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Tudo no lugar certo, na hora certa, da forma certa, como se fosse um relógio suíço. Mas bem... aqui é a Suíça! Para quem vem do Brasil, conhecer um lugar como Zurique é, mantidas as proporções, mais ou menos como visitar outro planeta. Esqueça o jeitinho brasileiro, o improviso, o na hora a gente a gente vê como é que fica. Tudo aqui parece ser feito de acordo com os manuais e normas técnicas. Talvez por isso alguns brasileiros que vivem aqui acham o dia a dia, digamos, desprovido de emoções. Em compensação, os próprios suíços não reclamam e motivos não lhes faltam, já que Zurique tem sido repetidamente apontada como uma cidade líder no mundo em termos de qualidade de vida, e sua população uma das mais bem servidas em educação, saúde e trabalho. Ou seja, a maior cidade da Suíça é a síntese de um povo que deu certo.

   

Mas estes indicadores sociais são um pouco difíceis para um turista perceber em poucos dias de visita, e geralmente o que sobressai mesmo aos olhos dos visitantes é o que pode se chamar como "Uma Graça de Lugar". A maior cidade da Suíça conserva todas as características de uma pequena e agradável localidade, com prédios de telhados vermelhos e catedrais de torres pontiagudas dominando a silhueta da cidade. Ao percorrer suas ruas, no entanto, descobre-se que por trás deste lado pitoresco existe uma cidade moderna em todos os aspectos, que conta com uma excelente rede de transportes coletivos, e ainda por cima decorada por um cenário privilegiado, onde destacam-se as águas tranqüilas do Zurichsee e, ao longe, as montanhas do Alpes. 

 

Zurique parece que tem um pouquinho de tudo. Modernos prédios empresariais, sólidas instituições financeiras, e também um bairro incrivelmente bonito, conhecido como Alt Statd, ou Cidade Velha. Zurique é, em resumo, uma cidade bonita.  Construída às margens do lago Zürichsee, cortada pelo rio Limmat e cercada por montanhas que alternam o verde dos pinheiros com o branco das neves, passear por este cenário é uma delícia para os sentidos. Com uma população inferior a quatrocentos mil habitantes, ela atrai turistas graças aos seus bons hotéis, gastronomia típica e também por ser um bom ponto de partida para programas diversos, onde se destacam as montanhas dos Alpes. Na foto ao lado, um recanto de Alt Statd.

 

A Bahnhof-Platz é a praça central dos tradicionais bondes azuis de Zurique e embarcar num deles é uma excelente opção para fazer um passeio. Como a cidade não é grande, uma hora a bordo de um deles já é suficiente para se ter uma boa idéia de como são os bairros principais. Em frente à Bahnhof-Platz situa-se a estação de trens da cidade – Hauptbanhof -, o ponto mais central de Zürich e se você está vem para cá de trem, com certeza vai desembarcar nesta estação.

Estivemos em Zurique duas vezes, e em nossa segunda visita aconteceu uma pequena emergência dentária, felizmente nada grave, mas que nos obrigou a procurar um dentista. Na portaria do hotel nos aconselharam a ir até o hospital universitário, e depois de descobrirmos qual bonde nos levaria até lá - era a linha seis - fomos rapidamente atendidos por um dentista que falava um ingles perfeito e que resolveu o assunto em pouco tempo. Depois do atendimento fomos informados que a conta, bem alta, deveria ser paga em moeda local. Não aceitavam dólares, euros ou cartões. Como não tinhamos francos suíços fomos embora, procurar uma casa de cambio e dissemos que voltaríamos em pouco tempo com os francos suíços na mão. A funcionária do gabinete ficou nos olhando com uma expressão no rosto que parecia dizer: "Vocês vão voltar para pagar né? Então tá...". Ela não pediu nome, endereço ou qualquer outro documento nosso.

Demoramos mais de uma hora para achar uma casa de cambio mas voltamos ao hospital. E pagamos a conta, como prometido. Em primeiro lugar porque era nossa obrigação. E depois, para mostrar que brasileiros cumprem a palavra. 

 

Na foto ao lado aparece em destaque a catedral Grossmünster, a principal da cidade, situada num dos pontos mais nobres de Zurique, e que vale uma visita. Depois de visitá-la siga pela rua Nieddorfstrasse, que fica logo adiante. É nela que se encontram muitos bares e restaurantes, além de boas opções para o jantar. O lugar fica especialmente animado durante a noite, com música ao vivo em vários estabelecimentos.

No roteiro cultural uma visita ao Schweizerisches Landesmuseum é também imperdível, pois ele apresenta a maior e mais completa coleção de história suíça. E para uma vista panorâmica da cidade, o ponto ideal é a torre de TV Uetliberg, com 870 metros. Os trens para lá partem da estação Selnau, e chegam ao topo em 30 minutos.

 

A avenida Bahnhof Strasse, na imagem ao lado, é o principal endereço comercial da cidade. Ela é o lugar certo para uma caminhada sem pressa, entrando nas lojas, buscando curiosidades e boas ofertas. Mesmo assim, não nos hospedamos aqui. Preferimos um hotel mais em conta, num subúrbio, e todos os dias pegavamos o bonde para, em dez minutos, desembarcar no centro e começar a exploração da cidade.

 

Geograficamente Zurique situa-se no coração da Europa, e por esta razão a cidade é um dos principais hubs ferroviários do continente, com quase duas mil conexões feitas todos os dias em sua estação central. A cidade situa-se a 4,5 horas de trem de Paris, 3,5 horas de Milão e 5 horas de Munique e também tem eficientes conexões de trem, a cada meia hora, com as cidades mais importantes do país, como Zug, Lucerne, Basel, Berne e Geneva.

Exista quem, ao pensar em Zurique e na Suíça, associe esta região somente a antigos estereótipos, como vacas com guizos no pescoço, relógios cuco, caixas de chocolate e canivetes vermelhos de mil e uma utilidades.  Outra idéia é que Zurique seria uma cidade tediosa, somente uma sede de bancos e poderosas organizações financeiras, onde não se vê ninguém pelas ruas, e onde após as seis da tarde todo mundo já está em casa dormindo. Mas não foi nada disso que vimos em nossas duas visitas.

Para um turista, Zurique é geralmente um lugar extramamente agradável, com dezenas de bares, restaurantes, galerias de arte, museus, ótimo comércio, bons hotéis, transportes eficientes e um povo educadíssimo, de elevado nivel cultural. É um lugar em que se pode permanecer dois ou três dias, sem que falte um bom programa para fazer. Ao lado, uma viela da Alt Statd, bairro antigo da cidade.

 

Algumas dicas do que pedir nos restaurante: O prato típico de Zurich é a Raclette (fatias de queijo derretidas com batatas, geralmente servidas com condimentados). Também muito pedidos são Zurich Geschnetzeltes (carne de veado servida com creme de cogumelos e molho de vinho branco), Zürcher Eintopf (panelada de carne e vegetais), Rippli (costela, servida com bacon, batatas e feijões) e Sauerkraut (tem muitas variações, quase todas incluindo batatas ou carnes). Mas se você não quiser arriscar, ou tiver dificuldade com a pronúncia do nome do prato, sempre pode optar pelo tradicional fondue, outra preferência nacional suíca. Ao lado uma vista dos telhados da cidade.

 

Embora o centro de comércio situe-se na Bahnhof Strasse, há também muitas lojas vendendo chocolates e toda uma diversidade de artigos típicos ao longo das ruas Limmat-quai e nas pequenas ruelas perpendiculares a ela. Se você procura por coisas diferentes, presentes especiais, antiguidades, etc, vá até a Schlüsselgasse, perto da igreja de São Pedro. Muitas coisas também podem ser encontradas nas ruas Rindermarkt, Neumarkt, e Kirchgasse. O horário tradicional de funcionamento das lojas é entre 9 e 18:30, sendo que em alguns dias da semana elas ficam abertas até as 21 horas. A foto ao lado fizemos junto ao rio Limmat, perto de um mercadinho onde encontramos muitas delícias e frutas incrivelmente bonitas e limpas.

 

 

Nos chamou atenção a quantidade de bandeiras suíças expostas em vias públicas e prédios, ou penduradas no meio da rua, em quase todo lugar. Embora não se possa dizer que esta uma bandeira de forma e cores originais, nota-se o grande orgulho da população com seu símbolo nacional.

O sistema de transporte da cidade é um dos melhores e mais eficientes do mundo. Os strassenbahn – bondes - saem pontualmente do terminal central, e dali vão para todas as partes da cidade. Quem não estiver com vontade de caminhar, sugerimos optar por estes roteiros de bonde, pois esta a melhor forma de passear pela cidade. São suaves, macios e silenciosos. Compre um passe diário em alguma loja de tabac, pois é mais barato do que pagar a passagem individual, e pegue a linha 2 para visitar o magnífico prédio da Operhaus.

 

Visite também o Rietberg Museum, em frente ao lago, com uma fantástica coleção de objetos de arte contando três mil anos de história da Índia, África e Japão. E quando chegar a hora do almoço vá até a Paradeplatz e entre no restaurante Zeughauskeller. Ssitua-se na BahnhofStrasse 28 e é um prédio histórico, recentemente reformado e serve deliciosos pratos típicos num ambiente reproduzindo uma adega de 1487. Como vantagem adicional, os menus estão escritos também em francês, o que sempre é mais fácil do que alemão. Ao lado, um trecho da simpática Augustinergasse, ruela com aspecto medieval com diversos restaurantes e lojinhas.

 

Depois de visitar o prédio da Operhaus siga a pé até o Seefeld Quai, o parque que margeia o lago. Procure pelo ponto chamado de Zürichhorn, de onde se tem uma linda vista da cidade e das montanhas em volta. Depois volte em direção ao centro, atravesse a ponte do Quai-Brucke e siga até Burkli-Platz. Aqui existem vários barcos oferecendo roteiros turísticos pelo lago. Visite ainda o Tonhalle Kongresshaus e a bela igreja de Kirche Enge. Ao lado, uma foto que fizemos na ponte Quaibrucke, provavelmente o lugar mais fotografado da cidade, de onde se pode apreciar as duas partes da cidade, às margens do rio Limmat.

 

Ao lado uma imagem noturna da cidade, feita quase do mesmo lugar da foto acima. Nós gostamos muito de Zurique, da organização da cidade, pontualidade dos transportes, civilidade no trânsito, silêncio à noite, segurança absoluta pelas ruas e outras coisas mais, que, para quem vem daquela terra verde amarela pode dar, às vezes, a impressão de estar passeando em outro planeta. Mesmo assim, não saberíamos dizer se este é um lugar bom para se morar, pois de alguma forma parecia estar faltando ali um pouquinho de calor humano, ou alguma coisa equivalente.

E se você quer uma última dica, ao se despedir de Zurique, por favor não esqueça de levar, além de quilos e quilos daqueles chocolates deliciosos, um novo relógio suíço e também um daqueles reluzentes canivetes vermelhos de mil e uma utilidades, que estão à venda em todo lugar.

 


Bandeira da Suíça