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A
primeira vez que visitamos Floripa foi graças ao mau tempo em Porto
Alegre. Explicando melhor: Como o aeroporto da capital gaúcha estava
fechado o avião procedente do Rio precisou pousar em Florianópolis
e todos os passageiros tiveram que pernoitar na cidade. Na ocasião, a
Varig providenciou um bom hotel e refeições para todos os passageiros
(alguma companhia aérea faria isso hoje em dia?). É verdade que aquela
foi uma visita rápida, mesmo assim a noite já serviu para deixar em
nossa boca um gostinho de "gostei de Florianópolis e quero voltar". Mas
foi somente alguns anos depois que este desejo iria se concretizar e
pudemos então compreender o encanto que a capital de Santa Catarina
causa entre tantos brasileiros e hermanos argentinos. Meca do turismo,
paraíso dos surfistas, oásis dos estressados, Florianópolis viu, ao
longo das últimas décadas, seu status passar de pequena cidade insular
para badalado point turístico. |
Com
muita razão Floripa desfruta do status turístico que hoje tem, pois
reúne todas as qualidades necessárias: Clima agradável, muitas e belas
praias, civilidade, padrão de vida elevado e ótima infra estrutura.
Historicamente esta é uma das três únicas capitais brasileiras
situadas em ilhas, no caso, a ilha de Santa Catarina, o que em termos
turísticos já lhe dá uma grande vantagem. A outra vantagem é mais
difícil de ser igualada por outras cidades, pois Florianópolis sabe
transmitir aos visitantes aquela agradável sensação de lugar onde as
coisas funcionam, o que faz a gente pressentir, logo que chega, que
escolheu o lugar certo para passar as férias. Ao lado uma imagem do
centro da cidade, situado na ilha. Entre a parte insular e os bairros
situados no continente, vê-se a moderna ponte Colombo Salles, uma das
três vias que ligam as duas metades da cidade. |
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O
lugar certo para turistas se hospedarem é num dos diversos hotéis da
avenida Beira Mar pois ao longo desta via estão diversos restaurantes,
bares, atrações diversas e um longo calçadão, ideal para caminhadas ou
passeios de bicicleta. Ao longo da Avenida Beira Mar estão situados
alguns dos melhores hotéis da cidade, bem como o melhor shopping da
cidade, o Beira Mar. Aqui
são comemorados os grandes eventos festivos, da cidade, como a
tradicional queima de fogos de réveillon. Mas não deixe este lado
Copacabana de Floripa fazer você esquecer do centro histórico, situado
a poucos quilômetros daqui. Inclua em sua visita à cidade a Catedral
Metropolitana, um dos marcos mais antigos do primeiro povoado
construído neste local, por volta de 1670.
Video: Avenida Beira Mar ao anoitecer |
A construção da
catedral foi iniciada em 1753, e levou quase 200 anos para ser
concluída. Imperdível também é a Figueira centenária, plantada em 1871
no interior do jardim frente à Igreja Matriz. Vinte anos depois,
ela foi transplantada para o centro da praça XV, onde permanece até
hoje. Sempre cercada por curiosos, namorados e turistas, ela é um dos
mais famosos cartões postais da cidade além de alvo de diversas
superstições, como as que afirmam que circundar sete vezes seu tronco
traz dinheiro e boa sorte no amor. Vídeo: Figueira Centenária
Depois siga em frente e visite, logo adiante, o fascinante prédio do Mercado Público,
erguido em 1898 em substituição ao antigo mercado demolido em 1896.
Estranho como pareça, o debate sobre onde deveria ser construído este
primeiro mercado na cidade rendeu tanta discussão que motivou até o
aparecimento dos dois primeiros partidos políticos de Santa
Catarina. O primeiro partido defendia a construção do mercado na
Praça Fernando Machado, enquanto o segundo argumentava que a
localização ideal seria fora da Praça. Razões comerciais, religiosas e
sociais eram alegadas por ambos os lados. |
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Inacreditáveis
50 anos se passaram até que a contenda fosse resolvida e a construção
iniciada. A primeira fase, concluída em 1889, contava com somente
uma ala, sendo que a segunda foi executada em 1915. Hoje o mercado
retangular dominado por quatro torres nas arestas é uma das visitas
imperdíveis do centro e em suas 140 bancas encontra-se um pouquinho de
tudo, como artesanato, artes, pratos típicos, doces, peixes, roupas
etc. No pátio central restaurantes com mesas e coloridos guardas-sol
dão um toque informal ao lugar.
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Não
deixe de percorrer a mais importante artéria comercial do centro de
Florianópolis, a rua de pedestres Felipe Schmidt, na imagem ao lado,
onde estão diversas lojas, restaurantes e outras curiosidades. A
arquitetura dos prédios centrais é quase toda de época, muitos em
estilo art-decô, e nos últimos anos tem sido submetida a um cuidadoso
trabalho de preservação, dando aos visitantes a impressão de estar
passeando numa cidade dos anos 30, onde o tempo não passou. Seguindo em
frente chega-se ao Palácio Cruz e Souza,
construção do século 18 que serviu como residência dos governadores do
estado de Santa Catarina. O centro da cidade é relativamente pequeno, e
pode ser percorrido com facilidade a pé. Somente para conhecer os
bairros mais afastados e percorrer a ilha inteira é necessário um carro. |
Mas
vamos ao melhor de Floripa: Seu mar e suas praias. As praias da ilha de
Santa Catarina dividem-se basicamente em três partes, de acordo com sua
localização. Existem as praias familiares, esportivas, populares,
fashion, praias de argentinos e praias que são uma preferência
nacional. Do lado leste da ilha situam-se estão as praias de Joaquina
(ideal para a prática do surf), Galheta (pratica do nudismo), Barra da
Lagoa (antiga colônia de pescadores) e Moçambique (também com boas
ondas para surfar). No extremo norte encontram-se as praias de
Sambaqui, Jurerê e Daniela (todas familiares), Praia dos Ingleses
(muito procurada por turistas), Canavieiras (preferida pelos
argentinos), Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas, Lagoinhas e
Brava, sendo esta última um concorrido point entre os jovens, durante
os meses de verão. |
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Quem
decidir explorar o litoral sul da ilha vai encontrar também dezenas de
opções, entre as quais destacam-se a Praia Campeche (igualmente boa
para o surf), Morro das Pedras, Praia da Armação, Pantano do Sul,
Ribeirão da Ilha (tradicional recanto de colonização portuguesa) e
Praia dos Naufragados. Mas o gostoso mesmo é deixar o mapa de lado,
sair de carro ou moto bem cedo, e seguir meio na base da aventura por
aquelas estradinhas escondidas que a gente nunca sabe ao certo onde vai
dar, mas que com certeza acabam nos levando à beira mar, e com
alguma sorte para uma praia deserta onde você pode passar o dia e
esquecer do resto do mundo. Ao lado imagem da Praia do Campeche. |
Ao
lado, vista da Lagoa da Conceição, um dos recantos mais agradáveis da
ilha. Nenhum roteiro turístico pode deixar de passar por aqui. Cercada
por belas residências, restaurantes, bares, áreas verdes, dunas e
ponto de partida para passeios de escuna a Lagoa da Conceição é algo
imperdível. Aqui são freqüentes os praticantes de windsurfe, vela e jet
ski. Nas dunas em volta pratica-se o sandboard e nos morros ao redor
parapente e asas delta. O artesanato na redondezas também é uma boa
pedida, com destaque para as famosas rendas de bilro, fácies de
encontrar nas diversas lojinhas. Se for hora do almoço nossa sugestão é
o simpático Restaurante Oliveira, situado bem em frente à lagoa. Vídeo:
Lagoa da Conceição |
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Muito legal também é a Feirarte,
a feira dos domingos na Praça Bento Silvério, com quase cem
artesãos. E ainda tem o agito que anima as noites da Lagoa, com
diversas casas noturnas, pizzarias, pistas de dança e restaurantes de
cozinha internacional. Aos fins de semana o agito é tanto que o
trânsito chega a congestionar, como nos trechos junto ao Canto da Lagoa
e Avenida das Rendeiras. E claro, não esqueça de dar um mergulho em
suas águas, que com sua temperatura agradável, sem ondas nem
correntezas costuma fazer a alegria da criançada.
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Em
Florianópolis as pessoas costumam dizer que ninguém precisa ir à mesma
praia duas vezes durante o ano, tantas são as opções. Descontando um
certo exagero, o fato é que a Ilha de Santa Catarina tem um litoral
privilegiado, com opções para todos os gostos, idades e preferências.
Além
das praias, a ilha também conta com diversas atrações históricas,
remanescentes do tempo da colonização portuguesa. Um passeio muito
recomendado no lado norte da ilha é à Fortaleza de São José da Ponta Grossa,
na imagem ao lado. Sua construção teve início em 1740, e fazia
parte do sistema de defesa elaborado pelos portugueses para defender a
ilha contra investidas de armadas inimigas, principalmente da
espanhola. Após a conclusão das obras, a fortaleza passou a contar com
três baterias de canhões armadas com 31 peças de artilharia. Mesmo
assim ela não foi suficiente para impedir a invasão espanhola de 1777,
quando uma poderosa armada desembarcou na praia de Jurerê e deu muita
dor de cabeça aos portugueses, que precisaram se refugiar em local
seguro. Desde então a fortaleza foi abandonada, ficou em ruínas e
somente em 1938, quando foi tombada como Patrimônio Histórico,
surgiu a conscientização que era necessário preservar este
local. Ainda assim somente em 1992 foram iniciados os trabalhos de
restauração. Atualmente a Fortaleza de São José da Ponta Grossa está
aberta à visitação turística, e para chegar lá basta seguir as placas
na direção de Jurerê. |
Vídeo: Fortaleza de São José
Outro bom passeio, mas este no lado sul da ilha é a pequena vila de Ribeirão da Ilha,
distante cerca de 35 km do centro. Esta foi uma das primeiras
comunidades da região a serem habitada, ainda no século 16, pelos
índios Carijós. Em 1526 foi neste local que os colonizadores
portugueses aportaram, e dos seis mil açorianos trazidos para colonizar
o sul do Brasil, cinqüenta casais se estabeleceram em Ribeirão da Ilha.
Ainda hoje o local parece retratar os costumes daqueles mesmos colonos
açorianos, seja através da arquitetura, onde as casas com paredes
rosas e janelas amarelas e brancas predominam, ou nos costumes de seus
moradores, quase todos pescadores. Além das residências típicas não
deixe de visitar também a Igreja Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão
(imagem ao lado) e o Museu Etnológico do Ribeirão da Ilha,
que conta com um interessante acervo sobre a história desta parte
do Brasil. |
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Já se perdeu a conta do número de vezes que a Ponte Hercílio Luz
foi fotografada. Esta ponte pênsil, uma das maiores do mundo, e que une
a parte insular ao lado continental de Florianópolis, tem permanecido
por décadas como o principal símbolo da cidade, mesmo depois de fechada
ao tráfego. Sua construção teve início em 1922, e quatro anos após já
estava sendo inaugurada. Medindo 820 metros de comprimento e com
339 metros de vão central esta notável obra de engenharia bateu
diversos recordes na época de sua construção, desde o peso de cinco mil
toneladas até as torres com 75 metros de altura e plataforma 43 metros
acima do nível do mar. O nome da ponte homenageia o governador Hercílio
Luz, que sabia que para Florianópolis tornar-se capital, precisaria
deixar de depender das antiquadas balsas que faziam a ligação da ilha
com o continente. Determinado, ele contratou engenheiros, estabeleceu
as bases do projeto. mandou importar todo o aço necessário à construção
e deu início à obra. Hercílio Luz não viveu para ver a inauguração
de sua ponte, mas foi graças à conclusão de seu sonho que Florianópolis
- até então uma cidade insignificante - começou a crescer, impor-se e
finalmente tornar-se capital do estado de Santa Catarina.
Em
1982, por não mais oferecer condições de suportar a intensidade do
trafego, a ponte foi fechada, permanecendo assim desde então, como
patrimônio histórico e artístico. Mas ver esta obra magnífica
transformada em monumento histórico é ainda muito pouco. Torcemos e
esperamos que a ponte Hercílio Luiz receba as reformas que necessita e
merece, e que lhe permitam transformar-se no futuro em uma privilegiada
passarela de boas vindas à Florianópolis. |
Desde
aquela nossa primeira visita inesperada à Florianópolis, levados pela
Varig, temos o hábito de espichar a cabeça e olhar pela janelinha do
avião a cada vez que, a caminho do sul, sobrevoamos a ilha de Santa
Catarina. Se existe uma versão nacional para as paradisíacas ilhas do
Tahiti, é sem dúvida esta, a Ilha de Santa Catarina. Até a imagem ficar
para trás, permanecemos grudados na janelinha do avião, apreciando ao
máximo aquela visão do paraíso. Mesmo vista de longe ela é sempre
bonita, atraente, mesclando morros, areias brancas e praias de curvas
sensuais. E vista de perto então ela é ainda muito melhor, um destino
certo para proporcionar um passeio inesquecível. Florianópolis, ou
Floripa para os íntimos, está em nossas melhores lembranças recentes, e
com certeza em nossos grandes planos para o futuro. |
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