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Nascer do sol na enseada de Botafogo

É manhã no Rio de Janeiro e o sol nasce na enseada de Botafogo. Um ritual que se repete todos os dias, como em tantos outros lugares do mundo. Mas aqui este momento tem um significado diferente, porque representa o encontro diário de duas metades inseparáveis. O Rio é a cidade do sol. E do mar, das montanhas, do dourado, verde e azul. Juntas, estas formas e cores compõem a cada manhã um cenário diferente e inspirador. Mesmo viajantes experimentados e que já conhecem o mundo inteiro concordam que em nenhum outro lugar tantas belezas da natureza foram reunidas como aqui no Rio. Montanhas, praias e mares, emoldurados por suaves e sensuais curvas de um litoral de areias brancas, somadas a um clima privilegiado fazem daqui o lugar mais lembrado do mundo quando o assunto é Cidades Bonitas.



O Rio é dividido em zonas norte, sul, subúrbios e zona oeste, mas por um acaso da natureza a zona sul foi mais privilegiada pela natureza, razão pela qual praticamente todos os turistas preferem se hospedar nela, nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra, Flamengo ou Botafogo e a principal razão é que nestes locais se está a um passo da praia. Ao lado,  a fotografia feita ao alto do Pão de Açúcar mostra um trecho da zona sul, incluindo a Praia Vermelha, Praia de Copacabana, o morro Dois Irmãos, a Pedra da Gávea e, na linha do horizonte, o arquipélago das Cagarras.


Praia Vermelha e  Praia de Copacabana

 


Enseada de Botafogo / Pão de Açúcar

Poucas vistas aéreas são mais estimulantes que a proporcionada por quem chega ao Rio de avião, que o digam as meninas do coral russo que estavam ao nosso lado, e extasiadas viam o litoral carioca à medida que nos aproximávamos do aeroporto. Eufóricas, elas pareciam querer atravessar as janelinhas do avião para chegar mais rápido nas praias. Como já dizia Antonio Carlos Jobim em seu famoso 'Samba do Avião': Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro, dentro de um minuto estaremos no Galeão... este samba é só porque Rio, eu gosto de você.." 

E quem chegar ao Rio de avião vai desembarcar num de seus dois aeroportos: Galeão/Antonio Carlos Jobim, situado na Ilha do Governador. O aeroporto não é servido por linhas de metrô, por isso as melhores opções de transporte até seu destino final são táxis (evite os táxis amarelos e dê preferência aos táxis de empresas de cooperativas, que tem quiosques no salão de chegada, como a Transcoopass. Lá você irá informar seu bairro de destino, pagará um preço fixo, e será servido por um bom carro, com motorista cadastrado). Se não estiver com muita bagagem e não se importar de esperar, outra alternativa é pegar o ônibus de ar condicionado, que passa, em média a cada meia hora, em frente ao setor de desembarque. Existem várias linhas, ligando o aeroporto aos bairros da cidade.

O outro aeroporto da cidade, onde operam vôos de curta distância, é o Santos Dumont, localizado no centro da cidade. Transporte daqui para outros pontos da cidade são bem mais fáceis de conseguir, além de mais baratos. Se puder escolher, prefira viajar para o Rio num vôo que tenha como destino o Aeroporto Santos Dumont

Após chegar ao seu hotel, você verá que circular pelo Rio é fácil, a cidade é servida por duas linhas de metrô e tem ônibus para todos os lados. Os tradicionais táxis amarelinhos, no dia a dia, também podem ser utilizados sem problemas. De uma forma geral o carioca está acostumados com turistas de todo o mundo e tem prazer em ajudar e prestar informações a que necessitar.

Ipanema e Barra que nos desculpem, mas Copacabana continua sendo  o bairro mais famoso do Rio e ao mesmo tempo a praia mais famosa do mundo. E nenhum turista se atreve a visitar o Rio sem conhecer Copacabana. Muita gente que vem à cidade nem mesmo pensa em hospedar-se em outro lugar. Copacabana, ao longo dos anos, tornou-se uma palavra mágica, simbólica, carregando promessas de prazer, emoção e beleza, ou seja, tudo aquilo que quem vem ao Rio procura encontrar. Mas a Princesinha do Mar (apelido dado à Copacabana, graças à famosa canção de Braguinha e Alberto Ribeiro), na verdade, já viu dias melhores. Na década de 50 morar em Copacabana era sinônimo de elegância e alto poder aquisitivo, mas de lá para cá o bairro foi submetido a um especulativo crescimento imobiliário, que mudou seu perfil, assim como o de seus moradores.

Atualmente Copacabana continua mais famosa do que nunca, mas sua elegância ficou na memória. É o bairro de maior densidade populacional da cidade, onde se encontra de tudo e uma pessoa pode passar toda sua vida sem precisar sair de Copacabana, pois aqui terá praticamente tudo que necessita: Restaurantes, farmácias, boates, bares, escolas, escritórios, correios, inferninhos, sex shops, casas noturnas, academias de ginástica, hotéis, residências, creches, pet shops, shoppings, pastelarias, botequins e principalmente, uma praia maravilhosa a dois passos de distância. Copacabana é um microcosmo do Rio em escala reduzida e quem quer curtir todos os prazeres que a cidade tem a oferecer, tudo num lugar só e ao alcance das próprias pernas, dificilmente encontrará um bairro melhor para se hospedar.  Video: Praia de Copacabana.


Vista aérea de Copacabana

Copacabana tem cerca de cinco quilômetros de extensão, com largura média de um quilômetro, espremida entre o mar e as montanhas. O bairro tem três vias principais, que correm paralelas ao longo de todo o bairro: Avenida Atlântica (frente ao mar, mostrada na foto acima), Avenida N Senhora de Copacabana (principal artéria comercial) e Rua Barata Ribeiro. 

Quanto ao movimento na praia, ele varia conforme a hora do dia. A madrugada começa com os pescadores do Posto 6, depois chegam os esportistas que vem correr ao nascer do sol, lá pelas nove chegam as mamães e seus bebês, os vovôs e vovós para sua caminhada diária, a turma do vôlei, e daí para frente tem um pouco de tudo, turistas de pele vermelha, jovens, famílias, turistas, surfistas, vendedores ambulantes e crianças brincando na areia. Uma marca registrada do bairro, e que por extensão se transformou em marca da cidade, é o desenho formado pelas pedras portuguesas pretas e brancas da pavimentação do calçadão, lembrando as ondas do mar, sempre a quebrar em Copacabana.

Tradicionalmente, os cariocas se referem aos diferentes trechos de Copacabana como: 'Perto do Posto 2', ou, 'Depois do Posto 5'. A razão é que, desde o início do século passado os postos de salvamento são identificados por esta numeração e acabaram se transformando em referência. Em Copacabana eles começam no posto 1 (onde fica a pontinha inicial de Copacabana, conhecida como Leme) e terminam no posto 6 (Rua Francisco Sá), Na verdade, o mesmo hábito existe também em Ipanema e Leblon, onde a numeração dos postos começa em 7 (inicio de Ipanema, no trecho conhecido como Arpoador) e termina em 12 (no final do Leblon). 

Aos domingos a pista junto à praia (desde o posto 1 até o posto 12) é fechada ao trânsito e transforma-se na principal passarela para quem quer caminhar, bicicletar, andar de skate, patinar e ver gente bonita. Ao percorrer o calçadão não esqueça de apreciar o belo prédio do Copacabana Palace, mais tradicional hotel da cidade, e uma das primeiras construções erguidas no bairro, quando Copacabana era pouco mais que um imenso areal deserto. O prédio já serviu de locação a produções de Hollywood, hospedou a rainha Elizabeth II, e mantém seu status de mais famoso hotel do Rio.

Existem diversas teorias para a origem da palavra Copacabana, porém a mais aceita diz que às margens do lago Titicaca, Bolívia, teria sido encontrada, por volta do ano 1600, a pequena imagem de uma santa, talhada em madeira, à qual os habitantes indígenas da região, em seu dialeto Queschua, deram o nome de 'Copacabana', significando ‘Aquela que Olha para o Lago’. Muito mais tarde, comerciantes em viagem pela região, trouxeram para o Rio uma replica da imagem, e aqui chegando decidiram homenagear a santinha com a construção de uma capela, o que deu àquela quase deserta região o nome de ‘Freguesia de Copacabana’, a qual um dia viria a se tornar o bairro famoso em todo o mundo. Esta capelinha não mais existe, foi demolida em 1914, e em seu lugar foi erguido o Forte de Copacabana.

Existem mais de cem hotéis em Copacabana, um número ainda maior de restaurantes e um número incontável de bares. Turistas geralmente preferem os situados na Orla, com mesas na calçada e de frente para mar, embora sejam mais caros porque cobram também pela vista. Mas quem um lugar consagrado pelos próprios cariocas pode ir sem susto no Cervantes (Rua Barata Ribeiro 7, tem sanduíches famosos, aberto durante toda a noite) ou o La Mole (Av Copacabana 552, um clássico para todas horas, famoso por seu couvert).  Muitas outras opções podem ser vistas em páginas específicas sobre restaurantes, como a WikiRio. E um dos melhores shoppings da cidade (o Rio Sul) fica bem pertinho, bastando atravessar o Túnel Novo, que faz a ligação do bairro com Botafogo. Vídeo: Roda Gigante do Posto 6


Leblon e Ipanema, vistos do mirante do Leblon

Continuando a caminhada e depois de percorrermos a Av Rainha Elizabeth, chegamos aos bairros de Ipanema, e mais adiante, ao Leblon. Se, nos anos 50 e 60, Copacabana era o máximo em termos de status e morar bem, este título atualmente pertence a Ipanema e Leblon. Aqui estão os metros quadrados mais caros da cidade, ocupados por prédios residenciais e comerciais, lojas de grife, hotéis, bares temáticos, pubs, bons restaurantes e principalmente um estilo próprio, ou o que poderia talvez ser definido como estilo de viver e pensar, o qual freqüentemente lança moda, cria culturas, influencia pessoas e gera tendências no país e até mesmo fora dele. 

Quanto ao litoral, Ipanema e Leblon são as praias mais fashion do Rio, onde vão todos que querem ver e ser vistos. Embora a faixa de areia com cerca de quatro quilômetros se estenda do Arpoador até o final da praia, dividida ao meio somente pelo canal do Jardim de Alá, na verdade a praia se divide em diversos setores, freqüentados por tribos diferentes.

A pedra do Arpoador, situada no início de Ipanema, é o point ideal pra curtir o por do sol e é muito freqüentada por surfistas, até mesmo à noite. É a preferida também pela turma que vem dos subúrbios, o que faz os moradores locais torcerem o nariz para este trecho, ao menos durante domingos de praia cheia. Entre os postos 8 e 9 situa-se a área gay e bandeiras com o arco-íris delimitam o pedaço (O Rio é famoso mundialmente como cidade gay-friendly, e já deixou San Francisco para trás neste quesito). O posto 9 é freqüentado principalmente pelos jovens (seja de corpo ou espírito), e um pouco mais adiante, em frente ao Coqueirão (um dos símbolos do pedaço), surgem novos modismos e tendências a cada verão. Do posto 10 em diante as tribos se misturam, e no Posto 12, já no Leblon, a concentração de carrinhos de bebês indica que este é o espaço destinado aos pequenos, local mais conhecido como Baixo Bebê. Mas claro, isto é o Rio, onde nada é absoluto ou restritivo, por isso, na verdade mesmo, cada um pode ir à praia onde quiser, e está tudo bem.

Ipanema e Leblon tem dezenas de bons hotéis e centenas de restaurantes e bares, mas recomendamos quatro que duvidamos não agradem: Churrascaria Carretão (Rua Visconde de Pirajá 512, boas carnes, bom bufê, bom atendimento),  Frontera (Rua Visconde de Pirajá 128, boas carnes, bom bufê a quilo), Álvaros (Rua Cupertino Durão 500, serviço de tradição e qualidade, bons pratos) e Degrau (Av Ataulfo de Paiva 517, serviço de tradição e qualidade, bons pratos). 

A Barra, por sua vez, será (alguns dizem que já é) o que Ipanema e Leblon são hoje em dia. Ela é o sonho de consumo das novas gerações, que vivem, estudam e se divertem entre seus condomínios, shoppings, praias, áreas de lazer e não sentem necessidade de jamais sair desta Miami carioca. Hospedar-se na Barra é ter acesso a todas estas vantagens, mas para um turista é bom saber que aqui tudo é distante, e um carro será essencial para os deslocamentos. Transportes coletivos na Barra para outros bairros do Rio e para o centro são deficientes, quase sempre lotados, e como as vias de ligação do bairro com o resto da cidade estão próximas da saturação, prepare-se para enfrentar engarrafamentos diários, a qualquer hora.


Vista aérea da Barra da Tijuca

Em compensação, na Barra estão os melhores shoppings da cidade, como o Barra Shopping, Via Parque e o luxuoso Village Mall. A Barra é servida por três vias principais, conhecidas como Avenida das Américas (com vinte e um quilômetros de extensão, paralela ao litoral), Avenida Ayrton Senna (perpendicular ao mar, ligando o bairro ao interior da cidade, a chamada Zona Oeste), e Avenida Lúcio Costa (antes conhecida como Avenida Sernambetiba, a qual também corre paralela ao litoral, e que, com diversos postos de salvamento, barraquinhas montadas no calçadão vendendo refrigerantes e lanches, em frente a altos prédios abrigando condomínios residenciais, lembra muito Copacabana, embora tenha um comércio muitas vezes menor e muito mais espaços livres).

Na Barra não existe o famoso paredão de Copacabana, os espaços são amplos, a praia parece infinita, o mar é azul a perder de vista, o vento acaricia e a sensação de amplitude é sempre presente, mas fazer qualquer coisa a pé é pouco prático, porque as distâncias são grandes. Em Copacabana, Ipanema e Leblon andar de carro é desnecessário. Na Barra, é essencial.

A Barra tem dezenas de restaurantes de todos os tipos, para todos os gostos e bolsos, mas nossa dica de cantinho especial é o simpático e apetitoso La Nonna Galeteria (Av das Américas 3939, shopping Esplanada da Barra, quase em frente ao Barra Shopping, único  galeto rodízio à moda gaúcha existente no Rio, famoso pelos galetos temperados, acompanhados de radicci, polenta frita, sopa de capeletes, costelinhas, arroz de carreteiro, massas diversas e muito mais).


Lagoa Rodrigo de Freitas, vista do Corcovado

Ao lado, uma imagem da Lagoa Rodrigo de Freitas, vista do Cristo Redentor. Circundando a lagoa estão Ipanema e Leblon (acima), Jardim Botânico (abaixo) e Gávea (à direita, onde está a pista do Jockey Club). A lagoa é outra ótima zona de recreação do Rio, e ao longo de seus oito quilômetros de contorno estão restaurantes, bares, quadras esportivas, brinquedos para crianças, aluguel de pedalinhos e uma pista para caminhadas e bicicletas.

A lagoa tem cerca de oito quilômetros de perímetro, está ligada ao mar pelo canal do Jardim de Alá (que também divide os bairros de Ipanema e Leblon), e suas águas são costumeiramente freqüentadas por remadores de clubes náuticos, como Botafogo, Flamengo e Vasco. Também às margens da Lagoa situam-se tradicionais clubes recreativos, como o Caiçaras e o Piraquê. Um típico programa de domingo carioca é vir passear na Lagoa de tarde, tomar um chope num de seus diversos quiosques, percorrer as áreas gramadas, se exercitar no calçadão que faz seu contorno, ou simplesmente curtir a natureza ao redor.

E quem não se incomodar de gastar um extra, não tem medo de alturas e deseja ver o Rio de cima pode optar por um passeio de helicópteros, que costumar partir do heliporto situado às margens da Lagoa. Nada como um passeio aéreo no Rio para entender bem a razão do apelido 'Cidade Maravilhosa'.

Mas agora vamos passear e nada melhor para começar um roteiro que a visita ao Cristo. A estátua do Cristo Redentor, situada no alto do morro do Corcovado, é o principal símbolo turístico do Rio. A estátua situa-se a 709 metros de altitude, e a melhor forma de chegar lá é a bordo do trenzinho turístico que parte do bairro do Cosme Velho, cuja estação fica bem em frente à igreja de São Judas Tadeu. (Estação de metrô mais próxima: Largo do Machado. Da estação do metrô até a estação de embarque do trenzinho é necessário percorrer uma distância adicional de três quilômetros, sendo talvez preferível pegar um ônibus da linha 422 ou 498 do que caminhar até lá).

A via férrea de acesso ao Cristo é uma beleza à parte, e sobe atravessando diversos trechos remanescentes da Floresta Atlântica, mas durante os fins de semana e feriados prepare-se para encontrar filas no embarque do trenzinho. O acesso da plataforma de desembarque do trenzinho até a plataforma superior, junto à base da estátua, é feito através de escadas rolantes.


Cristo, visto do Aterro

 


Estátua do Cristo Redentor

A via férrea que conduz ao Cristo, construída em em 1906, foi a primeira eletrificada do Brasil, e tem quase quatro quilômetros de extensão. Enquanto isto, as obras de construção da estátua tiveram início em 1922 e chegaram ao término em 1931, mesmo ano em que a estátua foi inaugurada, em 12 de outubro. Conta-se que as luzes do Cristo foram acendidas pela primeira vez pelo  cientista italiano Guglielmo Marconi, diretamente de Roma. A estátua possui trinta metros de altura, e apoia-se num pedestal de oito metros de altura. No interior do pedestal existe uma pequena capela, dedicada à N. Sra. Aparecida.

Todo monumento é revestido com pedra sabão, as quais são muito resistentes e com manutenção relativamente fácil. A estátua é oca, mas seu interior não é aberto à visitação. Pouquíssimas pessoas, quase todas trabalhando na manutenção, tem a oportunidade de ver a estátua por dentro e subir até a cabeça e os braços da estátua. Desde 2009, a estátua do Cristo figura nos livro de recordes do Guinness World Records, como a maior do mundo no gênero. Frente à estátua há uma plataforma com mirante de observação, de onde se pode apreciar praticamente todo a cidade, inclusive Niterói, do lado oposto da Baía da Guanabara.

 

Empresas de helicópteros organizam passeios aéreos de alguns minutos no entorno do Cristo, e, embora caros, proporcionam vistas incríveis da cidade, como não seria possível obter de nenhum outro local. Depois de visitar o Cristo desça o bairro de Laranjeiras até o Largo do Machado e, se for hora do almoço aproveite para ir até o Lamas (Rua Marques de Abrantes 18), um dos mais tradicionais restaurantes da cidade, sempre animado, informal e famoso por servir os melhores filés do Rio.  E a uma curta distância deste, situa-se uma das mais tradicionais churrascarias do bairro de Laranjeiras, a Majórica. Os bairros de Laranjeiras, Cosme Velho, Catete e Gloria, situados entre Botafogo e o centro da cidade, não tem o charme de seus vizinhos situados frente ao mar, em compensação tem preços bem mais convidativos de hospedagem e alimentação e um dos melhores exemplos  está no bufê oferecido pelo Windsor Florida Hotel (rua Ferreira Viana, Catete), sempre impecável.


Vista aérea da estátua do Cristo Redentor

 


Pão de Açúcar visto da Praia do Flamengo

Disputando com a estátua do Cristo o título de principal atração turística da cidade, o morro do Pão de Açúcar é outro ícone carioca que não pode faltar na programação de qualquer turista. Mas ao contrário do Cristo, não há estradas de ferro ou de asfalto que conduzam até lá em cima. O acesso (excetuando-se as perigosas trilhas das encostas), é feito a bordo de um teleférico de duas etapas, sendo a primeira com partida do bairro da Urca (Praia Vermelha) que conduz os visitantes até o Morro da Urca, e de lá um segundo carro suspenso, leva os visitante até o alto do Pão de Açúcar. O morro tem 396 metros de altitude e recebeu o primeiro teleférico em 1912, um pequeno bondinho, ainda em exposição no parque existente no Morro da Urca. De lá para cá os bondinhos foram substituídos algumas vezes, sendo que atualmente são modernos e velozes.

 

Como curiosidade, vale a pena observar a chamada 'Sombra da Fênix' (a mitológica ave grega, símbolo do renascimento), que se torna visível todos os dias, entre 12 e 13 horas, na face do Pão de Açúcar voltada para a praia do Flamengo (ver foto acima). Afirmam alguns, que a imagem foi esculpida por antigas civilizações que teriam passado por aqui muito antes da chegada dos Europeus. A origem do nome Pão de Açúcar é curiosa, mas tudo indica que também tem origem portuguesa e teria sido dado pelos próprios colonizadores, que ao verem o morro perceberam como era semelhante em forma a uma típica iguaria de seu país.

Para chegar à estação de embarque vá até o bairro da Urca/Praia Vermelha, que é servida por diversas linhas de ônibus, como a 511. O Pão de Açúcar é celebridade freqüente no cinema e em fotografias e  já participou de filmes de James Bond, foi visitado por  personalidades, como John Kennedy, Lech Walesa e o papa João Paulo II. Os dois trechos de subida são servidos cada um por dois carros, sendo que enquanto um sobe o outro desce, e são bem rápidos. Mesmo assim, em dias de sol e principalmente finais de semana, é normal encontrar filas de espera. Procure ir lá no final da tarde, se possível para ver as luzes da cidade se acendendo, e com certeza este será um daqueles momentos mágicos de sua visita ao Rio. E na volta, pertinho do Pão de Açúcar, quem quiser beber um chope aos pés da montanha e ao mesmo tempo curtir as areias da Praia Vermelha é só ir ao restaurante e bar Terra Brasilis.


Pão de Açúcar

Fotos do Rio em Alta Resolução


Feira Hippie de Ipanema

Nenhum turista também pode vir ao Rio e deixar de conhecer a Feira Hippie de Ipanema, que na verdade de Hippie não tem nada. O nome é herança dos anos 60, quando a feira surgiu, e tinha entre os expositores maioria de adeptos da geração paz e amor. De lá para cá a feira se profissionalizou e e incorporou uma imensa variedade de expositores e artesãos, oferecendo uma incrível variedade de trabalhos, como quadros, esculturas, jóias, trabalhos em couro, madeira, móveis, vestimentas, instrumentos musicais e ainda pratos típicos. A feira acontece todos os domingos na Praça General Osório, bairro Ipanema e vive lotada de turistas de outros países. Acesso pelo metrô, linha 1, estação General Osório.

 

Se ao visitar a feira hippie a gente tem a impressão de voltar para os anos 70, visitando a Confeitaria Colombo temos a impressão de voltar para o século 19. Tudo em seu interior é elegância, bom gosto e... gosto bom. Doces, salgados, tortas, bolos, chocolates, chás e muitos outros quitutes, servidos num ambiente que seria destaque até mesmo nos Champs Elisées de Paris. A Colombo foi inaugurada em 1894 e seus donos não pouparam despesas para dar à cidade um ambiente como nunca até então se tinha visto no Rio. Cristais, espelhos, balcões, baixelas, tetos, paredes e tudo mais foram quase todos trazidos da Europa. Em 1922, foi aumentada com a construção do segundo andar, o qual passou a funcionar como salão de chá. Ao longo  dos séculos, freqüentar a Colombo era sinônimo de elegância e finesse, e nomes como Villa-Lobos, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Rui Barbosa, entre outros, eram habitués de seus salões.


Confeitaria Colombo

A Colombo situa-se no centro (rua Gonçalves Dias 32, próximo à estação Carioca do metrô). Vá para tomar o chá da tarde, ou se preferir apenas levar algumas doces lembranças, como os famosos gaufrettes, éclair au chocolat, Petit Four, Pasteis de Nata etc etc.

E ainda falando de lugares (muito) gostosos, vale a pena conhecer também a Confeitaria Cavé. Situada a pouca distância (Rua 7 de setembro 137), esta última infelizmente não conseguir resistir em seu prédio original e precisou mudar-se. Mesmo assim, agora num ambiente menor, continua oferecendo doces e salgados irresistíveis, capazes de enfrentar de igual para igual os da Colombo.  


Centro e Parque Aterro do Flamengo

Ainda no centro, porque não fazer uma caminhada pela principal avenida desta região? A Avenida Rio Branco, vai desde a Praça Mauá (onde aportam os transatlânticos que visitam a cidade) até a Cinelândia e pelo caminho você irá apreciar alguns prédios históricos, remanescentes do período em que esta via era conhecida como Avenida Central, ladeada de um extremo a outro por palacetes inspirados no período da Belle Époque parisiense. Infelizmente a maior parte destes prédios já foi demolida, mas permaneceram alguns, como o famoso Teatro Municipal e os prédios da Biblioteca Nacional e Museu Nacional de Belas Artes. Hoje a quase totalidade da avenida é ocupada por altos prédios comerciais, lojas, restaurantes e muito movimento.

Ao percorrer o centro não deixe de conhecer o Centro Cultural do Banco do Brasil (Rua Visconde de Itaboraí 78). Localizado numa bela construção histórica de 1880, o imóvel já serviu como sede do Banco do Brasil e da Associação Comercial do Rio de Janeiro e em 1989 transformou-se num dos melhores centros culturais da cidade, com dois teatros, quatro salas para mostras, biblioteca, auditório, salas de vídeo e cinema.


Ilha Fiscal

Sempre que alguém quer se referir a um evento muito bom, e que não vai mais se repetir, diz, em tom de brincadeira que aquele é o 'Ultimo Baile da Ilha Fiscal'. A razão é que nesta ilha foi organizado, pelo Império Brasileiro, em novembro de 1889, um baile de gala para cinco mil convidados.  Menos de uma semana após era proclamada a república, caia a monarquia e a família imperial brasileira partia rumo ao exílio. O último baile da ilha fiscal marcou o fim de uma época e entrou para a história como exemplo de bons tempos que não voltam mais. A ilha, no entanto, continua lá, não mais como reduto exclusivo da monarquia, mas agora administrada pela marinha e aberta à visitação pública de 5as à domingo. Para chegar até lá vá até a Praça 15 e siga até o Espaço Cultural da Marinha, onde é feito o embarque numa escuna que transporta os visitantes à ilha. O prédio, que lembra um castelinho, e era um dos endereços preferidos de D. Pedro II, abriga atrações, exposições e guarda muitos símbolos imperiais.

 

A Marina da Gloria é a uma das duas existentes na cidade (a outra situa-se na Urca), e mesmo que você não tenha um iate para atracar, não deixe de passar por aqui. O visual, em plena baía de Guanabara, com o Pão de Açúcar de um lado, o centro da cidade do outro, e ao fundo os gramados do Aterro do Flamengo formam um daqueles lugares que dão razão a quem diz que a beleza do Rio é única. Foi inaugurada em 1979, faz parte do complexo de jardins do Aterro, e  situa-se a uma curta caminhada a partir do Monumento dos Pracinhas (veja mais abaixo). Não existem linhas de ônibus até aqui, mas para quem está no bairro do Flamengo, basta atravessar uma das passarelas sobre as pistas do Aterro e seguir em direção ao Monumento dos Pracinhas. Ou então tome como partida o aeroporto Santos Dumont e siga a pé em direção à praia do Flamengo. Na foto ao lado é mostrado o trecho 'aberto' da Marina, mas um pouco adiante existe uma área exclusiva, onde ancoram as maiores embarcações, e que conta com serviços diversos e estacionamento privativo.


Marina da Gloria / Centro

 


Museu de Arte Moderna

O Museu de Arte Moderna foi inaugurado em 1948 e em pouco tempo já havia se transformado num dos espaços culturais mais importantes da cidade. Sua arquitetura arrojada transmite leveza e quase lhe dá a impressão de flutuar, graças ao inteligente projeto do arquiteto Affonso Reidy. Ao longo dos anos o museu foi palco de uma grande série de eventos artísticos e culturais, algumas tragédias, como o grande incêndio de 1978, e já serviu até de locação para um vídeo da banda de rock U2.  Seu acervo conta com mais de dez mil itens, incluindo grande parte da coleção particular de Gilberto Chateaubriand, constando de trabalhos de Portinari, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segall entre outros. O museu situa-se no parque do Flamengo, próximo ao centro da cidade e ao aeroporto Santos Dumont.

 


O Monumento aos Pracinhas, situado no Parque do Flamengo, foi concebido para homenagear os combatentes brasileiros durante a segunda guerra mundial, e para receber as sepulturas daqueles que tombaram durante os combates. Inaugurado em 1960, o monumento é dominado por duas grandes colunas, sobre a qual se apóia uma plataforma, representando o sangue de nossos heróis oferecido à pátria. Lá estão os despojos de centenas de soldados brasileiros que lutaram na Itália, e também uma tumba dedicada ao Soldado Desconhecido, sobre a qual existe a inscrição 'Deus sabe seu Nome".


Monumento aos Pracinhas / Centro

O Monumento aos Pracinhas (cujo nome oficial é Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial), e ao qual as crianças se referem como 'Bengala do Gigante), é guardado por soldados da aeronáutica, marinha e exército, que se alternam a cada mês. Também fazem parte do conjunto um museu, com equipamentos utilizadas em combate, painéis  de azulejos homenageando as embarcações brasileiras afundadas por torpedos, e uma escultura em granito, representando soldados das três armas. Procure, se possível, assistir a cerimônia de mudança da guarda, que acontece no primeiro domingo, ou 6a feira de cada mês. No local há um amplo estacionamento. Situa-se a uma curta caminhada do Museu de Arte Moderna, referido logo acima.


Arcos da Lapa

O Aqueduto da Carioca, inaugurado em 1750, é um dos símbolos mais conhecidos da cidade, e todos se referem a ele como 'Arcos da Lapa'´. Situa-se, como o nome informa, no bairro da Lapa, um dos mais tradicionais e boêmios do Rio. Sua finalidade principal era abastecer com água o centro da cidade, onde hoje situa-se o Convento de Sto. Antonio, seguindo depois até a Praça  15, onde aportavam os navios. Na construção desta estrutura com 270 metros de comprimento e 17 de altura foi utilizada quase que exclusivamente mão de obra de escravos. A partir do século 19, no entanto,  como já existiam melhores formas de abastecimento da água, os Arcos passaram a ser utilizados como viaduto de acesso ao bairro de Santa Tereza, por onde passariam a circular os famosos bondinhos amarelos.

A Lapa, no entorno dos Arcos, é uma região repleta de bares, restaurantes, clubes noturnos, e durante a noite fervilha de movimento, agitação e música, com gente nas calçadas, bebendo, comendo e conversando até o raiar do sol. Destacam-se no bairro as ruas do Lavradio, Carioca e Mem de Sá. Estação de metrô mais próxima: Cinelândia. Na foto acima, são mostrados também alguns modernos prédios do centro, situados ao longo da Avenida Chile e a Catedral da Cidade, construída em forma cônica. 

E já que estamos falando da Lapa, seria impossível não mencionar a tradicional Rua da Carioca. Inaugurada em 1697, nela estavam situadas as boas lojas de comércio e elegantes mansões. Já foi conhecida como Rua do Egito e Rua do Piolho, assumindo a denominação atual a partir de 1848, já que conduzia ao muito freqüentado Largo da Carioca, considerado então o centro do centro. Felizmente, muitos de seus sobrados estão sendo restaurados, e ao percorrer esta rua, podemos ter uma idéia de como era a arquitetura carioca na época do Império, e constatar como é evidente a influência portuguesa na arquitetura da cidade à época. O Largo da Carioca, situado numa das extremidades da rua, é um dos centros populares do Rio, onde sempre estão pregadores religiosos, artistas desconhecidos, músicos exóticos, vendedores ambulantes e de tudo mais um pouco.


Rua da Carioca

Tire ao menos uma hora para percorrer esta região animada e popular, e não deixe de aproveitar para conhecer alguns dos melhores e mais tradicionais restaurantes da cidade, como o Bar Luiz (Rua da Carioca 39), Bar Brasil (Mem de Sá 90) ou o Nova Capela (Mem de Sá 96) onde chope de primeira e pratos deliciosos são sempre muito bem servidos. Mas não pense que é só isto, porque na verdade a Lapa é um mundo a ser explorado e existem muitos outros restaurantes e bares ótimos, conforme o gosto e paladar de cada freguês. Estação mais próximas de Metrô: Carioca.

E se você quer mesmo conhecer o Rio a fundo, é essencial tirar um dia para conhecer os bairros afastados da praia, começando pela Tijuca, Grajaú e Vila Isabel. Mesmo estando afastados do mar, estes bairros tem uma longa e respeitada tradição cultural. Além do mais oferecem muitas opções de lazer e comércio variado. A moçada daqui diz que não há nada mais autenticamente carioca e gostoso que uma cervejinha bem gelada acompanhada por uns petiscos caprichados e um grupo de samba ou pagode providenciando o fundo musical, coisa que só se encontra na zona norte da cidade.  

Na verdade, mesmo não tendo os encantos geográficos da zona sul, a zona norte não pode deixar de ser lembrada, pois ela é o berço do samba, dos compositores tradicionais e do autêntico espírito malandro carioca, que já deu ao Brasil tantas obras primas da música popular. Esta é a terra de Martinho da VilaJamelão, Pixinguinha,  Noel Rosa, de tantos outros nomes famosos.


Museu da República / Palácio do Catete

O Palácio do Catete (atual Museu da República) foi, antes da construção de Brasília, o que é hoje em dia o Palácio do Planalto: O centro político do país. Como sede do poder executivo entre os anos de 1897 e 1960, este prédio monolítico, construído a partir de 1866, foi inicialmente moradia do milionário António Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo. Após a morte do empresário, o prédio foi um mal sucedido hotel, que para quitar suas dívidas, acabou sendo vendido para o Banco do Brasil. Somente em 1897, durante o governo de Prudente de Morais, o prédio foi adquirido pelo governo federal, que fez do belo imóvel a sede do poder executivo. Se as paredes deste palacete pudessem falar, teriam centenas de histórias para contar, pois cada uma de suas peças parece guardar mil lembranças, eventos e segredos da história brasileira recente, dentre os quais se destaca o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1954.

O Palácio do Catete abriga agora o Museu da República, em meio a um belíssimo jardim com estátuas, lagos e agradáveis alamedas, sempre freqüentadas por crianças que vem até aqui brincar. No local existe também uma livraria, sala de cinema e um bom café, ideal para um lanche no final da tarde. No interior do prédio, estão em exibição valiosas peças histórias, trabalhos de arte diversos e obras raras. Destaca-se no museu o quarto onde o presidente Vargas se suicidou, mantido até hoje da mesma forma como estava naquela fatídica data. Estação de metrô mais próxima: Catete.

A Urca é um dos bairros mais agradáveis da cidade e poucos são os cariocas que não gostariam de morar lá. A razão é que é um lugar gostoso, quase bucólico, com belas casas, prédios acolhedores, e está situada aos pés do Pão de Açúcar. Além disso, por não ser passagem para lugar algum é super tranqüila, lembrando quase uma pequena cidade do interior. Roberto Carlos mora na Urca, num apartamento de frente para o mar. No bairro situam-se também marcos importantes da cidade, como o Instituto Militar de Engenharia (IME), o Instituto Benjamim Constant, a histórica Fortaleza São João e o Cassino da Urca, construído inicialmente para servir como hotel, destinado aos visitantes da exposição internacional de 1922, transformado em Cassino, em 1933 e que após a proibição do jogo abrigou a TV Tupi, uma das primeiras emissoras do país.


Mureta do bairro da Urca

Um ponto famoso da Urca é sua Praia Vermelha, que ganhou este nome devido à cor predominante de sua  areia e de onde se pode ver o bondinho do Pão de Açúcar passar quase sobre nossas cabeças. Outra coisa muito gostosa na Urca é simplesmente circular por suas calçadas, curtindo suas casas com fachadas de pedra, os jardins, pequenas padarias, barzinhos onde todo mundo se conhece, as agradáveis alamedas arborizadas, percorrer sua calçada ao longo da mureta, de frente para o mar e seguir até o pequena marina dos pescadores, numa das entradas do bairro.

Mas mesmo sendo um refúgio de tranqüilidade, o bairro tem um point muito animado, e que já se transformou em unanimidade entre os cariocas: A mureta da Urca, onde nos dias de sol muita gente se reúne para papear enquanto curte os deliciosos pastéis, petiscos e a cerveja bem geladinha, servida pelos bares em frente, como o Bar e Restaurante Urca.  E não deixe de visitar também a Fortaleza de São João, onde Tiradentes esteve aprisionado. O local tem um visual incrível e já serviu de locação para filmes e novelas graças às suas grossas muralhas de pedra, construídas a partir de 1618, e às desessete casamatas onde ficavam posicionados seus canhões.


Santa Teresa

Santa Teresa, descrita por alguns como o Montmartre Carioca, é um bairro tipicamente residencial, e com características únicas. Situa-se nas encostas de um morro, tem vista privilegiada e é o único bairro da cidade que tem ainda transporte feito por bondes. O nome do bairro tem origem no convento que aqui existia no século 18. Sem trocadilhos, pode-se dizer que Santa Teresa passou por altos e baixos. Foi um bairro exclusivo, onde a temperatura era (e continua sendo) sempre mais amena que no restante da cidade, atravessou um período de degradação, e de uns tempos para cá voltou a ser muito procurada, graças ao surgimento de bons restaurantes e hostels diversos, freqüentados principalmente por turistas que procuram bons preços e lugares fora do agito dos bairros da zona sul.

Mas, entre sua infinidade de ladeiras, pracinhas, casarões, mansões, estúdios, ateliês, vilas, artistas, intelectuais, turistas estrangeiros e  principalmente moradores orgulhosos de seu bairro que dizem que nunca o trocariam por outro lugar, a marca registrada de Santa Teresa é mesmo seu bondinho. Ele parte do centro da cidade (rua Lélio Gama, perpendicular à Avenida Chile, quase ao lado do prédio da Petrobrás) atravessa os Arcos da Lapa e segue bairro acima, fazendo deste um transporte útil para moradores e divertido para turistas. Infelizmente, devido a um acidente ocorrido em 2011 o funcionamento do bondinho encontra-se temporariamente interrompido até que sejam completados os prometidos serviços de modernização.

Mas mesmo sem bondinhos, pode-se chegar facilmente a Santa Teresa, e para quem vem da zona sul da cidade, o acesso mais prático é através do bairro Laranjeiras, bastando seguir pela rua das Laranjeiras, dobrar à direita na rua Alice e depois seguir sempre em frente (atenção, ao chegar lá em cima, não cruze o túnel e dobre antes à direita). Uma alternativa para quem está a pé é ir até a rua Joaquim Silva (Lapa) e seguir a subida pela famosa 'Escadaria Selaron', coberta com mosaicos de cores fortes, obra do artista chileno Jorge Selarón. Ao passear em Santa (como é conhecida pelos íntimos), não deixe de conhecer também o pólo gastronômico situado no do Largo dos Guimarães, uma das regiões mais animadas do bairro.

Poucas igrejas no Rio (se é que alguma) tem o prestígio da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, popularmente conhecida como Igreja da Glória, e as principais razões disto são sua história e localização. Situada no alto de uma colina, de frente para o mar, dominando abaixo os bairros da Gloria, Flamengo e arredores, ela é considerada uma jóia arquitetônica brasileira, ao mesmo nível das famosas igrejas históricas de Minas Gerais. Construída a partir de 1714 e inaugurada em 1739, a igreja do Outeiro da Gloria foi a primeira em estilo barroco do Rio e ocupava uma situação de destaque na época, sendo facilmente vista à distância pelas embarcações que se aproximavam do porto, fazendo com que logo se tornasse um dos símbolo mais conhecidos da cidade, retratada em inúmeras pinturas e gravuras do Rio de Janeiro colonial.

Sabe-se que após a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, a Igreja da Glória logo tornou-se sua preferida. Aqui foi batizada a princesa Maria da Glória, que viria a ser a rainha Maria II de Portugal, filha de D. Pedro I e da princesa Leopoldina, assim como aqui foram também batizados todos os novos membros da família imperial, inclusive D. Pedro II e sua filha, a Princesa Isabel. A igreja foi erguida na forma de dois octógonos, sendo que no maior situa-se a nave e no menor o altar e a sacristia. É uma igreja pequena e delicada, mas preciosa e que de além de tudo, oferece uma vista maravilhosa da cidade a seus pés. Estação de metrô mais próxima: Glória.


Igreja da Gloria

 

 


Praia do Grumari

Praias o Rio tem muitas, todo mundo sabe. Mas praias especiais ... bem, também são muitas. Mas se pensarmos em praias especiais e preservadas, onde a natureza em volta permanece intocada, tal como sempre foi, aí sim, serão poucas.  E neste quesito destaca-se a Praia do Grumari. Situada na região da Barra da Tijuca, esta é aquela praia onde não se está cercado por prédios, restaurantes,  residências, nem poluição nem barulho de trânsito. É uma praia de águas límpidas e transparentes, com areia cristalina e vegetação exuberante ao redor. Quase uma praia paradisíaca, como aquelas que a gente vê nos filmes de alguma ilha perdida do Pacífico. A vantagem é que esta fica bem mais perto, a somente uns vinte quilômetros do centro da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Grumari e Prainha formam uma dupla de praias especiais, integrantes de uma reserva ambiental e ecológica, e são praias que todos deveriam conhecer. Procure visitá-la fora dos fins de semana, quando sua freqüência fica ainda menor, e se por acaso estiver fazendo um dia com pouco sol, quem sabe você tenha a sorte de ter a praia de Grumari só para você (e quem sabe sua companhia....). Acesso somente por carro, a partir do Recreio dos Bandeirantes.

Na estrada de subida para a Floresta da Tijuca, um pouco após o Jardim Botânico, existe um mirante de onde se tem uma das mais belas vistas da cidade, e onde foi construido um pagode chinês, o que deu ao lugar o nome de Vista Chinesa. Toda esta região é conhecida como Alto da Boa Vista, e nem seria necessário explicar a razão do nome. A subida pela estrada que conduz à Vista Chinesa é um passeio que quase nos faz esquecer que estamos numa área urbana, lembrando muito mais uma experiência em plena floresta. Somos cercados pela mata, alta umidade, temperaturas amenas, e é comum ver pássaros e pequenos animais à margem da estrada. A Vista Chinesa está 380 metros acima do nível do mar e daqui se pode apreciar diversos pontos famosos do Rio, como a estátua do Cristo, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Pão de Açúcar, diversas praias e até o lado oposto da Baía de Guanabara e as praias de Niterói.


Vista Chinesa

O pagode foi construído em 1903, como homenagem aos trabalhadores vindos de Macau, China. Um pouco mais adiante, seguindo a mesma estrada, chega-se ao local conhecido como 'Mesa do Imperador', e conta-se que o nome surgiu porque o local - de onde também se tem uma vista muito bonita - era um dos preferidos da família real. O acesso a estes locais é feito somente de carro, devendo-se ir até o bairro Jardim Botânico, pegar a rua Pacheco Leão e seguir sempre em frente. Em alguns trechos da mata, não é incomum  encontrar atletas em treinamento, correndo morro acima.

Mais adiante, no alto da Boa Vista, há uma bifurcação na estrada e quem não quiser voltar pelo mesmo caminho pode prosseguir sempre em frente, pegar a esquerda e seguir pela 'Estrada de Furnas' até a Barra. Ou então, quem preferir ir para a zona norte, pode pegar o desvio para a direita e seguir até a Tijuca, pelas ruas Boa Vista e Conde de Bomfim. É importante lembrar, no entanto, que algumas pessoas, mesmo de carro, se perdem na mata, por isso é aconselhável fazer este passeio acompanhado por alguém que conheça bem esta região.


Caminho Cláudio Coutinho

O Caminho Claudio Coutinho é um lugar desconhecido de muitos cariocas, o que é uma pena, porque tem acesso fácil, é perto e muito bonito. É uma estrada com pouco mais de um quilômetro de extensão, construída próxima à base do Pão de Açúcar e este também é um daqueles lugares tão tranqüilos que nem parecem ficar no Rio. Tire uma hora para vir caminhar por aqui, entre a rocha e o mar, ouvindo o barulho das ondas, curtindo o verde da mata em volta, os pássaros e os macaquinhos que volta e meia aparecem. O nome da trilha foi dado em homenagem ao saudoso técnico da seleção Claudio Coutinho e ela está situada no bairro da Urca, com início entre a Praia Vermelha e o prédio da Escola Superior de Guerra.  O local é muito freqüentado por pescadores e atletas, mas em dias de sol muitas famílias vem também percorrer juntas esta bela trilha.

 

Para curtir Ipanema e Leblon faça uma caminhada do Arpoador até o final do Leblon pelo calçadão da elegante Av. Vieira Souto, situada frente ao mar, e aprecie os prédios chiquérrimos onde as vezes não se vê ninguém nas janelas. Pois é, gente chique nunca vai nas janelas... Depois volte por dentro, pelas avenidas Delfim Moreira (Leblon) e Visconde de Pirajá (Ipanema). Ao longo destas avenidas e suas transversais estão lojinhas, butiques, restaurantes, cafés, bares, galerias e livrarias que fazem destes dois bairros concorridos pólos culturais. E no caminho aproveite para dar uma passada no elegante Shopping Leblon (Av Afranio de Melo Franco 290) e tomar um café na sempre agradável Livraria da Travessa.

Mas lembre, Ipanema e Leblon são lugares de gente cool, por isso ao passear por lá é importante entrar no clima, e se por acaso  cruzar no calçadão ou ver sentado ao seu lado na mesa aquele famoso artista da Globo, ou músico de fama internacional ou atriz badalada assuma um ar blasé, finja que vocês se vêem todos os dias e nem pense em se atirar a seus pés...


Vista aérea de Ipanema e Lagoa

 


Vista aérea do Joá /Joatinga

Há quem considere o bairro do Joá como a Beverly Hills carioca, devido às suas construções exóticas e luxuosas, construídas em ruas curvas sobre a encosta, de frente para o mar e isoladas de qualquer tipo de comércio e movimento. É um refúgio e ao mesmo tempo um lugar impraticável para quem não tem carro. Mas enche os olhos dos visitantes como poucos outros do Rio. Mansões de arquitetura audaciosa, duplex e triplex encravados na montanha, coberturas com piscinas, paredes todas de vidro, escadarias que levam ao mar. Tudo aqui lembra um cenário de filme de luxo.

O acesso ao Joá é feito a partir do bairro de São Conrado, através da estrada do Joá, construída em 1929, e que até a construção do Elevado do Joá, era o único acesso à Barra (o que não era problema algum, já que na época a Barra era um areal freqüentado por poucos pescadores). Tire uma hora ou duas para vir até o Joá e circular por suas ruas, ladeiras, apreciar os ousados projetos arquitetônicos que se espalham sobre suas colinas. O Joá oferece ainda pontos de vista excepcionais para se apreciar o mar, a Barra, a e a monumental Pedra da Gávea.

Um local de destaque no bairro é o Clube Costa Brava, construído sobre uma ilhota de pedra e ligada ao restante do bairro por uma ponte (extremidade direita da foto acima) e o Elevado do Joá, que, com  quatro quilômetros de extensão, liga o bairro de São Conrado à Barra (também mostrado na foto acima, a linha curva situada pouco acima do nível do mar).

Sorria, você está na Barra! Isto é o que diz o cartaz de boas vindas a quem sai do Túnel Zuzu Angel e atravessa a ponte sobre o Canal de Marapendi, mostrado na foto ao lado. A Barra da Tijuca é o mais novo bairro do Rio, e se há trinta anos esta ponte dava acesso somente a um grande areal com vegetação rasteira, hoje quem chega na Barra vai encontrar, como dizem os cariocas, a Miami do Rio. Construções arrojadas, espaços amplos, shoppings audaciosos e grandes distâncias, onde o carro é uma necessidade. A Barra costuma fascinar principalmente as novas gerações, pois aqui tudo é novo e shoppings e lugares de agito existem aos montes.


Vista aérea da Joatinga / Início da Barra

 


São Conrado / Joatinga / Pedra da Gávea

A Pedra da Gávea, na verdade uma imponente montanha formada por um monolito de gnaisse, é provavelmente, a formação rochosa mais conhecida do Rio, depois do Pão de Açúcar. Sua plataforma superior, situada a  842 metros de altitude, e seu 'rosto' lateral, já foram cenários de filmes, musicais, comerciais e continua inspirando músicos (Rick Wakeman, o famoso tecladista inglês fez uma composição chamada Pedra da Gávea), artistas e lendas sobre antigas civilizações. Aos pés da Pedra da Gávea situam-se os bairro de São Conrado, Joatinga e mais além, a Barra. Em dias de sol, na Praia do Pepino (como é conhecido o trecho final da Praia de São Conrado), é comum ver o céu tomado por asas delas e parapentes em curvas e evoluções, já que a rampa de lançamento dos pilotos fica na estrada que circunda a Pedra da Gávea. Quiosques diversos, condomínios elegantes e carros com asas deltas enroladas sobre o teto, retornando à Pedra Bonita para mais um vôo,  são imagens típicas deste lugar. Há diversas linhas de ônibus ligando São Conrado aos outros bairros da cidade.

Em São Conrado, vale a pena curtir a Praia do Pepino, caminhar pela areia ao longo de toda sua extensão, beber um suco ou chope num de seus quiosques, quem sabe um um milho cozido, e para quem quiser uma boa refeição, é só atravessar as pistas da Auto Estrada Lagoa Barra (atenção, é muito movimentada) e ir à Churrascaria Oásis, uma das mais melhores e mais tradicionais da cidade. Logo adiante situa-se a famosa Rocinha, a maior favela do Rio. Ao contrário do que alguns pensam a maioria absoluta de moradores desta comunidade é formada por pessoas trabalhadoras e por boas famílias. Na verdade, conhecemos pessoas ótimas, de bom coração e honestíssimas, que moram com suas famílias na Rocinha, e trabalham da manhã à noite em outros bairros.

A favela (ou 'Comunidade', como convencionou-se chamar dentro do conceito de 'politicamente correto'), é, como sabemos, um fenômeno presente em todo o Brasil, especialmente nas grandes cidades, onde o problemas de falta de moradia e transportes de massa ineficientes levaram ao surgimento destes núcleos habitacionais, geralmente sem arruamentos adequados ou serviços básicos de higiene. Medidas recentes tomadas pelo poder público tem contribuído, em algumas destas comunidades, para devolver à esta parte da população condições dignas de segurança e cidadania. Mas a verdade é que ainda existe muito a fazer.

Ao lado, outra vista da Pedra da Gávea, mostrando mais de perto sua plataforma superior e seu 'rosto' que, segundo algumas teorias, teria sido esculpido por antigas civilizações vindas do outro lado do oceano, muito antes da chegada dos primeiros navegadores portugueses. Existe até mesmo uma inscrição na pedra, atribuída por alguns à civilização Fenícia, o que nunca foi comprovado. Aventureiros podem estar interessados em saber que há trilhas que conduzem à plataforma superior da Pedra, embora tenham um alto grau de dificuldade e não sejam recomendadas para amadores. Quem realmente estiver interessado deve se informar bem como proceder junto à entidades de alpinismo e trecking. A subida costuma durar de duas a quatro horas, e inclui ainda a escalada de um paredão de 30 metros. No entanto, quem chegar lá em cima, será premiado com uma das mais belas vistas do Rio, e terá à sua frente a imensidão do oceano, e ainda a Floresta da Tijuca, Corcovado, Pedra Bonita, São Conrado, Leblon, Ipanema, Barra, Lagoa e Niterói.


Pedra da Gávea

 


Recreio dos Bandeirantes / Pontal do Recreio

Ok, você não está nem um pouco interessado em escalar pedras, trilhas no meio do mato e muito menos subir um paredão de trinta metros. Neste caso ao passar pela Pedra da Gávea, simplesmente diga 'Como é Bonita', e siga em frente. Depois de atravessar toda extensão da Barra (uma praia de 18 quilômetros) chega-se ao 'Recreio dos Bandeirantes'. Este é um dos bairros mais novos da cidade, lembra em certos aspectos uma cidade do interior, com muitas residências e diversos prédios de poucos andares. Além da bela praia, a região conta com diversos parques ambientais, como o Parque Chico Mendes e o Parque Marapendi. É uma região tranqüila, e devido à distância e aos poucos transportes públicos até lá, pouco freqüentada por turistas.

Como curiosidade procure ver a rocha conhecida como 'Pedra de Villegaignon', local onde em 1555 desembarcaram os franceses, liderados pelo almirante Nicolas Villegaignon, com o objetivo de fundar aqui uma colônia, chamada França Antártica. O Pontal de Sernambetiba também foi eternizado na música graças à Tim Maia, em sua canção 'Do 'Leme ao Pontal'. É uma região mais distante, mas com praias limpas, areias brancas e livre de poluição, ideal para um passeio de dia inteiro.

O principal marco desta região, é a ilhota/rocha situada em frente ao litoral, ligada à praia por um istmo de areia branca. De um lado situa-se a praia do Recreio, e do outro a praia do Pontal. Tomar um banho de mar nesta faixa de areia entre as duas praias, é gostoso demais.

Inaugurado em 1965, o Aterro do Flamengo veio suprir a cidade de dois itens que, já naquela época, eram muito necessárias: Uma grande área verde e uma via de transito expresso entre a zona sul e o centro. E nestas últimas décadas o Aterro integrou-se de tal forma à vida dos cariocas que hoje ninguém conseguiria imaginar o Rio sem este parque. Em dias úteis é a rota principal de milhares de pessoas na ida para o trabalho e na volta para casa. Nos fins de semana é uma imensa área de lazer fechada ao tráfego. Em datas festivas é um local privilegiado para shows, apresentações e competições diversas. E no dia a dia, é uma das caras mais conhecidas do Rio. Distribuídos ao longo de uma área de mais de um milhão de metros quadrados, situam-se ainda o Museu de Arte Moderna, o Monumento aos Pracinhas, a Marina da Gloria, o Monumento a Estácio de Sá, (fundador da Cidade do Rio, em 1565) uma ótima churrascaria, e diversas quadras esportivas. E claro,  uma praia.


Aterro do Flamengo / Centro

No Aterro, quase em frente ao Morro da Viúva, situa-se  um dos restaurantes mais prestigiados da cidade, a Churrascaria Porcão. Ao contrário do que o nome sugere, o restaurante não é especializado somente em suínos de grande porte e o nome surgiu devido à proximidade da primeira loja da rede com um supermercado que, na época, tinha como símbolo um porquinho sorridente.
Vídeo: Pistas do Aterro


Praia do Flamengo

A Praia do Flamengo foi criada artificialmente na mesma época em que foi construído o Parque do Flamengo. O interessante é que, apesar de milhares de cariocas cruzarem as pistas do Aterro todos os dias, na ida e na volta do trabalho, muitos nunca botaram os pés neste parque nem vieram à praia do Flamengo.  A razão é que, mesmo tendo águas calmas e sem ondas, a praia do Flamengo, por estar situada dentro da baía, não costuma apresentar águas apropriadas ao banho de mar. Além do que, entre cariocas, esta nunca foi considerada uma praia muito convidativa, como Copacabana, Ipanema ou Leblon. Em compensação, para se chegar até esta praia, o acesso é agradável como em poucos outros lugares, e segue por passarelas sobre as vias de transito e depois por entre uma grande diversidade floral, formada por espécies nativas selecionadas pelo paisagista Burle Marx, e às vezes também sob revoadas de passarinhos que tem seus ninhos por aqui.

Nas comemorações do bicentenário da revolução francesa, foi construída no parque uma réplica, em escala menor, da Torre Eiffel, que atraiu milhares para os festejos. E na virada do ano, no Parque do Flamengo também é organizada uma bela queima de fogos, preferida por muitos que não querem ou não estão com disposição para enfrentar as dificuldades de trânsito para chegar a Copacabana.

 

Em dias de sol, a praia do Flamengo fica lotada, e mesmo quem prefere não entrar na água encontra boas opções de lazer em suas barraquinhas plantadas à beira da pista exclusiva de pedestres. Atletas e corredores de fim de semana, assim como ciclistas, também são frequentadores assíduos do Parque do Flamengo e percorrer os três quilômetros desta via, indo desde o Museu de Arte Moderna até o Morro da Viúva (atrás dos prédios brancos mostrados na foto), tendo o visão do Pão de Açúcar de um lado e o Parque do outro, é um programa que faz bem ao corpo e à mente. Muita gente aluga bicicletas de aluguel que podem ser retiradas em um posto e devolvidas em outro (é preciso se cadastrar antes), e percorrer distâncias ainda maiores, seguindo pelas praias do Flamengo, Botafogo e até mais além, seguindo até Copacabana. As vias destinadas ao ciclismo estão cada vez mais extensas no Rio, e já cobrem grande parte da cidade, principalmente na zona sul.


Praia e Parque do Flamengo

 


Quinta da Boa Vista

E já que estamos falando de programas populares, como a Praia do Flamengo, vamos continuar no mesmo tema: Vá a 'Quinta da Boa Vista' numa tarde de domingo. Situada na zona norte do Rio, no bairro de São Cristóvão, este parque, na verdade, embora seja um programa super popular, tem origem e história nobres.

Antes da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, o a propriedade pertencia a um rico comerciante português, que graças à bela vista que dali se descortinava, havia lhe dado o nome de Quinta (propriedade rural, sítio, chácara) da Boa Vista. Consta que este comerciante, num gesto de boa vontade e senso de oportunidade, decidiu doá-la a Dom João VI e sua família, pois os nobres recém chegados não tinham residência adequada para morar, dada a falta de moradias apropriadas no Rio de Janeiro da época.

Conta a história que o comerciante caiu nas graças da Corte, conseguiu outro terreno e muitas outras vantagens. Por sua vez, Dom João aceitou a oferta, feliz da vida, e tratou de dar início à ampliação do casarão, transformando-a na residência real. Ao longo dos anos seguintes, a reforma transformou a mansão original num verdadeiro palácio, projetado inicialmente pelo arquiteto inglês John Johnston, à semelhança dos palácios existentes em Portugal e inspirado nas linhas de Versalhes. Posteriormente o palácio foi complementado por diversos outros artistas, com pinturas, decoração e ainda com a criação de um belo parque, portões, jardins, alamedas e lagos. Foi na Quinta da Boa Vista que nasceu e viveu Dom Pedro II.

Atualmente, o palácio que abrigou a família imperial portuguesa sedia o Museu Nacional, e em seus salões estão tesouros de civilizações antigas, múmias, peças históricas e muito mais. A parte triste da história é que nas últimas décadas muito pouco foi feito para preservar este prédio de história tão importante, e visitantes não raro costumam se surpreender com goteiras e coisas do gênero, já que a restauração segue a passos lentos. No terreno anexo ao museu estão situados o Zoológico do Rio (crianças adoram) e os jardins da Quinta, muito freqüentado por moradores, que o escolheram como uma das principais área de lazer da zona norte. Acesso pelo metrô, linha 2. Desça na estação São Cristóvão, o acesso à Quinta fica quase em frente à saída do metrô.
 

Rio e Niterói são cidade gêmeas, todo mundo sabe. Milhares de pessoas moram numa e trabalham na outra, e todos os dias precisam cruzar a Baía de Guanabara para chegar ao seu destino. Mesmo após a inauguração da ponte ligando as duas cidades, em 1974, muita gente prefere continuar a fazer a travessia de barca, porque é mais rápido, não tem congestionamentos e se desembarca bem no centro da cidade de destino. Cruzar a baía de barca é transporte, mas também pode ser curtição, principalmente para quem não está acostumado com este tipo de passeio, quer ter uma vista das duas cidades de um ângulo privilegiado e tem curiosidade de conhecer Niterói mais de perto.


Barcas Rio - Niterói / Ilha Fiscal

As embarcações partem várias vezes por dia, o bilhete é barato e o passeio é muito agradável. Evite os horários de pique (início da manhã e fim da tarde), e se possível faça o passeio num fim de semana, quando a travessia é ainda mais tranqüila. A estação de embarque situa-se na Praça XV, servida por diversas linhas de ônibus. Quem quiser ir de metrô deve descer na estação Carioca, e depois seguir a pé (cerca de um quilômetro) até a Praça XV.

E já que estamos falando de passeios fluviais, outra dica é conhecer também a Ilha de Paquetá, situada bem no centro da Baía da Guanabara. As embarcações que conduzem até lá também parte da Praça XV, tem uma freqüência um pouco menor que as barcas para Niterói, e a viagem dura pouco mais de uma hora. Em Paquetá, eternizada no romance 'A Moreninha', de Joaquim Manuel de Macedo. Reduto do Rio colonial, um dos locais preferidos da família Imperial, a melhor forma de percorrer esta ilha é alugando uma bicicleta. Percorra suas alamedas, curta os casarões, chácaras, praias, igrejas e no final do dia pegue a barca de volta para o Rio.


Fortaleza de Sta Cruz (Niterói)

Quem fizer o passeio de barca até Niterói, não deve deixar de conhecer a praia de Icaraí, considerada a Copacabana do outro lado da baía. E depois de passear por lá siga até um dos mais importantes pontos turísticos e históricos da cidade, a Fortaleza de Santa Cruz, situada na entrada da baía, e que junto com a Fortaleza de São João (bairro da Urca, no Rio), representavam a principal linha de defesa contra eventuais invasões inimigas no tempo do Rio colonial.

Situada no bairro de Jurujuba, a primeira bateria militar construída neste local pelos portugueses foi erguida em 1584 e quinze anos após, ela serviria para repelir uma tentativa de invasão holandesa, liderada pelo almirante Olivier van Noort.

Em 1612 a fortaleza já contava com vinte canhões, e nos anos seguintes continuou sendo expandida, o que serviria para repelir também a esquadra francesa de cinco navios e mil soldados, liderada pelo corsário Jean-François Duclerc, em 1710. Mas seus armamentos não foram suficientes para repelir a nova tentativa de invasão francesa, ocorrida no ano seguinte, e que agora contava com 18 navios e quase seis mil homens. Após a retirada francesa, os portugueses viram que era necessário fortificar ainda mais a posição, e em 1738, ela contava com 64 pelas de artilharia, embora nem todas fossem operacionais.

Com a chegada do ciclo de ouro proveniente das Minas Gerais, a fortaleza entrou em nova fase, onde a proteção do ouro embarcado para Lisboa era essencial. Foi então elaborado um novo plano de fortificação para o local, com a construção de casamatas, novas baterias, grossas muralhas, pontilhões e também um novo paiol, além de instalações complementares.

Ao longo das décadas seguintes, a Fortaleza de Santa Cruz iria participar de diversos momentos importantes da história brasileira, como em 1922, durante a chamada "Revolta do Tenentismo'  e em 1955, contra o Cruzador Tamandaré, durante o chamado ' Movimento de 11 de Novembro', quando foi dado o último tiro por uma de suas baterias. Nela estiveram presos diversos personagens ilustres da história, como José Bonifácio de Andrade e Silva (o Patriarca da Independência), Bento Gonçalves (líder da Revolução Farroupilha), Euclides da Cunha, Plínio Salgado, Luís Carlos Prestes Juscelino Kubitschek e Darcy Ribeiro, entre outros.

Atualmente a fortaleza é administrada pelo exército brasileiro, e grande parte de seus sete mil metros quadrados de área e diversas instalações estão abertos à visitação pública. Valem também ser visitadas a Capela de Santa Bárbara, assim como alguns locais de triste memória, como as masmorras, a chamada Cova da Onça (local de torturas), e o pátio onde eram feitos os enforcamentos dos condenados.

Bem perto da estação de embarque das Barcas, em frente à Praça XV, está um autêntico tesouro arquitetônico do Rio antigo, o Arco do Teles. Atravessar este arco é quase como cruzar um portal do tempo e voltar à época imperial, quando D. Pedro freqüentava o Paço Imperial, comerciantes portugueses, brasileiros e escravos transitavam pelas ruas, entre carruagens e cavalos, e era possível ver caravelas ancoradas logo adiante, na Praça XV. A construção do Arco aconteceu durante o século 18, e ele servia de comunicação entre as antigas Praças do Carmo e a Rua da Cruz. Seu nome é referência à família Teles de Meneses, proprietária do terreno. Infelizmente, em 1790, um grande incêndio destruiu a propriedade, e somente o arco foi poupado pelas chamas. Atravessando o arco chega-se a um conjunto de pequenas ruas em labirinto, ocupadas por sobrados históricos restaurados, agora ocupados por diversos bares, restaurantes, galerias de arte e outros estabelecimentos comerciais.


Travessa do Comércio / Arco do Teles

O melhor momento para conhecer o Arco do Teles e as vielas que partem daqui é por volta do meio dia, quando os restaurantes ficam super animados e colocam mesas nas calçadas, ou no final da tarde, quando o local é tomado por gente que vem curtir a happy hour. 

E se você ficou curioso ao ler a referência logo acima a respeito do Paço Imperial, não deixe de conhecer também este belo prédio, situado em frente ao Arco do Teles. Sua construção teve início em 1733, e depois de pronto serviu de residência a Dom João VI, rei de Portugal, e mais tarde dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II. O prédio tem dois pavimentos em formado retangular e um generoso pátio interno. Conta também com janelas dotadas de sacadas e molduras de vergas curvas, o que até então nunca tinha sido construído no Brasil.

Até o ano de 1808, após a chegada da família imperial ao Brasil, o prédio foi promovido à categoria de Paço Real, servindo como local dos despachos reais e imperiais. Também a Casa da Moeda e o Real Armazém passaram a ocupar trechos do primeiro pavimento. Percorrer as instalações do Paço Imperial é conhecer de perto um pouco da história do Brasil e seus personagens. E após o passeio aproveite para tomar um delicioso café com doces ou salgados no espaço gastronômico situado no térreo. O local conta ainda com um centro cultural, onde, entre outras coisas, há uma biblioteca e uma excelente loja de CDs e DVDs, com muitas raridades.


Leblon e Ipanema vistos do Parque do Penhasco Dois Irmãos

O Parque do Penhasco Dois Irmãos oferece uma das melhores vistas, talvez mesmo a melhor, das praias de Ipanema e Leblon, mas não é muito freqüentado, pois muitos não sabem de sua existência. O acesso é feito através das ruas Avenida Aristides Espínola (finalzinho do Leblon, próximo da praia), seguindo depois pela rua Aperana, sempre em frente até chegar à plataforma de observação mostrada na foto ao lado. O mirante existe há muitos anos, mas somente depois que a prefeitura urbanizou a área, em 1992, criando no local áreas de piquenique, uma arena teatral e parquinhos para crianças, o local ganhou um nome oficial e passeou a ser mais conhecido. Ainda assim, como pouca gente tem as pernas necessárias para subir até lá, permanece pouco freqüentado, o que é uma injustiça. Se você estiver de carro a subida é rápida, e o local tem um bom estacionamento. O parque ganhou este nome porque situa-se aos pés do Morro Dois Irmão, como são conhecidos os picos gêmeos que dominam as praias de Ipanema e Leblon.

 

O Forte de Copacabana está situado no finalzinho da praia de Copacabana, na região conhecida como 'Posto 6' e assim como outras fortificações da cidade, esta também desempenhou papel importante em diversos momentos da história brasileira.  Sua construção teve início em 1769, por ordem da Coroa portuguesa, preocupada com eventuais invasões espanholas no litoral brasileiro. Após a vinda da família imperial para o Brasil, em 1808, D. João VI determinou que um novo forte fosse construído no mesmo local, mas ao que consta, somente a partir de 1823, ele ficou operacional. Mesmo assim, com o tempo o forte ficou novamente superado em termos militares, tornando necessário uma nova reforma com instalação de baterias potentes e de longo alcance.


Forte de Copacabana e ao fundo, o Pão de Açúcar

Este novo forte foi inaugurado em 1914, e de lá para cá sua aparência manteve-se praticamente sem alterações. O Forte de Copacabana ocupa uma área com mais de cem mil metros quadrados, suas casamatas tem paredes com doze metros de espessura, tem câmaras de tiro, paióis, refeitório e alojamentos militares completos. Mas sua marca registrada são mesmo as quatro cúpulas giratórias, onde estão instalados os grandes canhões, sempre apontando para o mar. O forte é aberto à visitação e toda área é muito agradável de percorrer, com belas vistas de Copacabana e do Pão de Açúcar. No local existe também uma pequena filial da Confeitaria Colombo, onde se pode tomar um chá com doces ou torradas, apreciando as ondas beijarem as areias do Posto 6.


São Conrado

A Rampa de Pedra Bonita é o local de onde decolam as asas deltas que colorem os céus sobre a praia de São Conrado. O acesso até lá é feito a partir da Estrada das Canoas, a qual parte do bairro de São Conrado e segue o contorno da Pedra da Gávea. Em determinado ponto há um desvio à esquerda, indicando a estrada - bem íngreme - que conduz até a rampa de lançamentos, situada a mais de 500 metros de altitude. Quem curte aventuras deste tipo, pode não somente apreciar o visual, mas também fazer um vôo conjunto com alguns dos instrutores habilitados. No próprio local é possível conseguir informações sobre como proceder. E depois de visitar a rampa, siga em frente até as Paineiras, uma bela estrada que contorna os morros do Corcovado e Sumaré, que oferece um visual incrível da cidade, e faz a gente se sentir em plena mata, rodeado de  macaquinhos e pássaros. No caminho também é possível curtir um banho numa das três cascatas existentes às margens do caminho.

 

Falar sobre o carnaval no Rio é chover no molhado, já que praticamente todo mundo conhece. É nesta época do ano que podem ser vistos no porto do Rio, imensos transatlânticos ancorados em fila, paralelos ao cais, trazendo turistas de todas as partes do mundo. O Carnaval do Rio é uma história de sucesso, e a cada ano parece atrair mais gente para a cidade, lotando hotéis e pousadas, fazendo com que se escute pelas ruas línguas e sotaques de todos os tipos.

É verdade que nem todos cariocas curtem esta época do ano, pois grande parte do comércio fecha, ruas são interditadas, congestionamentos são inevitáveis e a cidade fica lotada de gente que nem sempre se comporta de maneira adequada. Mas, para turistas que querem encontrar uma cidade divertida, alegre, regada a praia, cerveja, samba, calor e pouca roupa o Rio vira um paraíso (ou um inferno, dirão alguns....).

O Carnaval do Rio tem várias faces, e muitas delas não aparecem na televisão. Começando pelo centro da cidade, onde criativas fantasias caseiras e blocos do 'Eu Sozinho' dividem o espaço com escolas secundárias, blocos e grupos de ritmistas em cada esquina. As bandas e blocos, em número cada vez maior, podem ser vistas em praticamente todos os bairros, arrastando multidões, como a Banda de Ipanema, Simpatia é Quase Amor, Suvaco de Cristo, Bola Preta, Carmelitas e muitas outras.


Carnaval

O sucesso desta bandas e blocos de rua nos últimos anos tem sido tão grande (Bola Preta teve quase dois milhões de participantes), e a Banda de Ipanema foi seguida por centenas de milhares) que a prefeitura se viu obrigada e controlar com rigor quais bandas serão autorizadas a desfilar, e por onde podem passar. Ao mesmo tempo, na zona norte e subúrbios são freqüentes os grupos de 'Bate-Bolas', grupos formados por dezenas de mascarados com mesma fantasia, que saem pelas ruas fazendo barulho e, batendo em todos com suas bexigas de borracha e mexendo com todo mundo pelo caminho. 

Mas o ponto alto do carnaval é mesmo o famoso desfile do grupo especial das escolas de samba, no domingo e na 2a feira, e este você provavelmente já assistiu pela televisão. Quem quiser pode até participar. Basta escolher a escola do seu coração e torcer. Portela, Mangueira, Salgueiro, Beija Flor, Império Serrano, Imperatriz... Todas escolas aceitam interessados em participar, desde que você compre sua fantasia. Geralmente as fantasias mais baratas esgotam primeiro, por isso se quer mesmo sair em alguma ala de escola de samba não deixe para se inscrever na última hora.

E lembre também que nas diversas quadras de escolas de samba, quase todas na zona norte, são comuns os 'Ensaios das Escolas de Samba', que na verdade não são tão ensaios assim, mas sim uma ótima oportunidade para turistas que visitam o Rio antes do carnaval sentir o que é o clima de uma escola de samba, conhecer o ritmo contagiante da bateria, sambar à vontade e se divertir muito. Informe-se sobre as datas e localização destes ensaios com amigos ou na portaria de seu hotel.


Jardim Botânico

Não perca a chance de visitar um dos lugares mais bonitos da cidade, o Jardim Botânico. Lá estão árvores, plantas, flores, alamedas, chafarizes, jardins e alamedas, ocupando uma área de 54 hectares e formando o que é provavelmente a mais importante vitrine da flora brasileira, bem como da de outros países. São quase sete mil espécies diferentes, ao ar livre ou em estufas. A história do Jardim Botânico remonta à época do Brasil colonial, quando, por determinação do monarca D. João VI, foi criado o 'Jardim da Aclimatação', com a finalidade de aclimatar as mudas trazidas da Índias Orientais, principalmente iguarias, como noz-moscada, canela e pimenta do reino. Mais tarde, foram transplantadas para este local mudas provenientes das Ilhas Maurício (país insular do Oceano Índico).  

Muitas outras foram trazidas nos anos seguintes, como cânfora e cravo-da-índia, provenientes do Oriente. Após a independência do país, o Jardim foi aberto à visitação pública e nos fins de semana e feriados, funciona um trenzinho turístico, que leva os turistas por um tour de cerca de trinta minutos entre as 'Aleias' cercadas por flores e plantas. Mas o local também pode ser percorrido a pé, por conta própria, e garantimos, será difícil não ficar encantado com a beleza deste jardim.

Poucas imagens são mais emblemáticas do verão carioca como o pôr do sol visto do Arpoador. Esta é uma praia muito freqüentada por surfistas e se unir à galera para esperar o sol descer até o mar e sumir na linha do horizonte, e se o dia foi perfeito, aplaudir o espetáculo proporcionado pela natureza, é um ritual tipicamente ipanemense. Mas não espere o pôr do sol para conhecer o Arpoador, uma grande formação rochosa existente entre a Praia de Ipanema e a minúscula Praia do Diabo (o nome foi dado em referência às suas ondas perigosas). Seguir a escadinha escavada na pedra e depois o caminho até o alto da pedra é um programa gostoso e a vista lá de cima é incrível.


Por do Sol visto do Arpoador e Praia de Ipanema
Morro Dois Irmãos e Pedra da Gávea

Junto à Pedra do Arpoador (o nome é referência à atividade de caça de baleias com arpão, que antigamente era praticada no local) situa-se ainda o Parque Garota de Ipanema, em homenagem à famosa música de  Vinícius de Moraes e Tom Jobim, e onde habitualmente são organizados shows musicais. Como a faixa de areia desta praia é estreita, aos fins de semana ela fica lotada, principalmente de farofeiros. É preferível deixar para ir lá no final da tarde, mesmo porque esta é uma praia em que banhos de mar à noite são comuns, o que é facilitado pelos grandes holofotes posicionados sobre as pedras.


Teatro Municipal

O Teatro Municipal do Rio de Janeiro situa-se no centro da cidade, no local conhecido como Cinelândia. Inaugurado em 1909, ele tem desempenhado desde então um importante papel cultural na cidade, apresentando espetáculos de companhias de  balé, ópera, show com artistas de música popular e eventos diversos. O magnífico projeto, inspirado no prédio da Ópera Garnier de Paris, é de autoria do arquiteto Francisco de Oliveira Passos, em colaboração com o francês  Albert Guilbert. Diversos nomes famosos já se apresentaram em seu palco, como Heitor Villa-Lobos, Maria Callas, Sarah Bernhardt, Bidu Sayão e muitos outros, até mesmo o presidente americano Barack Obama, que aqui preferiu um discursou, em março de 2011.

Além de uma belíssima arquitetura, a decoração interna do teatro é primorosa, ornada com pinturas de Eliseu Visconti, Henrique Bernardelli, Rodolfo Amoedo e esculturas de Rodolfo Bernardelli. Submetido a um ampla reforma, o teatro foi reinaugurado em maio de 2010, ostentando novamente todo seu esplendor original, o que incluiu folhas de ouro de 23 quilates trazidas da Alemanha, utilizadas para devolver ao teatro o brilho de sua fachada e das grandes cúpulas.

Além de sua programação habitual, o Teatro Municipal organiza freqüentes temporadas a preços populares, para permitir a todos conhecer por dentro esta belíssima casa de espetáculos. Vale visitar também, no subsolo, o ótimo restaurante Assirius, ou então, se preferir um restaurante popular para um chope geladinho, basta ir ao Amarelinho, um dos mais tradicionais da cidade, situado logo em frente ao teatro. Estação de metrô mais próxima: Cinelândia.

Parece um colar de pérolas, mas é somente a Lagoa Rodrigo de Freitas iluminada, vista do Cristo. A noite no Rio tem opções para todos os gostos, e há mesmo quem diga que nesta hora a cidade fica ainda melhor que durante o dia. Teatros, cinemas, restaurantes, bares, boates, forró, casas de samba, rock, pagode, creperias... a lista não tem fim. Nesta imensa relação destacam-se os bairros da Lapa, Santa Teresa, Botafogo, Gávea, Flamengo, Laranjeiras, Barra, Leblon, Ipanema, Copacabana, Vila Isabel, que concentram dezenas de opções, lugares íntimos ou agitados, badalados ou tranqüilos, novos e tradicionais, gays e heteros, para jovens ou veteranos. Peça uma dica aos conhecidos, pergunte na portaria do hotel, ou então simplesmente consulte os suplementos dominicais dos grandes jornais, pois lá está tudo, desde os endereços até horários e preços.


Lagoa Rodrigo de Freitas vista do Cristo

Como capital cultural do país, alguma coisa está sempre acontecendo no Rio, mesmo porque a própria natureza do carioca é festeira, alegre, à procura de novidades, e ao mesmo tempo crítico, antenado, exigente. Aqui algo está sempre bombando, um restaurante tem que ser conferido, um show está fazendo sucesso, um espetáculo é imperdível. Como em qualquer paixão, os cariocas tem uma relação intensa com sua cidade, às vezes de amor e às vezes de ódio, como bem definiu Adriana Calcanhoto em sua canção, dizendo que "cariocas não gostam de sinal fechado". Em compensação cariocas adoram um papo, adoram visitas, adoram gente de outros lugares e tem um imenso prazer em recebê-las e levá-las para conhecer a cidade que, na verdade, abriga mais gente nascida em outros lugares do que no Rio. Esta, pode-se dizer com certeza, é uma autêntica Cidade Universal.


Árvore de Natal da Lagoa

O Reveillon no Rio já entrou para o calendário das principais festas da cidade, e é considerado como um dos mais animados do mundo. No dia 31 de dezembro diversos pontos da cidade promovem queimas de fogos e shows de música ao ar livre. Comece os festejos indo apreciar a árvore de Natal da Lagoa, erguida sempre no meio das águas, e que a cada ano supera a versão anterior,

Todos os anos a árvore de Natal é montada na Lagoa Rodrigo de Freitas, sendo inaugurada com uma grande festa, queima de fogos de artifício e show de música. O evento ocorre geralmente em fins de novembro e a árvore permanece montada, cada ano com iluminação diferente, até os primeiros dias do ano seguinte. De acordo com o livro Guiness ela é a mais alta árvore de Natal do mundo.

Todas as noites, durante este período, famílias inteiras vão passear às margens da Lagoa e apreciar as luzes piscando, acendendo e os belos efeitos de luzes de cores diferentes. A melhor forma de ir até lá é a pé, pois o transito costuma congestionar ao redor e vagas para estacionar na área são sempre difíceis de encontrar. Vá de metrô, e desça na estação Cantagalo. De lá até a Lagoa é uma curta caminhada.

Mas a grande festa de Reveillon no Rio é mesmo na praia de Copacabana, onde cerca de dois milhões de pessoas se reúnem para comemorar a chegada do Ano Novo. Quem pretende ir de metrô deve comprar os bilhetes com antecedência, pois, para evitar aglomerações, os bilhetes de metrô desta noite são limitados e vendidos para embarque dentro de horas pré-determinadas.

Os acessos para veículos costumam ser fechados em Copacabana algumas horas antes do evento, por isso não deixe para ir até lá na última hora. Vista uma roupa branca para dar sorte e venha se juntar à multidão. Assista à mais fantástica queima de fogos do planeta, estoure a rolha de champagne ouvindo as ondas quebrar na areia, faça uma oração ou oferenda à Iemanjá e veja o sol nascer no mar no primeiro dia do novo ano. Afinal de contas é sempre importante ter fé que ano que vem tudo será muito melhor.

E se após a festa, quando o dia já estiver claro, a fome bater, atravesse a rua e entre num dos hotéis da orla - são diversos - para saborear os incríveis brunch de Réveillonque são oferecidos. Está feita a festa. Existe melhor forma de começar um novo ano? Nóstambém estaremos por ali, e quem sabe a gente não se encontra na areia?

O que mais dizer do Rio? Muita coisa, mas não caberia nesta página. A verdade é que é difícil não gostar do Rio, e quase impossível partir sem carregar boas lembranças e muitas saudades. Abençoado por Deus, bonito por natureza, esta é a cidade do sol, das montanhas, do mar, do dourado, verde e azul, a que sempre foi e sempre será a Cidade Maravilhosa. 


Reveillon na praia de Copacabana

 

 

Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil,
Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil,
Berço do samba e das lindas canções,
Que vivem n'alma da gente,
És o altar de nossos corações,
Que cantam alegremente.

Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil,
Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil,
Jardim florido de amor e saudade,
Terra que a todos seduz,
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz.