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Clique sobre a foto para ver Regina e nossa guia Liudmilla

Para um lugar que permaneceu praticamente fechado ao turismo durante décadas como conseqüência da guerra fria, a capital da Rússia tem a capacidade de surpreender aos visitantes imediatamente após a chegada. Do aeroporto ao centro sucedem-se largas avenidas, construções históricas, prédios modernos, um trânsito frenético, bares, cassinos e uma infinidade de letreiros com inscrições no enigmático alfabeto cirílico, que tem o efeito imediato de aumentar ainda mais nossa curiosidade sobre o que está por vir naquele lugar sobre o qual se ouve falar a vida inteira, e que de repente está bem ali, à nossa frente.

A língua incompreensível e um povo ainda não muito acostumado a receber visitantes de outros países, e a compreender outros idiomas, podem dar no primeiro dia a impressão de formar um véu, encobrindo o âmago da cidade, e mantendo a verdadeira Moscou distante dos turistas ocidentais. Esta impressão, no entanto, foi logo quebrada pela simpatia de Ludmila, nossa guia de olhos azuis, nascida e criada em Moscou, que logo confessou-se fã das obras de Paulo Coelho e das novelas da Globo.  

Todo roteiro turístico em Moscou deve começar pela Praça Vermelha - Krasnaya Ploshchad. Ela é a origem, coração e alma da cidade. Compreendida entre as muralhas do Kremlin, a catedral de São Basílio, o Museu Histórico Nacional e o Shopping Gum (Glavny Universalny Magazin), esta imensa área pavimentada continua sendo o coração turístico de Moscou. Sua origem data do século 15, quando Ivan III ordenou que fossem demolidos todos os prédios ao redor do Kremlin com a finalidade de criar uma área livre, destinada a funcionar como mercado. O nome da praça não se deve à cor predominante dos prédios em volta, nem é referência ao comunismo, mas tem sua origem na palavra russa Krasnaya, que originalmente significava bonita, por estar situada frente à catedral de São Basílio. Em russo, Krasnaya pode significar tanto vermelho quanto bonito. Este prédio religioso, com suas nove torres multicoloridas tornou-se o principal ícone turístico e arquitetônico de Moscou (foto acima). 

   

Ao lado, vista das muralhas e torres vermelhas do Kremlin a das torres brancas da Catedral da Anunciação, um dos prédios que fazem parte do conjunto. Em destaque, o rio Moskva, que banha a cidade e lhe dá nome. Em russo, o nome da cidade é escrito Москва, sendo a pronúncia algo como Maskvá. A imagem foi feita da ponte de pedestres Patriarshij, que liga o centro ao sul da cidade, um roteiro ideal para quem quiser caminhar pela cidade.

 

Ao lado, novamente, as torres vermelhas do Kremlin e fachada norte do Museu Histórico Nacional. Este trecho, próximo aos prédios universitários de Moscou, costuma ser freqüentado por jovens e estudantes, e por isso é um lugar animado. Também por aqui estão diversos quiosques e barraquinhas de alimentação oferecendo desde refrigerantes até curiosidades. Uma das principais avenidas comerciais da cidade, a Tverskaja Ul, começa neste ponto e segue na direção norte, ligando o centro até o aeroporto. Vale a pena percorrer a pé ao menos seu trecho inicial.

 

Torres típicas das igrejas ortodoxas russas, encontradas com freqüência pela cidade. Desde a Perestroika, como ficou conhecido o movimento comandado a partir de 1989 por Mikhail Gorbatchev, que colocou um fim no radicalismo soviético e abriu a Rússia para o resto do mundo, o culto religioso deixou de ser cerceado e diversas igrejas estão sendo restauradas. Também surgiram pela cidade representações comerciais de empresas ocidentais, lojas, redes de fast food, bons e confortáveis hotéis e um fluxo turístico cada vez maior. 

Em frente ao mausoléu, no outro lado da praça situa-se o shopping GUM (Glavny Universalny Magazin), o maior do gênero na Rússia, que abrigas lojas sofisticadas e de grife. Antigamente era aqui que os moscovitas enfrentavam as filas diárias para comprar alimentos e artigos necessários ao dia a dia. Hoje no GUM há de tudo, mas os preços são impraticáveis para a maior parte dos russos - a loja é voltada para visitantes ocidentais de alta renda - o que deve fazer Lênin e Stalin revolverem-se em suas tumbas. 

Ao lado à direita, fachada do Mausoléu de Lênin, situado junto às muralhas do Kremlin. Em seu interior, o corpo mumificado do líder da revolução russa pode ser visitado em determinados dias da semana, embora as filas costumem ser quilométricas. As lápides brancas, à esquerda da foto, demarcam sepulturas de outros vultos importantes da história russa, como Joseph Stalin, Leonid Brejnev e Yuri Gagarin.

 

As cores e as formas são familiares, mas só quando vimos o símbolo amarelo em forma de M tivemos certeza que era um Mac Donalds. Sim, também eles estão presentes na Rússia de hoje, e, como em outros países, são uma opção segura para quando a fome aperta e você não encontra um restaurante por perto. Mesmo assim, é preciso um pouco de esforço e boa vontade de parte a parte para explicar o que você deseja, já que pouquíssima gente por aqui compreende outras línguas além do russo. Lojas de fast food fazem um sucesso astronômico entre a juventude russa e costumam estar superlotadas e com filas imensas, seja de dia ou de noite.

Ao fazermos um lanche aqui foi divertido observar a curiosidade com que nossos vizinhos de mesa nos olhavam, ao escutarem aquela língua estranhíssima falada por aquele casal. Um grupo de meninas sentadas na mesa ao lado ficou empolgadíssimo quando dissemos que éramos do Brasil (em russo pronuncia-se Brazília), e não parava de sorrir e olhar com o canto dos olhos pra gente, como se estivessem ao lado de dois alienígenas. Nestas horas, sempre ajuda um pouquinho conhecer algumas palavras e expressões básicas em russo, como Raz (um), Dvá (dois), Niét (não), Dá (sim), Spassíba (obrigado), Cafê (café), Tchái (chá), Chôte (a conta), Scôlca Shtoit (quanto custa), Pazaluísta (por favor), Isvinite (desculpe) e Pacá (adeus). 

Devido tanto ao frio como à tradição, os russos bebem muita Vodka, assim como uma cerveja chamada Kvas, feita de cevada, centeio e açúcar. Quase todos os bons hotéis tem cafés da manhã que alimentam a gente pelo resto do dia, oferecendo tanto iguarias típicas como pratos ocidentais. Nosso hotel, o Katerina City, tinha um serviço impecável.

A primeira característica que demonstra que Moscou ainda não está preparada como deveria para o grande fluxo de turistas que agora visita a Rússia é o número insuficiente de hotéis, o que faz com que os existentes sejam caros. Outra característica é a ausência de sinalização bilíngüe em pontos turísticos ou de transporte, o que é inconveniente para o visitante não habituado a se orientar por conta própria. Um terceiro ponto que nos chamou atenção é a pequena quantidade de lojas oferecendo artigos turísticos. O melhor local da cidade para comprar lembranças, artigos típicos, souvenirs etc é na rua Smolenskaja, uma área de pedestres com extensão aproximada de dois quilômetros, a pouca distância do Kremlin. Lá estão diversas lojinhas oferecendo desde camisetas, chapéus de cossacos, miniaturas das torres do Kremlin e da catedral de São Basílio até os tradicionais ovos de madeira e das bonequinhas Matryoshkas, como essa que aparece ao lado, em tamanho grande.

Ao longo da rua Smolenskaja estão também alguns restaurantes, lojas de fast food e casas de cambio. Foi graças à orientação de nossa guia que descobrimos ali o restaurante My My (em russo pronuncia-se Mu Mu, como um mugido de vaca). Num sistema bandejão, você não precisa falar nada, apenas aponta para o que deseja, e pode escolher entre dezenas de pratos de carnes, aves, peixes, sopas, saladas e ótimas sobremesas). O My My tem uma deliciosa comida típica num ambiente agradável, e sua cerveja também é ótima. Não aceitam cartões de crédito.

Custa a acreditar que a religião tenha sido combatida durante tantas décadas na Rússia soviética, quando vemos hoje a profusão de torres de templos religiosos, sua arquitetura primorosa, seus interiores belíssimos, e principalmente, a religiosidade do povo. Ao lado, vista do Parque Iskusstv, um dos mais belos recantos da cidade. Um roteiro turístico básico pela cidade costuma incluir também uma visita a Vorobyovy Gory, colina situada ao sul da cidade, margem oposta ao rio Moskva, junto ao estádio Luzhniki e aos prédios universitários, de onde se tem um excelente vista de Moscou.

 

Você seria capaz de adivinhar em qual museu ou galeria de arte foi clicada a foto ao lado? Pois saiba que, na verdade, ela foi tomada numa estação de metrô. Por incrível que pareça, um bom programa em Moscou é tirar uma ou duas horas para simplesmente passear de metrô e descer em algumas estações pelo caminho para conhecê-las. Muitas delas tem paredes revestidas com mosaicos formando painéis decorativos, são ornamentada com estátuas, referências históricas, políticas e na verdade muito mais eloqüentes e instrutivas que alguns livros didáticos. Ao mesmo tempo, o metrô é eficiente e cobre toda a cidade, embora seja muito difícil para um turista orientar-se sozinho em seu interior.

O metrô de Moscou transporta cerca de oito milhões de pessoas por dia com uma eficiência invejável, desde 1931. A maior estação é Komsomolskaya, cujos painéis são uma autêntica aula de história russa. Também a estação Mayakovskaya tem um teto de mosaicos que costuma deixar turistas embevecidos. Veja duas fotos em alta definição do interior do metrô clicando em Hall da Estação e Painel de Parede.

A Catedral de Cristo Salvador, ao lado, foi construída por ordem de Alexandre I, como agradecimento pela Rússia não ter sido invadida pelos bárbaros asiáticos. Consagrada em 1833, sua torre principal tem 103 metros de altura. Assim como outros templos religiosos da cidade, também este foi muito danificado pelos soviéticos, e vem recebendo uma cuidadosa restauração. A ponte de pedestres à sua frente fornece um ângulo ideal para belas fotos da cidade. 

A moeda oficial da Rússia é o Rublo. Tivemos alguns problemas na hora de fazer câmbio, notas antigas de dólar não são bem aceitas, e mesmo em nosso hotel foram recusadas, com a alegação - evidentemente infundada - que eram notas falsas. Cartões de crédito são aceitos em diversos estabelecimentos comerciais, bastando apresentar um outro documento de identificação. Para compras, pequenas despesas do dia a dia e transportes locais, é recomendável ter Rublos a mão.

Os dois prédios ao lado demonstram o quanto a arquitetura de Moscou tem mudado ultimamente, com a construção de modernos prédios residenciais e comerciais. Quem tiver oportunidade de fazer um tour pelos arredores da cidade verá com nitidez ainda maior que o estilo moderno e arrojado destes grandes prédios vem sendo adotado com freqüência nas novas e elegantes construções residenciais. Seus preços de mercado, no entanto, são muito elevados para a grande maioria da população, que permanece morando em prédios modestos e antigos, com apartamentos pequenos. 

Moscou ocidentaliza-se a olhos vistos, mas não esquece sua história. Como se sabe, os nazistas invadiram a Rússia em 1941, destruíram dezenas de cidades e assassinaram milhões de russos. Seu avanço foi detido a poucos quilômetros de Moscou, graças aos rigores do inverno russo e à determinação do exército vermelho. O memorial Poklonnaja Gora, inaugurado em 1995, homenageia os defensores da cidade durante aquele período difícil.

Poklonnaja Gora é dominado por uma coluna de granito com 122 metros de altura no centro de um parque com 135 ha. Quase no topo da coluna, a deusa da vitória parece levitar com uma coroa de louros em suas mãos. O projeto de Z.K. Tsereteli foi inaugurado em 1995, para as comemorações da Grande Guerra Patriótica, como os russos referem-se à 2a guerra mundial. Poklonnaja Gora está situado a sudoeste do centro, e é uma boa opção para quem gosta de caminhar por parques ou áreas abertas. Outra alternativa para amantes do verde é conhecer o belo Parque Gorki, o maior parque da cidade, também situado na região sudoeste de Moscou.

A semi esfera que aparece na foto ao lado é um relógio, conhecido como Relógio Mundial, que mostra a hora em todos em todos os fusos horários do hemisfério norte. Infelizmente, o hemisfério sul foi esquecido pelo artista, mesmo assim é interessante, e o local costuma atrair muita gente jovem, que fica sentada por ali, conversando e bebendo. Nesta área estão também algumas das avenidas mais movimentadas da cidade, como a Tverskaya, Dmitrovka e Petrokka. Evidentemente, a grafia em russo não é essa, mas na portaria dos hotéis costumam estar disponíveis mapas de Moscou, com grafia tanto no alfabeto cirílico quanto no ocidental, o que sempre facilita os deslocamentos pela cidade.

 

Fachada sul do Museu Histórico Nacional. Outra visita recomendável para quem tiver condições de ir um pouco mais longe do centro é ao Convento Nvodevichy, um dos mais bonitos da cidade. Fundado no século 16 este templo religioso testemunhou os mais importantes eventos da história russa. Por aqui passaram Ivan o Terrível, Boris Godunov e o Tzar Pedro I.

Após os roteiros turísticos tradicionais, experimente uma caminhada pela cidade por conta própria. Não existe nada melhor para conhecer os mercadinhos, lojas, apreciar fachadas de prédios, pequenas igrejas, observar os moscovitas em seu dia a dia, tomando ônibus, fazendo compras etc. Este, no entanto, é um programa recomendável somente para quem tem um bom senso de orientação. Como quase ninguém aqui fala inglês (supõe-se que visitantes falem bem inglês, caso contrário você estará ainda mais incomunicável) é aconselhável ter um bom mapa da cidade a mão, e saber identificar onde se está. 

O Alfabeto russo é composto por 33 letras, sendo 21 consoantes, 10 vogais e duas letras sem som, cuja única finalidade é indicar se determinado som é forte ou fraco. Descontadas as dificuldades de comunicação, não é difícil se situar em Moscou. A cidade é cortada pelo rio Moskva, o que ajuda a servir de referência. O centro é envolvido por um anel rodoviário e entrecortado por diversas avenidas que conduzem ao miolo da cidade, onde está o Kremlin. Diversos prédios altos dos novos hotéis ou monumentos podem ser tomados com referência para orientar sua caminhada. Mas, por via das dúvidas, tenha sempre anotado – em russo – o nome de seu hotel e o endereço. Foi caminhando desta forma que atravessamos praticamente metade da cidade e vimos muitas coisas interessantes. É seguro caminhar em Moscou, bastando tomar os cuidados básicos de sempre, válidos para qualquer cidade do mundo.

Durante o período soviético foram construídos diversos prédios como os da foto ao lado, que tinham por finalidade não somente abrigar importantes escritórios e repartições governamentais, mas também afirmar, arquitetonicamente, a grandeza do regime e de suas propostas. Hoje, estas construções parecem algo deslocadas no tempo e espaço, embora seja inegável seu valor histórico. A maior parte abriga universidades ou prédios públicos, e não tem mais a mesma importância política de outras eras. Estes prédios são conhecidos informalmente como as Torres de Stalin. Atualmente o prédio ao lado abriga a Universidade de Moscou.

Há necessidade de um guia para visitar a Rússia? Não, mas é recomendável. Quase ninguém por aqui fala outras línguas além do russo, e na cidade não há placas informativas em outros idiomas, mesmo nos transportes públicos. Táxis freqüentemente cobram de acordo com a cara do freguês, e os moscovitas não tem muita disposição de parar na rua para dar indicações a estranhos de como ir para este ou aquele lugar, principalmente se não entendem sua língua. Quem não está acostumado a ler mapas pode ter dificuldade de se locomover sozinho pela cidade, já que nomes de ruas, estações de metrô, etc são somente escritos no alfabeto russo cirílico.

Mas passadas as formalidades de imigração e chegada, quando a gente finalmente sai a passear pelas ruas a sensação de percorrer Moscou é semelhante a de qualquer outra grande cidade do mundo, ou talvez até melhor. Tudo é estimulante, revelador, excitante. Até mesmo eventuais dificuldades lingüísticas na hora de comprar uma Matryoshka ou coca cola podem ser tornar divertidas brincadeiras envolvendo mímica e sorrisos. É importante resslatar que em nenhum momento tivemos qualquer tipo de problemas, e tudo, desde a chegada, correu muito bem. Curiosamente, pessoas mais velhas costumam ser mais arredias a turistas, enquanto jovens se esforçam em ajudar quando chegamos até eles, e tentam, geralmente com um ingles limitado, se fazer compreender e transmitir as informações necessárias para a gente chegar ao nosso destino, achar um restaurante, uma loja etc.

 

Ao lado, um trecho da Catedral da Anunciação, situada no interior do Kremlin, no trecho conhecido como Praça da Catedral. Este largo permanece até hoje como o centro religioso da cidade e do próprio Kremlin. A Catedral da Anunciação era comumente utilizada para coroação dos Tzares. Dentre toda a linhagem de soberanos da história russa, destaca-se a figura de Ivan, que entrou para a história como Ivan o Terrível. Foi ele quem conseguiu expulsar em definitivo as hordas invasoras bárbaras provenientes da Sibéria, e estabelecer, a partir de então, um Estado russo unificado. Seu nome permanece venerado em todo o país como o Pai da Rússia, sendo que seu trono até hoje ocupa um local de destaque dentro da Catedral. Aqui também estão as sepulturas de importantes líderes da igreja ortodoxa russa. Mas o verdadeiro destaque desta catedral é seu interior, primorosamente adornado com ícones religiosos, cobrindo todas as paredes.

À esquerda da foto acima vê-se a torre da Catedral, uma das estruturas mais altas da cidade, visível de quilômetros em volta. Ao lado da Catedral situa-se o maior sino já construído, fundido em 1701 e que nunca chegou a ser içado até a torre. A pouca distância encontra-se também Canhão do Tzar, o maior canhão do mundo no gênero. Abaixo, um trecho da muralha sul do Kremlin, e algumas de suas torres.

Durante séculos o Kremlin tem sido testemunha de eventos históricos e dramáticos da história da Rússia. Este imenso complexo, cuja construção foi iniciada em 1147, forma o núcleo mais antigo de Moscou. Na prática trata-se de uma fortaleza cercada por altas muralhas, intercaladas por vinte torres. Em seu interior estão situados prédios administrativos, repartições governamentais, guarnições militares, palácios, museus, residências, igrejas, monumentos e jardins. Somente alguns trechos são abertos à visitação pública enquanto outros são reservados ao governo.

O Kremlin abrigou a sede do governo até a transferência da capital para São Petersburgo. Depois da revolução bolchevique, em 1917, voltou a ser o endereço mais importante da Rússia. Um de seus pontos de destaque é o Salão da Armoraria, onde está preservada uma inestimável coleção de tesouros da história russa cobrindo o período que vai do século 4 ao 20. São centenas de jóias de ouro, prata e pedras preciosas, vestimentas, armaduras, tronos, carruagens, móveis, alguns dos famosíssimos ovos Fabergé e uma infinidade de objetos diversos. Outro destaque da exposição é o diamante de 180 quilates que pertenceu à imperatriz Catarina a Grande.

Vista do monumento a Pedro o Grande - Petry Velikomu - situada junto a uma ilhota formada pelo rio Moskva e o canal Vodootvodnyi, próximo ao centro da cidade. Com 55 metros de altura, o monumento representa Pedro no comando de uma caravela com velas enfurnadas. Em sua base é reproduzido artificialmente o movimento de ondas do mar. Pela originalidade, o monumento atrai imediatamente a atenção dos visitantes, mas nem por isso é uma unanimidade entre os moscovitas, que o acusam de ser feio e homenagear um vulto histórico muito mais ligado a São Petersburgo que a Moscou.

Outro ponto da cidade, no entanto, é uma autêntica unanimidade entre moradores e turistas, o prédio sede do Balé Bolshoi, fundado em 1825. Amantes das artes e em especial da dança clássica costumam ficar emocionados ao ver de perto a sede deste bale que se tornou sinônimo de arte. Dependendo da época de sua visita a Moscou pode-se assistir aqui às suas apresentações.

Também sempre lembrado é o Museu Lubyanka da KGB, antiga sede da temida polícia secreta soviética, e que disputava com o FBI americano a supremacia mundial nos serviços de informações. A visita ao museu da KGB deve ser agendada com antecedência.

 

A torre Spasskaya, ao lado, é considerada por muitos como a mais bonita do Kremlin. Sua construção foi iniciada em 1491, de acordo com um projeto do artista italiano Pietro Antonio Solari. A estrela vermelha no topo foi adicionada mais tarde, por influência do regime soviético, e até hoje permanece no mesmo lugar.

Em diversos prédios e elementos arquitetônicos pela cidade ainda é possível encontrar-se a estrela vermelha, embora a Rússia tenha, desde 1990, abolido a conhecida bandeira com foice e martelo sobre fundo vermelho e voltado a adotar a bandeira tricolor do tempo imperial, com faixas azul, vermelha e branca. Durante muito a torre Spasskaya foi a principal porta de entrada para o Kremlin, mas atualmente o acesso de visitantes é feito principalmente por três outras portas, situadas no lado norte da muralha. 

Na foto abaixo, mais uma vez, a Catedral de São Basílio (a mesma que aparece na primeira foto desta página). O principal ícone turístico de Moscou tem suas origens no século 16, quando uma pequena igreja de pedra foi erguida neste mesmo local, onde estaria enterrada Santa Sofia. Aproximadamente na mesma época, os russos obtiveram uma vitória definitiva sobre as hordas asiática que ameaçavam Moscou. Para comemorar o evento Ivan o Terrível ordenou a construção de sete igrejas na praça vermelha.

O diferencial nesta catedral é que as igrejas são conectadas entre si, formando um único conjunto, embora com características arquitetônicas e cores diferentes, o que pode ser facilmente constatado observando-se cada torre. Cada uma das igrejas foi projetada para homenagear diferentes eventos da campanha contra os bárbaros. Assim, a Catedral compõe-se de uma nave central, ladeada por outras igrejas, formando um conjunto ao mesmo tempo independente e integrado. Ao todo, o conjunto tem nove torres.

A torre noroeste, por exemplo, homenageia Santa Ustina e Cipriano, santos do dia em que a capital mongol Kazaan foi conquistada, enquanto a torre sudeste foi consagrada para homenagear Nicola Velikoretsky, cujo nome também está relacionado à conquista russa. O templo não tem uma fachada principal, pois foi concebido para ser apreciado igualmente de todos os lados, assim como o próprio globo terrestre.

Não há serviços religiosos regulares no local, pois seu status é mais de monumento nacional e histórico do que religioso. Embora seu nome oficial seja Catedral da Anunciação de Nossa Senhora, este templo maravilhoso e suas torres coloridas tornaram-se conhecidas em todo o mundo como Catedral de São Basílio, a qual, além do papel histórico, acumula agora também a função de coadjuvante em centenas de fotografias feitas diariamente pelos turistas que lotam a Praça Vermelha.

Finalizando, podemos dizer que a capital da Rússia foi para nós uma das visitas mais marcantes e bonitas que já fizemos. Nos deixou a certeza que precisaríamos ter permanecido meses, para conhecer com detalhes todos os tesouros históricos que lá estão. Moscou revelou-se um cidade surpreendente, de vários matizes e contrastes. E passada aquela impressão inicial de gelo do povo, percebemos que na verdade esta é uma gente simples, que ainda precisa de um tempo para assimilar todas as mudanças que tem acontecido em sua terra. No final a impressão foi tão boa que saímos de lá quase com vontade de aprender russo... Mas o que podemos afirmar com certeza é que Moscou valeu cada centavo e cada momento.

Vídeo: Lembranças de Moscou

 

 


As bonequinhas conhecidas como "Matryoshkas" são uma tradição russa e
representam fertilidade e felicidade. Em russo "Matryoshka" significa "Mamãezinha".