ao mesmo tempo, o
interior da catedral passa a ser utilizado como depósito de armas e
provisões. Com o tempo, atos de vandalismo diversos e obras de
embelezamentos executadas por políticos e religiosos que desejavam
aparecer mais que a própria Catedral trazem danos ao projeto original,
fazendo com que surgisse até mesmo um movimento pedindo a demolição do
templo.
Felizmente estas violências não
trazem danos irreparáveis, e passado os momentos difíceis, Notre Dame
volta a reassumir o lugar de principal templo religioso de Paris. Um
dos momentos marcantes de sua história ocorre a 2 de dezembro de 1804,
quando Napoleão Bonaparte é coroado Imperador em seu altar. E para quem
duvida do poder da literatura, e de sua capacidade de motivar
multidões, é interessante lembrar que foi graças ao famoso romance de
Victor Hugo, 'O Corcunda de Notre Dame', lançado em 1831, contando a
história de Quasímodo e de sua paixão impossível pela cigana Esmeralda,
que a sorte da catedral mudou em definitivo. Victor Hugo tinha apenas
28 anos quando concluiu esta obra prima e graças aos seus personagens
eternos ressurge o interesse popular pela Catedral. Inicia-se então um
movimento nacional pela sua reforma e preservação, que viria a ser
executada entre 1845 a 1865, sob o comando do genial arquiteto Eugène
Emmanuel Viollet-le-Duc.
Foi na Notre Dame onde ocorreu
a beatificação de Joana d’Arc, em 1909. Também aqui, em 26 de agosto de
1944, é celebrada a missa pela libertação da cidade da tirania nazista.
Pode-se dizer, em resumo, que a França está simbolizada neste monumento
com 130 metros de comprimento, 48 metros de largura, 35 metros de
altura, pilares com 5 metros de diâmetro e sinos de 13 toneladas.
Ao visitar a Catedral comece
observando as esculturas da Galeria dos Reis, ainda em sua fachada
externa. Visite, também o tesouro, onde estão guardados vários itens
sagrados, inclusive um relicário destinado a guardar a cruz de Cristo.
Aprecie também cada uma de suas capelas e esculturas, cada detalhe de
suas rosáceas de vidro colorido e seus portais, ou suas incontáveis
Gárgulas, monstros encarapitados nas torres, e que tinham como função
manter os demônios afastados.
Visitantes com mais disposição
não devem também deixar de subir as escadas em espiral que conduzem às
torres de 68 metros de altura, e apreciar uma das melhores vistas de
Paris. Se um símbolo tivesse que ser escolhido para representar a
Cidade Luz, a Catedral de Notre Dame seria, sem dúvida, um sério
candidato. Foi exatamente aqui que Paris nasceu, no coração de uma pequena ilha do rio Sena. E não é por acaso que
todas as estradas da França tem como marco zero a pequena placa de
bronze incrustada no chão em frente a Notre Dame. Um pequeno e discreto
símbolo, geralmente despercebido pelas multidões de turistas que ali
passam, mas que em sua simplicidade representa o reconhecimento do país
pela importância desta catedral, e de seu significado para a
França. Vídeos: Notre Dame /
Torres da Notre Dame
Lojas de lembranças próximas à Notre Dame
|
Depois
de visitar o interior da catedral e suas torres atravesse em linha reta
o largo em frente à Notre Dame, conhecido como Parvis e chegará à
escada que dá acesso às fundações de Lutecia, a vila que deu origem à
Paris. Encontrada graças ao trabalho de arqueologistas, aquelas
muralhas e paredes construídas antes de Cristo são o que restou da
primeira comunidade construída na Ile de la Cité, pelas tribos Celtas
denominadas Parisii. Depois continue sua caminhada por mais alguns
metros até o Palais de Justice, prédio governamental cercado por grades
e policiais. Um setor deste conjunto está aberto a visitação pública e
não pode ser esquecido: A Sainte Chapelle,
construção de 1240. Considerada como a mais bela capela de Paris, ela
tinha como característica única possuir dois andares, sendo o superior
destinado às orações dos nobres e o inferior destinado à plebe. |
Caminhando um pouquinho mais chega-se às margens do
Sena, guardada pelo imponente palácio da Conciergerie, que também deve
ser visitado. Durante a revolução francesa foi aqui que Maria Antonieta
foi aprisionada até o dia de ser enviada para a guilhotina. Antes de
deixar esta área para trás, aproveite para conhecer o prédio do Hotel
de Ville, o belíssimo prédio da prefeitura. O amplo espaço a sua frente
costuma ser um dos locais preferidos dos parisienses para se reunir em
grandes eventos, como comemorações esportivas, shows, etc.
Bem ao lado do prédio da prefeitura situa-se a mega-loja de departamentos
Bazar de l'Hotel de Ville,
onde encontra-se de tudo. No último andar há um ótimo restaurante tipo
bandejão, com pratos apetitosos e preços honestos, exatamente como os
turistas procuram. E quem procura algum eletrodoméstico de pequeno
porte para usar no hotel (ou quarto) nossa sugestão é a rede de
eletrodomésticos Darty, principal do país e com lojas em praticamente todos os bairros.
Não
deixe de conhecer uma das mais tranqüilas áreas verdes de Paris,
injustamente esquecida pela maior parte dos turistas. Se considerarmos
a Ile de la Cité como uma embarcação do Sena, a praça Vert Galant seria
sua proa, e de seus tranqüilos bancos sob as árvores se tem uma vista
privilegiada das duas margens do rio e do fluxo incessante de
embarcações carregadas de deslumbrados turistas. |
Rue Saint-Antoine
|
Rue des Ursins
|
Na Ile
de La Cité ficam ainda o Mercado de Flores, e aos domingos, o Mercado
de Pássaros de Paris. São visitas interessantes, fora dos roteiros
turísticos tradicionais, mas que fornecem uma boa visão da vida da
cidade em seus aspectos cotidianos. Notre Dame está situada
exatamente no coração da cidade, na Ile de la Cité, onde foi fundada
Paris. A imagem ao lado foi feita na simpática rue des Ursins, situada
próxima à Notre Dame. Esta rua foi uma das poucas ruas medievais
preservadas da Ile de La Cité, após a reurbanização da área promovida
no século 19 pelo barão Hausmann.
Atrás da Ile de La
Cité há uma outra ilha, chamada Ile Saint Louis. O que a primeira
tem de agito, comércio para turistas e movimento, a segunda tem de
tranqüilidade. Fica no número 31 da estreita rue St Louis en Ile, a
sorveteria Bertillon, pequena no tamanho, mas considerada a melhor de Paris, com uma variedade imensa de sabores.
Quer
depois conhecer um típico mercado, repleto de queijos às centenas, de
todas as partes do país, embutidos, carnes, flores, verduras,
condimentos, especiarias, vinhos, baguetes e outros pães artesanais? Vá
direto ao Marché d’Aligre (metrô Ledru Rollin, linha 8), e delicie todos seus sentidos. |
No
dia seguinte vá para o lado sul do Sena, a conhecida Rive Gauche
(estação Saint Michel, linha 4). A principal avenida deste lado é o
Boulevard Saint Michel. Esta é uma região muito freqüentada por
estudantes e intelectuais, ou seja, o lado cabeça de Paris. No início
do Boulevard Saint Michel encontra-se esta bela fonte, conhecida como
Fontaine Saint Michel, lugar de reunião habitual de turistas cansados e
estudantes da faculdade Sorbonne, que fica logo adiante. Por aqui estão
dezenas de bares e cafés de rua, quase sempre lotados.
Também
nesta região se encontram diversas livrarias e sebos oferecendo deste
obras conhecidas até curiosidades e raridades, e quem gosta de garimpar
nestes estabelecimentos com certeza não vai se arrepender. Lojas de
música, antiguidades, roupas baratas, saldos, artigos de segunda mão,
velharias, curiosidades, um verdadeiro mundo a ser explorado, bem ao
gosto de quem procura coisas interessantes e quer gastar o mínimo
possível.
Ao mesmo tampo, bons e pequenos restaurantes
podem ser encontrados às dezenas nas proximidades do Boulevard Saint
Michel, quase todos oferecendo refeições conhecidas como Fomule 3,
onde por um preço fixo estão incluídos tres pratos, a salada, o
prato principal e a sobremesa. As porções, em geral, são reduzidas,
mas afinal, ninguém está mesmo querendo engordar não é? |
Fontaine Saint Michel, Rive Gauche |
Le Pantheon
|
Continuando pelo Boulevard Saint Michel chega-se à
Sorbonne e logo após a Rue Souflot, de onde já pode se vislumbrar a imponente fachada do
Pantheon,
mostrado na foto ao lado. Este prédio abriga a sepultura de grandes
vultos da história francesa, como Jean Jaurés, Jean Moulin, Marie e
Pierre Curie, Alexandre Dumas, Émile Zola e Victor Hugo, entre outros.
Não deixe de subir a escadaria que conduz à colunata, para desfrutar de
uma bela vista da cidade.
Ao sair do Pantheon visite o Jardin de Louxembourg, quase em frente. Esta agradável área verde abriga o prédio do
Palais du Luxembourg,
o Senado francês, mas sua principal atração são mesmo as pessoas, que
em dias de sol vem sentar-se nos gramados ou em cadeirinhas metálicas,
e passam horas lendo enquanto tentam pegar um bronzeado.
Também é emocionante, aos fins de semana, acompanhar uma peça do Teatro
de Marionetes, montado ao ar livre, e que faz a criançada pular de
emoção. Outra curiosidade são os barquinhos de aluguel, que a criançada
solta no lago central do Jardin du Luxembourg, enquanto correm de um
lado para outro ao longo das margens, empurrando seus barquinhos com a
ajuda de longas varas de madeira.
Vídeo:
Metrô
|
Quando
chegar a hora do almoço vá até a rua Rue Mouffetard (pronúncia muf-tad
- estação Monge, linha 7), situada bem próximo do Pantheon. Esta
simpática ruela com vários restaurantes, bares e mesas na calçada é um
dos lugares mais agradáveis da cidade para uma caminhada e quase sempre
se escuta música vindo de um ou outro estabelecimento. Foi aqui, no
restaurante Chez Alexandre, que experimentamos a mais deliciosa Soupe
d´Oignon de nossas vidas.
Depois
do almoço, siga pelo Boulevard Saint Michel e Avenue Danfert Rochereau
até a Place Danfert Rochereau, movimentado pólo da região sul. Não
deixe de conhecer aqui uma das mais surpreendentes atrações da cidade,
as Catacombes de
Paris.
Situada a dezenas de metros abaixo do nível das ruas, este passeio
percorre um labirinto infindável de túneis ladeados por milhões de
ossos humanos. Arrepiante, mas com certeza diferente de tudo que você
já viu. Vídeo: Catacombes
Depois de visitar as catacumbas prossiga mais dois quilômetros pelo Boulevard Montparnasse até a
Tour Montparnasse,
um gigantesco e horrendo prédio moderno, mas de cuja cobertura se tem
uma vista soberba de Paris, somente comparável à obtida da torre
Eiffel. Escolha um dia claro e você vai ver Paris como nunca a viu
antes. |
Típica construção residencial |
Vídeo:
Jardin du
Luxembourg e Tour Montparnasse.
Rio Sena e Pont de l'Aigle, vista da janela
do hotel
|
A foto ao lado fizemos da janela de nosso quarto no Novotel do bairro
Défense. Nos cobraram 10 Euros a mais pelo quarto de onde,
disseram, se podia ver a Torre Eiffel. O binóculo não estava incluído
no preço. Onde se hospedar em Paris é uma pergunta frequente, mas já
tendo visitado a cidade mais de dez vezes e ficado quase sempre em
bairros diferentes, o que percebemos é que, numa cidade com uma rede de
transporte tão eficiente como esta, a rua ou bairro de seu hotel não é
o mais importante. O mais importante é encontrar um lugar que se
encaixe no seu orçamento. Procure se hospedar na região que
corresponde a qualquer um dos 20 arrondissements e se possível evite os
Banlieus (região situada além do anel rodoviário conhecido como
Boulevar Periferique). Todos os 20 arrondissements tem tudo que um
turista pode desejar, mercados, conveniências, farmácias e uma estação
de metrô que em poucos minutos lhe conduzirá a qualquer lugar da
cidade. |
Vídeo:
Margens do Rio
Sena
Comece
o novo dia pegando o metrô para outra das mais belas avenidas da
cidade, o Boulevard Saint Germain (estação Odéon, linhas 4 e 10). Ao
longo do Boulevard Saint Germain estão elegantes lojas, antiquários,
livrarias, cafés e muito mais. Arranje uma mesa no Café Les Deux Magots (antigamente
freqüentado por intelectuais como Jean-Paul Sartre e Simone de Bouvoir,
hoje sempre lotado por turistas), peça um vinho, chá, ou apenas água, e
fique o tempo que quiser curtindo o movimento nas calçadas em volta.
Bem em frente você poderá apreciar a igreja de Saint Germain du Prés, a
mais antiga de Paris. Depois percorra com calma as ruelas e lojas do
Quartier Latin, o bairro boêmio e intelectual mais charmoso da cidade.
Tal é o charme deste quartier que muita gente, ao visitar a cidade,
considera impensável hospedar-se em outra região. São dezenas, talvez
centenas de pequenos restaurantes, bistrôs, bares, lojinhas, ruelas
estreitas e surpresas (boas) em praticamente cada esquina.
A
ruela ao lado, encontramos por acaso, circulando pela rue François
Miron. Um marco na parede da construção informava que aquela era uma
das poucas construções remanescentes da Paris medieval.
|
Construção medieval de Paris
|
Vídeos:
Metrô de Paris
/ Ônibus em Paris
Típica Colonne Morris
|
Ao lado foto de uma Colonne Morris,
como são chamadas estas adoráveis colunas, tão presentes na cidade. O
nome é referência a Gabriel Morris, que em 1868 criou estas colunas
para servirem como totens de publicidade, sanitários públicos e bancas
de jornais. Há alguns anos a prefeitura decidiu remover diversas destas
colunas das ruas de Paris, o que causou uma imensa polêmica entre seus
moradores, inconformados com o sumiço de um dos mais tradicionais
ícones de mobiliário urbano da cidade. Felizmente a decisão foi
reavaliada e as Colonne Morris continuam a ser vistas em vários pontos
da cidade.
Curiosidade: A limpeza de ruas é levada a sério em Paris a todos os
dias, a uma determinada hora, pode-se observar água jorrando junto aos
meio fios, e correndo em direção aos ralos. Seu fluxo e direção é
controlada por tubos de pano grosso (nunca conseguimos descobrir de
onde eles vem) cuidadosamente posicionados próximos às saídas de
água. E donos de cachorros (a população canina da cidade é imensa)
também são firmemente orientados a levá-los até o
'Caniveau' (sargeta) para fazer suas necessidades, e caso não
sigam esta orientação estão sujeitos a pesadas multas.
Está em dúvida sobre o que fazer agora? Visite Belleville. Situado a
uma curta caminhada do parque Buttes Chaumont, esta rua tem sua
história sempre associada às artes, cultura alternativa, música,
estúdios de arte, galerias e ao nome de Edith Piaf, pois conta-se que
foi aqui que ela nasceu e cantou pelas ruas, antes de tornar-se famosa.
|
Somente
em Paris um cemitério poderia ser atração turística. Mas onde mais
seria possível encontrar juntos Chopin, La Fontaine, Jim Morrison,
Isadora Duncan, Marcel Proust, Moliére, Oscar Wilde, Allan Kardec,
Édith Piaf, Honoré de Balzac, Sarah Bernhardt, Yves Montand, Simone
Signoret, Maria Callas, Eugène Delacroix e Louis Gay-Lussac, entre
tantos outros? O cemitério Père-Lachaise
(estação Pére Lachaise, linha 3) é quase um tipo de Ilha de Caras
dentre os cemitérios, o refúgio derradeiro das personalidades
importantes de diversas épocas. Compre um mapinha na entrada, para
ajudar a encontrar as sepulturas das principais personalidades e
reserve ao menos umas duas horas para percorrer com calma o lugar.
No dia seguinte, pegue novamente o metrô e escolha qual será sua visita do dia: O
Chateau de Vincennes (visita de meio dia) e o
Palácio de Versalhes (visita de dia inteiro). Leia mais sobre estes dois lugares no setor
Castelos e Palácios do Viagens & Imagens. |
Cemitério Père-Lachaise |
Ruela de Montmartre
|
O
passado romano de Paris, ou melhor, o que restou dele, podem ser
reencontrado visitando Arènes de Lutèce. Este antigo anfiteatro,
construído o século 1, tinha espaço para abrigar quinze mil
espectadores e abrigava jogos e disputas de gladiadores. Embora tenha
sido um dos maiores e mais importantes na região, hoje infelizmente
está reduzido a uma área livre, cercada por muros, arquibancadas e
áreas verdes. A entrada situa-se no Quartier Latin.
Já o futuro de Paris pode ser preconizado em lugares como o
Palais de Tokyo,
inaugurado em 2002, num estilo arquitetônico audacioso e inovador. O
espaço abriga exposições de artistas e artes emergentes, e seu acesso
está próximo ao metrô Iena.
|
Paris não tem grandes shoppings, o comércio é praticamente todo de rua. As exceções são o
Shopping Le Quatre Temps, situado na Défense e o
Les Halles,
situado no arrondissement 1, mesmo assim eles não são nada demais. Bem
mais atraente são as grandes lojas de departamento de Paris, como Bazar de L'Hôtel de Ville,
Bon Marché de Rive Gauche,
Printemps e
Galeries Lafayette. Estas sim, merecem ser percorridas com calma e atenção.
Para
conhcer uma cidade é essencial se misturar aos seus moradores,
partilhar seus hábitos, costumes, frequentar os mesmos lugares, entre
outras atividades. Em resumo, para sentir a alma de uma cidade é
importante também fugir - por paradoxal que isto pareça - dos endereços
turísticos. Isto significa, por exemplo, freqüentar suas fruterias,
açouches (boucheries), boulangeries (pães), pâtisseries (massas e
doces) e ainda as delicatessen, charcuteries, chocolatiers,
marchés, foires etc etc. Não permita que a língua se
transforme numa barreira, e não se intimide. Mesmo que você não chegue
ao ponto de querer comer carne de cavalo (muito popular e
apreciada na França) vá até alguns dos recantos onde Paris é autêntica,
onde ela pertence aos franceses: As feiras e mercados de rua. E
quando o assunto é este, poucas ruas são tão agradáveis de se percorrer
e tem tantas delícias por metro quadrado como a rue Montorgueil,
situada no arrondissement 1. |
Mercadinho de rua |
A primeira vantagem da Rue
Montorgueil é que ela é exclusiva de pedestres. Tradicionalmente a rua
era um anexo do mercado central Le Halles (o qual foi demolido e
substituído por um shopping com poucos atrativos). Após o fechamento do
mercado os comerciantes originais foram deslocados para os arredores de
Paris, mas a rua Montorgueil parece ter conseguido manter o espírito da
coisa e em suas poucas quadras ainda conserva as principais
características daqueles incrivelmente variados mercados de
antigamente. Cafés, restaurantes, lojas de chocolates, utensílios para
cozinha, patisseries, lojas de queijos, embutidos, frutas, conservas e
muito mais.
Ao longo da Rue Montorgueil são especialmente famosos o
Au Pied du Cochon (sopas deliciosas, com destaque para a de cebola), G Detou (chocolates, condimentos, molhos),
Edmond Fallot (condimentos, azeites, foi gras, ervas),
Naturalia (produtos naturais),
Au Rocher de Cancale (ostras, frutos do mar),
Kayser (pães, massas, doces),
Stoher (doces, folheados, massas, biscoitos),
La Mère de Famille
(doces, bombons, balas). E acredite, este é apenas um sumaríssimo
resumo das delícias encontráveis em todas estas lojas. Não perca!
Passage Joyffroy
|
As passagens cobertas de Paris não costumam estar entre
as principais atrações procuradas pelos turistas simplesmente porque a
grande maioria não sabe a respeito de sua existência.
Na verdade, não são muitos os lugares
que conseguem transmitir uma atmosfera tão intensa de charme e romantismo
característicos do século 19 quanto estes locais. A
Passage Joyffroy,
mostrada ao lado, foi construída em 1845, como a primeira no gênero
construída inteiramente de ferro e vidro, com elementos decorativos em
madeira e marcou época por ser a primeira aquecida diretamente pela luz
solar. Com 140 metros de comprimento em forma de L duplo, ela abriga
pequenas lojas, livrarias, docerias, e outras lojas diversas, inclusive um
acesso ao Musée Grevin. A passagem começa próximo ao número
10 do Boulevard Montmartre e termina na altura da Rue de la
Grange-Bateliére, entre os arrondissements 9 e 2.
Aproveite que está por aqui e percorra também a
Passage
de Panoramas, quase ao lado, construída a partir de 1799, entre o Boulevard Montmartre e
a rue Saint-Marc. Esta passagem abriga creperias e diversas lojas de filatelia, entre
outras atrações. As duas passagens
foram restauradas recentemente e parecem nos transportar à Paris da belle époque, plena de charme.
|
Paris
é uma cidade arborizada, não somente em suas ruas, mas também em ótimos
parques. O maior deles é Bois de Boulogne, situado a oeste da cidade.
Mas você não precisa ir até lá para apreciar as áreas verdes da cidade,
outras opções, mais próximas e até mesmo melhor freqüentadas são o Parc
des Buttes-Chaumont (metrô Butte Chaumont), ideal para quem curte
desníveis fortes, rochas, cascatas e muitos pássaros. Ou então Parc
Manceu (metrô Monceau), de terreno mais nivelado e ideal para quem
caminhadas leves, entre alamedas verdes e estátuas de Chopin e Guy de
Maupassant.
Outros bom lugar para caminhadas longas são as margens do Canal St
Martin, que como diz o nome é um canal que corta a cidade, entre Place
de la Republique e Gare du Nord. Mas se você quer um lugar realmente
diferente para caminhar vá até La Promenade Plantée,
antiga via férrea elevada transformada em jardim suspenso ao longo de
mais de quatro quilômetros, entre a Avenue Daumesnil e a Place de
La Bastille.
Outras áreas verdes da cidade, muito
freqüentadas, são o Jardin de Tuilleries, situado entre o Museu do
Louvre e Place de la Concorde, construído na segunda metade do 17 e com
história sempre associada à antiga realeza de Paris. Ou então o
acolhedor Jardin du Louxembourg, situado em frente ao prédio do Senado
francês, agradável área verde com lagos, chafarizes, árvores e muitas
crianças. Ou ainda o simpático Jardin des Plantes,
situado junto às margens do Sena, frente à Pont d'Austerlitz. |
Boulevard Saint Martin, domingo à tarde |
Rue François Miron
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Montmartre,
Ile de la Cité, Montparnasse, Trocadéro, Beaubourg, Passy, Quartier
Latin, Bastille, République, Étoile, Denfert Rochereau, Place Pigalle,
Luxembourg, Marais, cada região de Paris mereceria um dia inteiro, o
que, infelizmente é quase impossível fazer para a maioria dos turistas,
quase sempre com o tempo contado. E em quase todos seus arrondissements
percebe-se algo interessante: A arquitetura de Paris é praticamente
uniforme. Seus prédios mantém um padrão semelhante e que parece
resistir à ação do tempo. Grande parte deles tem seis ou sete andares,
portas altas, janelas retangulares de madeira com vidros e balcões de
ferro trabalhado, mas isto não é coincidência. Para manter sua beleza
harmônica Paris é protegida por rígidas leis que proíbem modificações
externas nos prédios. Diversas vezes vimos grande obras, onde todo
o miolo do prédio havia sido demolido e modernos prédios eram erguidos
no mesmo local, enquanto a fachada, ao contrário, era mantida escorada,
permanendo a mesma, sendo apenas restaurada. Desvendava-se o mistério
da perenidade da beleza de Paris! |
Mapa do Metrô -
Mapa interativo de
transportes -
Mapa das linhas de ônibus
-
Mapa de arrondissements
Quem
não tem problemas com passeios alternativos e curtiu a visita às
Catacumbas subterrâneas de Paris experimente conhecer também os Esgotos
de Paris (Les Egouts).
Conta-se que foi Vitor Hugo quem os tornou famosos, ao citá-los em seu
romance Les Miserables. Até a idade média os esgotos e dejetos da
cidade eram atirados nas ruas e foi Napoleão Bonaparte quem primeiro
determinou que uma rede de esgotos deveria ser construída. Mas foi
somente com o Barão de Haussmann, então prefeito, que foi construída
uma grande rede de coleta de águas servidas. Atualmente a rede é
praticamente um labirinto, formado por grandes túneis que se estendem
por mais de dois mil quilômetros sob as ruas de Paris, identificados
por nomes, como uma cidade subterrânea, e a caminhada é feita por vias
pavimentadas ao longo dos canais. Durante a segunda guerra estas vias
foram utilizados pela resistência francesa, como esconderijo, fuga e
também em atos de sabotagem contra os nazistas. O ponto de partida da
visita aos esgotos situa-se próximo à Pont de l'Alma. |
Boulevard de Magenta em tarde de chuva |
Rue Geoffroy L'Asnier
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Sim,
as calçadas de Paris são estreitas. E sim, eles também tem problemas de
estacionamento por lá, e por isso colocam barras de ferro nas calçadas
para os carros não subirem. Estacionar em Paris é caro e por isso nem
pense em percorrer a cidade de carro. Não vale a pena. Use o metrô.
Melhor forma de transporte da cidade, ele é eficiente, rápido, circula
todos os dias da semana de manhã bem cedo até tarde da noite, possui 14
linhas cobrindo todos os bairros e direções e dizem que em Paris nunca
se está a mais de 500 metros de alguma estação de metrô. Nunca medimos,
mas deve mesmo ser verdade. Como nem tudo é perfeito, o metrô é
antigo, e escadas são freqüentes, o que pode se tornar incômodo
para pessoas com necessidades especiais de deslocamento. Neste caso,
opte pelos ônibus, embora sejam mais lentos que o metrô e não
tenham linhas muito extensas, eles são a melhor forma de ver a
cidade com conforto e pagando pouco. Vídeo: Ônibus no
Champs-Elysées
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Também há uma Disneyland
em Paris. O parque temático, inaugurado em 1992, é menor que os
existentes nos Estados Unidos, mesmo assim é uma excelente opção para
um dia divertido com a família. A melhor forma de chegar lá é pelo
metrô RER, linha A4. E já que estamos falando em ir mais além, quem
desejar ir até o Palácio de Versalhes deve tomar o metrô RER, linha
C5.
Ao cair da noite, vá para a principal atração turística da cidade, a
Torre Eiffel
(estação Bir Hakeim, linha 6). Inaugurada em 1889, para as comemorações
do centenário da revolução francesa, a torre Eiffel iria se transformar
no principal símbolo de Paris, visita obrigatória de qualquer turista
na cidade. Mas na verdade, nem sempre foi assim. No início grande parte
da população a via como um horrendo monstro metálico, uma assustadora
estrutura arruinando o harmônico perfil da Cidade Luz. Furiosos artigos
na imprensa, abaixo assinados, petições e críticas de todos os lados
exigiam sua demolição imediata assim que as comemorações fossem
encerradas. Ficou famosa a história daquele renomado escritor francês
que, apesar de a criticar diariamente, ia jantar em seu restaurante
todas as noites. Perguntado porque ia sempre na torre se a detestava
tanto respondeu: Aquele é o único lugar em Paris de onde não se vê
a torre Eiffel.
Gustave Eiffel foi o engenheiro
responsável pelo projeto e construção, derrotando cerca de outros 700
projetos no concurso organizado pelo governo, visando escolher um
grande símbolo para homenagear os 100 anos da revolução francesa. A
torre tem 300 metros de altura, pesa sete mil toneladas, tem 1652
degraus da base ao topo, e foi montada tal como um gigantesco quebra
cabeças em três dimensões, com quase vinte mil peças e dois milhões e
meio de rebites, todos em aço. Apesar do imenso peso próprio, a
distribuição de esforços e cargas na estrutura é tão equilibrada e
bem distribuída que até hoje o projeto do engenheiro Eiffel causa
admiração aos calculistas estruturais. |
Tour Eiffel |
Quase demolida em 1909, foi
somente no ano seguinte, quando demonstrou sua utilidade como base da
antena de telégrafo de Paris, que a torre Eiffel conseguiria escapar de
virar ferro velho. A partir de 1918 seria usada também como base das
antenas de rádio, e a partir de 1957, de televisão. Hoje causa surpresa
imaginar que o mais amado e conhecido símbolo de Paris tenha escapado
por pouco da demolição, pois todo ano a torre é visitada por cerca de
seis milhões de turistas vindos de todos os cantos do mundo, e suas
miniaturas estão entre as lembranças mais requisitadas pelos
visitantes.
A torre tem três andares
(plataformas de observação) e diversos elevadores. Para chegar ao
último andar é necessário trocar de elevador no segundo pavimento.
Dizem que uma pessoa só se torna verdadeiramente íntima de Paris quando
chega ao ponto de visitar a cidade sem se preocupar mais em visitar a
Tour Eiffel. Uma coisa, no entanto, é certa: a primeira vez que se vê
esta torre de perto é para sempre um momento inesquecível. Se tiver
chance, pegue um dos elevadores e vá até o último andar, de forma a
estar lá quando a noite começar a cair. É a melhor vista de Paris, em
seu melhor momento.
Vídeos:
Visitando a Tour
Eiffel /
Tour Eiffel à
Noite / Dia típico junto à Tour Eiffel (HD)
|
Mas
na verdade mesmo, o melhor de Paris é para ser descoberto por cada um,
por conta própria. Esqueça os roteiros básicos, pois nada se compara à
alegria de descobrir um cantinho só seu, que não consta em nenhum livro
turístico, em nenhum site. Descobrir Paris é entregar-se à cidade,
da mesma forma como nos entregamos à uma paixão fulminante. Escolha um
sapato bem confortável, saia de seu hotel bem cedinho, e vá caminhar
pela cidade, simplesmente andar sem nenhum roteiro estabelecido.
Caminhe sem pressa, vendo as lojinhas, as pessoas, entrando na padaria,
na florista, passando por aquela galeria antiga, sentindo o clima e a
atmosfera de cada bairro. Quando quiser variar, pegue o metrô e vá para
outro lado qualquer da cidade. Paris é cheia de revelações em cada
bairro, em cada rua, em cada esquina, e ser surpreendido por estas
descobertas inesperadas talvez seja uma das coisas mais marcantes de um
passeio a esta cidade maravilhosa. |
Diversas fotos em Alta esolução de
Paris
Sous le ciel de Paris
S'envole une chanson
Elle est ne d'aujourd'hui
Dans le coeur d'un garçon
Sous le ciel de Paris
Marchent les amoureux
Leur bonheur se construit
Sur un fait pour eux
Sous le pont de Bercy
Un philosophe assis
Deux musiciens, quelques badauds
Puis des gens par milliers |
Sous le ciel de Paris
Jusqu'au soir vont chanter
L'hymne d'un peuple épris
De sa vieille Cité
Prés de Notre-Dame
Parfois couve un drame
Oui, mais à Paname
Tout peut s'arranger
Quelques rayons du ciel d'été
L'accordéon d'un marinier
L'espoir fleurit
Au ciel de Paris |
Sous le ciel de Paris
Coule un fleuve joyeux
Il endort dans la nuit
Les clochards et les gueux
Sous le ciel de Paris
Les oiseaux du Bon Dieu
Viennent du monde entier
Pour bavarder entre eux
Et le ciel de Paris
A son secret pour lui
Depuis vingt siècles il est épris
De notre île Saint-Louis |
Brasão de Paris
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