Inicio
Amsterdam
Assis
Atenas
Barcelona
Bath
Belfast
Berlin
Biarritz
Blackpool
Bordeaux
Bratislava
Brighton
Brugge
Bruxelas
Budapeste
Cambridge
Cardiff
Chamonix
Chester
Copenhagen
Dijon
Dublin
Dusseldorf
Edinburgh
Estocolmo
Firenze
Frankfurt
Genebra
Glasgow
Grenoble
Heildelberg
Helsinque
Innsbruck
Inverness
Istambul
Koln
Liechtenstein
Lisboa
Liverpool
Londres
Luxemburgo
Madri
Manchester
Milano
Monaco
Moscou
Munique
Nice
Oslo
Oxford
Paris
Portsmouth
Praga
Reims
Roma
Rouen
Salzburgh
San Malo
Sao Petersburgo
Talin
Toulouse
Varsovia
Veneza
Viena
Winchester
York
Zurich

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

Quantas cidades existem que podem ser consideradas unanimidade? Quantas existem das quais não se conhece ninguém que não tenha gostado? E quantas existem sobre as quais é comum ouvir dizer: Taí um lugar onde eu gostaria de morar. Quantas cidades você conhece com estas características? Nós conhecemos somente uma: Barcelona. Se a razão é a arquitetura ou o clima, o povo ou a comida, as festas ou o transporte, as cores ou os sons, as montanhas ou o mar, a carne ou a alma, não importa. Não deu tempo e nem faria diferença descobrir a razão. Talvez seja um pouco de cada coisa, ou quem sabe no fundo não tenha a ver com nada disso.

Barcelona é simplesmente diferente. E bonita. É um lugar onde se caminha com prazer pelas ruas, que consegue fazer a gente se sentir em casa e ao mesmo tempo nos lembra que estamos numa terra diferente. E como se não bastasse, ela ainda se dá ao luxo de possuir um idioma próprio, só falado nesta região. Um pequeno e importante detalhe a mais, e que contribui para tornar ainda maior a magia da capital Catalã.

Quem curte softwares onde se criam cidades virtuais com parques, jardins, monumentos, prédios bonitos, avenidas largas e gente com aspecto feliz pelas ruas talvez tenha a impressão que Barcelona também foi criada num programa desses, pois de certa forma quase tudo por aqui dá a impressão de ser harmônico, bem acabado, com as cores certas e funcionando bem. O diferencial é que Barcelona tem vida. E como tem. A cidade pulsa com vigor, movimento e animação e nos convida, quase impele, a cada esquina, em cada momento, a ir mais adiante e descobrir algo novo.

Quem chega de avião desembarca no aeroporto El Prat de Llobregat (BCN, situado 10 km a oeste do centro). Com dois terminais, sendo o mais recente inaugurado em 2009, ele é confortável e causa boa impressão aos visitantes. A ligação até o centro da cidade pode ser feita por trem (acesso a partir do terminal T2B, siga as placas RENFE, liga o aeroporto às estações Estacio Saints, Passeig de Gracia e El Clot), ônibus (Aerobus, partidas de ambos terminais) e Taxi. Vídeo: Aterrissagem em El Prat

Ao lado uma imagem da Plaza de Espanya e das Torres Venezianas da avenida Reina Maria Cristina. Esta praça foi construída em 1929, ano em que a cidade sediou uma exposição internacional

A Plaza de Espanya é o entroncamento de diversas avenidas importantes (Gran Via de les Corts Catalanes, Avinguda del Paral·lel, Carrer de Tarragona, Carrer de la Creu Coberta), e situa-se na base da colina onde foi construído o magnífico prédio do Palau Nacional (penúltima foto desta página. Visto à distância o museu parece um castelo, abriga o prestigiado Museu Nacional d'Art de Catalunya. Historicamente, a Plaza de Espanya já abrigou uma cidadela murada e foi palco das execuções públicas. Quase em frente à mesma vê-se uma construção circular, em formato de estádio, que no passado abrigava as 'Corridas de Toros' da cidade, mas que após ser reformada, transformou-se no shopping Arenas de Barcelona.

 

Deixe suas malas no hotel e não perca tempo. Pegue o metrô e vá direto ao local certo para sua primeira caminhada na cidade, onde se pode conhecer o cartão de visitas de Barcelona: 'Las Ramblas'. Esta avenida de 1,2 km de extensão, com largo canteiro central e estreitas pistas de trânsito de cada lado faz a recepção aos turistas recém chegados. Abriga diversos restaurantes e bares com mesas na calçada, quiosques de sorvetes, waffles, souvenirs, flores, animais, criativas estátuas vivas e um movimento frenético de gente subindo e descendo a avenida. Las Ramblas situa-se entre a Plaza Catalunya e o largo da Estátua de Colón, à beira mar. As Ramblas servem também como divisa entre o 'Barrio Gotico' e 'El Raval', duas regiões a serem exploradas com calma nos próximos dias. A meia altura das Ramblas, encontra-se ainda o fascinante mercado de 'La Boqueria' (leia mais sobre ele abaixo).

As Ramblas são o principal cartão de recepção de Barcelona, mas como é uma área repleta de turistas, os preços por aqui tendem a ser mais elevados que em outras regiões da cidade. Embora o charme de sentar-se numa mesinha destas seja inegável, é bom saber que existem preços bem melhores e refeições melhor servidas a pouca distância, como por exemplo no vizinho Barrio Gótico, nossa próxima parada. Vale a pena sentar nas Ramblas e pedir uma cerveja, coca cola e tira-gostos, mas deixe para fazer a refeição em outro local.

 

Depois de percorrer e se divertir ao longo da Rambla, siga em direção ao Barrio Gótico. Se a primeira pode ser considerada como o cartão de visitas, esta última é a própria jóia da coroa. O Barrio Gótico é formado por estreitas ruelas medievais e becos tortuosos que nos conduzem não se sabe bem aonde. O conjunto é formado por prédios antigos, construções de pedra, ocupadas por residências, bares, restaurantes, pequenos teatros, lojas, livrarias e sabe-se lá mais o que. 

Caminhando pela região e olhando para cima vêem-se balcões de ferro trabalho, fachadas decoradas, placas com inscrições em catalão indicando o nome de ruas e alamedas. Seguindo por estas vielas de repente pode-se chegar a uma igreja, ou a um beco sem fim, ou a um largo ocupado por mesas com toalhas coloridas, quase todas ocupadas, e onde pessoas com jeito de habitués conversam animadamente enquanto degustam tapas e vinhos, e logo adiante pessoas com jeito de turistas de primeira viagem e em dúvida sobre o que pedir, tentam decifrar o menu

O Barrio Gótico é a parte mais antiga da cidade romana construída há séculos, e que deu origem ao centro geográfico de Barcelona. Das muralhas que cercavam aquela cidadela, somente um pequeno trecho sobreviveu. Embora toda região mereça ser visitada, merecem atenção especial a magnífica 'Plaza Reial' e seu conjunto arquitetônico, 'Plaça de Sant Jaume' e os prédios do 'Palau de la Generalitat', 'Palau Reial', e a 'Catedral Basílica'. Visite também a antiga Sinagoga, a 'Paróquia de Santa Maria del Pi' e também 'Basilica de la Mercè'.

Integram esta região fascinante duas outras regiões conhecidas como 'La Ribera' e 'El Raval'. Para um turista é quase impossível perceber onde uma acaba e a outra começa, pois Barrio Gótico, La Ribera e El Raval são todas áreas populosas, formadas por ruelas estreitas, bastante semelhantes, mas ao mesmo tempo guardando certas diferenças. 

El Raval situa-se entre a Rambla e a 'Colina de Montjuic' e abriga construções de origem medieval, como 'Sant Pau del Camp' e o histórico 'Hospital de Santa Creu', ambos abertos à visitação. A região de El Raval é sempre associada à colonização chinesa e às sex shops, principalmente nas proximidades do porto. Interessante para ser percorrido durante o dia, à noite, pode não ser considerado exatamente um programa familiar.

La Ribera situa-se na extremidade oposta do Barrio Gótico, além da 'Via Laietana'. Até hoje parte desta região é conhecida como 'El Born', pois aqui estava localizado um importante mercado com este nome. Nesta região merecem ser visitados ou percorridos 'Carrer Montcada' (lá estão diversos museus, galerias de arte e o renomado Museu Picasso). Não muito distante encontra-se a obra prima gótica conhecida como 'Igreja Santa Maria del Mar' (Passeig del Born). El Born concentra ainda uma grande variedade de bares, restaurantes, butiques inspiradas, lojinhas e é uma região cada vez mais procurada por turistas.

 

Um de nossos programas favoritos é sempre ver o lugar do alto, pois para se sentir como uma cidade se espalha não existe nada melhor. A primeira opção para este tipo de programa em Barcelona é o Teleferic de Montjuic (imagem ao lado), que em dois estágios conduz os visitantes até o alto da montanha onde fica a Fortaleza de Montjuic. Se você vem de metrô pegue a linha L1 ou L3 e desça na estação Paralel-lel. Siga mais 300 metros por uma passagem e chegará funicular subterrâneo que faz a primeira parte do percurso. Mais dois minutos de trajeto e chegará à estação de embarque do próprio Teleferic de Montjuic, onde começa a parte mais divertida da viagem. Compre bilhetes de ida e volta e deixe sua câmera preparada para muitos cliques incríveis.

A subida do teleférico é feita em duas etapas, há uma estação intermediária, mas se preferir não precisa desembarcar, porque o carrinho do teleférico dá uma volta em marcha lenta e prossegue em frente, sempre em direção ao alto da montanha. Ao chegar lá uma caminhada de 500 metros conduz os visitantes à entrada da fortaleza de Montjuic (leia mais sobre ela abaixo).

Curiosidade: O nome Montjuic ganhou este nome devido às primeiras comunidade judias que aqui se instalaram (Montjuic = monte dos judeus). A região foi escolhida para abrigar o centro olímpico e estádio das Olimpíadas de 1992, e há muito para se ver por aqui (Poble Espanyol, Estádio Olímpico, Palau Nacional, Font Màgica, Pavelló Mies van der Rohe, Anella Olímpica, Nou Jardí Botànic), além do próprio castelo.

Somente uma tarde provavelmente não será suficiente para conhecer tudo, mesmo porque nem todas estão abertas à visitação todos os dias. Mas não deixe de ao menos percorrer esta região. Vale lembrar que por estarmos nas encostas de uma colina, as ruas sobem e descem o tempo todo, e percorrer a região a pé não é boa idéia para qualquer um. Sugerimos pegar um taxi para dar uma volta e ir parando nos locais que escolher. As distâncias entre as atrações não são longas e o preço da corrida certamente não será elevado.

Ir a Barcelona e não visitar a igreja Sagrada Família é como ir a Paris e não ver a torre Eiffel ou ir ao Rio sem ver o Pão de Açúcar: Imperdoável. A construção deste templo teve início em 1882 e ainda hoje não foi concluída. Obra mais famosa do arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926), ela é também sua criação mais polêmica. Quando Gaudí faleceu, somente uma parcela deste projeto estava concluída, e o mesmo foi continuado através de um grupo de arquitetos. A guerra civil espanhola também contribuiu para paralisar as obras por mais de dez anos. Ainda hoje permanecem muitas polêmicas a respeito dos idéias e propostas que teriam norteado o projeto de Gaudí, e a fidelidade às mesmas dos artistas que deram continuidade à obra.

Ao chegar em frente à Sagrada Família é inevitável ficar surpreso ao ver os grandes e horríveis guindastes de obras em movimento sobre as torres da catedral, mas este é o preço que precisamos pagar para ver a obra de Gaudí concluída. Não se sabe exatamente quando será este dia, mas estimativas indicam para algo em torno de 2026 (!). Mesmo assim, descontadas estas inconveniências e a provável e quilométrica fila de entrada (no dia de nossa visita esperamos uma hora na fila para entrar), a visita é imperdível.

O interior da Sagrada Família, onde foi feita a imagem acima, lembra formas estranhas, surrealistas, integradas a símbolos, ícones e detalhes religiosos em profusão. Turistas com câmeras em punho, registrando ângulos diferentes, famílias boquiabertas olhando para o teto, arquitetos deslumbrados com a criatividade daquele gênio, religiosos olhando com estranheza para imagem de Cristo sob um guarda chuva amarelo, e também algumas pessoas dizendo que aquilo pode ser bonito, mas como igreja é um meio estranho. As opiniões variam conforme o gosto e as idéias de cada um, mas de qualquer forma não deixe de ir lá e tirar conclusões por si próprio

Veja um vídeo que gravamos na Basílica i Temple Expiatori de la Sagrada Família

Outro lugar que você não pode deixar de conhecer é o 'Mercat de Sant Josep de la Boqueria'. No interior deste mercado, o maior da 'Ciutat Vella' (com entrada principal para as Ramblas) estão dezenas de bancas de frutas, peixes, carnes, embutidos, frutas secas, doces, bebidas e ainda restaurantes e bares. Sua origem data do século 13, e através do tempo ele desempenhou várias funções até firmar-se como o principal e mais concorrido de Barcelona, principalmente entre ávidos turistas que percorrem suas estreitas ruelas querendo experimentar de tudo.

Prove os sucos de frutas, todos deliciosos, compre umas caixinhas de morangos (tão perfeitos que custa-se a acreditar que sejam verdadeiros), faça um foto em frente às imensas peças de 'Jamon' (presunto, uma preferência nacional), tente descobrir que moluscos e crustáceos são aqueles, se remexendo na banca em frente, e leve para casa (ou hotel) um pacote com tâmaras (imensas). Fotos por aqui também são boa idéia, pois os temas, cores e enquadramentos originais surgem em todo canto.

Vamos agora para o norte da cidade: O bairro de 'Eixample' surgiu no século 19, após terem sido derrubadas as muralhas que cercavam o núcleo histórico. Situado acima da 'Avinguda Diagonal' e a oeste da Sagrada Família, aqui está situada a maior parte dos prédios em estilo modernista, e que deram à cidade sua merecida fama de pólo arquitetônico revolucionário. Nesta região estão diversas obras de Gaudí, Puig i Cadafalch, Lluís Domènech i Montaner e outros artistas não tão conhecidos. Turistas especialmente interessados no tema modernidade vão curtir percorrer a Rota do Modernismo, roteiro turístico que visita os principais ícones arquitetônicos do estilo.

A elegante avenida 'Passeig de Gràcia' faz a demarcação entre os bairros de 'Eixample Dreta' e 'Eixample Esquerra'. Na Esquerra situavam-se a prisão, um hospital, abatedouros e fábricas, enquanto a Dreta abrigava basicamente residências. Hoje em dia os dois lados são ocupados por diversos estabelecimentos, escritórios, bancos, bares, restaurantes e também residências. O mix se completa com bons museus e fundações particulares abrigando coleções de arte, como Tàpies, Daurel e Godia e hotéis refinados.

Seguindo pelo Passeig de Gràcia chega-se ao 'Carrer Gran de Gràcia', principal rua do bairro. Ruas estreitas, bares, pequenos cinemas e teatros e um ar acolhedor dão a esta área uma aparência aconchegante. Aqui é comemorada, em meados de agosto, a concorrida Fiesta Mayor de Gracia Barcelona.

 

Não chegamos a cair na água, mas bem que deu vontade. A partir de 1992, quando uma bem organizada operação de upgrade ao longo no litoral removeu muita coisa e implementou outras tantas, as faixas de areia que se estendem por quilômetros tem atraído cada vez mais turistas e moradores. Coqueiros, monumentos, quiosques e restaurantes formam o visual desta região. Há trechos de praia badalados, tranqüilos, fashion, familiares e assim por diante. Entre as mais procuradas estão Barceloneta (na imagem ao lado, uma das mais agitadas), Bogatell (menos turistas, mais calma), Nova Icária (muitos jovens), Mar Bella (point gay, tem também um trecho para nudistas), Caldetes (quase deserta) e Ocata.

Depois de visitar a praia vá até o bairro de Barceloneta, logo adiante. Tradicionalmente esta região abrigava as moradias dos pescadores e ainda hoje é famosa por seus restaurantes de comida marítima. O bairro é diminuto, com área aproximada de um quilômetro quadrado, formado por ruas estreitas em padrão geométrico, como se fosse uma malha retangular. No centro da área não esqueça de visitar o Mercat de la Barceloneta

Ao lado, um típico prato de Tapas. Assim como ninguém vai ao sul sem se deliciar com um churrasco, ou a Budapeste sem esquecer de provar um Goulash, é impensável ir a Barcelona sem experimentar uns Tapas. A diferença é que estes não tem uma receita básica e podem ser, em tese, qualquer coisa. Um tapa é um tira-gosto, quente ou frio, e pode incluir carne, peixe, ovos, queijos, azeitonas, molhos, sobre fatias de pão de vários tipos. Existem centenas de bares de tapas em Barcelona, onde as pessoas se reúnem para botar a conversa em dia, beber e degustar a infinita variedade de tapas, conforme a criatividade de cada bar ou restaurante. Há quem peça uma grande variedade de tapas, o que é equivalente a uma refeição completa, ou quem prefira beliscar somente uns 3 ou 4 até a hora do jantar. São encontrados a preço fixo (conjunto com um número determinado), ou cobrados por unidade.

A imagem acima fizemos no restaurante Orio (Carrer de Ferran 38, Barrio Gótico). Ao entrar você verá um balcão com dezenas de pratos, cada um deles com um tipo diferente de tapa. Geralmente não há uma plaquinha em frente a cada um, indicando do que é feito. Embora os freqüentadores assíduos aparentem já conhecer todos e saber bem quais são seus preferidos, turistas tem um pouco mais de trabalho para escolher. Você olha, imagina que aquilo deve ser carne de frango (ou será peixe?), enquanto aquele ali deve ser presunto (ou será salmão?) com cobertura de maionese (ou será pasta de cebola?). É claro que pode-se perguntar, mas como são tantos e tantos a gente acaba desistindo e resolve partir direto para o teste prático. O negócio é mesmo pegar um deste, outro daquele, dois daquele outro e assim por diante. Detalhe: Em nossos 'testes de tapas' nunca encontramos algum que não fosse uma delícia.

 

Muita gente interessada em arte e arquitetura vem a Barcelona com a finalidade principal de conhecer suas obras, principalmente as de Gaudí. Além da Sagrada Familia, citada acima, diversas outras obras do artista Catalão podem ser apreciadas na cidade, muitas delas na avenida 'Passeig de Gràcia'. Entre as mais procuradas estão a Casa Batló (Passeig de Gràcia 43), La Pedrera (Casa Milá, Passeig de Gracia 92), Casa Calvet (Carrer de Casp 48), Casa Vicens (Carrer de les Carolines 24), Bellesguard (Casa Figueres, Sarrià-Sant Gervasi). Algumas estão abertas à visitação, o que pode ser percebido de longe devido às longas filas em frente, enquanto outras pertencem a particulares e tem acesso restrito.

Destaque também entre as obras de Gaudí é Park Guell, parque situado em 'El Carmel', bairro Graci. O parque incorpora diversos elementos arquitetônicos, formas inusitadas, símbolos multicoloridos, dragões e salamandras de coloridos mosaicos multifacetados, pilares retorcidos, e um pouco de magia em cada recanto.

Na imagem ao lado um detalhe da parte superior da Casa Batló. Observe o telhado ondulado, lembrando as escamas de um peixe ou quem sabe as ondas do mar, e os balcões da fachada, ao estilo de máscaras carnavalescas venezianas.

Ainda sobre o Passeig de Gràcia, mesmo quem não está à procura das obras de Gaudí, não pode deixar de vir até aqui e percorrer as charmosas alamedas desta movimentada via. Ao longo de seu um quilômetro e pouco de extensão estão prestigiadas lojas de grife, restaurantes, bares com mesas nas calçadas, e acima de tudo gente, muita gente, com câmeras penduradas no pescoço, olhando para cima, para os lados, fotografando tudo que encontra pela frente. Passeig de Gràcia é acima de tudo uma belíssima vitrine da cidade, e uma amostra da vida e do dinamismo da alma de Barcelona. 

 

A segunda opção para se ver Barcelona do alto é o 'Transbordador Aeri del Port', na imagem ao lado. O teleférico foi inaugurado em 1929, para a exposição mundial que Barcelona sediou naquele ano. O local de partida situa-se em Barceloneta, próximo à praia. Da primeira vez que fomos lá o teleférico estava fechado, mas voltamos no dia seguinte e valeu a pena, pois o trajeto de 15 minutos ligando Barceloneta até a colina de Montjuic fornece um visual belíssimo. Bilhetes são comprados no guichê situado na base da 'Torre Sant Sebastia'. Depois embarca-se num elevador até o alto da torre, onde é feito o embarque nos bondinhos vermelhos com capacidade para 19 pessoas.

Procure ficar no lado direito do bondinho (ele costuma encher), e poderá apreciar melhor a marina e o centro da cidade. No meio do trajeto o bondinho atravessa a 'Torre Jaume', seguindo depois até a estação terminal de Montjuic. Pode-se também fazer o trajeto em sentido inverso ou comprar bilhetes de ida e volta.

Vídeo: Transbordador Aeri del Port.

As regiões de 'Poblenou' e 'San Martí', que até há pouco abrigavam a zona industrial da cidade, também vem passando por um acelerado processo de revitalização. Nos arredores da 'Plaça de les Glòries Catalanes' surgem prédios imponentes, como a 'Torre Agbar' (última foto desta página), espaços culturais, empresariais e museus, como o inovador Disseny Hub Barcelona. Um dos resquícios da antiga Barcelona nesta área é a tranqüila 'Rambla de Poblenou', que nada lembra a agitada Rambla central da cidade. Enquanto aquela ferve de turistas e agitação, a de Poblenou ainda mantém características típicas de uma rua de cidade pequena, com moradores conversando e crianças brincando pelas calçadas.

 

Parte da graça em se conhecer um novo lugar está em não se limitar aos roteiros turísticos básicos, em não se contentar em conhecer aqueles lugares que, dizem, são suficientes. Essencial para se conhecer um lugar de verdade é sair a caminhar por ruas 'normais', aquelas freqüentadas somente por quem vive ou trabalha ali. Andar de metrô, pegar o ônibus, fazer compras no mercado de bairro, entrar na loja de plásticos, de brinquedos, sempre com os ouvidos e olhos bem abertos ao que acontece em volta, atento a todos sinais, características e particularidades sobre o que acontece nestes lugares, como é o dia a dia, o que as pessoas fazem, pensam, gostam ou desgostam. Nestas ocasiões tentamos puxar papo com quem estiver por perto, (damos corda, sabe como é?) e acabamos aprendendo muito mais sobre o bairro, a cidade, suas características, particularidades, manias, intimidades, coisas boas ou más do que pode ser encontrado em qualquer livro ou manual turístico.

Experimente percorrer um trecho da 'Gran Via de les Corts Catalanes' (imagem acima), depois dobre em alguma perpendicular, qualquer uma, e siga em frente sem destino. Com certeza você vai descobrir coisas interessantes e que vão enriquecer muitíssimo sua visita e suas memórias de Barcelona.

Sarrià é também uma região que merece ser conhecida. Situa-se a noroeste do centro, e ainda mantém uma aparência de vila do interior, graças às pequenas construções, casinhas simpáticas e ruas estreitas. Antigamente a região era ocupada por pequenas propriedades rurais, e somente após ser ligada a Barcelona por via férrea começou a mudar de aparência e se urbanizar. Ainda é um lugar tranqüilo e dá a impressão de não fazer parte da movimentada metrópole de Barcelona. Ao chegar lá, sugerimos visitar o mercado, a 'Plaça Sant Gaietà' e a graciosa 'Plaça Sant Vicens'.

 

A belíssima construção mostrada na imagem ao lado é um dos monumentos arquitetônicos mais fotografados da cidade. Conhecido como 'Carrer del Bispe', esta ponte em arco situa-se no Barrio Gótico, e une os prédios 'Palau de la Generalitat' (sede do governo catalão) à 'Casa dels Canonges', dois prédios que pertencem à administração municipal. Impossível passar por aqui sem apontar a câmera para cima e fazer uns cliques. O caminho que passa sob os arcos liga a 'Plaça Sant Jaume' à 'Plaça de Garriga Y Bachs' - um acolhedor largo - e à 'Plaça d'Antoni Maura', sempre movimentada, repleta de gente, grupos, artistas de rua, e de onde se tem acesso à entrada principal da Catedral de Barcelona.

Ao visitar esta catedral não esqueça de percorrer seu magnífico claustro (acesso lateral pela mesma carrer (rua) que passa sob os arcos 'Carrer del Bispe'. Depois de visitar a catedral siga em frente pelo 'Carrer dels Arcs' e você chegará a uma agradável região comercial, com lojas, livrarias e restaurantes instalados de forma harmônica e inteligente em prédios do bairro gótico. Seguindo sempre em frente chega-se finalmente à Plaça de Catalunya (onde está uma grande loja da rede El Corte Inglés), ou se preferir dobre à esquerda e retorne à Rambla. 

 Vídeo: Metrô de Barcelona

Quem fizer o passeio no 'Teleferic de Montjuic', como sugerimos acima, chegará à colina da fortaleza de Montjuic (imagem ao lado). Esta fortificação domina a cidade desde 1640, quando foi erguida para vigiar os navios que se aproximavam. Ao longo dos séculos desempenhou diversas outras funções, sendo que no período da ditadura franquista serviu de prisão para os inimigos políticos de Francisco Franco (governou a Espanha de 1939 a 1975). Atualmente abriga um museu de história espanhola. O castelo é bonito, mas o melhor do passeio é, depois do teleférico, a vista da cidade, de seu porto, litoral e mar. Se sua visita coincidir com o pôr do sol, então com certeza este será um daqueles momentos inesquecíveis. Ocupando duas salas do castelo encontram-se também uma pequena cafeteria e uma loja de souvenirs. Curiosamente, a única estátua remanescente em Barcelona do ditador Franco, encontra-se neste castelo.

Uma das versões mais aceitas para a origem da cidade diz que ela teria sido fundada por Aníbal, o grande conquistador cartaginês. Seu nome na época seria 'Barcino', corruptela do vocábulo 'Barkeno', e acredita-se que provenha de um idioma originário da península ibérica. Mais tarde, durante o período de dominação do império romano, a localidade passou a ser conhecida como 'Colonia Faventia Julia Augusta Pia Barcino' já com o latim como idioma dominante. Com o fim do império romano e a chegada de novos idiomas à região, a palavra 'Barcino' sofreria influências diversas, sendo transformada com o tempo em Barcinona, Barshiluna e finalmente Barcelona.

 

Quem quer conhecer a Espanha em um dia não precisa correr muito, basta vir até o Poble Espanyol (foto ao lado). Também situado em Montjuic, este lugar pode ser definido como uma mistura de parque ao ar livre, museu arquitetônico, point comercial e gastronômico e arena de shows. Tudo começou na feira mundial de 1929, quando um grupo de arquitetos liderados por Ramon Reventós e Francesc Folguera teve a idéia de criar uma vila ou uma pequena cidade, representando estilos arquitetônicos de todas regiões espanholas. Conta-se que eles visitaram quase duas mil cidades em todo país para desenvolver seu projeto. O sucesso foi tanto que atendendo ao apelo popular o Poble Espanyol não foi demolido após a feira, como estava inicialmente previsto. Ainda hoje lá estão residências, alamedas, igrejas, arcadas, pórticos, balcões, pátios, praças, vielas e muito mais, ocupadas por restaurantes, bares, lojinhas de chocolates, artesanato etc. A praça principal, situada logo após a entrada, também serve de área livre para eventos musicais.

Vídeo: Poble Español

As linhas de metrô da cidade são numeradas de L1 a L8 e as de bonde de T1 a T4. Veja diversas informações úteis e mapa das linhas do metrô em Barcelona Metro Map. Veja também o site oficial TMB.

 

A imagem ao lado foi feita a partir da outra extremidade de onde fizemos a primeira foto desta página. Mais além das quatro colunas e acima da grande escadaria, aparece imponente o prédio do 'Palau Nacional'. Depois de visitar o museu situado em seu interior e descer a imensa escadaria, siga em direção à Plaza d'Espanya e você vai passar em frente ao Palau de Congressos. Volte então ao centro pela 'Gran Via de les Corts Catalanes' avenida que atravessa praticamente toda a cidade, pontilhada de prédios históricos, palacetes, hotéis e um comércio variado. Quando as pernas começarem a cansar pegue o metrô e vá até o L'illa Diagonal, ótimo shopping situado na Avinguda Diagonal, mais uma das largas avenidas que atravessam a cidade.

Apesar de estar situada em frente à praia, dizia-se antigamente que Barcelona vivia de costas para o mar, pois não aproveitava nem investia no potencial que as águas do mediterrâneo lhe ofereciam. Isto só começou a mudar quando a cidade foi escolhida para sediar as olimpíadas de 1992. Desde então a região litorânea recebeu grandes investimentos, sofreu importantes reurbanizações, viu surgirem obras e monumentos artísticos diversos, os quais se incorporaram à paisagem da cidade e até mesmo se tornaram referências visuais, como é o caso da gigantesca escultura em forma de Peixe, as torres gêmeas do Hotel Arts, a Torre Mapfre, a vila olímpica e principalmente o belo litoral ornado com parques e jardins.

 

Ao lado, a paisagem que víamos da janela do nosso quarto, no sétimo andar do Novotel Barcelona City. A iluminação azul e vermelho da Torre Agbar dominava a noite, e nos dava a sensação de sermos vizinhos de uma nave alienígena pousada bem em frente. O prédio de 38 andares foi inaugurado em 2005, e veio confirmar a tradição de Barcelona em permanecer inovando, criando e indo sempre além em termos arquitetônicos. Para quem procura uma alternativa aos hotéis da região central, esta parte da cidade é a nossa recomendação. A região é tranqüila, tem áreas livres para estacionar, em frente ao hotel encontra-se o shopping Barcelona Glòries (mais de 200 lojas, cinemas e um hipermercado Carrefour) e a estação de metrô fica a 200 metros, oferecendo acesso fácil e em poucos minutos ao centro.

Em frente ao hotel, a Avinguda Diagonal conduz tanto ao centro, como em sentido contrário, ao litoral, onde está uma marina e o Centro Diagonal Mar. O canteiro central da avenida é uma agradável passarela de pedestres, e muita gente vem pedalar ou caminhar por aqui, principalmente nos fins de semana. De ambos os lados do canteiro central, linhas de modernos e silenciosos bondes complementam a ótima rede de transporte público

Deixamos a cidade convencidos, como dissemos lá no início, que Barcelona é uma unanimidade. E poderíamos dizer ainda muito mais sobre ela, mas seria inútil. Não daria tempo e nem faria diferença. Afinal, não se conhece ninguém que não tenha gostado daqui. Afinal, esta é uma cidade onde todo mundo gostaria de morar.

 

Veja o set de Imagens em alta definição de Barcelona