|
Quantas
cidades existem que podem ser consideradas unanimidade? Quantas existem
das quais não se conhece ninguém que não tenha gostado? E quantas
existem sobre as quais é comum ouvir dizer: Taí um lugar onde eu
gostaria de morar. Quantas cidades você conhece com estas
características? Nós conhecemos somente uma: Barcelona. Se a razão é a
arquitetura ou o clima, o povo ou a comida, as festas ou o transporte,
as cores ou os sons, as montanhas ou o mar, a carne ou a alma, não
importa. Não deu tempo e nem faria diferença descobrir a razão. Talvez
seja um pouco de cada coisa, ou quem sabe no fundo não tenha a ver com
nada disso. |
Barcelona é simplesmente diferente. E bonita. É um lugar onde se
caminha com prazer pelas ruas, que consegue fazer a gente se sentir
em casa e ao mesmo tempo nos lembra que estamos numa terra
diferente. E como se não bastasse, ela ainda se dá ao luxo de
possuir um idioma próprio, só falado nesta região. Um pequeno e
importante detalhe a mais, e que contribui para tornar ainda maior a
magia da capital Catalã.
Quem
curte softwares onde se criam cidades virtuais com parques, jardins,
monumentos, prédios bonitos, avenidas largas e gente com aspecto feliz
pelas ruas talvez tenha a impressão que Barcelona também foi criada num
programa desses, pois de certa forma quase tudo por aqui dá a impressão
de ser harmônico, bem acabado, com as cores certas e funcionando bem. O
diferencial é que Barcelona tem vida. E como tem. A cidade pulsa com
vigor, movimento e animação e nos convida, quase impele, a cada
esquina, em cada momento, a ir mais adiante e descobrir algo novo.
Quem chega de avião desembarca no aeroporto
El Prat de Llobregat
(BCN, situado 10 km a oeste do centro). Com dois terminais, sendo o
mais recente inaugurado em 2009, ele é confortável e causa boa
impressão aos visitantes. A ligação até o centro da cidade pode ser
feita por trem (acesso a partir do terminal T2B, siga as placas RENFE, liga o aeroporto às estações Estacio Saints, Passeig de Gracia e El Clot), ônibus (Aerobus,
partidas de ambos terminais) e Taxi. Vídeo:
Aterrissagem em El Prat
Ao
lado uma imagem da Plaza de Espanya e das Torres Venezianas da avenida
Reina Maria Cristina. Esta praça foi construída em 1929, ano em que a
cidade sediou uma exposição internacional |
|
A Plaza de Espanya é o
entroncamento de diversas avenidas importantes (Gran Via de les Corts
Catalanes, Avinguda del Paral·lel, Carrer de Tarragona, Carrer de la
Creu Coberta), e situa-se na base da colina onde foi construído o
magnífico prédio do Palau Nacional (penúltima foto desta página. Visto
à distância o museu parece um castelo, abriga o prestigiado
Museu Nacional d'Art de Catalunya.
Historicamente, a Plaza de Espanya já abrigou uma cidadela murada e foi
palco das execuções públicas. Quase em frente à mesma vê-se uma
construção circular, em formato de estádio, que no passado abrigava as
'Corridas de Toros' da cidade, mas que após ser reformada,
transformou-se no shopping
Arenas de Barcelona.
|
Deixe suas malas no hotel e não perca tempo. Pegue o
metrô e
vá direto ao local certo para sua primeira caminhada na cidade, onde se
pode conhecer o cartão de visitas de Barcelona: 'Las Ramblas'.
Esta avenida de 1,2 km de extensão, com largo canteiro central e
estreitas pistas de trânsito de cada lado faz a recepção aos turistas
recém chegados. Abriga diversos restaurantes e bares com mesas na
calçada, quiosques de sorvetes, waffles, souvenirs, flores, animais,
criativas estátuas vivas e um movimento frenético de gente subindo e
descendo a avenida. Las Ramblas situa-se entre a Plaza Catalunya e o
largo da Estátua de Colón, à beira mar. As Ramblas servem também como
divisa entre o 'Barrio Gotico' e 'El Raval', duas regiões a serem
exploradas com calma nos próximos dias. A meia altura das Ramblas,
encontra-se ainda o fascinante mercado de 'La Boqueria' (leia mais
sobre ele abaixo). |
As Ramblas são o principal
cartão de recepção de Barcelona, mas como é uma área repleta de
turistas, os preços por aqui tendem a ser mais elevados que em outras
regiões da cidade. Embora o charme de sentar-se numa mesinha destas
seja inegável, é bom saber que existem preços bem melhores e refeições
melhor servidas a pouca distância, como por exemplo no vizinho Barrio
Gótico, nossa próxima parada. Vale a pena sentar nas Ramblas e
pedir uma cerveja, coca cola e tira-gostos, mas deixe para fazer a
refeição em outro local.
Depois
de percorrer e se divertir ao longo da Rambla, siga em direção ao
Barrio Gótico. Se a primeira pode ser considerada como o cartão de
visitas, esta última é a própria jóia da coroa. O Barrio Gótico é
formado por estreitas ruelas medievais e becos tortuosos que nos
conduzem não se sabe bem aonde. O conjunto é formado por prédios
antigos, construções de pedra, ocupadas por residências, bares,
restaurantes, pequenos teatros, lojas, livrarias e sabe-se lá mais o
que.
Caminhando pela região e olhando para cima vêem-se balcões de ferro
trabalho, fachadas decoradas, placas com inscrições em catalão
indicando o nome de ruas e alamedas. Seguindo por estas vielas de
repente pode-se chegar a uma igreja, ou a um beco sem fim, ou a um
largo ocupado por mesas com toalhas coloridas, quase todas ocupadas, e
onde pessoas com jeito de habitués conversam animadamente enquanto
degustam tapas e vinhos, e logo adiante pessoas com jeito de turistas
de primeira viagem e em dúvida sobre o que pedir, tentam decifrar o
menu |
|
O Barrio Gótico é a parte mais
antiga da cidade romana construída há séculos, e que deu origem ao
centro geográfico de Barcelona. Das muralhas que cercavam aquela
cidadela, somente um pequeno trecho sobreviveu. Embora toda região
mereça ser visitada, merecem atenção especial a magnífica 'Plaza Reial'
e seu conjunto arquitetônico, 'Plaça de Sant Jaume' e os prédios do
'Palau de la Generalitat', 'Palau Reial', e a 'Catedral Basílica'.
Visite também a antiga Sinagoga, a 'Paróquia de Santa Maria del Pi' e
também 'Basilica de la Mercè'.
Integram esta região fascinante
duas outras regiões conhecidas como 'La Ribera' e 'El Raval'. Para um
turista é quase impossível perceber onde uma acaba e a outra começa,
pois Barrio Gótico, La Ribera e El Raval são todas áreas populosas,
formadas por ruelas estreitas, bastante semelhantes, mas ao mesmo tempo
guardando certas diferenças.
El Raval situa-se entre a
Rambla e a 'Colina de Montjuic' e abriga construções de origem
medieval, como 'Sant Pau del Camp' e o histórico 'Hospital de Santa
Creu', ambos abertos à visitação. A região de El Raval é sempre
associada à colonização chinesa e às sex shops, principalmente nas
proximidades do porto. Interessante para ser percorrido durante o dia,
à noite, pode não ser considerado exatamente um programa familiar.
La Ribera situa-se na
extremidade oposta do Barrio Gótico, além da 'Via Laietana'. Até hoje
parte desta região é conhecida como 'El Born', pois aqui estava
localizado um importante mercado com este nome. Nesta região
merecem ser visitados ou percorridos 'Carrer Montcada' (lá estão
diversos museus, galerias de arte e o renomado
Museu Picasso).
Não muito distante encontra-se a obra prima gótica conhecida como
'Igreja Santa Maria del Mar' (Passeig del Born). El Born concentra
ainda uma grande variedade de bares, restaurantes, butiques inspiradas,
lojinhas e é uma região cada vez mais procurada por turistas.
|
Um
de nossos programas favoritos é sempre ver o lugar do alto, pois para
se sentir como uma cidade se espalha não existe nada melhor. A
primeira opção para este tipo de programa em Barcelona é o
Teleferic de Montjuic
(imagem
ao lado), que em dois estágios conduz os visitantes até o alto da
montanha onde fica a Fortaleza de Montjuic. Se você vem de metrô pegue
a linha L1 ou L3 e desça na estação Paralel-lel. Siga mais 300 metros
por uma passagem e chegará funicular subterrâneo que faz a primeira
parte do percurso. Mais dois minutos de trajeto e chegará à estação de
embarque do próprio Teleferic de Montjuic, onde começa a parte mais
divertida da viagem. Compre bilhetes de ida e volta e deixe sua câmera
preparada para muitos cliques incríveis. |
A subida do teleférico é feita
em duas etapas, há uma estação intermediária, mas se preferir não
precisa desembarcar, porque o carrinho do teleférico dá uma volta em
marcha lenta e prossegue em frente, sempre em direção ao alto da
montanha. Ao chegar lá uma caminhada de 500 metros conduz os visitantes
à entrada da fortaleza de Montjuic (leia mais sobre ela abaixo).
Curiosidade: O nome Montjuic
ganhou este nome devido às primeiras comunidade judias que aqui se
instalaram (Montjuic = monte dos judeus). A região foi escolhida para
abrigar o centro olímpico e estádio das Olimpíadas de 1992, e há muito
para se ver por aqui (Poble Espanyol, Estádio Olímpico, Palau Nacional,
Font Màgica, Pavelló Mies van der Rohe, Anella Olímpica, Nou Jardí
Botànic), além do próprio castelo.
Somente uma tarde provavelmente
não será suficiente para conhecer tudo, mesmo porque nem todas estão
abertas à visitação todos os dias. Mas não deixe de ao menos percorrer
esta região. Vale lembrar que por estarmos nas encostas de uma colina,
as ruas sobem e descem o tempo todo, e percorrer a região a pé não é
boa idéia para qualquer um. Sugerimos pegar um taxi para dar uma volta
e ir parando nos locais que escolher. As distâncias entre as atrações
não são longas e o preço da corrida certamente não será elevado.
Ir a Barcelona e não visitar a igreja
Sagrada
Família é
como ir a Paris e não ver a torre Eiffel ou ir ao Rio sem ver o Pão de
Açúcar: Imperdoável. A construção deste templo teve início em 1882 e
ainda hoje não foi concluída. Obra mais famosa do arquiteto catalão
Antoni Gaudí
(1852-1926),
ela é também sua criação mais polêmica. Quando Gaudí faleceu, somente
uma parcela deste projeto estava concluída, e o mesmo foi continuado
através de um grupo de arquitetos. A guerra civil espanhola também
contribuiu para paralisar as obras por mais de dez anos. Ainda hoje
permanecem muitas polêmicas a respeito dos idéias e propostas que
teriam norteado o projeto de Gaudí, e a fidelidade às mesmas dos
artistas que deram continuidade à obra. |
|
Ao chegar em frente à Sagrada
Família é inevitável ficar surpreso ao ver os grandes e horríveis
guindastes de obras em movimento sobre as torres da catedral, mas este
é o preço que precisamos pagar para ver a obra de Gaudí concluída. Não
se sabe exatamente quando será este dia, mas estimativas indicam para
algo em torno de 2026 (!). Mesmo assim, descontadas estas
inconveniências e a provável e quilométrica fila de entrada (no dia de
nossa visita esperamos uma hora na fila para entrar), a visita é
imperdível.
O
interior da Sagrada Família, onde foi feita a imagem acima, lembra
formas estranhas, surrealistas, integradas a símbolos, ícones e
detalhes religiosos em profusão. Turistas com câmeras em punho,
registrando ângulos diferentes, famílias boquiabertas olhando para o
teto, arquitetos deslumbrados com a criatividade daquele gênio,
religiosos olhando com estranheza para imagem de Cristo sob um guarda
chuva amarelo, e também algumas pessoas dizendo que aquilo pode ser
bonito, mas como igreja é um meio estranho. As opiniões variam
conforme o gosto e as idéias de cada um, mas de qualquer forma não
deixe de ir lá e tirar conclusões por si próprio
Veja um vídeo que gravamos
na
Basílica i Temple Expiatori de la Sagrada Família
|
Outro lugar que você não pode deixar de conhecer é o 'Mercat de Sant Josep de la
Boqueria'.
No interior deste mercado, o maior da 'Ciutat Vella' (com entrada
principal para as Ramblas) estão dezenas de bancas de frutas, peixes,
carnes, embutidos, frutas secas, doces, bebidas e ainda restaurantes e
bares. Sua origem data do século 13, e através do tempo ele desempenhou
várias funções até firmar-se como o principal e mais concorrido de
Barcelona, principalmente entre ávidos turistas que percorrem suas
estreitas ruelas querendo experimentar de tudo.
Prove
os sucos de frutas, todos deliciosos, compre umas caixinhas de
morangos (tão perfeitos que custa-se a acreditar que sejam
verdadeiros), faça um foto em frente às imensas peças de 'Jamon'
(presunto, uma preferência nacional), tente descobrir que moluscos e
crustáceos são aqueles, se remexendo na banca em frente, e leve para
casa (ou hotel) um pacote com tâmaras (imensas). Fotos por aqui também
são boa idéia, pois os temas, cores e enquadramentos originais surgem
em todo canto. |
Vamos agora para o norte da
cidade: O bairro de 'Eixample' surgiu no século 19, após terem sido
derrubadas as muralhas que cercavam o núcleo histórico. Situado acima
da 'Avinguda Diagonal' e a oeste da Sagrada Família, aqui está situada
a maior parte dos prédios em estilo modernista, e que deram à cidade
sua merecida fama de pólo arquitetônico revolucionário. Nesta região
estão diversas obras de Gaudí, Puig i Cadafalch, Lluís Domènech i
Montaner e outros artistas não tão conhecidos. Turistas especialmente
interessados no tema modernidade vão curtir percorrer a
Rota do Modernismo, roteiro turístico que visita os principais ícones arquitetônicos do estilo.
A elegante avenida 'Passeig de
Gràcia' faz a demarcação entre os bairros de 'Eixample Dreta' e
'Eixample Esquerra'. Na Esquerra situavam-se a prisão, um hospital,
abatedouros e fábricas, enquanto a Dreta abrigava basicamente
residências. Hoje em dia os dois lados são ocupados por diversos
estabelecimentos, escritórios, bancos, bares, restaurantes e também
residências. O mix se completa com bons museus e fundações
particulares abrigando coleções de arte, como Tàpies,
Daurel e
Godia e hotéis refinados.
Seguindo pelo Passeig de Gràcia
chega-se ao 'Carrer Gran de Gràcia', principal rua do bairro. Ruas
estreitas, bares, pequenos cinemas e teatros e um ar acolhedor dão a
esta área uma aparência aconchegante. Aqui é comemorada, em meados de
agosto, a concorrida Fiesta Mayor de Gracia Barcelona.
Não
chegamos a cair na água, mas bem que deu vontade. A partir de 1992,
quando uma bem organizada operação de upgrade ao longo no litoral
removeu muita coisa e implementou outras tantas, as faixas de areia que
se estendem por quilômetros tem atraído cada vez mais turistas e
moradores. Coqueiros, monumentos, quiosques e restaurantes formam
o visual desta região. Há trechos de praia badalados, tranqüilos,
fashion, familiares e assim por diante. Entre as mais procuradas estão
Barceloneta (na imagem ao lado, uma das mais agitadas), Bogatell (menos
turistas, mais calma), Nova Icária (muitos jovens), Mar Bella (point
gay, tem também um trecho para nudistas), Caldetes (quase deserta) e
Ocata. |
|
Depois de visitar a praia vá
até o bairro de Barceloneta, logo adiante. Tradicionalmente esta região
abrigava as moradias dos pescadores e ainda hoje é famosa por seus
restaurantes de comida marítima. O bairro é diminuto, com área
aproximada de um quilômetro quadrado, formado por ruas estreitas em
padrão geométrico, como se fosse uma malha retangular. No centro da
área não esqueça de visitar o
Mercat de la Barceloneta
|
Ao
lado, um típico prato de Tapas. Assim como ninguém vai ao sul sem se
deliciar com um churrasco, ou a Budapeste sem esquecer de provar um
Goulash, é impensável ir a Barcelona sem experimentar uns Tapas. A
diferença é que estes não tem uma receita básica e podem ser, em tese,
qualquer coisa. Um tapa é um tira-gosto, quente ou frio, e pode incluir
carne, peixe, ovos, queijos, azeitonas, molhos, sobre fatias de pão de
vários tipos. Existem centenas de bares de tapas em Barcelona, onde as
pessoas se reúnem para botar a conversa em dia, beber e degustar a
infinita variedade de tapas, conforme a criatividade de cada bar ou
restaurante. Há quem peça uma grande variedade de tapas, o que é
equivalente a uma refeição completa, ou quem prefira beliscar somente
uns 3 ou 4 até a hora do jantar. São encontrados a preço fixo (conjunto
com um número determinado), ou cobrados por unidade. |
A imagem acima fizemos no restaurante
Orio (Carrer
de Ferran 38, Barrio Gótico). Ao entrar você verá um balcão com dezenas
de pratos, cada um deles com um tipo diferente de tapa. Geralmente não
há uma plaquinha em frente a cada um, indicando do que é feito. Embora
os freqüentadores assíduos aparentem já conhecer todos e saber bem
quais são seus preferidos, turistas tem um pouco mais de trabalho para
escolher. Você olha, imagina que aquilo deve ser carne de frango (ou
será peixe?), enquanto aquele ali deve ser presunto (ou será salmão?)
com cobertura de maionese (ou será pasta de cebola?). É claro que
pode-se perguntar, mas como são tantos e tantos a gente acaba
desistindo e resolve partir direto para o teste prático. O negócio
é mesmo pegar um deste, outro daquele, dois daquele outro e assim por
diante. Detalhe: Em nossos 'testes de tapas' nunca encontramos algum
que não fosse uma delícia.
Muita
gente interessada em arte e arquitetura vem a Barcelona com a
finalidade principal de conhecer suas obras, principalmente as de
Gaudí. Além da Sagrada Familia, citada acima, diversas outras obras do
artista Catalão podem ser apreciadas na cidade, muitas delas na avenida
'Passeig de Gràcia'. Entre as mais procuradas estão a
Casa Batló (Passeig
de Gràcia 43), La Pedrera (Casa Milá, Passeig de Gracia 92), Casa
Calvet (Carrer de Casp 48), Casa Vicens (Carrer de les Carolines 24),
Bellesguard (Casa Figueres, Sarrià-Sant Gervasi). Algumas estão abertas
à visitação, o que pode ser percebido de longe devido às longas filas
em frente, enquanto outras pertencem a particulares e tem acesso
restrito.
Destaque também entre as obras de Gaudí é
Park
Guell,
parque situado em 'El Carmel', bairro Graci. O parque incorpora
diversos elementos arquitetônicos, formas inusitadas, símbolos
multicoloridos, dragões e salamandras de coloridos mosaicos
multifacetados, pilares retorcidos, e um pouco de magia em cada recanto.
Na
imagem ao lado um detalhe da parte superior da Casa Batló. Observe o
telhado ondulado, lembrando as escamas de um peixe ou quem sabe as
ondas do mar, e os balcões da fachada, ao estilo de máscaras
carnavalescas venezianas. |
|
Ainda sobre o Passeig de
Gràcia, mesmo quem não está à procura das obras de Gaudí, não pode
deixar de vir até aqui e percorrer as charmosas alamedas desta
movimentada via. Ao longo de seu um quilômetro e pouco de extensão
estão prestigiadas lojas de grife, restaurantes, bares com mesas nas
calçadas, e acima de tudo gente, muita gente, com câmeras penduradas no
pescoço, olhando para cima, para os lados, fotografando tudo que
encontra pela frente. Passeig de Gràcia é acima de tudo uma belíssima
vitrine da cidade, e uma amostra da vida e do dinamismo da alma de
Barcelona.
|
A
segunda opção para se ver Barcelona do alto é o 'Transbordador Aeri del
Port', na imagem ao lado. O teleférico foi inaugurado em 1929, para a
exposição mundial que Barcelona sediou naquele ano. O local de partida
situa-se em Barceloneta, próximo à praia. Da primeira vez que
fomos lá o teleférico estava fechado, mas voltamos no dia seguinte e
valeu a pena, pois o trajeto de 15 minutos ligando Barceloneta até a
colina de Montjuic fornece um visual belíssimo. Bilhetes são comprados
no guichê situado na base da 'Torre Sant Sebastia'. Depois embarca-se
num elevador até o alto da torre, onde é feito o embarque nos bondinhos
vermelhos com capacidade para 19 pessoas.
Procure ficar
no lado direito do bondinho (ele costuma encher), e poderá apreciar
melhor a marina e o centro da cidade. No meio do trajeto o bondinho
atravessa a 'Torre Jaume', seguindo depois até a estação terminal
de Montjuic. Pode-se também fazer o trajeto em sentido inverso ou
comprar bilhetes de ida e volta.
Vídeo:
Transbordador Aeri del Port. |
As regiões de 'Poblenou' e 'San
Martí', que até há pouco abrigavam a zona industrial da cidade, também
vem passando por um acelerado processo de revitalização. Nos arredores
da 'Plaça de les Glòries Catalanes' surgem prédios imponentes, como a
'Torre Agbar' (última foto desta página), espaços culturais,
empresariais e museus, como o inovador
Disseny Hub Barcelona.
Um dos resquícios da antiga Barcelona nesta área é a tranqüila 'Rambla
de Poblenou', que nada lembra a agitada Rambla central da cidade.
Enquanto aquela ferve de turistas e agitação, a de Poblenou ainda
mantém características típicas de uma rua de cidade pequena, com
moradores conversando e crianças brincando pelas calçadas.
Parte
da graça em se conhecer um novo lugar está em não se limitar aos
roteiros turísticos básicos, em não se contentar em conhecer aqueles
lugares que, dizem, são suficientes. Essencial para se conhecer um
lugar de verdade é sair a caminhar por ruas 'normais', aquelas
freqüentadas somente por quem vive ou trabalha ali. Andar de metrô,
pegar o ônibus, fazer compras no mercado de bairro, entrar na loja de
plásticos, de brinquedos, sempre com os ouvidos e olhos bem abertos ao
que acontece em volta, atento a todos sinais, características e
particularidades sobre o que acontece nestes lugares, como é o dia a
dia, o que as pessoas fazem, pensam, gostam ou desgostam. Nestas
ocasiões tentamos puxar papo com quem estiver por perto, (damos corda,
sabe como é?) e acabamos aprendendo muito mais sobre o bairro, a
cidade, suas características, particularidades, manias, intimidades,
coisas boas ou más do que pode ser encontrado em qualquer livro ou
manual turístico. |
|
Experimente percorrer um trecho
da 'Gran Via de les Corts Catalanes' (imagem acima), depois dobre em
alguma perpendicular, qualquer uma, e siga em frente sem destino. Com
certeza você vai descobrir coisas interessantes e que vão enriquecer
muitíssimo sua visita e suas memórias de Barcelona.
Sarrià é também uma região que
merece ser conhecida. Situa-se a noroeste do centro, e ainda mantém uma
aparência de vila do interior, graças às pequenas construções, casinhas
simpáticas e ruas estreitas. Antigamente a região era ocupada por
pequenas propriedades rurais, e somente após ser ligada a Barcelona por
via férrea começou a mudar de aparência e se urbanizar. Ainda é um
lugar tranqüilo e dá a impressão de não fazer parte da movimentada
metrópole de Barcelona. Ao chegar lá, sugerimos visitar o mercado, a
'Plaça Sant Gaietà' e a graciosa 'Plaça Sant Vicens'.
|
A
belíssima construção mostrada na imagem ao lado é um dos monumentos
arquitetônicos mais fotografados da cidade. Conhecido como 'Carrer del
Bispe', esta ponte em arco situa-se no Barrio Gótico, e une os prédios
'Palau de la Generalitat' (sede do governo catalão) à 'Casa dels
Canonges', dois prédios que pertencem à administração municipal.
Impossível passar por aqui sem apontar a câmera para cima e fazer uns
cliques. O caminho que passa sob os arcos liga a 'Plaça Sant Jaume' à
'Plaça de Garriga Y Bachs' - um acolhedor largo - e à 'Plaça d'Antoni
Maura', sempre movimentada, repleta de gente, grupos, artistas de rua,
e de onde se tem acesso à entrada principal da Catedral de Barcelona.
Ao
visitar esta catedral não esqueça de percorrer seu magnífico claustro
(acesso lateral pela mesma carrer (rua) que passa sob os arcos 'Carrer
del Bispe'. Depois de visitar a catedral siga em frente pelo 'Carrer
dels Arcs' e você chegará a uma agradável região comercial, com lojas,
livrarias e restaurantes instalados de forma harmônica e inteligente em
prédios do bairro gótico. Seguindo sempre em frente chega-se finalmente
à Plaça de Catalunya (onde está uma grande loja da rede
El Corte Inglés), ou se preferir dobre à esquerda e retorne à Rambla. |
Vídeo: Metrô de Barcelona
Quem
fizer o passeio no 'Teleferic de Montjuic', como sugerimos acima,
chegará à colina da fortaleza de Montjuic (imagem ao lado). Esta
fortificação domina a cidade desde 1640, quando foi erguida para vigiar
os navios que se aproximavam. Ao longo dos séculos desempenhou diversas
outras funções, sendo que no período da ditadura franquista serviu de
prisão para os inimigos políticos de Francisco Franco (governou a
Espanha de 1939 a 1975). Atualmente abriga um museu de história
espanhola. O castelo é bonito, mas o melhor do passeio é, depois do
teleférico, a vista da cidade, de seu porto, litoral e mar. Se sua
visita coincidir com o pôr do sol, então com certeza este será um
daqueles momentos inesquecíveis. Ocupando duas salas do castelo
encontram-se também uma pequena cafeteria e uma loja de souvenirs.
Curiosamente, a única estátua remanescente em Barcelona do ditador
Franco, encontra-se neste castelo. |
|
Uma das versões mais aceitas
para a origem da cidade diz que ela teria sido fundada por Aníbal, o
grande conquistador cartaginês. Seu nome na época seria 'Barcino',
corruptela do vocábulo 'Barkeno', e acredita-se que provenha de um
idioma originário da península ibérica. Mais tarde, durante o período
de dominação do império romano, a localidade passou a ser conhecida
como 'Colonia Faventia Julia Augusta Pia Barcino' já com o latim como
idioma dominante. Com o fim do império romano e a chegada de novos
idiomas à região, a palavra 'Barcino' sofreria influências diversas,
sendo transformada com o tempo em Barcinona, Barshiluna e finalmente
Barcelona.
|
Quem quer conhecer a Espanha em um dia não precisa correr muito, basta vir até o
Poble
Espanyol (foto
ao lado). Também situado em Montjuic, este lugar pode ser definido como
uma mistura de parque ao ar livre, museu arquitetônico, point comercial
e gastronômico e arena de shows. Tudo começou na feira mundial de 1929,
quando um grupo de arquitetos liderados por Ramon Reventós e Francesc
Folguera teve a idéia de criar uma vila ou uma pequena cidade,
representando estilos arquitetônicos de todas regiões espanholas.
Conta-se que eles visitaram quase duas mil cidades em todo país para
desenvolver seu projeto. O sucesso foi tanto que atendendo ao apelo
popular o Poble Espanyol não foi demolido após a feira, como estava
inicialmente previsto. Ainda hoje lá estão residências, alamedas,
igrejas, arcadas, pórticos, balcões, pátios, praças, vielas e muito
mais, ocupadas por restaurantes, bares, lojinhas de chocolates,
artesanato etc. A praça principal, situada logo após a entrada, também
serve de área livre para eventos musicais. Vídeo: Poble Español |
As linhas de metrô da cidade
são numeradas de L1 a L8 e as de bonde de T1 a T4. Veja diversas
informações úteis e mapa das linhas do metrô em
Barcelona Metro Map. Veja também o site oficial
TMB.
A
imagem ao lado foi feita a partir da outra extremidade de onde fizemos
a primeira foto desta página. Mais além das quatro colunas e acima da
grande escadaria, aparece imponente o prédio do 'Palau Nacional'.
Depois de visitar o museu situado em seu interior e descer a imensa
escadaria, siga em direção à Plaza d'Espanya e você vai passar em
frente ao
Palau de Congressos.
Volte então ao centro pela 'Gran Via de les Corts
Catalanes' avenida que atravessa praticamente toda a cidade,
pontilhada de prédios históricos, palacetes, hotéis e um comércio
variado. Quando as pernas começarem a cansar pegue o metrô e vá até o
L'illa Diagonal, ótimo shopping situado na Avinguda Diagonal, mais uma das largas avenidas que atravessam a cidade. |
|
Apesar de estar situada em
frente à praia, dizia-se antigamente que Barcelona vivia de costas para
o mar, pois não aproveitava nem investia no potencial que as águas do
mediterrâneo lhe ofereciam. Isto só começou a mudar quando a cidade foi
escolhida para sediar as olimpíadas de 1992. Desde então a região
litorânea recebeu grandes investimentos, sofreu importantes
reurbanizações, viu surgirem obras e monumentos artísticos diversos, os
quais se incorporaram à paisagem da cidade e até mesmo se tornaram
referências visuais, como é o caso da gigantesca escultura em forma de
Peixe,
as torres gêmeas do
Hotel Arts, a
Torre Mapfre, a vila olímpica e principalmente o belo litoral ornado com parques e jardins.
|
Ao lado, a paisagem que víamos
da janela do nosso quarto, no sétimo andar do Novotel Barcelona City. A
iluminação azul e vermelho da
Torre
Agbar
dominava a noite, e nos dava a sensação de sermos vizinhos de uma nave
alienígena pousada bem em frente. O prédio de 38 andares foi inaugurado em
2005, e veio confirmar a tradição de Barcelona em permanecer inovando,
criando e indo sempre além em termos arquitetônicos. Para quem procura uma
alternativa aos hotéis da região central, esta parte da cidade é a nossa
recomendação. A região é tranqüila, tem áreas livres para estacionar, em
frente ao hotel encontra-se o shopping
Barcelona Glòries
(mais de 200 lojas, cinemas e um hipermercado Carrefour) e a estação de
metrô fica a 200 metros, oferecendo acesso fácil e em poucos minutos ao
centro.
Em frente ao hotel, a Avinguda Diagonal conduz tanto ao centro, como em
sentido contrário, ao litoral, onde está uma marina e o
Centro
Diagonal Mar.
O canteiro central da avenida é uma agradável passarela de pedestres, e
muita gente vem pedalar ou caminhar por aqui, principalmente nos fins
de semana. De ambos os lados do canteiro central, linhas de modernos e
silenciosos bondes complementam a ótima rede de transporte público |
Deixamos a cidade convencidos,
como dissemos lá no início, que Barcelona é uma unanimidade. E
poderíamos dizer ainda muito mais sobre ela, mas seria inútil. Não
daria tempo e nem faria diferença. Afinal, não se conhece ninguém que
não tenha gostado daqui. Afinal, esta é uma cidade onde todo mundo
gostaria de morar.
Veja o set
de Imagens em alta definição de Barcelona
|
|