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Gramado: Lago Negro

Gramado sempre esteve ali, mas, como uma criança pequena, ninguém reparava muito nela. Na verdade, ela era somente um bairro da cidade vizinha de Canela, e nada mais. Apenas mais uma pequena e pacata cidade da serra gaúcha, onde o pessoal de Porto Alegre as vezes ia passar uns dias para fugir do agito da cidade grande. Ela era graciosa, é verdade, mas era só isso. Apenas um lugarejo com muitas árvores, flores, ar puro, silêncio e um clima gostoso de montanha. Nem parecia Brasil, alguns até diziam. Mas pouca gente fora daquela região já tinha ouvido falar em Gramado. Aos poucos, no entanto, ela foi se tornando conhecida, as pessoas foram falando uma para as outras sobre este lugar, outros atrativos foram surgindo, e  de repente Gramado havia se transformado no principal pólo turístico do Rio Grande do Sul e seus encantos não eram mais um segredo conhecido por poucos. Mas, estranhamente, e aí reside a receita do sucesso de Gramado, ela não mudou muito nem perdeu suas características essenciais. E para conseguir isto, ela controla seu crescimento com rédeas curtas, equilibrando o vigor turístico do presente com o encanto bucólico do passado.

   

Gramado tem dois pórticos, como o mostrado ao lado, e são eles que dão as primeiras boa vindas aos visitantes. A cidade situa-se no nordeste do Rio Grande do Sul, na Serra Gaúcha, a cerca de duas horas de Porto Alegre, e foi beneficiada por uma série de fatores naturais, dentre os quais se destaca a própria natureza, onde hortênsias azuis e vermelhas são uma constante. Também o clima é uma delícia, sendo que no verão nunca é quente demais, e no inverno nos permite usar e curtir aqueles casacos grossos e gorros de lã. Mas o que mais chama a atenção dos visitantes deve ser mesmo a sempre presente gentileza de seus moradores, onde 'obrigado' e 'por favor' são uma constante, e também o trânsito, livre de semáforos, e onde, para espanto dos turistas, motoristas locais espontaneamente param o carro para os pedestres atravessarem as ruas.


Gramado: Um dos pórticos da cidade

 


Gramado: Av Borges de Medeiros

O município de Gramado foi fundado em janeiro de 1913 e conta-se que o nome surgiu devido à existência de grandes regiões gramadas na área, que serviam como descanso na jornada dos antigos tropeiros. Ela é uma cidade pequena e pode ser percorrida a pé com facilidade, mas lembrando que não é um lugar totalmente plano, e algumas subidas e descidas costumam aparecer ao longo das caminhadas. O centro da cidade situa-se ao longo da avenida Borges de Medeiros, onde situa-se a principal área comercial.  A cidade é muito bem servida de hotéis de vários tipos, categorias e preços, situados no centro ou arredores.

 

O Parque do Caracol é uma das mais concorridas atrações de Gramado, e o cenário não poderia ser mais bonito, formado por montanhas cobertas de verde, uma cascata jorrando de um despenhadeiro, trilhas diversas, torre de observação e uma escadaria com mais de novecentos degraus (descer é fácil, o problema é a subida de volta), que leva os visitantes até a base da cachoeira. A região, durante o século 19 habitada praticamente só por nativos, começou a ser colonizada a partir de 1925, graças a inauguração de uma ferrovia ligando Porto Alegre a Canela. A estrada que leva ao Parque do Caracol tem início na avenida que liga Gramado a Canela. Um pouco antes de chegar à Canela peque a rotatória e dobre à esquerda, seguindo então pela estrada RS46 (av. Oswaldo Aranha), e em menos de dez quilômetros chega-se à entrada do parque.


Canela: Parque do Caracol / Cascata do Caracol

Vídeo: Teleférico do Caracol


Gramado: Chocolates

O Chocolate caseiro, como é conhecido por aqui, é uma tradição desta região. Em sua fabricação são utilizadas técnicas especiais e métodos quase artesanais, que dão ao produto um sabor difícil de igualar. Como teria surgido a tradição do chocolate caseiro em Gramado? E porque tantas empresas se especializaram fazer chocolates artesanais por aqui? São tantas! Teria esta tradição começado graças ao frio da serra? Pois é, fizemos esta pergunta para muita gente aqui e até hoje não conseguimos descobrir a razão do mistério. Mas no fundo, não faz tanta diferença assim, o único problema é que são tantas empresas fazendo chocolates tão deliciosos (Lugano, Planalto, Do Parque, Prawer, Gramadense, Caracol e muitas outra mais), que torna-se praticamente impossível experimentar de todos, em toda suas formas, sabores e recheios, mesmo que a gente fique um mês em Gramado.

A imagem ao lado foi feita numa loja da Chocolates Planalto, onde um coelho gigante de chocolate dá as boas vindas a quem chega. Claro, como todo mundo que chega lá, nós também perguntamos se dava para dar uma mordidinha, bem pequenininha, ao menos na pontinha da orelha... Mas as atendentes, sempre risonhas, nos avisaram que o chocolate usado para fazer o coelho, para não derreter, é diferente, e não deve ser comido. Que pena.....

Vídeo: Loja de Chocolates

 

Se tem um lugar em Gramado que faz a gente se sentir criança de novo é este, embora muitos outros garantam que a gente se sente mesmo um gigante ao caminhar por aqui. É apenas uma questão de ponto de vista. E ponto de vista é o que não falta no mini mundo. Percorrendo este parque ao ar livre, onde todas as construções são na escala 1:24, a gente tem quase a sensação de dar uma volta ao mundo. Tudo começou graças a Otto e Rita Höppner, que se estabeleceram nesta região em 1952. Com paixão e arte requintada, eles foram ao longo dos anos seguintes, construindo um mundo em miniatura. Prédios, castelos, ruas, bondes, ônibus, praças, barcos, navios, trens, aviões, estações, estradas, túneis, rios e até mesmo gente, mais de dois mil mini habitantes, que moram neste mundinho. Entre as centenas de miniaturas, estão locais tão diferentes como o castelo Neuschwenstein, a prefeitura de Frankfurt, Torre de Martinstor, Prefeitura de Urach, torre de TV de Hamburgo, Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto, Usina do Gasômetro de Porto Alegre e muito mais. O Mini Mundo está localizado na rua Horacio Cardoso 291.


Gramado: Mini Mundo / Castelo Neuschwenstein

 


Canela: Mundo a Vapor

Não, essa não é a foto de um acidente ferroviário ocorrido na Serra Gaúcha, é apenas a decoração existente na entrada do Mundo a Vapor, primeiro museu do gênero montado no Brasil. A locomotiva é verdadeira, solta fumaça, apita e reproduz, na exata posição, um acidente acontecido na Gare Montparnasse de Paris, durante o século 19 (a locomotiva não conseguiu freiar, entrou pela estação adentro, e ficou pendurada na parte frontal do prédio, evento registrado em diversas fotografias da época, exatamente como foi montada esta locomotiva em Canela)

A réplica da locomotiva a vapor de Paris dá as boas vindas ao Museu do Vapor de Canela, e em seu interior você vai encontrar diversos dioramas, com réplicas em tamanho reduzido de uma infinidade de equipamentos industriais movidos a vapor usados nos últimos cem anos, como em fábricas de papel, de tijolos, e diversas outras. Tudo funcionando e produzindo, bem na frente de nossos olhos. E tudo movido a vapor. Mais do que uma aula sobre como funcionam estas indústrias, pode-se ver na nossa frente todo um processo de fabricação, do início ao fim em questão de minutos, fazendo desta atração um programa diferente e instrutivo. Completam as instalações do Mundo a Vapor algumas lojas e um centro de degustação de queijos e vinhos.

 

A Aldeia do Papai Noel é uma atração construída no mesmo lugar onde já existia uma atração. Falando de outra forma, no mesmo lugar onde há décadas o Parque Knor fazia sucesso, foi montado um parque destinado a curtir o Natal, Papai Noel, e muitas outras coisas relacionadas ao assunto. Todos os dias do ano. O coração desta aldeia é o chalé conhecido como Mansão Knor, primeira construção da região erguida em estilo alemão (especificamente da região da Bavária), pela família Knor, em 1940, transformado agora na residência oficial do bom velhinho, e que exibe decoração interna primorosa, com vários motivos natalinos e da tradição alemã (onde, não custa lembrar, surgiu a tradição da árvore de Natal), e onde até mesmo o próprio Papai Noel costuma passar algumas horas por dia, conversando com as crianças. Completam o Aldeia do Papai Noel um museu de brinquedos, a 'fábrica de brinquedos', um pequeno zôo onde 'moram' as renas do Papai Noel, um trenzinho turístico, monotrilho suspenso, árvore dos desejos e praça da neve artificial, entre outras atrações.


Gramado: Mansão Knor / Aldeia do Papai Noel

 


Canela: Vinícola Jolimont

Como falar da serra gaúcha sem pensar em vinhos? Conta-se que a idéia de implantar uma vinícola próximo a Canela surgiu em 1948, graças a um francês, que, claro, chamava-se Jolimont, e que tinha como objetivo fazer vinhos finos e especiais. Sua idéia foi um sucesso, e atualmente, a Jolimont é um nome famoso dentre as muitas vinícolas da serra gaúcha. Para chegar lá tome como ponto de partida a catedral de Pedra (em Canela), siga pela rua Julio de Castilhos (que passa em frente à Catedral), dobre à direita (logo após a Cruz no alto da colina) na Av João Pessoa e siga sempre em frente. A estrada atravessa uma região muito bonita, serpenteando pelas encostas da Serra Gaúcha e em cerca de cinco quilômetros chega-se à vinícola, onde é possível conhecer suas instalações, degustar bons vinhos e, quem quiser, levar alguns para casa. Os vinhos da Jolimont são praticamente exclusivos, não podem ser encontrados  com facilidade em outros locais, e merecem ser degustados.

 

Apesar do nome sombrio, o Lago Negro é na verdade um dos lugares mais coloridos e belos de Gramado. O nome tem origem na 'Schwarzwald' (floresta negra, em alemão, belíssima região situada no sudoeste daquele país). Após um incêndio ocorrido nesta região, em 1953, toda esta área de Gramado foi replantada com sementes trazidas da Floresta Negra alemã, sendo que  para completar o cenário, criou-se também um lago artificial, que em homenagem à origem das novas árvores, recebeu o nome de Lago Negro. Este é um daqueles lugares onde se deve permanecer, no mínimo, umas duas horas. Faça o contorno do lago a pé, parando onde der vontade. Conforme a velocidade, este passeio leva de meia a uma hora. Também é possível alugar pedalinhos na forma de cisne ou de galeões, para curtir o lago, entre milhares de azaléas ou hortências, conforme a estação do ano. Próximo à entrada há uma lanchonete, restaurante e área de serviços. E atravessando a rua, quase em frente a saída, podem ser encontradas algumas lojinhas oferecendo, como sempre, chocolates artesanais.


Gramado: Lago Negro

 Vídeo: Lago Negro


Canela: Vale da Ferradura

O Vale da Ferradura é outra área verde que merece ser incluída em seu passeio. Situa-se entre as cidades de Gramado e Canela, e é uma área de preservação ambiental, onde se pode ver como era a Serra Gaúcha antes de passar pelo processo de ocupação humana. E quem tiver disposição e boa forma física pode fazer muito mais do que curtir a vista. Existem roteiros diversos, trilhas, escaladas, que devem ser feitas, preferencialmente, com acompanhamento de profissionais. Os principais pontos de observação são conhecidos como 'Mirante Vale da Ferradura' (acesso por uma escadaria), 'Mirante do Vale do Arroio Caçador' (acesso por pequena trilha) e 'Mirante da Cascata do Arroio Caçador' (acesso por trilha). O local conta ainda com áreas de churrasco e lanchonetes. E se você estiver levando alguma fruta ainda pode se divertir alimentando os quatis que frequentam o Vale da Ferradura.

 

Conhecido como Castelinho, esta residência de madeira, situada na estrada que conduz ao Parque do Caracol, foi erguida há mais de cem anos por Pedro Franzen e sua mulher Luiza Sommer. Mas o que a torna especial, diferente das outras, é que em sua construção não foi utilizado nenhum prego. Todas as peças, construídas com madeira proveniente de araucárias, foram encaixadas, como num gigantesco quebra cabeças. O Castelinho está aberto à visitação pública e um passeio por suas diversas salas, quartos, cozinha, banheiros e dependências é uma viagem no tempo. Tudo lá dentro, os utensílios, louças, móveis e roupas nos remetem à vida na serra gaúcha tal como era no início do século passado. E não deixe de completar sua visita provando da receita exclusiva da família que construiu o Castelinho (ainda hoje seus descendentes são os proprietários): A famosa Apfelstrudel (torta de maça), servida no refeitório da mansão.


Canela: Castelinho

 


Canela: Catedral de Pedra

A Catedral Nossa Senhora de Lourdes, conhecida por todos aqui simplesmente como Catedral de Pedra, é a principal atração turística de Canela. Situada em pleno coração da cidade, ela é uma presença constante em fotos turísticas, folhetos, postais e não existe um bom roteiro pela serra que não inclua ao menos uma paradinha aqui. E isto é plenamente justificável, porque numa região onde a arquitetura é caracterizada principalmente por pequenas e delicadas construções, muitas delas em estilo germânico, a catedral e sua torre de 65 metros destacam-se de tal forma que chegam a surpreender muitos turistas, por encontrar algo deste porte numa cidade pequena como Canela. Esta, com certeza, é uma catedral que não faria feio em qualquer outra cidade do mundo. 

Construída toda com pedras, em estilo gótico inglês, a Catedral domina a praça e a cidade. Tudo em Canela irradia daqui e tem a catedral como referência. Seu carrilhão tem doze sinos de bronze, trazidos da Itália, e em seu interior destacam-se painéis de autoria do artista Marciano Schmitz, representando a 'Aparição de Nossa Senhora', a 'Anunciação' e a 'Alegoria dos Anjos'. Também destacam-se as pinturas do artista uruguaio Pablo Herrera, representando as estações da Via Sacra.

Se estiver de carro, estacione nas vagas que circundam a catedral (ao contrário de Gramado, é fácil estacionar em Canela), visite o interior da catedral, o largo situado em frente à mesma, e depois aproveite para conhecer o centro de Canela. A principal área comercial situa-se ao longo da rua Felisberto Soares e Av. Oswaldo Aranha e também nas ruas no entorno da própria catedral, onde há diversas lojas de vestuário, decoração, lembranças e, claro, chocolate artesanal. Se quiser almoçar na cidade, sugerimos ir ao ótimo Dile Valduga Ristorante situado quase em frente à Catedral, que tem um bufê incrível (aberto somente para almoço, como quase todos os restaurantes a quilo desta região).

No dia seguinte, que tal um passeio de volta no tempo, a bordo de uma autêntica Maria Fumaça? O passeio acontece duas vezes por semana, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, com parada em Garibaldi. A viagem Um Retorno ao Passado dura cerca de duas horas, e durante o passeio são apresentados a bordo shows de música italiana, gaúcha, danças típicas e números cômicos com atores representando o papel de colonos da região. E prepare-se, porque é quase certo que você será convidado(a) a participar da dança. Vinhos e queijos também costumam ser servidos durante o trajeto.


Passeio de trem entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa

O passeio de Maria Fumaça é organizado pela Giordano Turismo, empresa de Bento Gonçalves. Esta é uma atração muito conhecida, e certamente seu hotel a conhece e poderá fazer sua reserva. Sugerimos não deixar para a última hora, porque este passeio é muito procurado.


Canela: Loja de Chocolates

Ainda falando em chocolates: Algumas das fábricas ao longo dos sete quilômetros da Avenida das Hortênsias, que liga Gramado à Canela, tem tours para visitantes, onde o processo de fabricação é explicado com detalhes. A visita começa com a exibição de um audiovisual. Depois, vista aquela engraçada touca branca que eles fornecem e adentre o mundo das delícias! Não apenas nas fábricas, mas também em todas suas lojas, encontradas com facilidade pela cidade, você vai encontrar boas e saborosas lembranças para seus amigos, e principalmente ótimas razões para compreender porque o chocolate era considerado pela civilização Azteca como um alimento dos Deuses.

 

Lady Gaga e Amy Winehouse em Gramado? Só se for no Museu de Cera! Sim, esta é sua chance de ver de perto, e até fazer fotos abraçadinho com as duas musas, além de encontrar também diversas outras personalidades famosas, reais e fictícias, como Shrek, Presidente Obama, Marylin Monroe, Professor Raimundo, Harry Potter, Airton Sena, o pirata Jack Sparrow, e muitos outros, todos em cenários reproduzindo os filmes ou ambientes onde costumam ser vistos. Não perca, e não esqueça de levar uma boa máquina fotográfica, para registrar seu encontro com tantas celebridades. O Museu de Cera situa-se na Avenida das Hortências, a meio caminho entre Gramado e Canela.


Estrada Gramado-Canela: Museu de Cera

 


Estrada Gramado-Canela: Hollywood Dream Cars

Depois aproveite e tire ao menos uma hora para conhecer o que é provavelmente, o melhor museu de carro antigos do Brasil, o Hollywood Dream Cars. Seu acervo conta com uma impressionante coleção de modelos clássicos de automóveis americanos, cobrindo um período que vai desde os  anos 30 até a década de 80, todos perfeitamente conservados, como se tivessem saído da fábrica ontem. O Hollywood Dream Cars é uma autêntica viagem de volta no tempo, e um curtição ainda mais especial para quem gosta de automóveis clássicos.

 

Esta é uma excursão mais longa e que leva o dia inteiro, mesmo assim é procurada por muita gente, que não admite ir à Serra Gaúcha sem esticar até o Canyon do Itaimbezinho, situado no Parque Nacional de Aparados da Serra, principalmente depois que suas belas imagens de cascatas e escarpas de rochas verticais foram exibidas numa recente minisérie da Globo. O parque está situado na região nordeste do Rio Grande do Sul, quase na divisa com Santa Catarina. Partindo de Gramado, o trajeto até lá leva cerca de duas horas.


Canyon do Itaimbezinho

Itaimbezinho é um termo que tem origem no idioma indígena Tupi-Guarani, e significa 'pequena pedra afiada', talvez porque os indígenas viam nestas cordilheiras verticais o mesmo fio cortante de suas lanças. Situa-se entre os municípios gaúchos de Cambará do Sul e Praia Grande e integra o 'Parque Nacional dos Aparados da Serra', uma das mais belas regiões do estado. No entanto, ao contrário de outras regiões turísticas mais próximas de Gramado, a infra estrutura turística aqui ainda é precária, e ao chegar lá, dependendo da época do ano, não espere encontrar muitas alternativas para refeições, sanitários ou lojas vendendo artigos para turistas. Lembre que este é um passeio ao encontro da natureza em seu estado natural, portanto é bom levar sua água, lanche, protetor solar, roupas e calçados adequados.


Estima-se que o canyon tenha se formado há mais de cem milhões de anos. Ele tem extensão de quase seis quilômetros, largura variando entre 200 e 600 metros e profundidade de aproximadamente 700 metros. Sim, pode-se ir lá por conta própria, mas sugerimos preferencialmente agendar o passeio com o acompanhamento de uma boa agencia turística ou guia local, porque eles lhe conduzirão pelas melhores estradas (algumas não são pavimentadas), e poderão lhe mostrar os pontos mais bonitos, conduzir pelas trilhas, chegar às cascatas, piscinas naturais e curtir o canyon ao máximo e com toda segurança.


Gramado: Av Borges de Medeiros

De volta à civilização, vamos às compras: O centro de Gramado, embora pequeno, tem lojas capazes de atender ao turista mais exigente. São lojas de ruas e confortáveis galerias, sendo que entre os produtos mais procurados, estão os famoso calçados gaúchos, bem como artigos de couro, malha, lã, móveis, cristais e muito mais. Percorra a avenida Borges de Medeiros de ponta a ponta, vá por uma calçada e volte pela outra, o que corresponde a uma caminhada de no máximo um quilômetro para ir e outro para voltar. Depois percorra as duas ruas laterais, São Pedro e Garibaldi e não esqueça das perpendiculares a estas três. As ruas do centro são organizadas geometricamente e em pouco tempo a gente já está situado e conhecendo bem o que fica aonde.

 

 

Ao lado uma imagem da simpática Igreja Matriz de São Pedro, construída bem no centro de Gramado, ao lado do Palácio dos Festivais. A primeira capela erguida neste local foi feita em madeira, ainda em 1917. Quase trinta anos após, no mesmo lugar, foi erguida com pedras basálticas a simpática igrejinha que se tornaria um dos principais símbolos de Gramado.

Por ocasião das festas de fim de ano, quando Gramado comemora seu famoso Natal Luz, a igrejinha fica toda decorada, e em sua frente são organizados diversos eventos, como corais, apresentações de luz e som.

Também é em frente à igrejinha que parte o trenzinho turístico que percorre os principais pontos turísticos da região. Os passeios acontecem a bordo de uma jardineira (espécie de ônibus antigo, com as laterais abertas) e são uma delícia. O bilhete dá direito a descer onde quiser, e depois pega-lo na próximo viagem para prosseguir o passeio. Especialmente indicado para quem está com crianças ou quem não tem disposição para caminhar muito.


Gramado: Matriz de São Pedro

 


Gramado: Mesa de típico Café Colonial

Ao lado, imagem de nosso restaurante preferido em Gramado, o Café Colonial Bela Vista. Ao contrário do que o nome indica, 'Cafés Coloniais' não servem apenas cafés e alguns acompanhamentos, muito pelo contrário. A tradição dos cafés coloniais da serra gaúcha começou com os imigrantes, que ao sair para trabalhar no campo faziam uma única refeição, que deveria lhes alimentar durante todo o dia. Eram queijos, salames, pães, doces...  A fórmula dos cafés coloniais foi sendo aperfeiçoada com o tempo e atualmente eles servem cerca de cem pratos diferentes, entre doces, pães, salgados, tortas, fiambres, vinhos, chocolates e iguarias típicas diversas. O preço é fixo, você pode comer e beber à vontade e geralmente eles estão abertos todos os dias da semana, até tarde da noite. Nosso único conselho é deixar para ir lá no final da tarde ou inicio da noite, quando estiver realmente com muita, muita fome. 

A culinária em Gramado é bem variada, com predominância de cafés coloniais, galetos típicos italianos e restaurantes especializados em fondues. Quem achar que o café colonial é um pouco demais e preferir experimentar uma típica refeição italiana, constando de sopa de capeletti, polenta frita, costelinha de porco, saladas de maionese, radicci com bacon, fetutine ao molho, bolognesa, lasagna, tortei, nhoque regadas ao vinho da casa sugerimos o ótimo Galeto Itália. Já quem prefere sistema de rodízio pode ir direto ao restaurante 'Vale Quanto Pesa' (Rua São Pedro 410), provavelmente o melhor bufê da cidade, aberto diariamente até 14 hs.

Já quem curte ambientes refinados e procura boas seqüências de fondues ficará satisfeito em conhecer o Belle du Valais (situado na Av. das Hortências) ou o Le Petit Clos (situado próximo ao Lago Negro). E quem procura pratos variados num ambiente agradável não vai se decepcionar se for ao Carlito's (instalado num simpático chalé, também na Av. das Hortências).

E não se preocupe muito se ganhar alguns quilinhos em Gramado, afinal você sempre poderá depois passar alguns dias no Spa Kurt, considerado um dos dez melhores do mundo, situado aqui mesmo em Gramado. :-)

Tire uma tarde para conhecer Nova Petrópolis. A principal atração da cidade é o Labirinto Verde, situado no centro da praça principal. Teste seu sentido de orientação para ver em quantos minutos você consegue chegar no centro do labirinto e depois encontrar o caminho de volta.


Nova Petrópolis: Labirinto Verde

Nova Petrópolis é conhecida como 'Jardim da Serra Gaúcha', e comparada à Gramado, esta é uma cidade mínima, sendo que, como diversas outras da região, também foi colonizada por colonos alemães, Até hoje suas origens são lembradas e festejadas através da arquitetura, diversos festivais e eventos de gastronomia. Dependendo da época de sua visita você encontrará em Nova Petrópolis o Festimalha (maio), Festival de Folclore (agosto), Festival da Primavera / Frühlingsfest (outubro) e o Natal em Cores (dezembro). Confira com sua operadora turística a data destes e de outros eventos.


Gramado: Troféu do Festival de Cinema (Kikito)

Um dos eventos mais famosos de Gramado é seu Festival de Cinema, que acontece todos os anos em agosto. O festival teve suas primeiras edições durante a Festa das Hortênsias, em 1969 e fez tanto sucesso que acabou transformando-se num evento anual. As mostras acontecem no palco do Palácio dos Festivais, um belo prédio em estilo germânico, situado bem no coração da cidade. 

O troféu máximo do festival tem a forma de um bonequinho sorridente, com um sol na cabeça, e ganhou o apelido de Kikito, dado por Elisabeth Rosenfeld, a artesã criadora do troféu. Miniaturas do Kikito, em madeira, metal e até chocolate, podem ser encontradas à vontade nas lojas da cidade.

 

 

Também situado em Nova Petrópolis, o parque Aldeia do Imigrante relembra e homenageia os imigrantes germânicos que tanto contribuíram para o desenvolvimento da região. Em meio a dez hectares de mata nativa, o parque nos faz sentir como era a vida daqueles primeiros colonos, recriando uma típica localidade local, tal como era no período compreendido entre o fim do século 19 e início do século 20. Na entrada do parque, as boas vindas são dadas por uma típica aldeia Bávara, com o pórtico de entrada, lojinhas comercializando produtos coloniais, malhas e artesanato eo coreto onde se apresentam grupos folclóricos, bandas e corais.

Na vila histórica, situada mais ao fundo, estão, como se tivessem parado no tempo, a escola, a casa do professor, capela, a casa do sapateiro, ferraria, cantina, engenho, salão de baile, entre outras construções, todas no tradicional estilo arquitetônico Enxaimel. Na escola podem-se ver os bancos dos alunos, na ferraria estão os objetos usado para forjar as ferraduras dos cavalos, na cantina pode-se provar cucas e bolos diversos, e assim por diante. O Parque Aldeia do Imigrante tem ainda lagos, jardins muito bem cuidados, e é uma delícia percorrer suas alamedas e trilhas.


Nova Petrópolis: Aldeia do Imigrante

 


Gramado: Esquina central com estátua do
maestro Eleazar de Carvalho

A principal avenida de Gramado é a Borges de Medeiros, que concentra o melhor do comércio local. Paralela a ela correm as ruas São Pedro e Garibaldi, onde se encontram as lojas menos badaladas. Também ao longo da rua D. Pedro I existem diversas opções comerciais e gastronômicas. Gramado é cortada ao meio pela Av. das Hortências e as atrações situam-se todas de um ou do outro lado desta avenida. No lado oeste, por exemplo, encontram-se a Rua Coberta (sob sua cobertura estão diversos restaurantes), Igreja Matriz, Centro de Cultura, Palácio dos Festivais (onde acontecem as exibições durante o festival de cinema), Prefeitura |Municipal (belíssimo prédio em estilo enxaimel), Parque Knor, Aldeia do Papai Noel, enquanto no lado leste estão o Mini Mundo, Lago Negro, Museu do Piano, Rótula das Bandeiras e a Rodoviária, entre outros. Os dois pórticos de entrada da cidade, uma unanimidade para fotos turísticas encontram-se nos acessos que conduzem à Taquara (RS115) e Nova Petrópolis (RS235).

Mas não se limite a estas atrações, porque um dos programas mais agradáveis na cidade é justamente sair destas vias principais e percorrer as ruas secundárias, entre as residências de um ou dois andares, curtir o silêncio ambiental, sentir o cheiro verde da mata em volta, aspirar o perfume das flores, ver a fumacinha branca saindo das chaminés dos pequenos chalés e curtir a imensa sensação de paz que este lugar nos transmite.

Enquanto isso, a Avenida das Hortências (RS235) liga Gramado a Canela, e ao longo de seus sete quilômetros estão diversas atrações que também merecem ser visitada. Para quem percorre esta avenida é quase impossível dizer quando se deixa uma cidade e chega à outra, porque os poucos quilômetros que as separam estão repletos de atrações, hotéis, residências, empresas comerciais etc. Para quem curte caminhadas, o ideal é mesmo percorrê-la a pé. Aproveite para, logo após deixar o centro de Gramado, dar uma paradinha no Belvedere Vale do Quilombo,  que em dias claros fornece um excelente ponto de vista das encostas verdes e vales, a seus pés. Depois siga em frente, parando onde der vontade, mas preste atenção quando for atravessar a Avenida das Hortências, porque o transito, principalmente nos fins de semana, costuma ser intenso.

Na foto acima, feita numa das esquinas centrais de Gramado, é mostrado o busto do maestro Eleazar de Carvalho, um dos idealizadores do Natal Luz de Gramado. Entrou para a história sua frase, na ocasião em que a prefeitura estudava como criar o evento: 'Iluminem a cidade, que a música é comigo'.
 

Onde se hospedar em Gramado é uma questão de gosto e orçamento, mas em termos gerais, quanto antes fizer a reserva, melhores preços poderá encontrar, principalmente nos período de alta temporada, que correspondem ao meses frios e à época de fim de ano. Quem deseja hospedagem num ambiente acolhedor, atendimento quase familiar, numa pousada tranqüila situada numa rua secundária e ao mesmo tempo a dois passos do centro, e onde em dez minutos a pé se está no coração da cidade, nossa recomendação é a Sulla Collina. Por três vezes já nos hospedamos lá, e o atendimento não poderia ser melhor. O proprietário, sua esposa e filho fazem a gente se sentir em casa e se desdobram em atenções e gentilezas com todos os hóspedes.


Gramado: Pousada Sulla Collina

 


Gramado: Hotel Alpestre

Por outro lado, quem não se incomodar de pagar mais para ter quarto com wifi, dezenas de canais de tv e outros mimos, nossa sugestão é o Hotel Alpestre, situado a pouca distância do centro, um dos melhores da cidade. Inesquecível é o seu café da manhã, ao estilo dos cafés coloniais da região.

Não existe transporte público em Gramado e os ônibus regulares circulam somente ao longo da estrada que conduz à Canela. Taxis são caros, por isso devem devem deixados somente para quando houver mesmo necessidade. Alguns hotéis mais afastados oferecem aos hóspedes transporte gratuito até o centro, mas a melhor opção para se locomover por aqui é mesmo caminhar. A vantagem disso é que o centro de Gramado ocupa uma área de menos de dois quilômetros quadrados, e nada por aqui fica muito longe.

 

 

Em 1940 surgiu em Gramado um parque, bem próximo ao centro da cidade, conhecido como Parque Knor. O nome era referência a uma família de alemães, proprietários do terreno. Se Gramado já era, na época, um oásis de paz, o Parque Knor era o oásis dentro do oásis. Muitas e muitas vezes, quando eu ainda era moço, deixava Porto Alegre de manhã cedinho e pegava o ônibus para passar o dia em Gramado. Ao chegar lá, um de meus passeios preferidos na cidade era justamente o Parque Knor, e era capaz de passar horas percorrendo suas trilhas e alamedas, caminhando entre as árvores, ouvindo o canto dos pássaros, vendo pequenos animais correndo pela mata. Na época em tinha até mesmo o 'meu banco', de madeira, sob uma árvore imensa, onde gostava de sentar para ler e me abstrair de tudo, e simplesmente ficar ali, onde tempo e espaço pareciam não existir.

Hoje, vinte anos depois, o parque continua lá e o 'meu banco' também. A única diferença é que agora, no mesmo lugar, funciona a Aldeia do Papai Noel, que é linda, isto é indiscutível, mas em compensação, deu ao parque uma freqüência muito maior do que nos tempos em que aqui havia somente um parque, o que não favorece muito, digamos, a abstração de tempo e espaço.... Mas tudo bem, o parque continua lindo e ainda é um dos meus lugares preferidos na cidade.


Gramado: Parque Knor

 


Bento Gonçalves: Vinícola Aurora

Bento Gonçalves é conhecida como a capital brasileira do vinho e até mesmo o pórtico de entrada da cidade foi construído na forma de um gigantesco barril. Por isso, uma das visitas imperdíveis na cidade é conhecer suas vinícolas, suas técnicas de fabricação, passear pelas caves entre os imensos barris de carvalho onde a bebida é envelhecida e claro, curtir a degustação ao final do passeio. A mais tradicional vinícola de Bento Gonçalves é a Aurora, cooperativa formada no início do século 20 por cerca de quinze famílias italianas. Ao chegar ao Brasil, eles constataram que o solo desta região era propício ao plantio de uvas, e em pouco tempo estavam produzindo um excelente vinho para consumo familiar. Com o passar dos anos, a fama daquele vinho foi se espalhando, a produção foi aumentando, outras famílias foram aderindo à Cooperativa, e atualmente a Aurora é a maior e mais importante produtora de vinhos do Brasil.

Outra famosa vinícola da Serra Gaúcha é a Miolo, fundada em 1897 pelo italiano Giuseppe Miolo e que hoje tem seus produtos distribuídos em mais de cem países diferentes.  A Miolo situa-se na chamada Rota Vale dos Vinhedos uma agradável estrada situada próxima a Bento Gonçalves, ao longo da qual estão diversas vinícolas, desde as grandes, como a Miolo, que oferece  visitações às caves, vinhedos e degustações acompanhadas de enólogos, até as vinícolas menores e familiares, onde se encontram vinhos a ótimos preços, mas nem por isso menos saborosos para os paladares não tão exigentes.

Mas mesmo quem não pretenda provar, conhecer ou comprar bons vinhos, não deve deixar de fazer o roteiro pelo Vale dos Vinhedos, pois esta é uma região de paisagem privilegiada e famosa pela hospitalidade de seus moradores. Vale lembrar que o Vale dos Vinhedos foi a primeira região no país a ser reconhecida como Indicação Geográfica e também primeira  região a elaborar vinhos contando com o prestigiado selo 'Denominação de Origem'.

Gramado situa-se 830 metros acima do nível do mar e, de acordo com os dados do último censo, tem população fixa de 33 mil habitantes. Partindo de Porto Alegre, o melhor acesso à cidade é feito pela rodovia RS115 (115 quilômetros de distância), mas pode ser feito também pelas RS235 e RS373, sendo que ônibus com destino a Gramado partem diversas vezes por dia da Rodoviária de Porto Alegre. O estilo arquitetônico predominante na cidade é o  germânico, conseqüência da forte influência daquele país na colonização da serra gaúcha. Alemães e Italianos começaram a vir para o sul do Brasil por volta de 1875, e foram eles os grandes responsáveis pelo desenvolvimento desta região.

A cidade tem temperaturas agradáveis, oscilando em torno dos 23 graus durante o dia, mas no verão é comum fazer calor (o sol da serra queima bastante, embora não se perceba isso no momento), e no inverno são freqüentes temperaturas abaixo de zero e até mesmo nevadas ocasionais. Sua economia é voltada principalmente para o lazer, sendo que anualmente 2,5 milhões de turistas visitam a cidade. A região conta ainda com dezenas de indústrias no setor de móveis, chocolates, malharias, couros, floricultura, artesanato e agroindústrias familiares, dedicadas principalmente ao cultivo ou preparo de mel, geléias, queijos, salames, pães artesanais e cucas.


Gramado: Termômetro de Rua

 


Gramado: Colonos assando Cucas e pães

Muitas pessoas no Brasil não sabem bem o que é uma Cuca, mas para quem mora no sul, principalmente em áreas de colonização alemã, não saber o que é uma cuca é como morar no Pantanal é não conhecer Chipa ou viver no Pará e não conhecer Tacacá. A Cuca é um tipo de pão/bolo e tem origem na culinária alemã, de onde ganhou também o nome, derivado da palavra alemã 'kuchen' (bolo). Geralmente tem forma retangular, são preparadas com farinha, açúcar, ovos, fermento, podendo ser personalizadas de várias formas, com recheios e coberturas diferentes, conforme a criatividade do mestre-cuca :-). No sul do Brasil, a Cuca mais famosa é a 'Cuca de Farofa', com cobertura crocante, lembrando a farofa.  Más há quem prefira as Cucas de banana, chocolate ou frutas. No sul, é difícil, quase impossível, entrar numa padaria e não encontrar cucas diversas à venda.

Em Gramado, não deixe de experimentar as cucas assadas pelos próprios colonos que moram nos arredores, que vem à cidade quatro vezes por semana e as preparam e assam num típico galpão colonial, situado quase ao lado da rodoviária. Para chegar lá é fácil, basta seguir o cherinho....Mas não são somente Cucas que os colonos daqui costumam preparar. Eles também assam pão sovado, pão de milho, pão de aipim, pão com lingüiça, apfelsdrudel e outras gostosuras. Sem aditivos, conservantes e sempre assados na hora.

Não deixe também de passar, quase ao lado do galpão onde os colonos assam seus pães, na Casa do Colono, um casarão de aspecto tradicional, que funciona como um entreposto de venda de produtos coloniais feitos artesanalmente por várias famílias da região. Leve para casa alguns potes de geléia (schimier, como dizem por aqui), salames, queijos, biscoitos, compotas, sucos, massas e outras delícias diversas.

 

Muitas vezes fomos a Gramado e pelo caminho passamos pertinho deste local, sem nem ao menos desconfiar que ele existia. O Templo Budista de Três Coroas, cujo nome oficial é Templo Budista Khadro Ling é sede da Chagdud Gonpa Brasil, uma comunidade de praticantes budistas sem fins lucrativos. O local está aberto à visitação pública entre as 4as feiras e domingos, em determinados horários, e ao chegar lá quase não dá para acreditar que estejamos no Brasil. Tudo transmite uma paz incrível, e sua arquitetura, decoração, a música ambiental e os avisos pedindo para tomar cuidado e não pisar nas formigas, tudo nos dá a impressão de estarmos muito longe daqui, talvez no Tibete. Para chegar lá tome como referência a estrada RS115 que liga Porto Alegre a Gramado. Ao atravessar a pequenina cidade de Três Coroas, você verá à sua direita, uma minúscula placa, indicando o acesso ao templo. Dobre então à direita e siga sempre em frente, por cerca de cinco ou seis quilômetros, por uma estrada de terra, serpenteando entre as encostas da serra e chegará lá.  A visita ao Templo Budista Khadro Ling é um daqueles programas imperdíveis, que faz a gente sair de lá se sentindo mais leve.


Três Coroas: Templo Budista Khadro Ling

 Vídeo: Templo Budista Khadro Ling


Gramado: Árvore de Natal

Conta-se que numa reunião acontecida entre o inesquecível maestro cearense Eleazar de Carvalho e os administradores da cidade, quando se aproximava o Natal de 1986 e se pensava na melhor forma de fazer um evento comemorativo na cidade ele disse: "Iluminem a cidade que a música é comigo". E assim foi feito. Na ocasião a cidade comemorava a 12a Festa das Hortências, e foi decidido organizar também, à noite, uma caminhada pela avenida principal da cidade, com corais entoando cânticos natalinos, que seguiriam até o largo situado em frente da igreja Matriz, onde já estavam os músicos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, sob a regência do maestro Eleazar de Carvalho. Todos reunidos em frente à igreja, aconteceu então a seguir uma apresentação memorável, mesclando peças clássicas a músicas natalinas, enquanto as luzes dos prédios em volta se apagavam e somente luzes de Natal iluminavam a cidade. Sucesso absoluto. Todo mundo queria mais. Então porque não repetir a dose no ano seguinte? Tinha nascido o Natal Luz de Gramado.

Atualmente o Natal Luz é principal festa de Gramado, e cada ano parece superar o anterior em beleza e organização. Todas as ruas centrais são iluminadas, há desfiles de carros alegóricos com motivos natalinos, apresentações de corais, orquestras e eventos diversos, sendo que todos, residências e comércio, parecem entrar no clima e contribuir para tornar a cidade ainda mais bonita.

 

A programação para o Natal Luz é divulgada com bastante antecedência no site Natal Luz, onde também é possível comprar ingressos para seus principais eventos, como o 'Grande Desfile de Natal', 'Nativitaten' (show com cantores líricos, acompanhados de som, luzes, fogos de artifício, fogo e águas dançantes no lago Joaquina Bier) e a 'Fantástica Fábrica de Natal' (espetáculo teatral com dezenas de participantes, contando um evento de Natal). Todos shows tem várias apresentações, geralmente de meados de novembro até início de janeiro.

Na verdade, Gramado é uma cidade que deve ser visitada em qualquer época do ano, mas existem duas épocas do ano em que todo mundo parece querer vir aqui ao mesmo tempo: férias de julho e fins de dezembro, por isso, quem pretende visitar a cidade numa destas épocas, aconselha-se a fazer reserva de hotel ou providenciar um pacote turístico com antecedência.

Na qualidade de anfitriã principal da Serra Gaúcha, Gramado costuma ser o ponto de partida para diversas excursões pela região, para as vizinhas Canela, Bento Gonçalves, Garibaldi, Nova Petrópolis, Carlos Barbosa e Caxias do Sul, e  para ter uma boa idéia desta região, sugerimos ficar por aqui no mínimo durante uma semana. 

Video: Grande Desfile de Natal

 


Gramado: Decoração de Natal

 


Gramado: Cuia de Chimarrão

A decisão sobre qual época do ano é melhor para visitar a cidade é uma questão de gosto pessoal. Quem vier aqui em dezembro não vai pegar frio, e vai ter a oportunidade de ver uma das festas mais bonitas da cidade, o Natal Luz, quando a cidade transforma-se praticamente num presépio ao ar livre.

Já quem prefere visitar a cidade nos meses de julho ou agosto deve vir preparado para o frio, e talvez até para a neve. Esta é a época em que se pode sentir melhor porque Gramado é um lugar especial, e não é à toa que multidões de turistas vem para a serra gaúcha nas férias de inverno. Quem gosta de aconchego, de uma lareira quente com um fondue acompanhado por um bom vinho, não poderia escolher época ou lugar melhores.

 

Mas se você quer mesmo um conselho, venha a Gramado no verão e depois volte no inverno. Em cada estação do ano você vai encontrar aqui um lugar diferente, igualmente encantador, e com muitas atrações para oferecer, seja qual for o seu gosto. Famílias a procura de um lugar tranqüilo, casais que querem encontrar um local com programas bonitos e originais, apreciadores de bons pratos que não se importam de esquecer a balança por uns dias, casais em lua de mel... Todos elegeram Gramado e a Serra Gaúcha como seu destino número um, e até hoje, pelo que se sabe, ninguém se arrependeu.


Gramado: Neve no pórtico de entrada