Chafariz (Jet d'eau) de Genebra e Lago Léman |
Mesmo
durante a aproximação para o pouso em Genebra, já era possível
ver, ao longe, o principal ícone da cidade. Parte integrante da
paisagem, principal atração turística, com cento e quarenta metros de
altura, o chafariz de Genebra é sua marca
registrada desde 1891, quando foi inaugurado. E foi quando o
vimos, antes mesmo de aterrissar, que nos demos conta que estávamos lá.
Genebra é a Suíça com tempero de França, uma das muitas curiosidades
desta nação pequena mas com forte personalidade, composta por diversos
cantões e línguas. Segunda maior cidade do país e sede das Nações
Unidas na Europa, Genebra tem uma jeito sóbrio e elegante, como uma
pessoa de poucos sorrisos, mas extremamente culta e com a qual se pode
aprender muito ao conhecer melhor. Não é um badalado destino turístico,
mesmo assim é uma visita interessante e agradável. |
Uma curiosidade adicional sobre Genebra é que seu aeroporto
está situado praticamente na fronteira entre Suíça e Genebra, e por
isto tem uma particularidade que nunca tinhamos visto em
outro local: Ele tem um setor suíço e um setor francês. E para
turistas, a grande vantagem desta característica é facilitar a vida de
quem pretende alugar um carro. Como, após visitar Genebra, pretendíamos
seguir para Paris, fizemos reserva para retirada do carro no setor
francês (as concessionárias tem lojas no setor francês e no setor
suíço), o que resultou num aluguel tipo pegar/devolver carro no mesmo
país, bem mais barato do que pagaríamos se tivéssemos pego o carro na
Suíça e devolvido na França.
A
língua falada em Genebra é o francês. A cidade situa-se no cantão de
Genebra, tem área aproximada de dezesseis quilômetros quadrados,
temperaturas médias anuais oscilando entre vinte graus no verão (julho)
e dois graus no inverno (janeiro). Seus meses mais chuvosos são
setembro e outubro e o mais seco, abril. Sua altitude é de 370 metros e
a população, de acordo com o último censo, não chega a duzentos mil
habitantes. |
Jato de água |
Vídeo: Aterrissagem em Genebra
Margens do Lago Léman |
Genebra
é a maior cidade do Cantão de Genebra, considerado uma das áreas mais
cosmopolitas do país. Na prática, este pequeno Cantão é formado por
Genebra e regiões adjacentes. Para entender melhor o significado do que
é um Cantão Suíço, devemos lembrar da história da formação do
país. Oficialmente, seu nome é Confederação Helvética (CH),
embora na prática todos se refiram à esta nação simplesmente como Suíça.
Originalmente,
todas as vinte e seis regiões que formam o país eram estados
soberanos, cada qual com sua própria moeda, forças armadas e leis. As
línguas faladas em cada cantão também eram diferentes, e incluíam
francês, alemão, italiano e romanche (dialeto originário do latim,
falado por menos de um por centro da população). No século XVI, os
cantões decidiram por em prática aquele ditado que diz ‘A união
faz a força’ e resolveram se unir, formando uma confederação de estados
autônomos. Inicialmente eram treze, sendo que a partir de 1815 passaram
a existir vinte e cinco e em 1979, com a independência do Cantão de
Jura, passaram a ser 26 cantões ao todo.
O
termo Cantão tem origem na palavra francesa ‘canton’, significando
simplesmente canto ou pedaço. Por outro lado, a expressão usada
inicialmente para dar nome ao país, ‘Confederação Helvética’, é
referência aos povos helvéticos, de origem Celta. |
Logo que pegarmos nosso carro
no aeroporto foi possível constatar que o transito da cidade é
impecavelmente organizado, e não vimos ninguém cometer qualquer tipo de
infração, mesmo a mais básica. Ninguém avança sobre faixa de pedestres,
estaciona em local proibido ou transita acima da velocidade permitida,
pois câmeras de vídeo estão em praticamente todo lugar e infrações não passam impunes.
Quem pretende alugar um carro e percorrer qualquer
auto-estrada Suíça deve certificar-se que o carro tem o selo anual, que dá direito a transitar por aquelas vias. O
país não cobra pedágios dos motoristas, mas todo veículo deve ter um
destes selos, até mesmo os carros de aluguel e os dirigidos
por turistas. O selo adesivo (Swiss Motorway Vignette)
pode ser comprado nos postos de polícia existentes nas fronteiras do
país e o idedal é comprar um assim que entrar no país. O preço é 40 CHF (francos suíços).
Para quem vai pegar o carro no aeroporto, procure comprar o selo no primeiro posto de gasolina
que encontrar pelo caminho. O adesivo deve ser fixado no vidro da
frente do carro, do lado do motorista. Para
transitar somente em ruas de cidade e estradas secundárias não é
necessário ter o adesivo.
Vídeo: Chegando de carro em Genebra
Os conquistadores romanos se referiam a estes povos como ‘Helvecii’, os
quais ocupavam a região que atualmente corresponde à Suíça e parte da
França. Nada mais natural, portanto, que ao se unirem estes cantões
tenham adotado como nome comum o termo ‘Confederação Helvética’. Ainda
hoje, os automóveis registrados na Suíça são identificados na Europa por um
adesivo com as letras CH.
Mesmo após a união dos
diversos cantões, diversas de suas características individuais foram
mantidas, o que explica que até hoje alguns hábitos, costumes e línguas
diferentes sejam faladas em cada cantão. Atualmente, o idioma
mais falado na Suíça é o alemão (65% da população), francês (23%),
Italiano (8%) e romanche (0,5%), sendo que o restante da população,
composta basicamente por imigrantes, fala também português (1%) e
espanhol (1%), entre diversas outras línguas.
Alguns outros cantões da Suíça são Zurique (o mais populoso), Berna,
Lucerna, Uri, Schwyz, Glarus, Friburgo, Zugo, Schaffhausen, Tessino,
São Galo, Neuchâtel, Jura e Genebra. |
Vieille Ville (cidade antiga) |
Vieille Ville |
Vieille
Ville é o trecho histórico da cidade, e ao mesmo tampo o mais bonito e
preferido dos turistas. Foi aqui, no alto de uma colina, que a cidade
surgiu, há cerca de dois mil anos. Sua localização, dominando o terreno
em volta, foi escolhida por razões estratégicas pelos romanos, que
consideraram este o local ideal para uma cidadela murada. Com o tempo,
surgiu ao seu redor uma comunidade, a qual, durante a idade média, já
tinha se transformado em cidade fortificada. Pouco restou desta época,
no entanto, percorrer as íngremes ruas, rampas e escadarias de suas
estreitas ruelas ainda transmitem o gostinho de um fascinante mergulho no
passado, sensação que é realçada pelas fachadas sóbrias e pesadas de
seus prédios e torres centenárias.
Vieille Geneve ocupa
a área compreendida entre os rios Reno e Arve, tem a forma aproximada
de um triângulo, com área inferior a um quilômetro quadrado. É uma
região pequena, com diversas subidas e descidas, e por isso, há quem
prefira percorrê-la de baixo para cima, sempre descendo. Lá estão
diversas galerias, bares, restaurantes, prédios oficiais, lojas de
antiguidades, museus, fontes, praças, alamedas e curiosidades e
surpresas diversas, fazendo da caminhada por aqui um passeio agradável. |
Pernas,
para que te quero? Para andar! Isso mesmo, quem pretende conhecer bem a
cidade antiga é melhor esquecer as botas, calçar um sapato confortável
e arranjar disposição para encarar as diversas subidas, descidas e
escadarias da Vieille Ville. Para começar o
passeio tome como referência o Parc des Bastions, pequena área verde situada no coração da cidade. Junto a ele estão, de um lado, a Universidade de Genebra e de outro o Muro dos Reformadores (Mur des Réformateurs), erguido junto a um trecho remanescente da muralha que cercava a antiga vila medieval de Genebra.
O
monumento possui uma base de pedra sobre a qual estão representadas
esculturas de homens com bíblias as mãos, e homenageia
religiosos de diversos países, como Coligny pela França; Guillaume, pela Holanda e Cromwell,
pela Inglaterra, lembrando seu trabalho na propagação do Calvinismo,
movimento religioso protestante originado na reforma criada por Jean
Calvin, em Genebra, a partir do século XVI |
Vieille Ville |
Após visitar o
monumento, siga em direção à Place Neuve, situada logo adiante, a qual
está cercada por três grandes e belas construções do século 19, Musée Rath, Grand-Théâtre e Conservatoire de Musique. No centro da praça situa-se a estátua eqüestre do General Dufour, que colaborou na fundação da Cruz Vermelha Internacional.
Vieille Ville |
Siga depois pela Rampe de la Treille
(foi construída no século XVI para servir ao exército como local de
observação). Aqui está outra curiosidade da cidade, junto à Promenade
de la Treile: O mais longo banco da Europa (mais de cem metros de
extensão), onde se pode sentar e apreciar a vista do Parc des Bastions.
Siga depois em frente e dobre à esquerda na rue Henri Fazy para
penetrar no coração da Vieille Ville e irá passar em frente ao Hôtel de ville,
a prefeitura de Genebra. Pouco adiante não deixe de percorrer a
Grand-Rue, uma das mais fascinantes do centro histórico, onde situa-se
a Maison Tavel, construção mais antiga da cidade e o Velho Arsenal,
construído durante o século XV, e que funcionou como arsenal militar
entre 1720 e 1877. Prosseguindo a caminhada rumo à la place du Bourg de
Four, passa-se pela famosa Cathédrale Saint-Pierre. |
Este trecho
corresponde ao coração da cidade histórica e ao longo desta região
estão diversas lojinhas, pequenos bares e restaurantes com mesas nas
calçadas. Este é o lugar certo para sentar, pedir uma cerveja belga ou
tcheca, e quem sabe, se o apetite permitir, fazer uma refeição
completa. Foi próximo deste local que descobrimos, por acaso, o acolhedor
restaurante Chez my Cousine, que nos serviu um inesquecível frango com batatas.
Depois da parada consulte seu mapinha de bolso (você tem um, não é?) e siga em direção ao Musée d'Art et d'Histoire
e logo após à Promenade de l'Observatoire, de onde se tem uma vista
incrível da cidade baixa e do lago Leman. Siga caminhando mais um pouco
e chegará a um simpático bairro residencial com uma pequena
pérola escondida, chamada Musée du Petit-Palais e um dos monumentos mais conhecidos de Genebra, a Igreja Russa (église russe), construída durante o século XIX. Tire ao menos uma hora para visitar ambos.
Siga depois pela Rue des Chaudronniers e irá passar pelo Collège Calvin,
erguido durante o século XVI. Nesta região estão diversas ruas e praças
charmosas, como a Bourg-de-Four, onde, durante a idade média, eram
realizadas as feiras livres. Por aqui estão também ruelas
estreitas, rampas, trechos murados, e esta região ainda
parece transmitir um clima de cidade medieval. Este é o local ideal para
fazer fotos especiais. |
Vieille Ville |
Suiços se
orgulham de suas cores e emblemas, e praticamente em todas cidades é
frequente a visão da bandeira nacional, decorando ruas e prédios. No
trecho da Vieille Ville mostrado na imagem abaixo, a rua estava toda
enfeitada com as bandeira da Suíça e do cantão de Genebra (formado
pelas cores vermelha e amarela, tendo de um lado uma águia negra sobre
fundo preto, e do outro lado uma chave sobre fundo vermelho).
Vieille Ville
|
A
bandeira Suíça é formada por uma cruz branca e simétrica, sobre um
fundo vermelho. É uma das duas únicas bandeiras nacionais quadradas
existentes no mundo (a outra é a do Vaticano) e sua origem remonta ao
século XIV, quando as tropas confederadas decidiram adotar como
insígnia de combate uma bandeira com a cruz cristã. Ao que consta, a
cruz branca faz referência à fé cristã e o vermelho ao poder de vida e
morte sobre seus adversários. Após suas tropas serem derrotadas pelo
exército francês, na Batalha de Marignano
(1515), conta-se que o país passou por sérias dificuldades, e decidiu
nunca mais participar de um conflito armado. Efetivamente, em
quase todos conflitos armados que assolaram a Europa nos
últimos séculos, a Suíça se manteve neutra.
Curiosamente,
a bandeira da Cruz Vermelha Internacional foi inspirada na bandeira
Suíça, embora com cores invertidas (tem uma cruz vermelha sobre fundo
branco), em homenagem ao suíço Jean-Henri Dunant. Este ativista suíço presenciou a carnificina ocorrida durante Batalha de Solferino (1859), o que o teria levado a escrever o livro Un Souvenir de Solférino,
descrevendo o incrível sofrimento dos milhares de feridos desprovidos
de cuidados médicos. Sua obra tornou-se famosa e acabou por inspirar o
surgimento de um organismo internacional de assistência médica, que, em
reconhecimento a sua cidadania, adotou como símbolo a própria bandeira
Suíça, mas com as cores invertidas. |
Depois
de visitar a Vieille Ville desça da cidade alta pela Rue du Peron ou
Rue de la Fontaine em direção ao centro comercial. Esta região tem como
característica o movimento intenso de pessoas pelas calçadas, bondes
silenciosos trafegando para lá e para cá, vitrines iluminadas, pessoas
bem vestidas e prédios com aparência centenária perfeitamente
conservados. Aqui estão as grandes lojas, perfumarias, relojoarias, joalherias, marcas famosos e de grife. Não
deixe de conferir, por exemplo, a Dosenbach, grande loja de calçados,
mas que também tem outros departamentos com uma variedade de artigos
atraentes. |
Rue du Marché / Rue de Rive: Região comercial |
A principal área comercial de
Genebra situa-se na região próxima às paralelas Rue du Marché e Rue du
Rhone, localizadas ao sul do lago. Na extremidade oposta do lago há
outra boa zona comercial, ao longo da Rue du Mont Blanc (perpendicular
ao lago, margem esquerda, continuação da Pont du Mont Blanc), ideal
para encontrar lembranças diversas, como chocolates, canivetes,
presentinhos etc.
A região da Vieille Ville,
principalmente a Grand Rue, é ocupada principalmente por lojas
oferecendo antiguidades, peças de arte etc, enquanto na Rue de Paquis
encontram-se diversas lojas de venda de tapetes, algumas livrarias,
artigos de cama e mesa, utilidade domésticas e até mesmo algumas sex
shops.
Rue du Marché / Rue de Rive: Região comercial |
Os melhores centros comerciais da cidade são o Centre Balexert (Av Louis-Casai 27), com mais de 110 lojas, a conceituada loja de departamentos Manor (Rue Cornavin 6), a maior da Suíça, o Confederation Centre (Rue de la Confederation 8), situado bem no centro, com diversas lojas e restaurantes, a loja de departamentos Globus (Rue de Rhone 48), e a Planete Charmilles
(Promenade de L’Europe 11), que conta com serviços diversos, inclusive
salão de beleza, super mercado e outras coisas úteis. Mas nem de longe
se pode imaginar que o comercio da cidade se limita a estes endereços,
e lojinhas diversas, com curiosidades interessantes, podem ser
encontradas praticamente em cada esquina. |
Também vale a pena conhecer
alguns mercados de rua, os melhores lugares para se ter um gostinho da vida
cotidiana dos moradores de Genebra. Visite, por exemplo, o Plaine de Plainpalais,
maior mercado ao ar livre da cidade, para garimpar, entre outras
coisas, livros, CDs, raridades e antiguidades. Funciona às 3as, 5as,
6as e sábados, entre 8 e 17 horas. Ou então vá ao Boulevard Helvetique,
para conferir produtos locais diversos, frutas, legumes e comidinhas
típicas. Funciona às 4as e sábados. Vale ainda visitar o mercado de
flores da Place du Molard, a feira de artesanato da Place de la Fusterie e o apetitoso Halles de Rive, onde estão centenas de produtos da culinária suíça, francesa e italiana.
Genebra
tem área reduzida, são aproximadamente 16 quilômetros quadrados,
distribuídos em volta do lago Léman. Pode-se dizer que a cidade
divide-se em três regiões principais, situadas respectivamente ao norte
do rio Reno (onde situa-se a estação ferroviária central - Gare de Cornavin - o aeroporto, e junto ao lago, os elegantes 'Quais', hotéis de luxo e
prédios imponentes, residenciais e comerciais), o trecho central (entre
os rio Reno e Arve, onde está a cidade histórica e as principais
atrações turísticas) e a região ao sul do rio Arne, predominantemente
residencial e de comércio localizado. Cruzando estes rios existem
quatorze pontes, que na prática funcionam como avenidas, conectando as
três partes da cidade. Genebra está situada no extremos sudoeste da
Suíça, praticamente cercada pela França. Quem analisar o mapa da cidade
verá que o Cantão de Genebra é quase como um esporão, encravado em
território francês, o que explica a forte influência daquele país nos
costumes locais. Somente cerca de dez por cento dos limites da cidade
fazem divisa com o restante do território Suíço. |
Ponte sobre o rio Reno |
Site oficial da cidade: Ville de Genève
Junção dos rios Reno e Arve, vistos da ponte |
Um
recanto famoso em Genebra é a junção entre os rios Reno e Arve, situado
a pouca distância do centro, onde um curioso fenômeno natural acontece.
As águas do rio Arve, tem águas mais rápidas e claras, enquanto o Reno
tem águas lentas e escuras. Do local onde ocorre a junção dos dois rios
em diante, as águas prosseguem sem se misturar por algumas centenas de
metros, criando um belo efeito de cores. Um dos melhores locais para
curtir o efeito é a partir da Pointe de la Junction. Mas ainda melhor é
a vista a partir do alto da ponte ferroviária que cruza o rio, e para
chegar lá tome como ponto de partida sua margem sul, próximo ao Cimetière de Saint-Georges, depois siga até o prédio do Cafe de la Tour, e então siga a trilha indicada para pedestres. |
Quase todo mundo que pensa em
Suíça pensa em queijos e chocolates e a fama é justa, pois eles são deliciosos e estão
presentes em todos lugares, embora, de acordo com cada região do país, variem
bastante em sabor. De uma forma geral a culinária suíça é semelhante,
variando bastante segundo cada cantão. Mas falar de uma culinária
específica de Genebra é mais difícil, porque esta é uma cidade
cosmopolita, e sua culinária é o reflexo desta característica. Em
Genebra existe praticamente de tudo, para todos os gostos e o que mais
se aproximada daquilo que poderíamos chamar de pratos típicos é a Raclette, muito comum na parte francesa do país. Junto com os Fondues, elas formam a dupla poderosa da culinária local.
Uma raclette é feita com queijo
derretido, geralmente servido com batatas e outros ingredientes, que
podem incluir presunto, bacon, cebolas, salame, azeitonas, pepinos ou
outros, conforme o estilo ou criatividade de cada um. No preparo as
raspas de queijo são colocadas na racleteira elétrica até o queijo
ficar derretido. Cada cliente recebe uma espátula com a qual se serve
do queijo, e o mistura com os demais acompanhamentos em seu prato. Bons
restaurantes suíços tem cada um seu ‘Racleur', o profissional
encarregado de preparar a raclette e deixá-la no ponto, e trabalham
exclusivamente com fornos a lenha. Outro prato típico local são as
batatas ‘Rosti’ e no seu preparo elas são primeiramente fervidas e
descascadas, sendo então gratinadas e fritas em manteiga até ficarem
douradas. Devem ficar crocantes por fora e macias por dentro. Fora
isto, não espere encontrar muitos pratos exóticos ou surpreendentes no
cantão de Genebra.
Atravessar
o lago Léman de barco é um passeio agradável e que poupa tempo aos
turistas e moradores que querem ir de uma margem à outra do lago mas
não estão com disposição de caminhar muito. Roteiros lacustres são
usuais por aqui desde 1897 e atualmente, a empresa que opera estes
roteiros - Mouettes Genevoises SMGN
- tem diversos horários diários e quatro rotas atravessando o lago,
zarpando do ancoradouro de Pâquis e de Chateaubriand (margem norte) até
Molard, Eaux Vives e Port Noir (margem sul). Durante o verão as
partidas ocorrem a cada dez minutos. Os barcos, conhecidos como Mouettes Genevoises,são pequenos, de cor amarela e a passagem não é cara. Leia abaixo, outras informações sobre o transporte coletivo em Genebra. |
Ancoradouro de Pâquis |
Quem pretende usar o transporte coletivo da cidade (ônibus, bondes e barcos
que atravessam o lago), não vai encontrar qualquer dificuldade.
Passagens devem ser compradas nas máquinas automáticas, encontradas com
facilidade em diversos locais, como lojas e bancas de
revistas. A cidade é dividida em várias zonas, e pode-se escolher entre
bilhetes para percorrer todas as zonas ou somente as zonas centrais.
Preços também variam em função das zonas escolhidas e da duração do
bilhete (uma hora ou mais). A zona 10 é a maior e abrange todo o centro, inclusive o aeroporto e estação de trens, por isso é
suficiente para visitar praticamente todas principais atrações. Lembre que estas máquinas aceitam somente moedas, seja de
francos suíços ou euros, mas não fornecem troco. Para quem quer percorrer
toda região central e andar quantas vezes quiser nos ônibus, bondes e
barcos que atravessam o lago, a melhor opção é o bilhete 'One Day Card
Geneva Zone 10' (bilhete válido por um dia para toda zona 10).
Detalhes em Geneve Public Transport.
Quem hospeda-se
num hotel dentro dos limites urbanos de Genebra, recebe um cartão, válido durante toda a duração da estadia, que dá direito a utilizar toda rede de
transporte público, incluindo ônibus, bondes, trens urbanos e nos barquinhos amarelos
que cruzam o lago (as Mouettes Genevoises).
Já quem estiver
com um carro alugado e decidir ir ao centro da cidade vai precisar
sorte para encontrar uma vaga. A melhor e mais prática alternativa é
usar algum dos diversos estacionamentos subterrâneos da cidade, que tem
como único inconveniente, o preço elevado. O mais bem localizado na
região central é o Parking du Mont Blanc, situado na extremidade sul
da Pont du Mont Blanc, junto ao Jardin Anglais, que está aberto todos
os dias durante 24 horas e tem mais de 1500 vagas. Dele tem-se acesso
rápido à Rue du Marché e à Vieille Ville. Mais detalhes sobre
estacionamento na cidade em Parkgest.
Jardin Anglais |
Um dos recantos mais agradáveis da cidade é conhecido como Jardin Anglais, área de pedestres situada junto à margem esquerda do lago Léman,
e que mescla trechos gramados, árvores, quiosques, pistas para
bicicletas e, além do mais, um dos melhores locais da cidade para se
apreciar o jato de água. É aqui também que são realizados diversos
eventos da cidade, principalmente durante o verão. Adornado por
estátuas e fontes, e com alguns quiosques oferecendo comidinhas, o
Jardin Anglais é a principal área de recreação dos moradores locais. |
Vídeo: Jardin Anglais e Margens do Lac Léman
Os
cais (Quais) de Genebra são uma das regiões mais agradáveis da cidade
para caminhadas. Alinhados em seqüência, ao longo das margens do lago,
são freqüentados por moradores, turistas, namorados e ao longo de suas
alamedas e pistas estão quiosques oferecendo pratos típicos, lembranças
e venda de bilhetes para passeios pelos arredores. Quais de Berges,
Quai du Seujet, Quai Gustave Ador, Quais des Arèniéres, Quais des
Vernets... a lista de cais é quase interminável, como seria de se
esperar numa cidade banhadas por rios e lagos. Um dos mais agradáveis é
Quai Montblanc, na margem norte, onde alinham-se elegantes hotéis, bons
restaurantes e prédios residenciais de luxo.
|
Quai du Mont Blanc |
Situado junto ao Quai de Mont Blanc, o Bain de Paquis
oferece banhos lacustres no lago Léman. Não dá para dizer que o local é
uma praia, está mais para prainha/tablado às margens do lago, onde as
pessoas pagam para ter acesso e se divertir na água. Para quem mora num
país com um litoral extenso e com praias de acesso livre a todos,
pode parecer estranho uma praia lacustre, pequena e paga fazer tanto
sucesso, mas para os moradores de Genebra, uma cidade sem praias e com
baixas temperaturas durante quase todo o ano, ele é tudo de bom, o mais
próximo possível que a cidade consegue chegar de um banho de mar. O
local oferece também instalações para massagens, saunas e um
restaurante e é um programa popular na cidade durante o ano inteiro,
mas freqüentado principalmente durante o verão. O Bain de Paquis é uma
tradição na cidade desde 1872, e vale conhecer como curiosidade.
Jato de água visto da cidade alta
|
A
origem do Jato de Água de Genebra é antiga, e data de 1886, época em
que uma sociedade local bombeava e distribuía água pressurizada para
atender aos comerciantes. A idéia evoluiu até que, em 1891, a
prefeitura decidiu instalar um grande jato de água com iluminação
elétrica - na época uma novidade - no lago. O chafariz foi inaugurado
naquele ano, mas a iluminação só foi surgir em 1930 e foi um sucesso
instantâneo. Atualmente o esguicho atinge 140 metros de altura
(equivalente a um prédio de 45 andares), suas bombas pesam dezesseis
toneladas e lançam quinhentos litros de água por segundo ao espaço com
velocidade de duzentos quilômetros por hora.
O jato de
água é iluminado por doze refletores, que em datas especiais, dão cores
diferenciadas à fonte. Funciona quase todos os dias do ano, sendo que o
horário varia conforme o dia da semana e época do ano, mas com exceção
dos meses de inverno, seu horário mais usual é entre 10 da manhã e 10
da noite. Visitas guiadas ao local, oferecidas em inglês e francês,
devem ser agendadas com antecedência em 'Quai Gustave-Ador, jetée des
Eaux-Vives' e tem uma hora de duração. Desde sua criação é a marca
registrada e principal atração turística da cidade, e turistas adoram
fazer fotos criativas em frente à fonte, criando a ilusão que a água
está brotando de suas mãos ou da boca. |
Quem procura um centro comercial bem localizado, a uma curta caminhada da Pont du Mont Blanc, vale dar uma conferida no Confederation Centre
(Rue de la Confederation 8), onde estão diversos
restaurantes, sempre cheios na hora do almoço e mais de cinqüenta
lojas. Atravessando a rua, quase em frente, encontramos depois uma
patisserie que vendia 'mille-feuilles' e 'eclairs au chocolat' com
aparência divina, e simplesmente não deu para resistir à tentação de
provar alguns (e levar alguns outros para comer no hotel mais
tarde....). Não deixe de também conferir.
Um
resquício da Genebra medieval, mas agora cercada por prédios modernos e
trânsito intenso é a Tour Molard. Esta torre, construída durante o
século XIV como parte das muralhas defensivas que guarneciam a cidade e
seu porto, felizmente foi preservada, embora hoje em dia parece um
pouco deslocada, entre os prédios da Cartier, Omega e Louis
Vuitton. Situada na elegante Rue du Rhône, bem próxima à Pont du
Mont Blanc, ela ainda é, mesmo assim, um marco de Genebra, e junto à torre, o
pequeno trecho de pedestres, conhecido como Place du Molard, tem
diversos restaurantes e cafés, com mesas nas calçadas. É um bom lugar
para sentar, pedir uma bebida e apreciar o movimento em volta.
Para desespero dos puristas e historiadores, o interior da torre está ocupado por um café-bar, chamado, claro, La Tour du Molard,
com mesas distribuídas em vários andares. Uma pequena escadaria no
interior permite aos clientes escolher em qual andar sentar e,
com sorte, pode-se encontrar uma mesa junto à janela e pedir um café ou
um vinho, enquanto se aprecia o movimento de pedestres na Place
du Molard. Vale lembrar, no entanto, que esta é uma área turística, por
isso, os bares e cafés, localizados tanto da torre como na praça,
cobram mais caro que aqueles situados poucos minutos adiante. Vídeo: Dirigindo no centro de Genebra |
Tour Molard
|
A moeda
corrente na cidade é o Franco Suíço (CHF), mas Euros são aceitos em
quase todos locais, embora nem sempre com cotação favorável ao turista.
Cartões de crédito também são amplamente aceitos. A corrente elétrica é
de 220 volts, com tomadas exagonais de três pinos não alinhados,
semelhantes ao padrão brasileiro.
O francês é a
língua predominante na cidade, mas a maioria da população fala uma
segunda língua, geralmente inglês. Genebra é uma cidade segura, com
baixíssima taxa de crimes e apenas em locais sujeitos à grandes
aglomerações, como em estações de trem e arredores, é recomendável
estar atento a eventuais batedores de carteiras.
Place des Nations / Broken Chair
|
Genebra abriga a sede da ONU Européia
e muitos visitantes vão conhecer o complexo da Place des Nations, que
representa o coração da Genebra internacional. Em sua entrada estão
alinhadas as bandeiras dos 192 países membros e lá é possível visitar o
prédio antigo da Sociedade das Nações, organismo que precedeu a criação
da ONU e o Museu Internacional da Cruz Vermelha.
As fontes dançantes que brotam do chão fazem a alegria das crianças,
mas o que chama mesmo a atenção é a gigantesca escultura Broken Chair,
com altura de doze metros. A obra foi criada para permanecer no local
por três meses, mas seu impacto foi tamanho e a importância de sua
mensagem tão grande, que até hoje permanece lá. Como se sabe, ainda
existe uma mina terrestre para cada desessete crianças do mundo, e a
cada vinte minutos uma delas explode, matando ou mutilando alguém. A
obra Cadeira Amputada, criada em 1997 pelo artista suíço Daniel Berset, simboliza a importância da luta mundial pelo fim de todas as minas terrestres. |
O Aeroporto de Genebra
situa-se ao norte da cidade, a poucos quilômetros do centro. É um dos
hubs mais movimentados da Europa, servido por mais de quarenta
diferentes companhias aéreas. O aeroporto, embora situado em território
suíço, tem um setor francês, e uma vantagem disso é que quem pretende
pegar um carro
de aluguel neste aeroporto e devolvê-lo na França, pode optar pela
retirada no setor francês, evitando assim caracterizar a retirada do
carro num país e devolução em outro, o que encareceria o aluguel.
Atenção: Ao fazer a reserva é importante já escolher como local de
retirada o setor francês. Para ter acesso a este setor, depois de pegar
suas malas siga até o saguão de desembarque, dobre à esquerda, suba a
escada rolante, dobre à direita, passe em frente ao balcão da Air
France e logo à frente estará a porta que dá acesso ao setor francês do
aeroporto. E leve à mão cópia da reserva de seu carro, para exibir aos
fiscais de alfândega (se houver alguém lá. Quando passamos estava
vazio).
Não nos
hospedamos em Genebra. Como estávamos de carro não havia necessidade de
ficarmos próximos do centro, assim encontramos melhores condições e
preços no Novotel Ferney Voltaire,
uma graciosa cidadezinha francesa situada a quinze minutos do centro de
Genebra. Todos os dias atravessávamos a fronteira França-Suíça
(passávamos direto, nunca nos pararam o carro nem pediram passaporte)
em direção ao centro, e no final do dia, atravessávamos de volta, no
retorno ao hotel.
Ficamos quatro dias em Genebra e deu para conhecer bem a cidade e até
mesmo seus arredores. E por termos nos hospedado do outro lado da
fronteira, na França, tivemos a oportunidade de vivenciar na prática
uma curiosa experiência, cruzando a fronteira várias vezes por dia,
aproveitando e conhecendo o melhor de cada lado. Embora quase tudo em
Genebra seja meio junto e misturado, com um gostinho inconfundível de
França, é inegável que, no fundo, Genebra é mesmo Suíça, de corpo e
alma. Não só devido às bandeiras, expostas em praticamente todo lugar,
mas também pelo jeito especial de falarem francês e outras
características particulares da cidade e de sua gente. Por exemplo,
tudo aqui parece ser sempre organizado, pontual, bem acabado, limpo e
de acordo com as normas, ou seja, tudo perfeitamente Suíço. Genebra
pode até não ser um badalado destino turístico, mas é uma visita
interessante e principalmente marcante. Um lugar que recomendamos a
qualquer um que esteja à procura de lugares além das tradicionais cidades turísticas
da Europa.
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Genebra e Lac Léman à noite |
Brasão de Genebra |
Bandeira da Suíça |
O
brasão de Genebra representa, em seu lado esquerdo, a águia da justiça
e grandiosidade.
A chave, no lado direito, representa o poder e a responsabilidade eclesiásticas, originárias da chave de São Pedro.
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