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Chafariz (Jet d'eau) de Genebra e Lago Léman

Mesmo durante a aproximação para o pouso em Genebra, já era possível ver, ao longe, o principal ícone da cidade. Parte integrante da paisagem, principal atração turística, com cento e quarenta metros de altura, o chafariz de Genebra é sua marca registrada desde 1891, quando foi inaugurado. E foi quando o vimos, antes mesmo de aterrissar, que nos demos conta que estávamos lá. Genebra é a Suíça com tempero de França, uma das muitas curiosidades desta nação pequena mas com forte personalidade, composta por diversos cantões e línguas. Segunda maior cidade do país e sede das Nações Unidas na Europa, Genebra tem uma jeito sóbrio e elegante, como uma pessoa de poucos sorrisos, mas extremamente culta e com a qual se pode aprender muito ao conhecer melhor. Não é um badalado destino turístico, mesmo assim é uma visita interessante e agradável.

Uma curiosidade adicional sobre Genebra é que seu aeroporto está situado praticamente na fronteira entre Suíça e Genebra, e por isto tem uma particularidade que nunca tinhamos visto em outro local: Ele tem um setor suíço e um setor francês. E para turistas, a grande vantagem desta característica é facilitar a vida de quem pretende alugar um carro. Como, após visitar Genebra, pretendíamos seguir para Paris, fizemos reserva para retirada do carro no setor francês (as concessionárias tem lojas no setor francês e no setor suíço), o que resultou num aluguel tipo pegar/devolver carro no mesmo país, bem mais barato do que pagaríamos se tivéssemos pego o carro na Suíça e devolvido na França.

A língua falada em Genebra é o francês. A cidade situa-se no cantão de Genebra, tem área aproximada de dezesseis quilômetros quadrados, temperaturas médias anuais oscilando entre vinte graus no verão (julho) e dois graus no inverno (janeiro). Seus meses mais chuvosos são setembro e outubro e o mais seco, abril. Sua altitude é de 370 metros e a população, de acordo com o último censo, não chega a duzentos mil habitantes.


Jato de água

Vídeo: Aterrissagem em Genebra


Margens do Lago Léman

Genebra é a maior cidade do Cantão de Genebra, considerado uma das áreas mais cosmopolitas do país. Na prática, este pequeno Cantão é formado por Genebra e regiões adjacentes. Para entender melhor o significado do que é um Cantão Suíço, devemos lembrar da história da formação do país.  Oficialmente, seu nome é Confederação Helvética (CH), embora na prática todos se refiram à esta nação simplesmente como Suíça.

Originalmente, todas as vinte e seis regiões que formam o país eram estados soberanos, cada qual com sua própria moeda, forças armadas e leis. As línguas faladas em cada cantão também eram diferentes, e incluíam francês, alemão, italiano e romanche (dialeto originário do latim, falado por menos de um por centro da população). No século XVI, os cantões decidiram por em prática aquele ditado que diz ‘A união faz a força’ e resolveram se unir, formando uma confederação de estados autônomos. Inicialmente eram treze, sendo que a partir de 1815 passaram a existir vinte e cinco e em 1979, com a independência do Cantão de Jura, passaram a ser 26 cantões ao todo.

O termo Cantão tem origem na palavra francesa ‘canton’, significando simplesmente canto ou pedaço. Por outro lado, a expressão usada inicialmente para dar nome ao país, ‘Confederação Helvética’, é referência aos povos helvéticos, de origem Celta.

Logo que pegarmos nosso carro no aeroporto foi possível constatar que o transito da cidade é impecavelmente organizado, e não vimos ninguém cometer qualquer tipo de infração, mesmo a mais básica. Ninguém avança sobre faixa de pedestres, estaciona em local proibido ou transita acima da velocidade permitida, pois câmeras de vídeo estão em praticamente todo lugar e infrações não passam impunes.

Quem pretende alugar um carro e percorrer qualquer auto-estrada Suíça deve certificar-se que o carro tem o selo anual, que dá direito a transitar por aquelas vias. O país não cobra pedágios dos motoristas, mas todo veículo deve ter um destes selos, até mesmo os carros de aluguel e os dirigidos por turistas. O selo adesivo (Swiss Motorway Vignette) pode ser comprado nos postos de polícia existentes nas fronteiras do país e o idedal é comprar um assim que entrar no país. O preço é 40 CHF (francos suíços). Para quem vai pegar o carro no aeroporto, procure comprar o selo no primeiro posto de gasolina que encontrar pelo caminho. O adesivo deve ser fixado no vidro da frente do carro, do lado do motorista. Para transitar somente em ruas de cidade e estradas secundárias não é necessário ter o adesivo.

Vídeo: Chegando de carro em Genebra

Os conquistadores romanos se referiam a estes povos como ‘Helvecii’, os quais ocupavam a região que atualmente corresponde à Suíça e parte da França. Nada mais natural, portanto, que ao se unirem estes cantões tenham adotado como nome comum o termo ‘Confederação Helvética’. Ainda hoje, os automóveis registrados na Suíça são identificados na Europa por um adesivo com as letras CH.

Mesmo após a união dos diversos cantões, diversas de suas características individuais foram mantidas, o que explica que até hoje alguns hábitos, costumes e línguas diferentes sejam faladas em cada cantão.  Atualmente, o idioma mais falado na Suíça é o alemão (65% da população), francês (23%), Italiano (8%) e romanche (0,5%), sendo que o restante da população, composta basicamente por imigrantes, fala também português (1%) e espanhol (1%), entre diversas outras línguas.

Alguns outros cantões da Suíça são Zurique (o mais populoso), Berna, Lucerna, Uri, Schwyz, Glarus, Friburgo, Zugo, Schaffhausen, Tessino, São Galo, Neuchâtel, Jura e Genebra.


Vieille Ville (cidade antiga)

 


Vieille Ville

Vieille Ville é o trecho histórico da cidade, e ao mesmo tampo o mais bonito e preferido dos turistas. Foi aqui, no alto de uma colina, que a cidade surgiu, há cerca de dois mil anos. Sua localização, dominando o terreno em volta, foi escolhida por razões estratégicas pelos romanos, que consideraram este o local ideal para uma cidadela murada. Com o tempo, surgiu ao seu redor uma comunidade, a qual, durante a idade média, já tinha se transformado em cidade fortificada. Pouco restou desta época, no entanto, percorrer as íngremes ruas, rampas e escadarias de suas estreitas ruelas ainda transmitem o gostinho de um fascinante mergulho no passado, sensação que é realçada pelas fachadas sóbrias e pesadas de seus prédios e torres centenárias.

Vieille Geneve ocupa a área compreendida entre os rios Reno e Arve, tem a forma aproximada de um triângulo, com área inferior a um quilômetro quadrado. É uma região pequena, com diversas subidas e descidas, e por isso, há quem prefira percorrê-la de baixo para cima, sempre descendo. Lá estão diversas galerias, bares, restaurantes, prédios oficiais, lojas de antiguidades, museus, fontes, praças, alamedas e curiosidades e surpresas diversas, fazendo da caminhada por aqui um passeio agradável.

 

Pernas, para que te quero? Para andar! Isso mesmo, quem pretende conhecer bem a cidade antiga é melhor esquecer as botas, calçar um sapato confortável e arranjar disposição para encarar as diversas subidas, descidas e escadarias da Vieille Ville. Para começar o passeio tome como referência o Parc des Bastions, pequena área verde situada no coração da cidade. Junto a ele estão, de um lado, a Universidade de Genebra e de outro o Muro dos Reformadores (Mur des Réformateurs), erguido junto a um trecho remanescente da muralha que cercava a antiga vila medieval de Genebra.

O monumento possui uma base de pedra sobre a qual estão representadas esculturas de homens com bíblias as mãos, e homenageia religiosos de diversos países, como Coligny pela França;  Guillaume, pela Holanda e Cromwell, pela Inglaterra, lembrando seu trabalho na propagação do Calvinismo, movimento religioso protestante originado na reforma criada por Jean Calvin, em Genebra, a partir do século XVI


Vieille Ville

Após visitar o monumento, siga em direção à Place Neuve, situada logo adiante, a qual está cercada por três grandes e belas construções do século 19, Musée Rath, Grand-Théâtre e Conservatoire de Musique. No centro da praça situa-se a estátua eqüestre do General Dufour, que colaborou na fundação da Cruz Vermelha Internacional.


Vieille Ville

Siga depois pela Rampe de la Treille (foi construída no século XVI para servir ao exército como local de observação). Aqui está outra curiosidade da cidade, junto à Promenade de la Treile: O mais longo banco da Europa (mais de cem metros de extensão), onde se pode sentar e apreciar a vista do Parc des Bastions. Siga depois em frente e dobre à esquerda na rue Henri Fazy para penetrar no coração da Vieille Ville e irá passar em frente ao Hôtel de ville, a prefeitura de Genebra. Pouco adiante não deixe de percorrer a Grand-Rue, uma das mais fascinantes do centro histórico, onde situa-se a Maison Tavel, construção mais antiga da cidade e o Velho Arsenal, construído durante o século XV, e que funcionou como arsenal militar entre 1720 e 1877. Prosseguindo a caminhada rumo à la place du Bourg de Four, passa-se pela famosa Cathédrale Saint-Pierre.

Este trecho corresponde ao coração da cidade histórica e ao longo desta região estão diversas lojinhas, pequenos bares e restaurantes com mesas nas calçadas. Este é o lugar certo para sentar, pedir uma cerveja belga ou tcheca, e quem sabe, se o apetite permitir, fazer uma refeição completa. Foi próximo deste local que descobrimos, por acaso, o acolhedor restaurante Chez my Cousine, que nos serviu um inesquecível frango com batatas.

Depois da parada consulte seu mapinha de bolso (você tem um, não é?) e siga em direção ao Musée d'Art et d'Histoire e logo após à Promenade de l'Observatoire, de onde se tem uma vista incrível da cidade baixa e do lago Leman. Siga caminhando mais um pouco e chegará a um simpático bairro residencial com uma pequena pérola escondida, chamada Musée du Petit-Palais e um dos monumentos mais conhecidos de Genebra, a Igreja Russa (église russe), construída durante o século XIX. Tire ao menos uma hora para visitar ambos.

Siga depois pela Rue des Chaudronniers e irá passar pelo Collège Calvin, erguido durante o século XVI. Nesta região estão diversas ruas e praças charmosas, como a Bourg-de-Four, onde, durante a idade média, eram realizadas as feiras livres. Por aqui estão também ruelas estreitas, rampas, trechos murados, e esta região ainda parece transmitir um clima de cidade medieval. Este é o local ideal para fazer fotos especiais.


Vieille Ville

Suiços se orgulham de suas cores e emblemas, e praticamente em todas cidades é frequente a visão da bandeira nacional, decorando ruas e prédios. No trecho da Vieille Ville mostrado na imagem abaixo, a rua estava toda enfeitada com as bandeira da Suíça e do cantão de Genebra (formado pelas cores vermelha e amarela, tendo de um lado uma águia negra sobre fundo preto, e do outro lado uma chave sobre fundo vermelho).


Vieille Ville

A bandeira Suíça é formada por uma cruz branca e simétrica, sobre um fundo vermelho. É uma das duas únicas bandeiras nacionais quadradas existentes no mundo (a outra é a do Vaticano) e sua origem remonta ao século XIV, quando as tropas confederadas decidiram adotar como insígnia de combate uma bandeira com a cruz cristã. Ao que consta, a cruz branca faz referência à fé cristã e o vermelho ao poder de vida e morte sobre seus adversários. Após suas tropas serem derrotadas pelo exército francês, na Batalha de Marignano (1515), conta-se que o país passou por sérias dificuldades, e decidiu nunca mais participar de um conflito armado. Efetivamente, em quase todos conflitos armados que assolaram a Europa nos últimos séculos, a Suíça se manteve neutra.

Curiosamente, a bandeira da Cruz Vermelha Internacional foi inspirada na bandeira Suíça, embora com cores invertidas (tem uma cruz vermelha sobre fundo branco), em homenagem ao suíço Jean-Henri Dunant. Este ativista suíço presenciou a carnificina ocorrida durante Batalha de Solferino (1859), o que o teria levado a escrever o livro Un Souvenir de Solférino, descrevendo o incrível sofrimento dos milhares de feridos desprovidos de cuidados médicos. Sua obra tornou-se famosa e acabou por inspirar o surgimento de um organismo internacional de assistência médica, que, em reconhecimento a sua cidadania, adotou como símbolo a própria bandeira Suíça, mas com as cores invertidas.

 

Depois de visitar a Vieille Ville desça da cidade alta pela Rue du Peron ou Rue de la Fontaine em direção ao centro comercial. Esta região tem como característica o movimento intenso de pessoas pelas calçadas, bondes silenciosos trafegando para lá e para cá, vitrines iluminadas, pessoas bem vestidas e prédios com aparência centenária perfeitamente conservados. Aqui estão as grandes lojas, perfumarias, relojoarias, joalherias, marcas famosos e de grife. Não deixe de conferir, por exemplo, a Dosenbach, grande loja de calçados, mas que também tem outros departamentos com uma variedade de artigos atraentes.


Rue du Marché / Rue de Rive: Região comercial

A principal área comercial de Genebra situa-se na região próxima às paralelas Rue du Marché e Rue du Rhone, localizadas ao sul do lago. Na extremidade oposta do lago há outra boa zona comercial, ao longo da Rue du Mont Blanc (perpendicular ao lago, margem esquerda, continuação da Pont du Mont Blanc), ideal para encontrar lembranças diversas, como chocolates, canivetes, presentinhos etc.

A região da Vieille Ville, principalmente a Grand Rue, é ocupada principalmente por lojas oferecendo antiguidades, peças de arte etc, enquanto na Rue de Paquis encontram-se diversas lojas de venda de tapetes, algumas livrarias, artigos de cama e mesa, utilidade domésticas e até mesmo algumas sex shops.


Rue du Marché / Rue de Rive: Região comercial

Os melhores centros comerciais da cidade são o Centre Balexert (Av Louis-Casai 27), com mais de 110 lojas, a conceituada loja de departamentos Manor (Rue Cornavin 6), a maior da Suíça, o Confederation Centre (Rue de la Confederation 8), situado bem no centro, com diversas lojas e restaurantes, a loja de departamentos Globus (Rue de Rhone 48), e a Planete Charmilles (Promenade de L’Europe 11), que conta com serviços diversos, inclusive salão de beleza, super mercado e outras coisas úteis. Mas nem de longe se pode imaginar que o comercio da cidade se limita a estes endereços, e lojinhas diversas, com curiosidades interessantes, podem ser encontradas praticamente em cada esquina.

Também vale a pena conhecer alguns mercados de rua, os melhores lugares para se ter um gostinho da vida cotidiana dos moradores de Genebra. Visite, por exemplo, o Plaine de Plainpalais, maior mercado ao ar livre da cidade, para garimpar, entre outras coisas, livros, CDs, raridades e antiguidades. Funciona às 3as, 5as, 6as e sábados, entre 8 e 17 horas. Ou então vá ao Boulevard Helvetique, para conferir produtos locais diversos, frutas, legumes e comidinhas típicas. Funciona às 4as e sábados. Vale ainda visitar o mercado de flores da Place du Molard, a feira de artesanato da Place de la Fusterie e o apetitoso Halles de Rive, onde estão centenas de produtos da culinária suíça, francesa e italiana.

Genebra tem área reduzida, são aproximadamente 16 quilômetros quadrados, distribuídos em volta do lago Léman. Pode-se dizer que a cidade divide-se em três regiões principais, situadas respectivamente ao norte do rio Reno (onde situa-se a estação ferroviária central - Gare de Cornavin - o aeroporto, e junto ao lago, os elegantes 'Quais', hotéis de luxo e prédios imponentes, residenciais e comerciais), o trecho central (entre os rio Reno e Arve, onde está a cidade histórica e as principais atrações turísticas) e a região ao sul do rio Arne, predominantemente residencial e de comércio localizado. Cruzando estes rios existem quatorze pontes, que na prática funcionam como avenidas, conectando as três partes da cidade. Genebra está situada no extremos sudoeste da Suíça, praticamente cercada pela França. Quem analisar o mapa da cidade verá que o Cantão de Genebra é quase como um esporão, encravado em território francês, o que explica a forte influência daquele país nos costumes locais. Somente cerca de dez por cento dos limites da cidade fazem divisa com o restante do território Suíço.


Ponte sobre o rio Reno

 Site oficial da cidade: Ville de Genève


Junção dos rios Reno e Arve, vistos da ponte

Um recanto famoso em Genebra é a junção entre os rios Reno e Arve, situado a pouca distância do centro, onde um curioso fenômeno natural acontece. As águas do rio Arve, tem águas mais rápidas e claras, enquanto o Reno tem águas lentas e escuras. Do local onde ocorre a junção dos dois rios em diante, as águas prosseguem sem se misturar por algumas centenas de metros, criando um belo efeito de cores. Um dos melhores locais para curtir o efeito é a partir da Pointe de la Junction. Mas ainda melhor é a vista a partir do alto da ponte ferroviária que cruza o rio, e para chegar lá tome como ponto de partida sua margem sul, próximo ao Cimetière de Saint-Georges, depois siga até o prédio do Cafe de la Tour, e então siga a trilha indicada para pedestres.

Quase todo mundo que pensa em Suíça pensa em queijos e chocolates e a fama é justa, pois eles são deliciosos e estão presentes em todos lugares, embora, de acordo com cada região do país, variem bastante em sabor. De uma forma geral a culinária suíça é semelhante, variando bastante segundo cada cantão. Mas falar de uma culinária específica de Genebra é mais difícil, porque esta é uma cidade cosmopolita, e sua culinária é o reflexo desta característica. Em Genebra existe praticamente de tudo, para todos os gostos e o que mais se aproximada daquilo que poderíamos chamar de pratos típicos é a Raclette, muito comum na parte francesa do país. Junto com os Fondues, elas formam a dupla poderosa da culinária local.

Uma raclette é feita com queijo derretido, geralmente servido com batatas e outros ingredientes, que podem incluir presunto, bacon, cebolas, salame, azeitonas, pepinos ou outros, conforme o estilo ou criatividade de cada um. No preparo as raspas de queijo são colocadas na racleteira elétrica até o queijo ficar derretido. Cada cliente recebe uma espátula com a qual se serve do queijo, e o mistura com os demais acompanhamentos em seu prato. Bons restaurantes suíços tem cada um seu ‘Racleur', o profissional encarregado de preparar a raclette e deixá-la no ponto, e trabalham exclusivamente com fornos a lenha. Outro prato típico local são as batatas ‘Rosti’ e no seu preparo elas são primeiramente fervidas e descascadas, sendo então gratinadas e fritas em manteiga até ficarem douradas. Devem ficar crocantes por fora e macias por dentro. Fora isto, não espere encontrar muitos pratos exóticos ou surpreendentes no cantão de Genebra.

Atravessar o lago Léman de barco é um passeio agradável e que poupa tempo aos turistas e moradores que querem ir de uma margem à outra do lago mas não estão com disposição de caminhar muito. Roteiros lacustres são usuais por aqui desde 1897 e atualmente, a empresa que opera estes roteiros - Mouettes Genevoises SMGN - tem diversos horários diários e quatro rotas atravessando o lago, zarpando do ancoradouro de Pâquis e de Chateaubriand (margem norte) até Molard, Eaux Vives e Port Noir (margem sul). Durante o verão as partidas ocorrem a cada dez minutos. Os barcos, conhecidos como Mouettes Genevoises,são pequenos, de cor amarela e a passagem não é cara. Leia abaixo, outras informações sobre o transporte coletivo em Genebra.


Ancoradouro de Pâquis

Quem pretende usar o transporte coletivo da cidade (ônibus, bondes e barcos que atravessam o lago), não vai encontrar qualquer dificuldade. Passagens devem ser compradas nas máquinas automáticas, encontradas com facilidade em diversos locais, como lojas e bancas de revistas. A cidade é dividida em várias zonas, e pode-se escolher entre bilhetes para percorrer todas as zonas ou somente as zonas centrais. Preços também variam em função das zonas escolhidas e da duração do bilhete (uma hora ou mais). A zona 10 é a maior e abrange todo o centro, inclusive o aeroporto e estação de trens, por isso é suficiente para visitar praticamente todas principais atrações. Lembre que estas máquinas aceitam somente moedas, seja de francos suíços ou euros, mas não fornecem troco. Para quem quer percorrer toda região central e andar quantas vezes quiser nos ônibus, bondes e barcos que atravessam o lago, a melhor opção é o bilhete 'One Day Card Geneva Zone 10' (bilhete válido por um dia para toda zona 10). Detalhes em Geneve Public Transport.

Quem hospeda-se num hotel dentro dos limites urbanos de Genebra, recebe um cartão, válido durante toda a duração da estadia, que dá direito a utilizar toda rede de transporte público, incluindo ônibus, bondes, trens urbanos e nos barquinhos amarelos que cruzam o lago (as Mouettes Genevoises).

Já quem estiver com um carro alugado e decidir ir ao centro da cidade vai precisar sorte para encontrar uma vaga. A melhor e mais prática alternativa é usar algum dos diversos estacionamentos subterrâneos da cidade, que tem como único inconveniente, o preço elevado. O mais bem localizado na região central é o Parking du Mont Blanc, situado na extremidade sul da Pont du Mont Blanc, junto ao Jardin Anglais, que está aberto todos os dias durante 24 horas e tem mais de 1500 vagas. Dele tem-se acesso rápido à Rue du Marché e à Vieille Ville. Mais detalhes sobre estacionamento na cidade em Parkgest.


Jardin Anglais

Um dos recantos mais agradáveis da cidade é conhecido como Jardin Anglais, área de pedestres situada junto à margem esquerda do lago Léman, e que mescla trechos gramados, árvores, quiosques, pistas para bicicletas e, além do mais, um dos melhores locais da cidade para se apreciar o jato de água. É aqui também que são realizados diversos eventos da cidade, principalmente durante o verão. Adornado por estátuas e fontes, e com alguns quiosques oferecendo comidinhas, o Jardin Anglais é a principal área de recreação dos moradores locais.

Vídeo: Jardin Anglais e Margens do Lac Léman

Os cais (Quais) de Genebra são uma das regiões mais agradáveis da cidade para caminhadas. Alinhados em seqüência, ao longo das margens do lago, são freqüentados por moradores, turistas, namorados e ao longo de suas alamedas e pistas estão quiosques oferecendo pratos típicos, lembranças e venda de bilhetes para passeios pelos arredores. Quais de Berges, Quai du Seujet, Quai Gustave Ador, Quais des Arèniéres, Quais des Vernets... a lista de cais é quase interminável, como seria de se esperar numa cidade banhadas por rios e lagos. Um dos mais agradáveis é Quai Montblanc, na margem norte, onde alinham-se elegantes hotéis, bons restaurantes e prédios residenciais de luxo.

 

 
Quai du Mont Blanc

Situado junto ao Quai de Mont Blanc, o Bain de Paquis oferece banhos lacustres no lago Léman. Não dá para dizer que o local é uma praia, está mais para prainha/tablado às margens do lago, onde as pessoas pagam para ter acesso e se divertir na água. Para quem mora num país com um litoral extenso e com praias de acesso livre a todos, pode parecer estranho uma praia lacustre, pequena e paga fazer tanto sucesso, mas para os moradores de Genebra, uma cidade sem praias e com baixas temperaturas durante quase todo o ano, ele é tudo de bom, o mais próximo possível que a cidade consegue chegar de um banho de mar. O local oferece também instalações para massagens, saunas e um restaurante e é um programa popular na cidade durante o ano inteiro, mas freqüentado principalmente durante o verão. O Bain de Paquis é uma tradição na cidade desde 1872, e vale conhecer como curiosidade.


Jato de água visto da cidade alta

A origem do Jato de Água de Genebra é antiga, e data de 1886, época em que uma sociedade local bombeava e distribuía água pressurizada para atender aos comerciantes. A idéia evoluiu até que, em 1891, a prefeitura decidiu instalar um grande jato de água com iluminação elétrica - na época uma novidade - no lago. O chafariz foi inaugurado naquele ano, mas a iluminação só foi surgir em 1930 e foi um sucesso instantâneo. Atualmente o esguicho atinge 140 metros de altura (equivalente a um prédio de 45 andares), suas bombas pesam dezesseis toneladas e lançam quinhentos litros de água por segundo ao espaço com velocidade de duzentos quilômetros por hora.

O jato de água é iluminado por doze refletores, que em datas especiais, dão cores diferenciadas à fonte. Funciona quase todos os dias do ano, sendo que o horário varia conforme o dia da semana e época do ano, mas com exceção dos meses de inverno, seu horário mais usual é entre 10 da manhã e 10 da noite. Visitas guiadas ao local, oferecidas em inglês e francês, devem ser agendadas com antecedência em 'Quai Gustave-Ador, jetée des Eaux-Vives' e tem uma hora de duração. Desde sua criação é a marca registrada e principal atração turística da cidade, e turistas adoram fazer fotos criativas em frente à fonte, criando a ilusão que a água está brotando de suas mãos ou da boca.

Quem procura um centro comercial bem localizado, a uma curta caminhada da Pont du Mont Blanc, vale dar uma conferida no Confederation Centre (Rue de la Confederation 8), onde estão diversos restaurantes, sempre cheios na hora do almoço e mais de cinqüenta lojas. Atravessando a rua, quase em frente, encontramos depois uma patisserie que vendia 'mille-feuilles' e 'eclairs au chocolat' com aparência divina, e simplesmente não deu para resistir à tentação de provar alguns (e levar alguns outros para comer no hotel mais tarde....). Não deixe de também conferir.

Um resquício da Genebra medieval, mas agora cercada por prédios modernos e trânsito intenso é a Tour Molard. Esta torre, construída durante o século XIV como parte das muralhas defensivas que guarneciam a cidade e seu porto, felizmente foi preservada, embora hoje em dia parece um pouco deslocada, entre os prédios da Cartier, Omega e Louis Vuitton.  Situada na elegante Rue du Rhône, bem próxima à Pont du Mont Blanc, ela ainda é, mesmo assim, um marco de Genebra, e junto à torre, o pequeno trecho de pedestres, conhecido como Place du Molard, tem diversos restaurantes e cafés, com mesas nas calçadas. É um bom lugar para sentar, pedir uma bebida e apreciar o movimento em volta.

Para desespero dos puristas e  historiadores, o interior da torre está ocupado por um café-bar, chamado, claro, La Tour du Molard, com mesas distribuídas em vários andares. Uma pequena escadaria no interior permite aos clientes escolher em qual andar sentar e, com sorte, pode-se encontrar uma mesa junto à janela e pedir um café ou um vinho, enquanto se aprecia o movimento de pedestres  na Place du Molard. Vale lembrar, no entanto, que esta é uma área turística, por isso, os bares e cafés, localizados tanto da torre como na praça, cobram mais caro que aqueles situados poucos minutos adiante.

Vídeo: Dirigindo no centro de Genebra


Tour Molard

A moeda corrente na cidade é o Franco Suíço (CHF), mas Euros são aceitos em quase todos locais, embora nem sempre com cotação favorável ao turista. Cartões de crédito também são amplamente aceitos. A corrente elétrica é de 220 volts, com tomadas exagonais de três pinos não alinhados, semelhantes ao padrão brasileiro.

O francês é a língua predominante na cidade, mas a maioria da população fala uma segunda língua, geralmente inglês. Genebra é uma cidade segura, com baixíssima taxa de crimes e apenas em locais sujeitos à grandes aglomerações, como em estações de trem e arredores, é recomendável estar atento a eventuais batedores de carteiras.

 


Place des Nations / Broken Chair

Genebra abriga a sede da ONU Européia e muitos visitantes vão conhecer o complexo da Place des Nations, que representa o coração da Genebra internacional. Em sua entrada estão alinhadas as bandeiras dos 192 países membros e lá é possível visitar o prédio antigo da Sociedade das Nações, organismo que precedeu a criação da ONU e o Museu Internacional da Cruz Vermelha. As fontes dançantes que brotam do chão fazem a alegria das crianças, mas o que chama mesmo a atenção é a gigantesca escultura Broken Chair, com altura de doze metros. A obra foi criada para permanecer no local por três meses, mas seu impacto foi tamanho e a importância de sua mensagem tão grande, que até hoje permanece lá. Como se sabe, ainda existe uma mina terrestre para cada desessete crianças do mundo, e a cada vinte minutos uma delas explode, matando ou mutilando alguém. A obra Cadeira Amputada, criada em 1997 pelo artista suíço Daniel Berset, simboliza a importância da luta mundial pelo fim de todas as minas terrestres.

O Aeroporto de Genebra situa-se ao norte da cidade, a poucos quilômetros do centro. É um dos hubs mais movimentados da Europa, servido por mais de quarenta diferentes companhias aéreas. O aeroporto, embora situado em território suíço, tem um setor francês, e uma vantagem disso é que quem pretende pegar um carro de aluguel neste aeroporto e devolvê-lo na França, pode optar pela retirada no setor francês, evitando assim caracterizar a retirada do carro num país e devolução em outro, o que encareceria o aluguel. Atenção: Ao fazer a reserva é importante já escolher como local de retirada o setor francês. Para ter acesso a este setor, depois de pegar suas malas siga até o saguão de desembarque, dobre à esquerda, suba a escada rolante, dobre à direita, passe em frente ao balcão da Air France e logo à frente estará a porta que dá acesso ao setor francês do aeroporto. E leve à mão cópia da reserva de seu carro, para exibir aos fiscais de alfândega (se houver alguém lá. Quando passamos estava vazio).

Não nos hospedamos em Genebra. Como estávamos de carro não havia necessidade de ficarmos próximos do centro, assim encontramos melhores condições e preços no Novotel Ferney Voltaire, uma graciosa cidadezinha francesa situada a quinze minutos do centro de Genebra. Todos os dias atravessávamos a fronteira França-Suíça (passávamos direto, nunca nos pararam o carro nem pediram passaporte) em direção ao centro, e no final do dia, atravessávamos de volta, no retorno ao hotel.


Ficamos quatro dias em Genebra e deu para conhecer bem a cidade e até mesmo seus arredores. E por termos nos hospedado do outro lado da fronteira, na França, tivemos a oportunidade de vivenciar na prática uma curiosa experiência, cruzando a fronteira várias vezes por dia, aproveitando e conhecendo o melhor de cada lado. Embora quase tudo em Genebra seja meio junto e misturado, com um gostinho inconfundível de França, é inegável que, no fundo, Genebra é mesmo Suíça, de corpo e alma. Não só devido às bandeiras, expostas em praticamente todo lugar, mas também pelo jeito especial de falarem francês e outras características particulares da cidade e de sua gente. Por exemplo, tudo aqui parece ser sempre organizado, pontual, bem acabado, limpo e de acordo com as normas, ou seja, tudo perfeitamente Suíço. Genebra pode até não ser um badalado destino turístico, mas é uma visita interessante e principalmente marcante. Um lugar que recomendamos a qualquer um que esteja à procura de lugares além das tradicionais cidades turísticas da Europa.


Genebra e Lac Léman à noite

 

 


Brasão de Genebra

Bandeira da Suíça

       O brasão de Genebra representa, em seu lado esquerdo, a águia da justiça e grandiosidade.
A chave, no lado direito, representa o poder e a responsabilidade eclesiásticas, originárias da chave de São Pedro.