Gramado: Lago Negro
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Gramado
sempre esteve ali, mas, como uma criança pequena, ninguém reparava
muito nela. Na verdade, ela era somente um bairro da cidade vizinha de
Canela, e nada mais. Apenas mais uma pequena e pacata cidade da serra
gaúcha, onde o pessoal de Porto Alegre as vezes ia passar uns dias para
fugir do agito da cidade grande. Ela era graciosa, é verdade, mas era
só isso. Apenas um lugarejo com muitas árvores, flores, ar puro,
silêncio e um clima gostoso de montanha. Nem parecia Brasil, alguns até
diziam. Mas pouca gente fora daquela região já tinha ouvido falar em
Gramado. Aos poucos, no entanto, ela foi se tornando conhecida, as
pessoas
foram falando
uma para as outras sobre este lugar, outros atrativos foram surgindo, e
de repente Gramado havia se transformado no principal pólo
turístico do Rio Grande do Sul e seus encantos não
eram mais um segredo conhecido por poucos. Mas, estranhamente, e
aí
reside a receita do sucesso de Gramado, ela não mudou muito nem perdeu
suas
características essenciais. E para conseguir isto, ela controla seu
crescimento com rédeas curtas, equilibrando o vigor turístico do
presente com
o encanto bucólico do passado. |
Gramado
tem dois pórticos, como o mostrado ao lado, e são eles que dão as
primeiras boa vindas aos visitantes. A cidade situa-se no nordeste do
Rio Grande do Sul, na Serra Gaúcha, a cerca de duas horas de Porto
Alegre, e foi beneficiada por uma série
de fatores naturais, dentre os quais se destaca a própria
natureza, onde hortênsias azuis e vermelhas são uma constante. Também o
clima é uma delícia, sendo que no verão nunca é quente demais, e no
inverno nos permite usar e curtir aqueles casacos grossos e gorros de
lã. Mas o que mais chama a atenção dos visitantes deve ser mesmo a
sempre presente gentileza de seus moradores, onde 'obrigado' e 'por
favor' são uma constante, e também o trânsito, livre de semáforos, e
onde, para espanto dos turistas, motoristas locais espontaneamente
param o carro para os pedestres
atravessarem as ruas. |
Gramado: Um dos pórticos da cidade |
Gramado: Av Borges de Medeiros |
O
município de Gramado foi fundado em janeiro de 1913 e conta-se que o
nome surgiu devido à existência de grandes regiões gramadas na
área, que serviam como descanso na jornada dos antigos tropeiros. Ela é
uma cidade pequena e pode ser percorrida a pé com facilidade, mas
lembrando que não é um lugar totalmente plano, e algumas subidas e
descidas costumam aparecer ao longo das caminhadas. O centro da cidade
situa-se ao longo da avenida Borges de Medeiros, onde situa-se a
principal área comercial. A cidade é muito bem servida de hotéis
de vários tipos, categorias e preços, situados no centro ou arredores. |
O
Parque do Caracol é uma das mais concorridas atrações de Gramado, e o
cenário não poderia ser mais bonito, formado por montanhas cobertas de
verde, uma cascata jorrando de um despenhadeiro, trilhas diversas,
torre de observação e uma escadaria com mais de novecentos degraus
(descer é fácil, o problema é a subida de volta), que leva os
visitantes até a base da cachoeira. A região, durante o século 19
habitada praticamente só por nativos, começou a ser colonizada a partir
de 1925, graças a inauguração de uma ferrovia ligando Porto Alegre a
Canela. A estrada que leva ao Parque do Caracol
tem início na avenida que liga Gramado a Canela. Um pouco antes de
chegar à Canela peque a rotatória e dobre à esquerda, seguindo então
pela estrada RS46 (av. Oswaldo Aranha), e em menos de dez quilômetros
chega-se à entrada do parque. |
Canela: Parque do Caracol / Cascata do Caracol |
Vídeo: Teleférico do Caracol
Gramado: Chocolates |
O
Chocolate caseiro, como é conhecido por aqui, é uma tradição desta
região. Em sua fabricação são utilizadas técnicas especiais e métodos
quase artesanais, que dão ao produto um sabor difícil de igualar. Como
teria surgido a tradição do chocolate caseiro em Gramado? E porque
tantas empresas se especializaram fazer chocolates artesanais por aqui?
São tantas! Teria esta tradição começado graças ao frio da serra?
Pois é, fizemos esta pergunta para muita gente aqui e até hoje não conseguimos
descobrir a razão do mistério. Mas no fundo, não faz tanta
diferença assim, o único problema é que são tantas empresas fazendo
chocolates tão deliciosos (Lugano, Planalto, Do Parque, Prawer,
Gramadense, Caracol e muitas outra mais), que torna-se praticamente
impossível experimentar de todos, em toda suas formas, sabores e
recheios, mesmo que a gente fique um mês em Gramado.
A
imagem ao lado foi feita numa loja da Chocolates Planalto, onde um coelho gigante
de chocolate dá as boas vindas a quem chega. Claro, como todo mundo que
chega lá, nós também perguntamos se dava para dar uma mordidinha, bem
pequenininha, ao menos na pontinha da orelha... Mas as atendentes,
sempre risonhas, nos avisaram que o chocolate usado para fazer o
coelho, para não derreter, é diferente, e não deve ser comido. Que
pena..... |
Vídeo: Loja de Chocolates
Se
tem um lugar em Gramado que faz a gente se sentir criança de novo é
este, embora muitos outros garantam que a gente se sente mesmo um
gigante ao caminhar por aqui. É apenas uma questão de ponto de vista. E
ponto de vista é o que não falta no mini mundo. Percorrendo este parque
ao ar livre, onde todas as construções são na escala 1:24, a gente tem
quase a sensação de dar uma volta ao mundo. Tudo começou graças a Otto
e Rita Höppner, que se estabeleceram nesta região em 1952. Com paixão
e arte requintada, eles foram ao longo dos anos seguintes,
construindo um mundo em miniatura. Prédios, castelos, ruas, bondes,
ônibus, praças, barcos, navios, trens, aviões, estações, estradas,
túneis, rios e até mesmo gente, mais de dois mil mini habitantes, que
moram neste mundinho. Entre as centenas de miniaturas, estão locais tão
diferentes como o castelo Neuschwenstein, a prefeitura de Frankfurt,
Torre de Martinstor, Prefeitura de Urach, torre de TV de Hamburgo,
Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto, Usina do Gasômetro de
Porto Alegre e muito mais. O Mini Mundo está localizado na rua Horacio Cardoso 291. |
Gramado: Mini Mundo / Castelo Neuschwenstein |
Canela: Mundo a Vapor |
Não,
essa não é a foto de um acidente ferroviário ocorrido na Serra Gaúcha,
é apenas a decoração existente na entrada do Mundo a Vapor, primeiro
museu do gênero montado no Brasil. A locomotiva é verdadeira, solta
fumaça, apita e reproduz, na exata posição, um acidente acontecido na
Gare Montparnasse de Paris, durante o século 19 (a locomotiva não
conseguiu freiar, entrou pela estação adentro, e ficou pendurada na
parte frontal do prédio, evento registrado em diversas fotografias da
época, exatamente como foi montada esta locomotiva em Canela)
A
réplica da locomotiva a vapor de Paris dá as boas vindas ao Museu do
Vapor de Canela, e em seu interior você vai encontrar diversos
dioramas, com réplicas em tamanho reduzido de uma infinidade
de equipamentos industriais movidos a vapor usados nos últimos cem anos,
como em fábricas de papel, de tijolos, e diversas outras. Tudo
funcionando e produzindo, bem na frente de nossos olhos. E tudo movido
a vapor. Mais do que uma aula sobre como funcionam estas indústrias,
pode-se ver na nossa frente todo um processo de fabricação, do início
ao fim em questão de minutos, fazendo desta atração um programa
diferente e instrutivo. Completam as instalações do Mundo a Vapor algumas lojas e um centro de degustação de queijos e vinhos. |
A
Aldeia do Papai Noel é uma atração construída no mesmo lugar onde já
existia uma atração. Falando de outra forma, no mesmo lugar onde há
décadas o Parque Knor fazia sucesso, foi montado um parque destinado a
curtir o Natal, Papai Noel, e muitas outras coisas relacionadas ao
assunto. Todos os dias do ano. O coração desta aldeia é o chalé
conhecido como Mansão Knor, primeira construção da região erguida em
estilo alemão (especificamente da região da Bavária), pela família
Knor, em 1940, transformado agora na residência oficial do bom
velhinho, e que exibe decoração interna primorosa, com vários motivos
natalinos e da tradição alemã (onde, não custa lembrar, surgiu a
tradição da árvore de Natal), e onde até mesmo o próprio Papai Noel
costuma passar algumas horas por dia, conversando com as crianças.
Completam o Aldeia do Papai Noel
um museu de brinquedos, a 'fábrica de brinquedos', um pequeno zôo onde
'moram' as renas do Papai Noel, um trenzinho turístico, monotrilho
suspenso, árvore dos desejos e praça da neve artificial, entre outras
atrações. |
Gramado: Mansão Knor / Aldeia do Papai Noel |
Canela: Vinícola Jolimont |
Como
falar da serra gaúcha sem pensar em vinhos? Conta-se que a idéia de
implantar uma vinícola próximo a Canela surgiu em 1948, graças a um
francês, que, claro, chamava-se Jolimont, e que tinha como objetivo
fazer vinhos finos e especiais. Sua idéia foi um sucesso, e atualmente,
a Jolimont é um nome famoso dentre as muitas vinícolas da serra
gaúcha. Para chegar lá tome como ponto de partida a catedral de Pedra
(em Canela), siga pela rua Julio de Castilhos (que passa em frente à
Catedral), dobre à direita (logo após a Cruz no alto da colina) na Av
João Pessoa e siga sempre em frente. A estrada atravessa uma região
muito bonita, serpenteando pelas encostas da Serra Gaúcha e em cerca de
cinco quilômetros chega-se à vinícola, onde é possível conhecer suas
instalações, degustar bons vinhos e, quem quiser, levar alguns para
casa. Os vinhos da Jolimont são praticamente exclusivos, não podem ser encontrados com facilidade em outros locais, e merecem ser degustados. |
Apesar
do nome sombrio, o Lago Negro é na verdade um dos lugares mais
coloridos e belos de Gramado. O nome tem origem na 'Schwarzwald'
(floresta negra, em alemão, belíssima região situada no sudoeste
daquele país). Após um incêndio ocorrido nesta região, em 1953, toda
esta área de Gramado foi replantada com sementes trazidas da Floresta
Negra alemã, sendo que para completar o cenário, criou-se também
um lago artificial, que em homenagem à origem das novas árvores,
recebeu o nome de Lago Negro. Este é um daqueles lugares onde se deve
permanecer, no mínimo, umas duas horas. Faça o contorno do lago a pé,
parando onde der vontade. Conforme a velocidade, este passeio leva de
meia a uma hora. Também é possível alugar pedalinhos na forma de cisne
ou de galeões, para curtir o lago, entre milhares de azaléas ou
hortências, conforme a estação do ano. Próximo à entrada há uma
lanchonete, restaurante e área de serviços. E atravessando a rua, quase
em frente a saída, podem ser encontradas algumas lojinhas oferecendo,
como sempre, chocolates artesanais. |
Gramado: Lago Negro |
Vídeo: Lago Negro
Canela: Vale da Ferradura
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O
Vale da Ferradura é outra área verde que merece ser incluída em seu
passeio. Situa-se entre as cidades de Gramado e Canela, e é uma área de
preservação ambiental, onde se pode ver como era a Serra Gaúcha antes
de passar pelo processo de ocupação humana. E quem tiver disposição e
boa forma física pode fazer muito mais do que curtir a vista. Existem
roteiros diversos, trilhas, escaladas, que devem ser feitas,
preferencialmente, com acompanhamento de profissionais. Os principais
pontos de observação são conhecidos como 'Mirante Vale da Ferradura'
(acesso por uma escadaria), 'Mirante do Vale do Arroio Caçador' (acesso
por pequena trilha) e 'Mirante da Cascata do Arroio Caçador' (acesso
por trilha). O local conta ainda com áreas de churrasco e lanchonetes.
E se você estiver levando alguma fruta ainda pode se divertir
alimentando os quatis que frequentam o Vale da Ferradura. |
Conhecido
como Castelinho, esta residência de madeira, situada na estrada que
conduz ao Parque do Caracol, foi erguida há mais de cem anos por Pedro
Franzen e sua mulher Luiza Sommer. Mas o que a torna especial,
diferente das outras, é que em sua construção não foi utilizado nenhum
prego. Todas as peças, construídas com madeira proveniente de
araucárias, foram encaixadas, como num gigantesco quebra cabeças. O
Castelinho está aberto à visitação pública e um passeio por suas
diversas salas, quartos, cozinha, banheiros e dependências é uma viagem
no tempo. Tudo lá dentro, os utensílios, louças, móveis e roupas nos
remetem à vida na serra gaúcha tal como era no início do século
passado. E não deixe de completar sua visita provando da receita
exclusiva da família que construiu o Castelinho (ainda hoje seus descendentes são os proprietários): A famosa Apfelstrudel (torta de maça), servida no refeitório da mansão. |
Canela: Castelinho |
Canela: Catedral de Pedra
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A Catedral Nossa Senhora de Lourdes, conhecida por todos aqui simplesmente como Catedral de Pedra,
é a principal atração turística de Canela. Situada em pleno coração da
cidade, ela é uma presença constante em fotos turísticas, folhetos,
postais e não existe um bom roteiro pela serra que não inclua ao menos
uma paradinha aqui. E isto é plenamente justificável, porque numa
região
onde a arquitetura é caracterizada principalmente por pequenas e
delicadas construções, muitas delas em estilo germânico, a catedral e
sua torre de 65 metros destacam-se de tal forma que chegam a
surpreender muitos turistas, por encontrar algo deste porte numa cidade
pequena como Canela. Esta, com certeza, é uma catedral que não faria
feio em qualquer outra cidade do mundo. Construída toda com pedras, em
estilo gótico inglês, a Catedral domina a praça e a cidade. Tudo em
Canela irradia daqui e tem a catedral como referência. Seu carrilhão
tem doze sinos de bronze, trazidos da Itália, e em seu interior
destacam-se painéis de autoria do artista Marciano Schmitz,
representando a 'Aparição de Nossa Senhora', a 'Anunciação' e a
'Alegoria dos Anjos'. Também destacam-se as pinturas do artista
uruguaio Pablo Herrera, representando as estações da Via Sacra. |
Se estiver de carro, estacione
nas vagas que circundam a catedral (ao contrário de Gramado, é
fácil estacionar em Canela), visite o interior da catedral, o
largo situado em frente à mesma, e depois aproveite para conhecer o
centro de Canela. A principal área comercial situa-se ao longo da rua
Felisberto Soares e Av. Oswaldo Aranha e também nas ruas no entorno da
própria catedral, onde há diversas lojas de vestuário, decoração,
lembranças e, claro, chocolate artesanal. Se quiser almoçar na cidade,
sugerimos ir ao ótimo Dile Valduga Ristorante
situado quase em frente à Catedral, que tem um bufê incrível (aberto
somente para almoço, como quase todos os restaurantes a quilo desta
região).
No
dia seguinte, que tal um passeio de volta no tempo, a bordo de uma
autêntica Maria Fumaça? O passeio acontece duas vezes por semana, entre
Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, com parada em Garibaldi. A viagem Um Retorno ao Passado
dura cerca de duas horas, e durante o passeio são apresentados a bordo
shows de música italiana, gaúcha, danças típicas e números cômicos com
atores representando o papel de colonos da região. E prepare-se, porque
é quase certo que você será convidado(a) a participar da dança. Vinhos e
queijos também costumam ser servidos durante o trajeto. |
Passeio de trem entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa |
O passeio de Maria Fumaça é organizado pela Giordano Turismo,
empresa de Bento Gonçalves. Esta é uma atração muito conhecida, e
certamente seu hotel a conhece e poderá fazer sua reserva. Sugerimos
não deixar para a última hora, porque este passeio é muito procurado.
Canela: Loja de Chocolates
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Ainda
falando em chocolates: Algumas das fábricas ao longo dos sete
quilômetros da Avenida das Hortênsias, que liga Gramado à Canela, tem
tours para visitantes, onde o processo de fabricação é explicado com
detalhes. A visita começa com a exibição de um audiovisual. Depois,
vista aquela engraçada touca branca que eles fornecem e adentre o mundo
das delícias! Não apenas nas fábricas,
mas também em todas suas lojas, encontradas com facilidade pela cidade,
você vai encontrar boas e saborosas lembranças para seus amigos, e
principalmente ótimas razões para compreender porque o chocolate era
considerado pela civilização Azteca como um alimento dos Deuses. |
Lady
Gaga e Amy Winehouse em Gramado? Só se for no Museu de Cera! Sim, esta
é sua chance de ver de perto, e até fazer fotos abraçadinho com as duas
musas, além de encontrar também diversas outras personalidades famosas,
reais e fictícias, como Shrek, Presidente Obama, Marylin Monroe,
Professor Raimundo, Harry Potter, Airton Sena, o pirata Jack Sparrow, e
muitos outros, todos em cenários reproduzindo os filmes ou ambientes
onde costumam ser vistos. Não perca, e não esqueça de levar uma boa
máquina fotográfica, para registrar seu encontro com tantas
celebridades. O Museu de Cera situa-se na Avenida das Hortências, a meio caminho entre Gramado e Canela. |
Estrada Gramado-Canela: Museu de Cera |
Estrada Gramado-Canela: Hollywood Dream Cars
|
Depois
aproveite e tire ao menos uma hora para conhecer o que é provavelmente,
o melhor museu de carro antigos do Brasil, o Hollywood Dream Cars. Seu
acervo conta com uma impressionante coleção de modelos clássicos de
automóveis americanos, cobrindo um período que vai desde os anos 30 até a década de
80, todos perfeitamente conservados, como se tivessem saído da fábrica
ontem. O Hollywood Dream Cars é uma autêntica viagem de volta no tempo, e um curtição ainda mais especial para quem gosta de automóveis clássicos. |
Esta
é uma excursão mais longa e que leva o dia inteiro, mesmo assim é
procurada por muita gente, que não admite ir à Serra Gaúcha sem esticar
até o Canyon do Itaimbezinho,
situado no Parque Nacional de Aparados da Serra, principalmente depois
que suas belas imagens de cascatas e escarpas de rochas verticais foram
exibidas numa recente minisérie da Globo. O parque está situado na
região nordeste do Rio Grande do Sul, quase na divisa com Santa
Catarina. Partindo de Gramado, o trajeto até lá leva cerca de duas
horas. |
Canyon do Itaimbezinho |
Itaimbezinho é um termo que tem
origem no idioma indígena Tupi-Guarani, e significa 'pequena pedra
afiada', talvez porque os indígenas viam nestas cordilheiras verticais
o mesmo fio cortante de suas lanças. Situa-se entre os municípios
gaúchos de Cambará do Sul e Praia Grande e integra o 'Parque Nacional
dos Aparados da Serra', uma das mais belas regiões do estado. No
entanto, ao contrário de outras regiões turísticas mais próximas de
Gramado, a infra estrutura turística aqui ainda é precária, e ao chegar
lá, dependendo da época do ano, não espere encontrar muitas
alternativas para refeições, sanitários ou lojas vendendo artigos para
turistas. Lembre que este é um passeio ao encontro da natureza em seu
estado natural, portanto é bom levar sua água, lanche, protetor solar,
roupas e calçados adequados.
Estima-se que o canyon
tenha se formado há mais de cem milhões de anos. Ele tem extensão de
quase seis quilômetros, largura variando entre 200 e 600 metros e
profundidade de aproximadamente 700 metros. Sim, pode-se ir lá por
conta própria, mas sugerimos preferencialmente agendar o passeio com o
acompanhamento de uma boa agencia turística ou guia local, porque eles
lhe conduzirão pelas melhores estradas (algumas não são pavimentadas),
e poderão lhe mostrar os pontos mais bonitos, conduzir pelas trilhas,
chegar às cascatas, piscinas naturais e curtir o canyon ao máximo e com
toda segurança.
Gramado: Av Borges de Medeiros
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De
volta à civilização, vamos às compras: O centro de Gramado, embora
pequeno, tem lojas capazes de atender ao turista mais exigente. São
lojas de ruas e confortáveis galerias, sendo que entre os produtos mais
procurados, estão os famoso calçados gaúchos, bem como artigos de
couro, malha, lã, móveis, cristais e muito mais. Percorra a avenida
Borges de Medeiros de ponta a ponta, vá por uma calçada e volte pela
outra, o que corresponde a uma caminhada de no máximo um quilômetro
para ir e outro para voltar. Depois percorra as duas ruas laterais, São
Pedro e Garibaldi e não esqueça das perpendiculares a estas três. As
ruas do centro são organizadas geometricamente e em pouco tempo a gente
já está situado e conhecendo bem o que fica aonde. |
Ao lado uma imagem da simpática Igreja Matriz de São Pedro,
construída bem no centro de Gramado, ao lado do Palácio dos Festivais.
A primeira capela erguida neste local foi feita em madeira, ainda em
1917. Quase trinta anos após, no mesmo lugar, foi erguida com pedras
basálticas a simpática igrejinha que se tornaria um dos principais
símbolos de Gramado.
Por ocasião das festas de fim de ano, quando Gramado comemora seu
famoso Natal Luz, a igrejinha fica toda decorada, e em sua frente são
organizados diversos eventos, como corais, apresentações de luz e som.
Também é em frente à igrejinha que parte o trenzinho turístico que
percorre os principais pontos turísticos da região. Os passeios
acontecem a bordo de uma jardineira (espécie de ônibus antigo, com as
laterais abertas) e são uma delícia. O bilhete dá
direito a descer onde quiser, e depois pega-lo na próximo viagem para prosseguir
o passeio. Especialmente indicado para quem está com crianças ou quem
não tem disposição para caminhar muito. |
Gramado: Matriz de São Pedro |
Gramado: Mesa de típico Café Colonial
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Ao lado, imagem de nosso restaurante preferido em Gramado, o Café Colonial Bela Vista.
Ao contrário do que o nome indica, 'Cafés Coloniais' não servem
apenas cafés e alguns acompanhamentos, muito pelo contrário.
A tradição dos cafés coloniais da serra gaúcha começou com os
imigrantes, que ao sair para trabalhar no campo faziam uma única
refeição, que deveria lhes alimentar durante todo o dia. Eram queijos,
salames, pães, doces... A fórmula dos cafés coloniais foi sendo
aperfeiçoada com o tempo e atualmente eles servem cerca de cem pratos
diferentes, entre doces, pães, salgados, tortas, fiambres, vinhos,
chocolates e iguarias típicas diversas. O preço é fixo, você pode comer
e beber à vontade e geralmente eles estão abertos todos os dias da
semana, até tarde da noite. Nosso único conselho é deixar para ir lá no
final da tarde ou inicio da noite, quando estiver realmente com muita,
muita fome. |
A culinária em Gramado é bem
variada, com predominância de cafés coloniais, galetos típicos
italianos e restaurantes especializados em fondues. Quem achar que o café colonial é um pouco
demais e preferir experimentar uma típica refeição italiana, constando
de sopa de capeletti, polenta frita, costelinha de porco, saladas de
maionese, radicci com bacon, fetutine ao molho, bolognesa, lasagna,
tortei, nhoque regadas ao vinho da casa sugerimos o ótimo Galeto Itália. Já quem prefere sistema de rodízio pode ir direto ao restaurante 'Vale Quanto Pesa' (Rua São Pedro 410), provavelmente o melhor bufê da cidade, aberto diariamente até 14 hs.
Já quem curte ambientes refinados e procura boas seqüências de fondues ficará satisfeito em conhecer o Belle du Valais (situado na Av. das Hortências) ou o Le Petit Clos (situado próximo ao Lago Negro). E quem procura pratos variados num ambiente agradável não vai se decepcionar se for ao Carlito's (instalado num simpático chalé, também na Av. das Hortências).
E não se preocupe muito se ganhar alguns quilinhos em Gramado, afinal você sempre poderá depois passar alguns dias no Spa Kurt, considerado um dos dez melhores do mundo, situado aqui mesmo em Gramado. :-)
Tire uma tarde para conhecer Nova Petrópolis. A principal atração da cidade é o Labirinto Verde,
situado no centro da praça principal. Teste seu sentido de orientação
para ver em quantos minutos você consegue chegar no centro do labirinto
e depois encontrar o caminho de volta. |
Nova Petrópolis: Labirinto Verde |
Nova Petrópolis é conhecida
como 'Jardim da Serra Gaúcha', e comparada à Gramado, esta é uma cidade
mínima, sendo que, como diversas outras da região, também foi
colonizada por colonos alemães, Até hoje suas origens são lembradas e
festejadas através da arquitetura, diversos festivais e eventos de gastronomia.
Dependendo da época de sua visita você encontrará em Nova Petrópolis o
Festimalha (maio), Festival de Folclore (agosto), Festival da Primavera
/ Frühlingsfest (outubro) e o Natal em Cores (dezembro). Confira com
sua operadora turística a data destes e de outros eventos.
Gramado: Troféu do Festival de Cinema (Kikito)
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Um dos eventos mais famosos de Gramado é seu Festival de Cinema,
que acontece todos os anos em agosto. O festival teve suas primeiras edições durante a Festa das
Hortênsias, em 1969 e fez tanto sucesso que acabou transformando-se num evento
anual. As mostras acontecem no palco do Palácio dos Festivais, um belo prédio
em estilo germânico, situado bem no coração da cidade. O troféu máximo do festival tem a
forma de um bonequinho sorridente, com um sol na cabeça, e ganhou o
apelido de Kikito, dado por Elisabeth Rosenfeld, a artesã criadora do
troféu. Miniaturas do Kikito, em madeira, metal e até chocolate, podem
ser encontradas à vontade nas lojas da cidade. |
Também
situado em Nova Petrópolis, o parque Aldeia do Imigrante relembra e
homenageia os imigrantes germânicos que tanto contribuíram para o
desenvolvimento da região. Em meio a dez hectares de mata nativa, o
parque nos faz sentir como era a vida daqueles primeiros colonos,
recriando uma típica localidade local, tal como era no período
compreendido entre o fim do século 19 e início do século 20. Na entrada
do parque, as boas vindas são dadas por uma típica aldeia Bávara, com o
pórtico de entrada, lojinhas comercializando produtos coloniais, malhas
e artesanato eo coreto onde se apresentam grupos folclóricos, bandas
e corais.
Na vila histórica, situada mais ao fundo, estão,
como se tivessem parado no tempo, a escola, a casa do professor, capela,
a casa do sapateiro, ferraria, cantina, engenho, salão de baile, entre
outras construções, todas no tradicional estilo arquitetônico Enxaimel.
Na escola podem-se ver os bancos dos alunos, na ferraria estão os
objetos usado para forjar as ferraduras dos cavalos, na cantina pode-se
provar cucas e bolos diversos, e assim por diante. O Parque Aldeia do Imigrante tem ainda lagos, jardins muito bem cuidados, e é uma delícia percorrer suas alamedas e trilhas. |
Nova Petrópolis: Aldeia do Imigrante |
Gramado: Esquina central com estátua do
maestro Eleazar de Carvalho
|
A
principal avenida de Gramado é a Borges de Medeiros, que concentra o
melhor do comércio local. Paralela a ela correm as ruas São Pedro e
Garibaldi, onde se encontram as lojas menos badaladas. Também ao longo
da rua D. Pedro I existem diversas opções comerciais e
gastronômicas. Gramado é cortada ao meio pela Av. das Hortências e as
atrações situam-se todas de um ou do outro lado desta avenida. No lado
oeste, por exemplo, encontram-se a Rua Coberta (sob sua cobertura estão
diversos restaurantes), Igreja Matriz, Centro de Cultura, Palácio dos
Festivais (onde acontecem as exibições durante o festival de cinema),
Prefeitura |Municipal (belíssimo prédio em estilo enxaimel), Parque
Knor, Aldeia do Papai Noel, enquanto no lado leste estão o Mini Mundo,
Lago Negro, Museu do Piano, Rótula das Bandeiras e a Rodoviária, entre
outros. Os dois pórticos de entrada da cidade, uma unanimidade para
fotos turísticas encontram-se nos acessos que conduzem à Taquara
(RS115) e Nova Petrópolis (RS235). |
Mas não se limite a estas
atrações, porque um dos programas mais agradáveis na cidade é
justamente sair destas vias principais e percorrer as ruas secundárias,
entre as residências de um ou dois andares, curtir o silêncio
ambiental, sentir o cheiro verde da mata em volta, aspirar o perfume
das flores, ver a fumacinha branca saindo das chaminés dos pequenos
chalés e curtir a imensa sensação de paz que este lugar nos transmite.
Enquanto isso, a Avenida das
Hortências (RS235) liga Gramado a Canela, e ao longo de seus sete
quilômetros estão diversas atrações que também merecem ser visitada.
Para quem percorre esta avenida é quase
impossível dizer quando se deixa uma cidade e chega à outra, porque os
poucos quilômetros que as separam estão repletos de atrações, hotéis,
residências, empresas comerciais etc. Para quem curte caminhadas, o
ideal é mesmo percorrê-la a pé. Aproveite para, logo após deixar o
centro de Gramado, dar uma paradinha no Belvedere Vale do Quilombo,
que em dias claros fornece um excelente ponto de vista das
encostas verdes e vales, a seus pés. Depois siga em frente, parando
onde der
vontade, mas preste atenção quando for atravessar a Avenida das
Hortências, porque o transito, principalmente nos fins de semana,
costuma ser intenso.
Na foto acima, feita numa das esquinas centrais de Gramado, é mostrado o busto do maestro Eleazar de Carvalho,
um dos idealizadores do Natal Luz de Gramado. Entrou para a história
sua frase, na ocasião em que a prefeitura estudava como criar o evento:
'Iluminem a cidade, que a música é comigo'.
Onde
se hospedar em Gramado é uma questão de gosto e orçamento, mas em
termos gerais, quanto antes fizer a reserva, melhores preços poderá
encontrar, principalmente nos período de alta temporada, que
correspondem ao meses frios e à época de fim de ano. Quem deseja
hospedagem num ambiente acolhedor, atendimento quase familiar, numa
pousada tranqüila situada numa rua secundária e ao mesmo tempo a dois
passos do centro, e onde em dez minutos a pé se está no coração da
cidade, nossa recomendação é a Sulla Collina.
Por três vezes já nos hospedamos lá, e o atendimento não poderia ser
melhor. O proprietário, sua esposa e filho fazem a gente se sentir em
casa e se desdobram em atenções e gentilezas com todos os hóspedes. |
Gramado: Pousada Sulla Collina |
Gramado: Hotel Alpestre
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Por
outro lado, quem não se incomodar de pagar mais para ter quarto com
wifi, dezenas de canais de tv e outros mimos, nossa sugestão é o Hotel Alpestre,
situado a pouca distância do centro, um dos melhores da cidade.
Inesquecível é o seu café da manhã, ao estilo dos cafés coloniais da
região. Não
existe transporte público em Gramado e os ônibus regulares circulam
somente ao longo da estrada que conduz à Canela. Taxis são caros, por
isso devem devem deixados somente para quando houver mesmo necessidade. Alguns hotéis
mais afastados oferecem aos hóspedes transporte gratuito até o centro,
mas a melhor opção para se locomover por aqui é mesmo caminhar. A
vantagem disso é que o centro de Gramado ocupa uma área de menos de
dois quilômetros quadrados, e nada por aqui fica muito longe.
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Em
1940 surgiu em Gramado um parque, bem próximo ao centro da cidade,
conhecido como Parque Knor. O nome era referência a uma família de
alemães, proprietários do terreno. Se Gramado já era, na época, um
oásis de paz, o Parque Knor era o oásis dentro do oásis. Muitas e
muitas vezes, quando eu ainda era moço, deixava Porto Alegre de manhã
cedinho e pegava o ônibus para passar o dia em Gramado. Ao chegar lá,
um de meus passeios preferidos na cidade era justamente o Parque Knor,
e era capaz de passar horas percorrendo suas trilhas e alamedas,
caminhando entre as árvores, ouvindo o canto dos pássaros, vendo
pequenos animais correndo pela mata. Na época em tinha até mesmo o 'meu
banco', de madeira, sob uma árvore imensa, onde gostava de sentar para
ler e me abstrair de tudo, e simplesmente ficar ali, onde tempo e
espaço pareciam não existir.
Hoje, vinte anos depois,
o parque continua lá e o 'meu banco' também. A única diferença é que
agora, no mesmo lugar, funciona a Aldeia do Papai Noel, que é linda,
isto é indiscutível, mas em compensação, deu ao parque uma freqüência
muito maior do que nos tempos em que aqui havia somente um parque, o
que não favorece muito, digamos, a abstração de tempo e espaço.... Mas
tudo bem, o parque continua lindo e ainda é um dos meus lugares
preferidos na cidade. |
Gramado: Parque Knor |
Bento Gonçalves: Vinícola Aurora
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Bento
Gonçalves é conhecida como a capital brasileira do vinho e até mesmo o
pórtico de entrada da cidade foi construído na forma de um gigantesco
barril. Por isso, uma das visitas imperdíveis na cidade é conhecer suas
vinícolas, suas técnicas de fabricação, passear pelas caves entre os
imensos barris de carvalho onde a bebida é envelhecida e claro, curtir
a degustação ao final do passeio. A mais tradicional vinícola de Bento
Gonçalves é a Aurora, cooperativa formada no início do século 20 por
cerca de quinze famílias italianas. Ao chegar ao Brasil, eles
constataram que o solo desta região era propício ao plantio de uvas, e
em pouco tempo estavam produzindo um excelente vinho para consumo
familiar. Com o passar dos anos, a fama daquele vinho foi se
espalhando, a produção foi aumentando, outras famílias foram aderindo à
Cooperativa, e atualmente a Aurora é a maior e mais importante produtora de vinhos do Brasil. |
Outra famosa vinícola da Serra Gaúcha é a Miolo,
fundada em 1897 pelo italiano Giuseppe Miolo e que hoje tem seus
produtos distribuídos em mais de cem países diferentes. A Miolo
situa-se na chamada Rota Vale dos Vinhedos uma agradável estrada
situada próxima a Bento Gonçalves, ao longo da qual estão diversas
vinícolas, desde as grandes, como a Miolo, que oferece
visitações às caves, vinhedos e degustações acompanhadas de
enólogos, até as vinícolas menores e familiares, onde se encontram
vinhos a ótimos preços, mas nem por isso menos saborosos para os
paladares não tão exigentes.
Mas mesmo quem não pretenda provar, conhecer ou comprar bons vinhos, não deve deixar de fazer o roteiro pelo Vale dos Vinhedos,
pois esta é uma região de paisagem privilegiada e famosa pela
hospitalidade de seus moradores. Vale lembrar que o Vale dos Vinhedos
foi a primeira região no país a ser reconhecida como Indicação
Geográfica e também primeira região a elaborar vinhos contando
com o prestigiado selo 'Denominação de Origem'.
Gramado
situa-se 830 metros acima do nível do mar e, de acordo com os dados do
último censo, tem população fixa de 33 mil habitantes. Partindo de
Porto Alegre, o melhor acesso à cidade é feito pela rodovia RS115 (115
quilômetros de distância), mas pode ser feito também pelas RS235 e
RS373, sendo que ônibus com destino a Gramado partem diversas vezes por
dia da Rodoviária de Porto Alegre.
O estilo arquitetônico predominante na cidade é o germânico,
conseqüência da forte influência daquele país na colonização da serra
gaúcha. Alemães e Italianos começaram a vir para o sul do Brasil por
volta de 1875, e foram eles os grandes responsáveis pelo
desenvolvimento desta região.
A cidade tem
temperaturas agradáveis, oscilando em torno dos 23 graus durante o dia,
mas no verão é comum fazer calor (o sol da serra queima
bastante, embora não se perceba isso no momento), e no inverno são
freqüentes temperaturas abaixo de zero e até mesmo nevadas ocasionais.
Sua economia é voltada principalmente para o lazer, sendo que
anualmente 2,5 milhões de turistas visitam a cidade. A região conta
ainda com dezenas de indústrias no setor de móveis, chocolates,
malharias, couros, floricultura, artesanato e agroindústrias
familiares, dedicadas principalmente ao cultivo ou preparo de mel,
geléias, queijos, salames, pães artesanais e cucas. |
Gramado: Termômetro de Rua
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Gramado: Colonos assando Cucas e pães
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Muitas
pessoas no Brasil não sabem bem o que é uma Cuca, mas para quem mora no
sul, principalmente em áreas de colonização alemã, não saber o que é
uma cuca é como morar no Pantanal é não conhecer Chipa ou viver no Pará
e não conhecer Tacacá. A Cuca é um tipo de pão/bolo e tem origem na
culinária alemã, de onde ganhou também o nome, derivado da palavra
alemã 'kuchen' (bolo). Geralmente tem forma retangular, são preparadas
com farinha, açúcar, ovos, fermento, podendo ser personalizadas de
várias formas, com recheios e coberturas diferentes, conforme a
criatividade do mestre-cuca :-). No sul do Brasil, a Cuca mais famosa é
a 'Cuca de Farofa', com cobertura crocante, lembrando a farofa.
Más há quem prefira as Cucas de banana, chocolate ou frutas. No sul, é difícil, quase impossível, entrar numa padaria e não encontrar cucas diversas à venda. |
Em Gramado, não deixe de
experimentar as cucas assadas pelos próprios colonos que moram nos
arredores, que vem à cidade quatro vezes por semana e as preparam e
assam num típico galpão colonial, situado quase ao lado da rodoviária.
Para chegar lá é fácil, basta seguir o cherinho....Mas não são somente
Cucas que os colonos daqui costumam preparar. Eles também assam pão
sovado, pão de milho, pão de aipim, pão com lingüiça, apfelsdrudel e
outras gostosuras. Sem aditivos, conservantes e sempre assados na hora.
Não deixe também de passar, quase ao lado do galpão onde os colonos assam seus pães, na Casa do Colono,
um casarão de aspecto tradicional, que funciona como um entreposto de
venda de produtos coloniais feitos artesanalmente por várias famílias
da região. Leve para casa alguns potes de geléia (schimier, como dizem
por aqui), salames, queijos, biscoitos, compotas, sucos, massas e
outras delícias diversas.
Muitas
vezes fomos a Gramado e pelo caminho passamos pertinho deste local, sem
nem ao menos desconfiar que ele existia. O Templo Budista de Três
Coroas, cujo nome oficial é Templo Budista Khadro Ling é sede da
Chagdud Gonpa Brasil, uma comunidade de praticantes budistas sem fins
lucrativos. O local está aberto à visitação pública entre as 4as feiras
e domingos, em determinados horários, e ao chegar lá quase não dá para
acreditar que estejamos no Brasil. Tudo transmite uma paz incrível, e
sua arquitetura, decoração, a música ambiental e os avisos pedindo para
tomar cuidado e não pisar nas formigas, tudo nos dá a impressão de
estarmos muito longe daqui, talvez no Tibete. Para chegar lá tome como
referência a estrada RS115 que liga Porto Alegre a Gramado. Ao
atravessar a pequenina cidade de Três Coroas, você verá à sua direita,
uma minúscula placa, indicando o acesso ao templo. Dobre então à
direita e siga sempre em frente, por cerca de cinco ou seis
quilômetros, por uma estrada de terra, serpenteando entre as encostas
da serra e chegará lá. A visita ao Templo Budista Khadro Ling é um daqueles programas imperdíveis, que faz a gente sair de lá se sentindo mais leve. |
Três Coroas: Templo Budista Khadro Ling |
Vídeo: Templo Budista Khadro Ling
Gramado: Árvore de Natal
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Conta-se
que numa reunião acontecida entre o inesquecível maestro cearense
Eleazar de Carvalho e os administradores da cidade, quando se aproximava
o Natal de 1986 e se pensava na melhor forma de fazer um evento
comemorativo na cidade ele disse: "Iluminem a cidade que a música é
comigo". E assim foi feito. Na ocasião a cidade comemorava a 12a Festa
das Hortências, e foi decidido organizar também, à noite, uma caminhada
pela avenida principal da cidade, com corais entoando cânticos
natalinos, que seguiriam até o largo situado em frente da igreja
Matriz, onde já estavam os músicos da Orquestra Sinfônica de Porto
Alegre, sob a regência do maestro Eleazar de Carvalho. Todos reunidos
em frente à igreja, aconteceu então a seguir uma apresentação
memorável, mesclando peças clássicas a músicas natalinas, enquanto as
luzes dos prédios em volta se apagavam e somente luzes de Natal
iluminavam a cidade. Sucesso absoluto. Todo mundo queria mais. Então
porque não repetir a dose no ano seguinte? Tinha nascido o Natal Luz de
Gramado.
Atualmente o Natal Luz é principal festa de
Gramado, e cada ano parece superar o anterior em beleza e organização.
Todas as ruas centrais são iluminadas, há desfiles de carros alegóricos
com motivos natalinos, apresentações de corais, orquestras e eventos
diversos, sendo que todos, residências e comércio, parecem entrar no
clima e contribuir para tornar a cidade ainda mais bonita. |
A programação para o Natal Luz é divulgada com bastante antecedência no site Natal Luz,
onde também é possível comprar ingressos para seus principais eventos,
como o 'Grande Desfile de Natal', 'Nativitaten' (show com cantores
líricos, acompanhados de som, luzes, fogos de artifício, fogo e águas
dançantes no lago Joaquina Bier) e a 'Fantástica Fábrica de Natal'
(espetáculo teatral com dezenas de participantes, contando um evento de
Natal). Todos shows tem várias apresentações, geralmente de meados de
novembro até início de janeiro.
Na verdade, Gramado é
uma cidade que deve ser visitada em qualquer época do ano, mas existem
duas épocas do ano em que todo mundo parece querer vir aqui ao mesmo
tempo: férias de julho e fins de dezembro, por isso, quem pretende
visitar a cidade numa destas épocas, aconselha-se a fazer reserva de
hotel ou providenciar um pacote turístico com antecedência.
Na
qualidade de anfitriã principal da Serra Gaúcha, Gramado costuma ser o
ponto de partida para diversas excursões pela região, para as vizinhas
Canela, Bento Gonçalves, Garibaldi, Nova Petrópolis, Carlos Barbosa e
Caxias do Sul, e para ter uma boa idéia desta região, sugerimos
ficar por aqui no mínimo durante uma semana. Video: Grande Desfile de Natal
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Gramado: Decoração de Natal |
Gramado: Cuia de Chimarrão
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A
decisão sobre qual época do ano é melhor para visitar a cidade é uma
questão de gosto pessoal. Quem vier aqui em dezembro não vai pegar
frio, e vai ter a oportunidade de ver uma das festas mais bonitas da
cidade, o Natal Luz, quando a cidade transforma-se praticamente num
presépio ao ar livre.
Já quem prefere visitar a cidade nos meses de julho ou agosto deve
vir preparado para o frio, e talvez até para a neve. Esta é a época em
que se pode sentir melhor porque Gramado é um lugar especial, e não é à
toa que multidões de turistas vem para a serra gaúcha nas férias de
inverno. Quem gosta de aconchego, de uma lareira quente com um fondue
acompanhado por um bom vinho, não poderia escolher época ou lugar
melhores. |
Mas
se você quer mesmo um conselho, venha a Gramado no verão e depois volte
no inverno. Em cada estação do ano você vai encontrar aqui um lugar
diferente, igualmente encantador, e com muitas atrações para oferecer,
seja qual for o seu gosto. Famílias a procura de um lugar tranqüilo,
casais que querem encontrar um local com programas bonitos e originais,
apreciadores de bons pratos que não se importam de esquecer a balança
por uns dias, casais em lua de mel... Todos elegeram Gramado e a Serra
Gaúcha como seu destino número um, e até hoje, pelo que se sabe,
ninguém se arrependeu. |
Gramado: Neve no pórtico de entrada |
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